quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

O fim da planície e a morte do azeite: um dos maiores crimes ambientais de Portugal

Olivais superintensivos de Beja


Há muito que não visitava a cidade que me educou e viu nascer: Beja. Recordo-a na imensidão da planície, entre a mutação persistente de um colorido que fazia desta região uma das belas do mundo. Recordo: o verde trigais; o amarelo dos pimpilhos; o branco da magarça; o roxo da sevagem; os cinzas que antecedem a chuva; o vermelho das papoilas… recordo os coelhos, as lebres, as perdizes, os bibes…

Recordo o sentido da rotatividade que, contrastando, dava vida ao azul de um céu sempre puro. Um olhar sempre novo. Técnicas ancestrais de exploração da terra, não deixaram perder uma matriz ecológica que protegeu  a planície e permitiu, ao longo dos séculos, alimentar a nação e manteve este lugar insólito como um dos mais belos do Mundo. Lá, onde a vista não alcança, descansava o olhar num horizonte tão longo,  belo e definido.

Olivais superintensivos de Beja

Fui a Beja e fiquei chocada: petrifiquei o olhar na inexistência da planície. Um extenso olival, onde as árvores eram tantas que não cabiam no terreno ocupado, era apenas intervalado pela vinha plastificada e por intervenções que removeram a camada superficial, de forma profunda, do solo, na sua totalidade.

Olivais superintensivos de Beja

São visíveis, ainda, alterações a nível da orologia.  Estes terrenos, no espaço de cinco dias,  juntaram-se a outros tantos e deram origem a milhares de hectares de olival. 

Olivais superintensivos de Beja

Não há vida na planície; não há vida nem rochas: removidas repousam num cemitério criado para o efeito. 

Percorri uma área de 33 km (e sei que a área é muito superior); de  toda a imensidão que ladeia a estrada: existe apenas um superintensivo olival. São milhares e milhares de hectares. Do horizonte já nem há memória; o plantio impede que se vislumbre o que me pareceu: o maior crime ambiental em  Portugal.

Olivais superintensivos de Beja
                                                                                                                                                     Cemitério de rochas
Fiquei incrédula com o infindável que a minha vista não alcança e decidi pesquisar: o que se passa na planície de Beja que parece incógnito ao país?

Olivais superintensivos de Beja

De imediato, percebo a pequenez do que visualizei. A catástrofe é muito mais grave- a ser verdade as parcas notícias de alguns dos principais meios de comunicação portugueses.

Olivais superintensivos de Beja

De acordo com o que li, a devastação não se limita à totalidade da flora e da fauna; engloba a totalidade do património arqueológico e paisagístico. Centenas (se não mais) de sítios arqueológicos foram profanados e destruídos: uma Necrópole da Idade do Ferro; uma ponte, um aqueduto e uma villa da época romana; um dos mais importantes “recintos de fossos” da pré-história portuguesa e muitos outros, inscritos no Plano Diretor Municipal (PDM) de Beja como área de sensibilidade arqueológica (um dos casos que relato refere-se a uma zona com mais de 18 hectares de importantes vestígios pré-históricos). 

A intensa mobilização dos solos, deixou visíveis materiais que comprovam a total destruição de (de acordo com o que li) centenas de sítios arqueológicos (no bloco de rega Baleizão-Quintos, as equipas do Impacte Ambiental registaram 193 ocorrências de âmbito arqueológico).

Olivais superintensivos de Beja


Olivais superintensivos de Beja

Avancemos,  a minha indignação é muito grande.

Percebi que em Beja não se sai da cidade e as janelas devem estar fechadas. Ninguém viu ou tomou conhecimento do grave atentado ao património que circunda a cidade? É um caminhante que ao deparar-se com a destruição do “povoado da Salvada 10” decide contatar um arqueólogo (a planície, ainda, não viram que já lá não está); e este informou a Direção Regional de Cultura do Alentejo (DRCA). Verificada e constada a sua total profanação:



 “Os proprietários foram identificados e notificados pela DRCA para suspender a intervenção para que fosse avaliada “a extensão dos danos e ponderadas as medidas corretivas” com a indicação de que a “inobservância de providências limitativas decretadas constitui crime” .

Mas não suspenderam e continuam; e continuam numa intensa e total movimentação  dos solos.

