sexta-feira, 23 de agosto de 2019

A Amazónia está a arder


Sem sorrisos -  Guida Brito - Navegantes de Ideias

A Amazónia está a arder e vai arder até colapsar no não há nada. A Amazónia está a arder assim como todos os recursos vitais à vida na Terra; hoje um, amanhã outro, e no fico sentado, na impassividade das gentes de bem, procura-se vida no espaço e destrói-se o único lugar do Universo com condições à existência de vida. 





Já não sei quem são os culpados: eles (os gananciosos de um pedaço de papel a que chamam dinheiro) ou nós (os chocados sentados, cuja ação se resume ao não quero isto, partilhado, em aparente voz grossa, no virtualismo do Facebook)?

Não seremos nós os verdadeiros culpados? A nossa inatividade é tão grande que em atos não pensantes, com ar de felicidade: nos sentamos à mesa para degustar uma boa picanha provinda do Brasil; retiramos do supermercado um parece bom azeite que tem destruído o Alentejo; comprámos roupa de algodão até ao desaparecimento do Mar Aral e à contaminação dos solos; permitimos as centrais nucleares (algumas velhas e rotas na iminência de mais um grande desastre, como aquela que existe na fronteira de Portugal com Espanha); compramos os legumes xpto plastificados que não sabem a nada, que provém de áreas protegidas, destroem recursos vitais e contaminam de forma irreversível o ambiente; permitimos que seres humanos morram da forma mais degradante no Mediterrâneo; compramos plásticos mesmo sabendo que eles já nos atulharam e mataram… 





Permitimos o fim da Terra a troco de uma promessa que não se concretizará: desenvolvimento – há muito que a palavra é usada e comummente aceite no sentido contrário ao ampliar as condições essenciais à existência de vida na Terra; no sentido contrário à proteção da vida dos nossos filhos.

A destruição que se verifica na atualidade já não tem retrocesso:  existem locais na Terra onde a vida só será possível daqui a trinta milhões de anos; e mais virão, a uma velocidade que já é impossível de parar. 

A Amazónia está a arder, o planeta Terra está a morrer e nós estamos todos a ver: chocados, indignados, sentados, partilhando no Facebook um moralismo correto mas não praticado. Somos nós que ateamos os fogos no consumismo desenfreado e na postura do não penso – permitindo um desenvolvimento aniquilador da vida na Terra e permissivo do enchimento dos bolsos de meia dúzia de corruptos que nos atiram areia aos olhos.

A Amazónia está a arder; a Terra está a morrer.
Guida Brito

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

VASCO DA GAMA - Detalhes não públicos da 1" Viagem Marítima à Índia, iniciada em 8 Julho de 1497

Coisas da nossa história - Navegantes de ideias



Esta pequena estória com pormenores sórdidos que aconteceram mesmo, tem de ser encarada no tempo em que aconteceram. A educação era outra, o comportamento dos navegadores eram na base da violência para com os seus marinheiros e com outros Povos que encontravam.



Vasco da Gama (VG) foi escolhido para essa viagem por D. João II em detrimento de Bartolomeu Dias e do elegante e conciliador Pedro Álvares Cabral. 

O Rei entendia que com os Muçulmanos de religião "inimiga" não devia haver muito diálogo para encher os porões de especiarias. Toda a violência contra as populações visitadas estava legitimada pelo Rei e até pelo Papa. VG era o capitão ideal para esses desígnios. Era homem experiente, abrutalhado e insensível.






Escolheu a tripulação da nau São Gabriel no basfond lisboeta. Vadios, ladrões, chulos e até presos das cadeias foram seleccionados.

Para as limpezas gerais das naus foram arrebanhadas das ruas de Lisboa crianças vadias e abandonadas de idades entre os 10 e os 15 anos e outras compradas a familias pobres e miseráveis.

VG navegou para Sul e depois para Ocidente para apanhar os melhores ventos ganhando velocidade e a seguir voltando para Nascente até ao então Cabo das Tormentas.

Foi na primeira parte da viagem que aconteceram grandes dramas e até tragédias humanas terríveis.

Dentro da nau, de apenas 20 metros de comprimento por 8 de largura maxima, acotovelavam-se muitos marinheiros, crianças, oficiais e um religioso, Frei Pedro da Covilhã.

No meio do Oceano e já no Hemisfério Sul o alimento começou a escassear, a maior parte apodreceu com a humidade. Imaginemos aquele ambiente vivido durante cerca de 100 dias. As tempestades e os ciclones provocaram estragos nas velas e deitara abaixo o moral e havia desespero. Grassava a fome e até as solas das botas eram disputadas para serem cozinhadas. Sentia-se no ar revolta e desejo de regressar.



Aos marinheiros que morriam de noite de doença eram-lhes arrancados bocados de carne do corpo inerte para matar a fome dos mais desesperados.

