Já vos contei que a Equipa dos Navegantes de Ideias arregaçou mangas e está a braços com um novo projeto. E, no segredo dos deuses, vamos registando o que de melhor nos acolhe no nosso Alentejo. Desta feita, visitámos as Piçarras, concelho de Castro Verde. É impossível ignorar a perfeita comunhão com a Natureza. Do estendal ao forno do pão, a povoação cativa a cada recanto.
Deixo-vos a minha saudade: os estendais, o montado, o porco preto, o forno e o banco dos dois dedos de conversa.
A Equipa dos Navegantes de Ideias agradece o carinho de
todos os que nos lêem, partilham e nos abordam felicitando o nosso trabalho. Se
vai viajar, neste Natal, e necessita marcar hotéis, não se esqueça que o pode
fazer através do nosso blogue. A Equipa agradece. Fica o link:
Primeiro acendemos o fogo. Sentamo-nos. Com um garfinho, colocamos a linguiça a grelhar.
O pão impede que os dedos se queimem.
Um pouco de pão e umas azeitonas conferem, ao prato, as três cores exigidas por uma dieta saudável.
Segredos: todos os alentejanos guardam o pão, cheinho de gordura, para comer no fim da refeição.
É muito cansativo - temos que repetir estes atos muitas vezes.
E sim. A resposta à sua pergunta é sim: comemos sentados.
Nós sabemos; o dia seguinte é muito mais complicado: temos que lavar o garfo. A Equipa dos Navegantes de Ideias agradece o carinho de todos os que nos lêem, partilham e nos abordam felicitando o nosso trabalho.
Oficialmente aberta: a época das poças. Perante o imprevisto da dificuldade de passagem, podemos: reclamar ou aproveitar o momento para conhecer outras perspectivas. Para mim era impensável continuar a protestar: fui eu que pedi a chuva. Eu fico fascinada com o outro lado das cidades e o surreal de viver nas nuvens.
Deliciem-se com as fotos.
A
Equipa dos Navegantes de Ideias agradece o carinho de todos os que nos lêem,
partilham e nos abordam felicitando o nosso trabalho. Se vai viajar, neste Natal, e necessita marcar hotéis, não se esqueça que o pode fazer através do nosso blogue. A Equipa agradece. Fica o link:
Num dia de sorte, amanheci e entardeci na doce localidade de Alcácer do Sal. Branca, quieta e singela posou timidamente. Na sua pacatez, arrecadou sorrisos e despertou memórias.
Está tudo lá; as batas, os mapas, as balanças, os livros,
os cadernos, as borrachas, os tinteiros, as provas, o fio de prumo, a mochila
do Chico e um frasco (cheinho) de óleo de fígado do bacalhau - segundo a
publicidade da época: “contribue de modo milagroso para o desenvolvimento das
carnes e dos ossos”.
É uma escola mas confunde-se com uma gaveta de memórias-
onde, religiosamente, arrecadámos o que tanto nos fez feliz.
Até a odiada “menina dos cinco olhos” (palmatória) por ali nos pisca o olho e
relembra travessuras do arco da velha. Eu própria fui corrigida 26 vezes - dita
o meu caderninho dos apontamentos da época.
Pedimos a chave à vizinha e vivi a antítese dos tempos: da
carteira para a mesa da frente - lugar que raramente ocupo na sala (a
aprendizagem requer proximidade e afetos). Experimentei-me e senti o sorriso de
orgulho da D. Raquel e da D. Filomena: fiz tudo direitinho e cheguei ao fim dos
estudos.
Hoje, sou eu que apago o quadro e transmito o que sei com o mesmo
enlevo com que as aprendi. Aconcheguei-me ao tempo em que brincava com a Rosa e
os demais amigos. Ai! A Rosa! A Rosa era a melhor amiga: companheira de
sorrisos e de despique em tons do saber.
Regressei à escola num tempo em que a escola ainda faz
parte de mim. Amei.
Vai daí: surge um convite para integrar uma caminhada nos arredores de Viana do
Alentejo. Adorei: boa disposição; fácil convívio e, sobretudo, o caminhar sem
pressa nem hora- o que permitiu fotografar e conhecer parte deste concelho.
Viana do Alentejo é lindíssima. Destaco ainda o Santuário de Nossa Senhora D’Aires,
o Monte de São Vicente e as velhas Pedreiras.
O grupo Alcáçovas Outdoor Trails realiza mensalmente uma
caminhada gratuita. Dão-nos uma lição de História e encaminham-nos por caminhos
surpreendentes. Deixo-vos um pouco do registo fotográfico.
Uma das vilas mais bonitas do nosso Alentejo. Num dos seus muitos chafarizes, obtive esta foto que reflete a calma e a beleza de um recanto com encanto: Viana do Alentejo.