Olivais superintensivos de Beja


É incrível. No Alentejo, conseguem-se esconder milhares e milhares de hectares de um olival superintensivo e as pessoas não vêem o que destroem: “os autarcas de Beja não receberam qualquer pedido para a plantação do olival nem para a instalação do sistema de rega”; os proprietários das máquinas são surpreendidos pelo Jornal  “Público” quando este questiona sobre as profanações; apesar de alegadamente terem destruído património, não sabiam da sua existência e garantem ter cumprido a lei: “implicou rasgos na terra que “não ultrapassaram os 30/40 centímetros”- argumento contrariado pelas dimensões dos socalcos que vi e das rochas retiradas e depositadas no cemitério. A intervenção foi muito além do referido, por toda a planície.

As profanações do património histórico e paisagístico são atribuídas às culturas superintensivas de amendoeiras e olival. No entanto, pelo que observei, a vinha também me parece responsável pela danificação do património paisagístico.

Olivais superintensivos de Beja

Não se cansem que a história ainda é longa- infelizmente.
Após este primeiro contato com a inércia do país, decidi saber a quem pertenciam as terras e quem as explorava.

Encontrei esta referência relativamente às culturas de amendoeiras: “Prado Portugal S. A. terá arrasado “quase duas dezenas de sítios arqueológicos” para plantar amendoeiras, segundo relata o jornal”.

Entre o olival, brilhava um edifício e o nome “Oliveira da Serra”: o edifício é apresentado como o maior lagar do mundo (fica bem a um país tão pequeno); “Oliveira da Serra” é o azeite que sirvo na minha mesa (doeu-me e, não havendo explicação que contrarie tudo o que fui lendo, observando e deduzindo, ficarei envergonhada).

Aqui e ali fui retirando informações. Pouco percetíveis, para mim. Compra-se, vende-se e formam-se grupos; não sabemos quando nem onde e quem fez. Pelo que percebi: a Sovena é proprietária da “Oliveira da Serra” e veicula na sua página : “ é em 2007, em parceria com a Atitlan, que se cria o projeto Elaia, cujo objetivo é a plantação de cerca de 10 mil hectares de olival”. Este projeto adquiriu olivais à SOS Corporación Alimentaria- empresa de capitais espanhóis.

O projeto Elaia destinava-se a "criar um dos maiores e melhores" olivais intensivos (200 a 300 árvores por hectare e sistema de rega gota a gota) e transformou-se em culturas superintensivas (de 1800 a 2000 árvores por hectare).  Pelas minhas contas: muitos hectares têm mais do que  2000 árvores.

Não sei quem foi; mas sei que a profanação é intensa. Mesmo com o sistema gota a gota o Alqueva depressa se esgotará. Não podemos esquecer que o mar Aral (o maior do mundo) desapareceu em menos de quarenta anos devido ao cultivo do algodão; dele, não restou vida: são os químicos os reis do solo, numa área de milhares de quilómetros. É muito cedo para se saber o verdadeiro impacto da situação, na saúde dos que lá habitaram: uma vez que as mutações genéticas ocorrem essencialmente na quarta geração. Será este o destino do Alentejo? Não. Pelas dimensões da barragem do Alqueva, o Alentejo não terá dez ou vinte anos de vida.

Olivais superintensivos de Beja

É tão grave a situação que decidi consultar a lei. Faz-me confusão que ninguém reaja ou limite a atuação destes grupos (ou de quem, de facto, está atrás do fim de uma região tão linda). Não consigo perceber os benefícios que a região obtém da destruição do seu património e da contaminação de solos e lençóis de água. Emprego? 

Li tanto sobre a existência de trabalhadores, oriundos de países estrangeiros, que vivem em regime de escravatura. E quem quer um emprego que signifique o nosso fim, dos nossos filhos, netos… Estará o meu país a destruir-se e a permitir a existência de escravatura para enriquecer grandes grupos? Será que Portugal não vê o impacte ambiental das atividades desenvolvidas? Temos ministro da agricultura? Não percebo nada de política.