As ratazanas alimentavam-se dos mortos e elas por sua vez eram caçadas pelos marinheiros em grandes lutas.

Alguns atiravam-se ao mar, nao suportando tanto sofrimento.

Os marinheiros para se entreterem faziam jogos e os que perdiam ou pagavam ou eram esfaqueados e mortos e logo jogados borda fora. Outros para pagar dívidas de jogo vendiam as esposas e filhas deixadas lá longe na Pátria.



Muitos marinheiros agarravam nas crianças e pela força ou ameaçadas por facas eram sistematicamente seviciadas e violadas. Os seus possuidores vendiam-nas em jogos.

Perante tanta atrocidade muitas das crianças optavam por se darem a marinheiros mais fortes para se sentirem protegidas. Se alguma delas ficava mais ferida e se queixava aos oficiais das sevícias sofridas era imediatamente morta ou atirada viva para o mar.

Que fazia VG perante estas atrocidades ?

O religioso da nau bem reportava a VG o que se passava com essas crianças.

Bruto, apenas respondia, em risada com os oficiais:

--Que encostem o rabo à murada!

No restante, nada fazia. Fingia que nada sabia, nada via. Estava tudo previsto devido as suas experiências em viagens anteriores. Tinha de chegar à India e voltar com os porões cheios de especiarias, não importava o preço a pagar em vidas ou os sacrifícios.

Os horrores atenuaram-se quando a nau arribou à Baía de Santa Helena, uns 200 kms antes do temeroso Cabo das Tormentas, tendo antes VG enfrentado uma sublevação na qual esteve preso, sendo libertado por intervenção do irmão, o comandante de outra nau que estranhou ver VG dirigir-se para Norte em direcção à Pátria.

Naquela Baía foram recebidos por mulheres negras indígenas nuas que aceitaram de boa vontade os avanços sexuais repetidos dos marujos em troca de botões, espelhos e bugigangas. As prolongadas orgias só terminaram quando se aproximaram deles um grupo de homens negros com ar de más intenções.

Carregaram água potável, tinham trocado tecidos e roupas por diversos animais vivos e partiram

cheios de medo na direcção do Cabo das Tormentas, rebaptizado da Boa Esperança por D.Joao II.

.......

José Jorge Cameira

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terça-feira, 20 de agosto de 2019

Conheça o José Jorge Cameira



José Jorge é o autor de "Recuperemos a nossa terra!", nos Navegantes de Ideias. Brevemente, iniciará a etiqueta "Coisas da nossa história".





"Sou Jorge Cameira tenho origens nos Concelhos de Penamacor e do Sabugal. Vivo em Beja desde Abril de 1970 quando me apresentei contrariado no RI3 onde estive 34 meses de farda n° 3.

Pelo contacto com levas sucessivas de jovens soldados recrutas aqui do Baixo Alentejo fui apreendendo com muita curiosidade a Cultura do Povo Alentejo. No dia de voltar a ser civil perguntei-me: para onde vou se aqui há Gente boa, o ar é bom, o comer e o buber é do melhor? E tudo fica logo ali !



E fiquei por cá, faz quase 50 anos. Então aqui gozei e sofri ao lado e com os Alentejanos, vi nascer 3 filhos no Hospital de Beja. Vi de perto a desejada transformação das "Relações de Produção", afeiçoei-me ao que foi a Reforma Agrária e por isso tornei-me ideologicamente socialista, à busca disso até hoje. Sempre que posso retrato este ALENTEJO, com palavras ou imagens. Espero que me aceitem criticamente."

José Jorge Cameira
Beja
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                                                                     Trágico Alentejo


                                                  As Novas Azeitonas




                                    A minha Escola Primária (1955/1958)




           As filosofias Nazis e outras de Extrema Direita avançam por toda a Europa







        


segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Conheça o António Jorge

António Jorge - Navegantes de Ideias

Alfacinha de gema e benfiquista por devoção, descobriu Lisboa à `pendura” do popular 28 da Carris, com os amigos – sempre com os amigos. Os livros entram tarde na sua vida e, a escrita ainda mais. 



Mas entre a luz dos primeiros e o atrevimento e o prazer da segunda, andaram sempre os filmes, a fotografia, a música e o mar.
Obviamente a  família, os amigos (os mesmos do 28), e a Comunicação - porque sim e, porque se “navegar é preciso”, partilhar é hoje fundamental.

António Jorge é o responsável pela etiqueta "À conversa com António Jorge", nos Navegantes de Ideias. Clique nas fotografias para ler os artigos do autor:

Bruce Springsteen 
à conversa com António Jorge

Bruno Ferreira (Levanta-te e ri)
sentado à conversa com António Jorge,
na Lagoa de Santo André





Miguel Gameiro à conversa com António Jorge

Bruce Springsteen à conversa com António Jorge


à Conversa com António Jorge; Navegantes de Ideias

“Bruce revela-se – mostra-se, talvez como há muito não o fazia. Confessa-nos que afinal é possível pacificarmo-nos com o passado e olhá-lo de frente – e fez um dos discos mais bonitos da sua carreira; um dos mais cinemáticos de sempre.”




