Uma das vilas mais bonitas do nosso Alentejo. Num dos seus muitos chafarizes, obtive esta foto que reflete a calma e a beleza de um recanto com encanto: Viana do Alentejo.
Este ano, fui
à feira de Castro. Somos feitos de memórias; queria reavivar os sorrisos que antecediam este evento e perduravam no
quanto ficava bela com os brincos (iguaizinhos aos da personagem principal da
novela), com as botas ou outras modas que nos chegavam em dia tão especial. Um
dia tão significativo, na vida do Alentejo, que obrigava ao retorno dos que
dali partiram em busca de sobejo- um excesso ao gasto inerente ao dia a dia.
Encontrei tanto do que me transportava ao surreal dos momentos de magia que não
consigo, num só texto, transmitir o muito
deste sentir alentejano: vou fazê-lo devagarinho. Hoje é dia de Passarinho.
Primeiro comprava
a galinha (só de pensar sinto o salivar provocado por tão divinal repasto) e,
numa corridinha, ia à tenda dos brinquedos- local de passagem várias vezes ao
dia. Lembram-se? De madeira, com muitos vidros e repletas de fantasia. Aqui, os
sonhos transformavam-se em verdade. As bonecas, os sofás, as camas, os divãs de
metal…. Shiiiii! Santa Barbatana! E aquelas rodinhas que nos acompanhavam
chilreando por todos os cantos e ruelas?
Os moços escolhiam motas, carros e
bolas; eu? Não. Vistoriava os tratores e corria para a bonecagem tentando decidir:
qual dos sonhos se transformava em verdade. Sonhávamos baixinho e, assim, a
magia fazia parte da nossa realidade. Talvez seja esse o segredo do ser feliz.
Com sorte, em
ano de boas colheitas, podíamos comprar um Passarinho e, nos dias seguintes,
era certo e sabido que aquilo acabava em castigo: o mesmo era recolhido e
guardado no alto da prateleira da cozinha (por cima da chaminé). Inacessível devido à nossa altura mas visível
em tons de “alembradura”: “não te quero molhada e só tocas a partir do fundo da
rua da vizinha- quando fores ao poço buscar água”.
Encontrei-os na feira. O Passarinho de Portugal é um Apito d’ Água, um instrumento musical em
barro, feito na roda de oleiro. Enche-se com água e através do sopro conseguimos
o som de um passarinho de verdade. Claro que parei por ali e dei dois dedos de conversa com a sua artesã.
Muito simpática, contou-me histórias e prontificou
a ser filmada, fotografada; autorizando
a divulgação das imagens. Ora oiçam:
Com o objetivo
de valorizar e perpetuar o património cultural alentejano, alguns concelhos dos
Alentejo têm revitalizado as Tabernas; recorrendo a eventos cuja aderência
ultrapassa os limites da lotação destes estabelecimentos de outrora.
Durante o
festival Festival “Sete Sóis Sete Luas”,
decorre o roteiro cultural "Branco ou tinto? Cheio!" por
quatro tabernas de Castro Verde. Inicia-se com a distribuição de copos e quatro
senhas para provas dos néctares alentejanos.
As ruas são percorridas a toque de uma banda que nos leva às existentes na vila. O evento transporta-nos à ceifa, à
monda, aos serões… integra-nos num Alentejo sem TV ou outras tecnologias- um Alentejo
de cante e de petiscos; cujo sabor se perpetua na memória dos que o
vivenciaram. Cachola frita, pica-pau,
torresmos, azeitonas e este pão inigualável são alguns dos acepipes que
aguardam os que se juntam à folia.
Um pé de dança e multidões de gentes avivam
as Tabernas alentejanas e difundem sons
musicais típicos deste lugar que fascina e atrai: Alentejo.
Pensei ser um beija-flor e levei horas (dias, semanas....) a tentar captar o momento. A sua irrequietude e modo veloz dista, em muito, da minha pessoa, Lembram-se da história da lebre e da tartaruga? Senti-me tão tartaruga quando obtive a fotografia. Oh! Santa Barbatana!
Não é colibri e não é uma fada (pensais vós- as fadas nunca acusam a sua existência). É uma mariposa colibri; pertence ao grupo das mariposas noturnas mas apenas voa durante o dia. Bate as asas 80 vezes por segundo- inacreditável. Ela é rápida e eu persistente: venci.
Planície, serra, mar e rio Mira definem o concelho de
Odemira- o que significa grande diversidade paisagística. Povoados únicos
ampliam a magnanimidade de uma das regiões mais icónicas de Portugal: o
Alentejo.
É impossível resistir à sedução de um simples olhar.
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Um dos mais apetitosos produtos da gastronomia alentejana
são os paios. Distinguem-se dos diferentes enchidos por serem mais encorpados e sem a tradicional forma de ferradura:
outrora, para a sua elaboração, aproveitava-se o intestino grosso do porco.
Ultimamente, são famosos os de porco preto; se caseiros: é indiferente. São
elaborados com carne temperada ( massa de pimentão, alho, colorau, vinho branco
e outros) e curados ao fumeiro. Um paio, umas azeitonas e pão alentejano-
manjar dos deuses.
Não há outro lugar no Mundo em que tudo faça sentido e o belo seja uma permanente carícia ao olhar. Numa ausência total de lógica, a imaginação ultrapassa os seus limites, de forma espontânea, impregnando, com aprazível deleite, o surreal na existência alentejana. Um surrealismo no exterior da tela: aberto, visível, franco, público, evidente, claro...
Não
esqueça:
Ser
autor de um blogue é um trabalho que requer muitas e muitas horas de dedicação.
Navegantes de ideias é uma equipa: mãe e filho. Dois teimosos- acreditam que o
esforço compensa e concretiza sonhos. Se for viajar e decidir marcar hotéis
através do booking, use a nossa página para aceder. Fica o link: https://www.booking.com/index.html?aid=1335611
Deambulei sem destino definido, pelo Concelho de Odemira,
procurando o insólito e, não fora a minha curiosidade, quase que perdia uma das
aldeias mais bonitas de Portugal.
Singela e meio envergonhada integra a
paisagem quase incógnita ao transeunte das estradas adjacentes. Um não sei porquê, ou talvez um reflexo que
evidenciou a existência de água, guiou-me os passos e permitiu o deslumbre do
meu olhar.
Se a Igreja de Santa Clara de Assis nos transporta ao surreal do
mundo infantil; o lago bebe e duplica a graça de tão sui generes canto que
amplia a venustidade do nosso Alentejo.
Deleite-se; estou certa que este breve
registo fotográfico desperta, em vós, quereres e uma visita a Santa Clara-a-Velha.
Ser autor de um blogue é um trabalho que requer muitas e muitas horas de dedicação. Navegantes de ideias é uma equipa: mãe e filho. Dois teimosos- acreditam que o esforço compensa e concretiza sonhos. Se for viajar e decidir marcar hotéis através do booking, use a nossa página para aceder. Fica o link: https://www.booking.com/index.html?aid=1335611