Olivais superintensivos de Beja

Consultei o site do Ministério da Agricultura e partilho o lá veiculado:

“Os compassos a usar dependem da variedade, do solo, da possibilidade da cultura ser ou não regada e do destino a dar à azeitona - azeite ou conserva.
Para azeite devem ser plantadas entre 200 e 300 árvores/ha, devendo as linhas distarem 7 m entre si, para facilitar a colheita mecânica.
Para conserva podemos plantar mais de 300 árvores/ha”

Ops! Senhor Ministro? Não vi sete metros. Sabia que as plantações destinadas ao fabrico do azeite, no Alentejo, são de 2000 ou mais árvores por hectare? Concluo que aquele que era um dos melhores azeites do mundo: passa a óleo de gota do Alqueva com o dobro dos produtos químicos.

Olivais superintensivos de Beja


E os sobreiros e azinheiras? Há muitos por ali. Consultei o DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 121 — 25 de Maio de 2001

“) Povoamento de sobreiro, de azinheira ou misto —formação vegetal onde se verifica presença de sobreiros ou azinheiras, associados ou não entre si ou com outras espécies, cuja densidade satisfaz os seguintes valores mínimos:
i) 50 árvores por hectare, no caso de árvores com altura superior a 1 m, que não atingem 30 cm de perímetro à altura do peito;”

Ops! Senhor Ministro da Agricultura? A lei não fala em 2000 árvores.
O Diário da Republica pode estar enganado? Porque não se faz cumprir a lei?

 “Nos povoamentos de sobreiro ou azinheira não são permitidas:
a) Mobilizações de solo profundas que afectem o sistema radicular das árvores ou aquelas que provoquem destruição de regeneração natural;
b) Mobilizações mecânicas em declives superiores a 25%;
c) Mobilizações não efectuadas segundo as curvas de nível, em declives compreendidos entre 10% e 25%;
d) Intervenções que desloquem ou removam a camada superficial do solo.”

A camada superficial do solo nem sequer existe.
Artigo 19.o
Embargo
A Direcção-Geral das Florestas e as direcções regionais de agricultura poderão requerer ao tribunal competente o embargo de quaisquer acções em curso que estejam a ser efectuadas com inobservância das determinações expressas no presente diploma.

Artigo 20.o
Medidas preventivas
A Direcção-Geral das Florestas e as direcções regionais de agricultura podem apreender provisoriamente os bens utilizados nas operações ou intervenções em áreas ocupadas por povoamentos de sobreiro ou azinheira, ou por exemplares isolados destas espécies, efectuadas com desrespeito ao disposto no presente diploma e adoptar as medidas destinadas a fazer cessar a ilicitude.

Artigo 22.o
Sanções acessórias
Sempre que a gravidade da infracção ou da culpa do agente o justifique, o Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas pode aplicar ao infractor as seguintes sanções acessórias:
a) Perda, a favor do Estado, de maquinaria, veículos e quaisquer outros objectos que serviram ou estavam destinados a servir para a prática da contra-ordenação;
b) Perda, a favor do Estado, dos bens produzidos pela prática da infracção, incluindo a cortiça
extraída e a lenha obtida;
c) Privação de acesso a qualquer ajuda pública por um período máximo de dois anos.”

Não se espantem: descobri que a plantação de Olival é subsidiada. Pagamos: o fim da planície; a degradação da qualidade do azeite; a poluição; a destruição da fauna, da flora e do património histórico; a existência de escravatura- e, certamente, não referi tudo.

É possível desenvolver uma região sem recurso ao crime e à escravatura- ambos ocorrem, na sua forma gravosa, no Alentejo que vos descrevi.. É esse desenvolvimento que todos queremos. A lei portuguesa não pode aplicar-se, apenas, à pessoa singular. Os grandes grupos tem a obrigatoriedade de a cumprir e o nosso país o dever de os sancionar aquando do incumprimento. De contrário, a legislação portuguesa tem que ser alterada;  deve, obrigatoriamente, referir quais são as leis e quantas pessoas deve ter um grupo para não haver obrigatoriedade no seu cumprimento. Ou seja, definir um número de pessoas, a partir do qual: qualquer ação é considerada “não crime”.

Vamos continuar calados  e a discutir a vida do vizinho do lado?

