quarta-feira, 26 de julho de 2017

A praia


     A praia vai ser palco de tanto. Visitá-la de madrugada é observar o milagre da vida, constatar a sobrevivência aos excessos dos que não podiam mais nada. Eu só vou fotografar: registo momentos, retiro do pouco um tanto de beleza- não me compete julgar. É um clicar de coração apertadinho. Os que tantos julgam ,também, são filhos de pai e mãe- ou talvez sintam a sua falta.
     Fiquem com as fotos.




Sorrisos
Guida Brito

Por favor, publica a nossa foto

     Fui apanhada em flagrante e, de imediato, acarinhada com inúmeras poses. Aproveitei o momento, claro. Alguns cliques depois, vieram os pedidos: publica no FMM.  


Atenciosamente, fui explicando que a foto teria maior visibilidade no meu blogue: os meus cliques são exclusivos. Felizes, fixaram o nome "Navegantes de Ideias" e esperam pelo momento da partilha.
     Eram dois, simpáticos, de Londres, estiveram no FMM - Festival de Músicas do Mundo.
     Obrigada
     Sorrisos
     Guida Brito



Gostas do FMM?

     Usar botas de inverno, possuir uma tenda, ser adornado de rastas, transportar meia dúzia de garrafas cheias de não sabemos muito bem o quê e ter um amigo de outra raça: são a riqueza dos que, por ora, coabitam Sines.
        Sorrisos
     Guida Brito

terça-feira, 25 de julho de 2017

Sines cheira a cor e a maresia

     Aos poucos poucochinhos, num pouco que parece pleno, Sines cheira a cor; cheira a mar; cheira a sol; cheira à rua; cheira a Tasquinhas, a doce, a abraço, a zen; cheira a sedução. Sines cheira ao som dos que se unem nos acordes das Músicas do Mundo. Um mar de gentes que traz ao oceano novas cores, novos padrões. 
      Uma maré viva: rica pela biodiversidade de seres vivos que aqui coabitam durante o Festival. Não é errado referir: populações da mesma espécie e de espécies diferentes interagem entre si formando comunidades; que interagem com o ambiente desenvolvendo ecossistemas paisagísticos tão ricos, diversos e distintos que evoluem em biomas. Acreditem, durante o Festival, são os biomas em constante mutação e interação que se fazem ouvir. 


     Será um prazer, fotografar e partilhar no blogue um pouco do meu olhar.
Sorrisos
Guida Brito

Prendi o burrinho e ...

     Acordei, nas nuvens, sem café a bordo. Shiiiiiii! Ai, ai, Santa Barbatana. Antes que algo voasse a jacto, decidi prender o burrinho com o primeiro cordelito que encontrei. Numa aparente calma, lá fui saborear o delicioso néctar. Rapidamente, abandonei a normalidade terrestre e regressei às nuvens. São modos de vida que a gente não escolhe: habitam carinhosamente a nossa existência. 
       É sempre doloroso, para mim, regressar à terra: fico exposta aos olhares e inveja alheia. Não consigo perceber: sou tão simples e a única coisa que possuo é um lugar Feliz.
Sorrisos
Guida Brito

domingo, 23 de julho de 2017

A cor ao vento

                                                                                                                                                 FMM2
      Fascinam-me os coloridos das fachadas e das gentes. Durante o Festival de Músicas do Mundo, Sines veste-se de uma diversidade apelativa ao olhar- é impossível resistir ao charme e à luz da cidade.
Sorrisos
Guida Brito

Tocam os sinos na torre da igreja...

                                                                                                                                                    FMM- 1
        Proponho-me: fotografar Sines insólito e único à luz das Músicas do Mundo. A cidade adorna-se ampliando a sua charmosa beleza. 
Sorrisos
Guida Brito

terça-feira, 18 de julho de 2017

    
Não te inibas de palavras, gestos e sentimentos.





Não te controles. Não tenhas cuidado. Sempre que o fizeres: deixas de ser quem és para seres o que os outros querem que sejas.


Sê. Sê puro. Sê tu. Sê esse ser único que faz de ti uma pessoa muito bonita e repleta de magia.




Coloca-te em tudo o que és e fazes. Leva-te contigo e não te abandones. Conquista-te.

Sorrisos
Guida Brito

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Voei nas tuas asas

   
Voei nas tuas asas
Perdi-me nos teus encantos
Sonhei com os teus desejos
Senti-me livre
dentro de ti
       Gaspar Oliveira

      Um amigo apaixonou-se pela foto e decidiu ilustrá-la com palavras. Meia dúzia de afetos, vindos de gente bonita. 
Sorrisos
Guida Brito

domingo, 16 de julho de 2017

Geraldos- Castro Verde- aqui, nasceu Portugal


     
Geraldos- com toda a certeza: aqui nasceu Portugal. Embora os historiadores de discordem e cada um puxe o rabo à sua sardinha, não existem dúvidas. Contado de boca em boca, o património oral confirma-o. E, numa época em que não existiam aviões, comboios ou meios locomotivos de transporte rápido, pergunto: se o D. Afonso Henriques andava muito a sul (sonhando e combatendo a ampliação do condado) como iria realizar a Batalha de Ourique a norte? Não faria sentido. Seja como for, este local é mítico: deixe-se encantar.







