sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Rancho Folclórico da Casa Povo da Conceição de Faro- feira de Castro Verde 2017


Dançam, desde 8 de dezembro de 1958, e dão baile, há alguns anos, na feira de Castro. Dão baile e fazem-nos bailar. Divertidos e profissionais, apresentam um reportório composto por corridinhos, bailes de roda, florestrias e marcha.
 Dos mais jovens aos mais velhos, a mestria é a vestimenta que trajam. Atrevidos, cativam o público que se junta à roda e se diverte nos tradicionais arquinhos dos bailes de rua. 

Lembram os “mastros”  (no centro da aldeia coloca-se um tronco alto, enfeitado de flores e bandeirinhas de papel,  à sua volta decorre o baile).


    Nos tempos antigos, ali se iniciavam namoricos. E se desmanchavam outros: ciúmes de ver o par nos braços de alguém que passava, a partir desse momento, a ter má fama nas ruas da aldeia. As meninas eram acompanhadas pelas mães; estas, com cara de poucos amigos, vistoriavam minuciosamente os pretendentes da sua jovem caçoila. “Aquele não é flor que se cheire” ou um olhar de reprovação, faziam as jovens, as mais pacatas, tremer de aflição e recusar os jovens que lhe piscavam o olho de forma atrevida. Por vezes, a situação complicava-se: os insonsos, por regra, não dominavam a arte da dança e a jovem regressava aos aposentos sem sorrir ao som das cantorias. Ir ao baile e não dançar, ou ver o que pensava ser seu nos braços de alguém, significava olhos inchados e almofada molhada pela manhã. Já os que escondiam o seu amor, ao povo e à família, aproveitavam para se sorrir, ao longe, de forma camuflada; usando amigos, em comum, para enviar miminhos de amor- no seio dos maiores secretismos. Aqueles pequenos segredos que, quando as amigas se zangavam, circulavam correndo as ruas da aldeia. Geralmente, ditavam o enclausuramento da jovem princesa. Eram tantas as histórias; são tantas as memórias.
Este fantástico grupo lembrou-me o que a memória não esquece e  o que, no coração, faz sentido.



Fiquei fascinada pela alegria desta jovem senhora que integra o grupo há 45 anos. Pura, veste a linguagem de um algarve antigo e faz gostar; faz gostar e muito.
Deslumbre-se com as fotografias:















































Sorrisos
Guida Brito

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Rancho Folclórico da Casa do Povo da Conceição de Faro- Feira de Castro 2017- II


       Estou a escrever sobre o Rancho: as fotos são tantas que não sei o que escrever. Partilho esta antes do grande escrito.
Sorrisos
Guida Brito

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Castro Verde - em dia de Feira de Castro



Ainda não escrevi sobre a Feira de Castro Verde; nem sobre a inigualável agenda cultural que esta vila nos oferece (várias vezes por ano). 

Não resisto e partilho  momentos que captei por ocasião deste evento com quase quatro séculos de existência. O Rancho Folclórico Casa do Povo da Conceição de Faro, foi um dos grandes grupos que alegrou as ruas e fez sorrir.

Secular, esta feira continua a atrair, todos os anos, milhares de pessoas.
Sorrisos
Guida Brito

terça-feira, 17 de outubro de 2017

"As Papoilas" d'A-de-Corvo- Feira de Castro Verde- 2017


São lindas; transportam no chapéu a minha flor preferida (uma papoila); de braço dado, correm devagar, com passos graciosos, as ruas e ruelas- petrificando os ouvintes com a beleza do seu canto. 

Não há palavras que as descrevam na exatidão da sua beleza. Não há som que não respeite o silêncio que quebram com a palavra cantada. Nas vestes, sente-se a experiência de quem tudo aprendeu a fazer: trajam os trabalhos do campo (monda e ceifa). 

Este Grupo Coral feminino é natural d’A-de-Corvo (Castro Verde).

A cima de tudo, são um exemplo de integração e respeito; um passo a ser seguido: para integrar a formação, uma papoila abandonou o cajado que a ampara e são as outras que, de braço dado, lhe seguem o passo. Se na frente segue o Querer, atrás segue o Saber Ser.


Curiosa de conhecer, descobri, sem surpresa, o seu fundador/ensaiador: Pedro Mestre. Escusa de apresentações como estão vendo; o Alentejo orgulha-se do que lhe fica devendo.




Dos bailes de rodas às danças de jogo seduza-se, em tons alentejanos, às mais belas senhoras: “AS Papoilas” d’A-de-Corvo.

 Sorrisos
Guida Brito

domingo, 15 de outubro de 2017

Fui à feira


     Fui à feira de Castro Verde e fiquei encantada. É deliciosa a agenda cultural deste evento anual. Fiz esta marotice:  "As papoilas" do Corvo que me perdoem mas a foto ficou linda. Tenho o registo das Vossas vozes e das roupas ancestrais: fica a promessa de o partilhar.
Sorrisos
Guida Brito

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Santa Bárbara dos Padrões- a Aldeia


A Aldeia- assim a referiam, os seus habitantes, nos meus tempos de estudante. Mais tarde soube-lhe o nome mas só agora, passados muitos caminhos, regressei ao local que sempre ouvira. Calma, simpática, charmosa e afável recebe-nos numa simpática praça: o centro da aldeia. 

O local onde se sabe os azares da vizinhança (imagino eu- sendo esta uma aldeia tipicamente alentejana). Ruas limpas, casas brancas debruadas no colorido das cores ocres e outros pigmentos dão de beber ao olhar. 


Em tempos que já lá vão, misturavam-se os pigmentos com a cal. Com este  colorido pintavam-se as barras das casas e a parte superior da cozinha- evitava o negrume causado pelo fumo da fogueira; a parte inferior, como sabem, era caiada a branco no madrugar de todos os dias.



Falemos da Aldeia. Não encontrei os amigos de outrora- para muita pena minha. Encontrei um Alentejo de ruelas encantadoras; umas escavações impedidas de saber o passado(a sua continuação carecia que a igreja e o cemitério fossem profanados); uma igreja de uma beleza surpreendente; e, um lugar onde apetece voltar. Dista 13 km de Castro Verde, a sua sede de Concelho, e os seus campos são de encantar.


Deslumbre-se com as imagens.




Não se esqueça, se lá decidir passar, entre nas velhas tabernas.



Não se esqueça do lavadouro e do velho poço. Feche os olhos e retorne nos tempos ao tempo, em que o tempo, apesar de  escasso, tinha tempo de amar- digo eu.




Sorrisos
Guida Brito