Ler também: 
Escrevi este artigo há mais de um ano; o não terem sido tomadas quaisquer medidas, permitiu uma dimensão brutal que vai além do que qualquer um de nós imagina: Genocídio é a palavra que se adequa. Após muitos meses de pesquisa, escrevi o artigo que se segue. É muito extenso para ser lido via internet, as pessoas ocorrem ao que é imediato, no entanto, fica o desafio: ser capaz de o ler. Longo, duro, doído, comovente mas verdadeiro, mostra a Agonia, a Doença e o Desalento que se vive no Alentejo; espera pela sua leitura, clique no link para ler:


Genocídio no Alentejo: Quem extermina o Povo Alentejano? Portugal ou Espanha?



Outros artigos, sobre o tema:
https://navegantes-de-ideias.blogspot.com/2019/04/olivais-do-alentejo-o-crime-e-cometido.html

https://navegantes-de-ideias.blogspot.com/2018/02/destruido-todo-o-parque-natural-do.html

https://navegantes-de-ideias.blogspot.pt/2018/02/fortes-novas-alentejo-desenvolvimento.html       

                                                                  
Sem Sorrisos
Guida Brito

(A melhor amiga de “A”)

159 comentários:

  1. Vamos morrer todos envenenados pela agua dos aquíferos do alentejo.
    As azinheiras são arancadas vi eu com os meus olhos, dezenas delas entre Pias e Mina Ourada, é a ganância.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. o Alentejo vai morrer......... e o Azeite vai todo para o estrangeiro COMER !!!!!!!!!

      Eliminar
    2. a sombra duma Oliveira que sabia a sua idade ,,, ainda tao pequenina , e ja dava azeite a vontade !!!!!!!! assim sera a nova cancao da azinheira que nao sabia a Idade,,,,,

      Eliminar
    3. O maior problema dos agricultores portugueses sera o neuronio espelho, como referia o Joao Manzarra na publicidade do Macdonald's. Preferem ser poucos, com muito terreno, para ganhar e monopolizar mais do que respeitar o campo, a tradicao, o ambiente. Sao excelentes a controlar quem critica e levo com esse controlo desde 1994. Eu acompanhei essa destruicao do Alentejo, da sua paisagem unica no mundo e da populacao ainda hoje, pagando com a saude para agradar aos seus caprichos familiares de poder salazarento Ate me pregaram doencas cronicas em alimentos com a ajuda de todas as autoridades e amigos. Conclusao: ate no coracao dos Parques Naturais ha olivais super intensivos (como acontece em S.Mamede). Apesar da destruicao gracas ao super intensivo agricola, estao previstas mais 5 barragens, uma delas no Crato ( Pisao), onde existe um dos montados mais bem preservados do Alentejo.
      Com a moda das viagens, ferias e festas, que sempre critiquei, havera menos chuva para mais barragens, sobrando menos campo e mais metano devido a grande eutrofizacao das barragens!

      Eliminar
  2. obrigado por este alerta que escreve. Há muito tempo venho chorando esta calamidade que tomou posse do Alentejo que vi, visitei e apreciei sempre que pude.
    No decorrer das minhas investigações em biodiversidade tenho notado uma acentuada perda da mesma, tanto ao nível da área ocupada como da densidade das populações de orquídeas, borboletas, répteis e anfibios e dos meros campos floridos que dantes povoavam o nosso Alentejo.
    Tudo isto é muito triste, mas obrigado por o expôr tão sucintamente.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Muito obrigada, pelas suas palavras, Eduardo Marabuto.

      Eliminar
    2. visitem o concelho de Odemira e verão o que por aqui se passa... estamos Plastificados!

      Eliminar
    3. visitem o concelho de Odemira e verão o que por aqui se passa... estamos Plastificados!

      Eliminar
    4. visitem o concelho de Odemira e verão o que por aqui se passa... estamos Plastificados!

      Eliminar
    5. bom dia d.Guida Brito gostava muito de poder falar com a senhora mas não sei como o fazer assim deixo aki o meu endereço adimas@sapo.pt agradecia que me contactasse por favor

      Eliminar
    6. Adriana Dimas, pode contatar-me através do email: magadinhas1@gmail.com Obrigada.

      Eliminar
    7. Chocante em todos os sentidos, o acontecimento em si e a inoperância das entidades. Vou partilhar.
      Era tão bom se fosse possível voltar a trás e obrigá los a repor pedra a pedra, terra a terra, árvore a árvore.
      Maria Viana

      Eliminar
  3. nada de novo, só nao vê quem nao quer, está á vista de tudo e de todos.......é a miseria de pais, de politicos e das gentes que o habitam....colhe-se aquilo que se semeia, já diz o ditado.