Lá prós lados de Castro Verde, existe um pequeno povoado… Não; lá prós lados de Castro Verde existe um Monte- sendo que Monte é menos que aldeia; pode englobar uma ou muitas casas; isola-se de tudo e ninguém os percebe muito bem- os Montes resistem aos tempos que o tempo é tudo o que têm. 

    
 O que Vos vou falar, conheço muito bem: foi a terra que me viu nascer, no tempo em que pertencia à parteira a tarefa de nos fazer vir ao mundo. 



    
 Contrariamente à maioria, não se situa num sítio alto, nem próximo da corrente de água (ribeira). Afastou-se da normalidade e é numa quase cova, ou cerro muito baixo, que o podemos encontrar; embora apresente algumas ladeiras. Dista 3,5 km de Castro Verde; tem 169 habitantes e perdeu-se no tempo; num tempo que o mantém. Não encontrei estudos que revelassem onde obtêm o sustento os seus habitantes. A maioria, penso eu, é reformada e cuida das lides de casa e da rua: dois dedos de conversa para perguntar à vizinha se está bem. É lindo. Nunca, por lá, vi turistas ou curiosos. Quem lá vai, vai com algum intento. É, no entanto, um lugar surreal que faz parte do Alentejo que não é litoral. 



     
Comecemos pelo nome: Geraldos. Não, leu mal. Escreve-se com e e lê-se com i. Já não me lembro a lenda que o meu avô me contava e que justificava a exceção à Língua Portuguesa. Lembro-me de outras, contadas à lareira enquanto comia as duras coidinhas- religiosamente, para mim ,guardadas na gaveta da mesa da cozinha; por vezes, eram as bolotas assadas as companheiras de estórias.



Contava o meu avô que aqui começou Portugal, em 25 de julho de 1143. Uma História contada de boca em boca e que aprendeu por via oral.
Quando D. Afonso Henriques aqui chegou, numa tentativa de conquistar território aos Mouros, assentou praças no Cerro do Covão. Na calada da noite, um seu mensageiro descobriu serem cinco os reis Mouros e muitos os que lhe eram fiéis- eram tantos que seria impensável um ataque dos diminutos homens daquele que um dia seria rei. Grande Homem, o Nosso D. Afonso Henriques mandou que cada guerreiro, seu, acendesse sete fogueiras. Os Mouros tiveram medo da imensidão de gentes, que pensaram, e não atacaram. Em modo surpresa, numa noite bem escura: dormiam os mouros quando Afonso Henriques se decidiu pela conquista imediata. Rolaram tantas cabeças e tanto sangue escorreu que, durante três dias, vermelha era a cor da ribeira. Foi na descida do Cerro de S. Pedro das Cabeças que apareceu, ao Nosso futuro rei, Jesus Cristo feliz com a conquista; contou-lhe que ali começaria Portugal. D. Afonso Henriques, cansado e extenuado, desceu do seu cavalo branco, ajoelhou-se e jurou mandar construir uma capela; num reconhecimento ao que, de facto,  aconteceu. E os montes de Ourique (a povoação mais próxima da época) foram palco do começo do Mui Nobre Portugal.





Este mui belo povoado continua perdido no tempo: reina a paz. Alentejo não é Litoral (embora também o seja); Alentejo é uma imensidão de ser na sua profundeza. A sua beleza; as mãos que inventam; as mentes que sabem; as folgas; os jantares que se consomem ao almoço; as histórias; as gentes; a calma; os enchidos; as acelgas; as beldroegas; as tangarinhas, as açordas; as vinagradas; as atubras… justificam um desvio ou o ir com desígnio: ao chegar a Castro Verde, vire em direção a Mértola; e, logo ali à frente, desvia-se para São Pedro das Cabeças.


Aconselho um passeio a pé pelo Monte e pelas terras que o rodeiam. 



    Se for atento, pode por ali encontrar muitos vestígios do passado: ocupação romana e muçulmana. Peça orientação a um dos seus habitantes para visitar a Fonte Santa. Suba ao alto de S. Pedro das cabeças: a capela é linda e a vista o coração alcança. Observe o rochedo (infelizmente, agora privado e sem acesso ao público) que guarda em si as provas da estadia de D. Afonso Henriques por estas paragens: nele encontra-se gravado a pata do cavalo do rei, o prato, o guardanapo e os talheres. Respire fundo e sinta a magia; está num lugar mítico: aqui nasceu Portugal- assim o conta o património oral.  Procure na encosta fósseis de plantas (abundam). Desça o Monte e passeie a pé pela ribeira de Cobres- lugar de antigas pescarias e de romaria quando a velha ponte fica submersa. 




 Garanto: a viagem vale muito a pena. Fique com as fotos de um lugar mágico- foi aqui que começou Portugal, assim o conta o património oral.


















Local: Geraldos
Freguesia: Castro Verde
Concelho: Castro Verde
Distrito: Beja

Se desejar marcar hotéis em Castro Verde, utilize o seguinte link para obter os preços mais baixos:
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Sorrisos
Guida Brito
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