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Tem a Palavra o leitor

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Marte

Marte; foto de Guida Brito

Numa viagem inesquecível, de camião por terras de África, foi evidente que o inexplicável faz parte e é uma presença contante na minha vida. Uma amiga, que conheci quando estivemos presas num restaurante do aeroporto de Luanda ( que maravilhosa apresentação; uma história que contarei mais tarde), deu-me a ideia de escrever as minhas memórias como reformada. Assim,  surge a etiqueta “Na mala de uma reformada”, nos https://navegantes-de-ideias.blogspot.com . Como, por vezes, pareço vir de um planeta muito diferente do Vosso; “Marte” é o primeiro artigo, das muitas histórias que Vos baterão à porta e que a Vossa muito aguçada curiosidade Vos levará a ler. Como boa reformada, é difícil perceber quando estou de pé ou estatelada no meio de nenhures. Caminho perto das paredes, ou outros apoios, para poder escorregar, em vez de cair. Quando as paredes fogem, caio sem pena, nem amparo e faço alguns estragos inevitáveis (temos que aceitar o que não tem retorno). Numa dessas quedas, a árvore fugiu para tão longe, mas tão longe que, confesso, acordei em posição pouco própria; depressa me aprontei e disfarcei o meu ar de Marciana. No entanto, sofri um grande desgosto: a máquina fotográfica – a minha melhor amiga que me acompanha onde quer que vá – partiu-se. Viver sem o meu antisstress, é uma perda colossal que se refletiria, em muito, na minha saúde. Comprei, com uma carteira pequenininhaaaa, uma pequena Cannon (que passe a publicidade). Que desgosto! Que diferença! Não havia foto que se salvasse; as minhas fotos pareciam desenhos borrados com água. Desesperada, uma noite pedi aos  céus, ao Universo… mas o meu olhar ficou preso num ponto luminoso  muito distante. Curiosa, decidi: vamos trabalhar minha pequena ou atiro-te para o fundo de um rio. Fotografei, fotografei e, sem qualquer filtro ou montagem, hoje, descobri que foto é da minha terra: o planeta Marte. Obter uma foto desta magnitude, sem telescópio, filtro, montagem… fez-me amar aquela que quase reneguei por não perceber a sua diferença (percebem a moral da história?), Hoje, voltei ao terreno e voltei a fotografar animais a quilómetros de distância. Já nos conhecemos e somos inseparáveis.                                                                                                                       Se gostar: comente ou partilhe este artigo. Obrigada                             Na mala de uma reformada;                                                                     Guida Brito

 

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