Não há muitos discos que me batam assim – que me levem de imediato não só para zonas longínquas e mal iluminadas dentro de mim, mas também para lugares feitos de sonhos e paisagens de asfalto, sem linhas de horizonte.

As canções do novo “Western Stars” revelam um Bruce springsteen que deixa para já, as guitarras e de novo a E Street Band, para se sentar num calejado banco e, de frente para nós, do alto dos seus 69 anos de vida desfiar um leque de narrativas e personagens que vão surgindo devagar – ao sabor da sua voz grave -, e de acordo com a importância de cada uma delas.




Bruce continua a gostar muito do velho oeste e a admirar as lutas das classes norte-americanas mais desfavorecidas, mas neste novo álbum está claramente mais em paz consigo, com os seus e com os outros – que somos todos nós. 

E este é um tempo de elevação. Não há a força braçal americana, não há filas de desempregados nem duelos de cowboys. Há um Bruce narrador de conversas feitas à volta de mesas de madeira patinadas pelo velho Bourbon e, de paisagens coloridas de azul e laranja, pinceladas a espaços por redondos rolos de feno.




Ancorado numa sonoridade de quase filigrana, Bruce revela-se – mostra-se talvez como há muito não o fazia. Confessa-nos que afinal é possível pacificarmo-nos com o passado e olhá-lo de frente – e por isso fez um dos discos mais bonitos da sua carreira; um dos mais cinemáticos de sempre. 

Seja percorrida a galope num dócil puro-sangue lusitano, sentado na caixa de uma velha pick-up ou no selim de uma clássica e pesada pasteleira, a Costa Alentejana está agora ainda mais bonita – porque acabou de receber um magnífico conjunto de excelentes histórias que vão juntar-se a todas as outras que por lá ouvimos e vivemos. E, estas são contadas á maneira do velho Bruce.




A foto regista o final de um pequeno encontro em Lisboa, em 2016.
- Achas que podemos fazer uma selfie?
- “ya -sorrindo”
- Para mim é a foto de uma vida.
- “a sério? Tira duas; assim vives duas vidas”
- e eu tirei

quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Cerimónia das lanternas - Memorial da Paz de Hiroshima - 74 anos da bomba atómica sobre Hiroshima

 Viagem ao Japão - Navegantes de Ideias



Durante a nossa viagem, fizemos questão de estar presentes nas cerimónias do 74 aniversário da bomba atómica sobre Hiroshima: lembrar as vítimas, manter a lembrança dos horrores do ataque nuclear e defender a paz mundial.



Durante as cerimónias, são colocadas milhares de lanternas no rio Motoyasu: cada uma transporta a memória dos que faleceram e o desejo do fim dos testes nucleares e da guerra.


 Viagem ao Japão - Navegantes de Ideias

 Viagem ao Japão - Navegantes de Ideias

Deixo-vos, além das fotos, uma das frases mais marcantes, presente em muitos recantos do Parque Memorial da paz.

Durante toda a sua vida, sempre que ouvia uma voz na rua,  a mãe perguntava:

- Yasushi, és tu?


 Viagem ao Japão - Navegantes de Ideias

 Viagem ao Japão - Navegantes de Ideias

 Viagem ao Japão - Navegantes de Ideias

 Viagem ao Japão - Navegantes de Ideias

 Viagem ao Japão - Navegantes de Ideias

 Viagem ao Japão - Navegantes de Ideias

 Viagem ao Japão - Navegantes de Ideias




 Viagem ao Japão - Navegantes de Ideias

 Viagem ao Japão - Navegantes de Ideias




 Viagem ao Japão - Navegantes de Ideias




 Viagem ao Japão - Navegantes de Ideias

 Viagem ao Japão - Navegantes de Ideias



 Viagem ao Japão - Navegantes de Ideias

 Viagem ao Japão - Navegantes de Ideias


 Viagem ao Japão - Navegantes de Ideias

 Viagem ao Japão - Navegantes de Ideias

 Viagem ao Japão - Navegantes de Ideias

 Viagem ao Japão - Navegantes de Ideias

 Viagem ao Japão - Navegantes de Ideias

 Viagem ao Japão - Navegantes de Ideias

 Viagem ao Japão - Navegantes de Ideias

 Viagem ao Japão - Navegantes de Ideias

 Viagem ao Japão - Navegantes de Ideias

Leia, também: Viagem ao Japão - o roteiro 
                                             
           Viagem ao Japão - o que levar na mochila?
Guida Brito