- Na Salvada, nove hectares de importantes vestígios
pré-históricos (únicos na Europa);
- em Beja, Villas Romanas e Celtas, desapareceram;
- em Monsaraz, olival tradicional arrancado;
- no Monte Novo e na Farisoa, olival tradicional arrancado,
sítio romano e Antas afetados;
- na Mesquita, Évora, sítio romano afetado;
- na Casa alta, Redondo, olival intensivo arrancado; no
seu lugar já brilha o superintensivo;
- em Aldeias de Montoito, olival tradicional arrancado;
- em Alvalade, montado arrancado;
- no litoral, desapareceu quase todo o Parque Natural
do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina; as culturas chegam a 5 metros do mar;
estende-se para a zona do Algarve e para a serra da vigia;
- longe das estradas, a leste do olhar humano, todas
as árvores desapareceram ou já se iniciou o seu abatimento e, no seu lugar,
restam os solos nus. Existem áreas com 10 quilómetros quadrados sem uma única
árvore.
Posso continuar mas penso que o cansará (são
milhares de ocorrências comprovadas).
No Litoral Alentejano, a área de cultivo é tão
imensa que ocupa toda a faixa entre Vila Nova de Milfontes e Odeceixe (tendo já
ultrapassado este limites, até Aljejur, estende-se para a Serra da Vigia,
parou, em muitas situações, a cinco metros do mar). No entanto, a faixa livre
de plantações situa-se, maioritariamente, entre vinte a sessenta metros do mar
e já é notório alterações na orologia
das arribas.
Não esquecer que as arribas e as dunas são a nossa
defesa contra o avanço do mar e a consequente salinização, erosão e
inutilização dos solos. É irónico transmitir, às nossas crianças e aos
caminhantes, o dever de caminhar pelos trilhos existentes e o não arrancar
plantas destas zonas (pela sua vital importância) e, ao mesmo tempo, consentir
a sua total destruição para uso de uma empresa. Penso que os manuais escolares
e os programas que abarcam devem ser alterados: transmitir o contrário que
ocorre, com o aval do estado, fará de um professor: um tolo não confiável.
Neste caso, a recente Resolução do Concelho de Ministros que regula o aproveitamento das
águas do Mira legaliza todo o desbaste e a existência de escravidão humana. Como se fosse insuficiente, inviabiliza a punição de qualquer empresa que não cumpra o estipulado.
Numa dimensão de centenas de quilómetros, estas
culturas levaram ao desaparecimento do Parque Natural do Sudoeste Alentejano
(resta uma pequena faixa entre Sines e Vila Nova de Mil Fontes).
Sem qualquer planeamento, os nossos sobreiros, protegidos por lei, são abatidos e as oliveiras milenares vendidas a um euro no OLX e Facebook.
Nem falo das vidas humanas, uma boa investigação e análises fidedignas permitiriam provar que muito dos que partiram adoeceram devido à poluição. Não há qualquer estudo em curso, a economia e o dinheiro interessa muito mais que a vida dos habitantes deste pequeno país que tinha tudo para ser próspero e feliz.
Não mais que a minha opinião, baseada em factos que comprovadamente existiram.
Sem sorrisos
Guida Brito