Este ano, fui
à feira de Castro. Somos feitos de memórias; queria reavivar os sorrisos que antecediam este evento e perduravam no
quanto ficava bela com os brincos (iguaizinhos aos da personagem principal da
novela), com as botas ou outras modas que nos chegavam em dia tão especial. Um
dia tão significativo, na vida do Alentejo, que obrigava ao retorno dos que
dali partiram em busca de sobejo- um excesso ao gasto inerente ao dia a dia.
Encontrei tanto do que me transportava ao surreal dos momentos de magia que não
consigo, num só texto, transmitir o muito
deste sentir alentejano: vou fazê-lo devagarinho. Hoje é dia de Passarinho.
Primeiro comprava
a galinha (só de pensar sinto o salivar provocado por tão divinal repasto) e,
numa corridinha, ia à tenda dos brinquedos- local de passagem várias vezes ao
dia. Lembram-se? De madeira, com muitos vidros e repletas de fantasia. Aqui, os
sonhos transformavam-se em verdade. As bonecas, os sofás, as camas, os divãs de
metal…. Shiiiii! Santa Barbatana! E aquelas rodinhas que nos acompanhavam
chilreando por todos os cantos e ruelas?
Os moços escolhiam motas, carros e
bolas; eu? Não. Vistoriava os tratores e corria para a bonecagem tentando decidir:
qual dos sonhos se transformava em verdade. Sonhávamos baixinho e, assim, a
magia fazia parte da nossa realidade. Talvez seja esse o segredo do ser feliz.
Com sorte, em
ano de boas colheitas, podíamos comprar um Passarinho e, nos dias seguintes,
era certo e sabido que aquilo acabava em castigo: o mesmo era recolhido e
guardado no alto da prateleira da cozinha (por cima da chaminé). Inacessível devido à nossa altura mas visível
em tons de “alembradura”: “não te quero molhada e só tocas a partir do fundo da
rua da vizinha- quando fores ao poço buscar água”.
Encontrei-os na feira. O Passarinho de Portugal é um Apito d’ Água, um instrumento musical em
barro, feito na roda de oleiro. Enche-se com água e através do sopro conseguimos
o som de um passarinho de verdade. Claro que parei por ali e dei dois dedos de conversa com a sua artesã.
Muito simpática, contou-me histórias e prontificou
a ser filmada, fotografada; autorizando
a divulgação das imagens. Ora oiçam:
Com o objetivo
de valorizar e perpetuar o património cultural alentejano, alguns concelhos dos
Alentejo têm revitalizado as Tabernas; recorrendo a eventos cuja aderência
ultrapassa os limites da lotação destes estabelecimentos de outrora.
Durante o
festival Festival “Sete Sóis Sete Luas”,
decorre o roteiro cultural "Branco ou tinto? Cheio!" por
quatro tabernas de Castro Verde. Inicia-se com a distribuição de copos e quatro
senhas para provas dos néctares alentejanos.
As ruas são percorridas a toque de uma banda que nos leva às existentes na vila. O evento transporta-nos à ceifa, à
monda, aos serões… integra-nos num Alentejo sem TV ou outras tecnologias- um Alentejo
de cante e de petiscos; cujo sabor se perpetua na memória dos que o
vivenciaram. Cachola frita, pica-pau,
torresmos, azeitonas e este pão inigualável são alguns dos acepipes que
aguardam os que se juntam à folia.
Um pé de dança e multidões de gentes avivam
as Tabernas alentejanas e difundem sons
musicais típicos deste lugar que fascina e atrai: Alentejo.
Pensei ser um beija-flor e levei horas (dias, semanas....) a tentar captar o momento. A sua irrequietude e modo veloz dista, em muito, da minha pessoa, Lembram-se da história da lebre e da tartaruga? Senti-me tão tartaruga quando obtive a fotografia. Oh! Santa Barbatana!
Não é colibri e não é uma fada (pensais vós- as fadas nunca acusam a sua existência). É uma mariposa colibri; pertence ao grupo das mariposas noturnas mas apenas voa durante o dia. Bate as asas 80 vezes por segundo- inacreditável. Ela é rápida e eu persistente: venci.
Planície, serra, mar e rio Mira definem o concelho de
Odemira- o que significa grande diversidade paisagística. Povoados únicos
ampliam a magnanimidade de uma das regiões mais icónicas de Portugal: o
Alentejo.
É impossível resistir à sedução de um simples olhar.
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Um dos mais apetitosos produtos da gastronomia alentejana
são os paios. Distinguem-se dos diferentes enchidos por serem mais encorpados e sem a tradicional forma de ferradura:
outrora, para a sua elaboração, aproveitava-se o intestino grosso do porco.
Ultimamente, são famosos os de porco preto; se caseiros: é indiferente. São
elaborados com carne temperada ( massa de pimentão, alho, colorau, vinho branco
e outros) e curados ao fumeiro. Um paio, umas azeitonas e pão alentejano-
manjar dos deuses.