    ResponderEliminar
  4. Quando critiquei a construção da barragem do Alqueva fui ofendido por toda agente. Mas não estaria à vista de todos o que vinha aí? O maior crime ambiental praticado aos olhos de um poder local incompetente, ignorante, cacique, clientelista e criminoso que insistimos eleger de 4 em 4 anos, mais uns governos que tem as mesmas qualificações atrás descritas, apenas podemos esperar mais merdas destas.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Você onde mora tem água. Depois e apesar de muita coisa que possa ser mal feita mantém que o Alqueva não devia ter sido construído? Se lá vivesse e durante o verão não tivesse água na torneira a maior parte dos dias, que maravilha não era? No outro dia alguém que discordava da minha opinião dizia: Há cada cromo....

      Eliminar
    2. Muito obrigada, pelas suas palavras, Abel e ao outro senhor.

      Eliminar
    3. Homessa!!! A culpa é do Alqueva ??? Equivale a culpar um qualquer fabricante de facas, se eu porventura esfaquear um qualquer cidadão. A qualidade do artigo da Guida merece aprovações mais ponderadas (para ser gentil) ---- basta visitar Monsaraz para verificar in loco, que a bacia só poderá beneficiar a região, não só esteticamente, como ou melhor sobretudo climaticamente a longo prazo ...

      Eliminar
    4. De facto, uma coisa é criticar plantações super intensivas feitas com subsídios públicos, utilizando água de Alqueva e destruindo património. Outra coisa completamente sem sentido nenhum é vir criticar uma obra com a importância da barragem de Alqueva que, só por si, trás uma reserva de água potável impensável há apenas alguns anos atrás...

      Eliminar
    5. ...é o PROGRESSO é o PROGRESSO meus caros....
      .. valerá o preço a pagar ????

      Eliminar
  5. Muito bem retratada a situação que, aliás, existe por todo o país nas mais variadas condições específicas...Parece-me que a questão se enquadra na opinião que já tenho postado, a saber: TODOS os governos e presidentes da REPÚBLICA que temos tido desde que há eleições ditas livres e democráticas, o FORAM ILEGITIMAMENTE!!! Oh da guarda!!!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Muito obrigada, pelas suas palavras.

      Eliminar
    2. Só faltava um dislate par à devastação que a Guida denúncia: a culpa é da democracia --- não há mesmo pachorra, ou melhor; não vislumbramos limites ao pior !!!

      Eliminar
  6. O olival acabou, veio o azeitonal uma praga predadora da paisagem e da pequena e média produção olivícola.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Muito obrigada, pelas suas palavras, Apicultor.

      Eliminar
    2. O azeite já não tem a mesma qualidade, parece mais óleo do que azeite.
      E onde está o nosso celeiro de Portugal?

      Eliminar
  7. Concordo inteiramente, só pecando por defeito! O meu (nosso) Alentejo deixou de ser uma aguarela salpicada de cores e formas que tangiam o coração dos portugueses, passou a ser uma fábrica de montagem do tipo «Auto-Europa» - com muito PIB e linda de morrer! Mas com politicos como os nossos, que não vêm mais do que o quarteirão que a sua curta vista alcança, o que seria de esperar? Ao menos, com um pouco de sorte já não vejo o deserto!

    ResponderEliminar
  8. A autora devia enviar este texto à consideração do PAN, BE e PCP (Grupos Parlamentares), para agirem em conformidade (não adiantam enviar para os restantes partidos, obviamente).

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Muito obrigada, pelas suas palavras, Manuel CD Figueiredo.

      Eliminar
    2. Concordo, Guida, faça isto mesmo!

      Eliminar
    3. Concordo com o Manuel! Fez este alerta aos grupos parlamentares Guida?

      Eliminar
  9. É um território, uma história, um interior que longe do país que decide, continua a sua corrida desenfreada para a total desertificação, de pessoas, de animais, de plantas, de memória, e até de pedras.

    Estas monoculturas subservientes de um mercado que exige sempre mais por menos, acabarão por espremer o sumo até só restar pó.

    Alguém dizia que é um não problema, "já não há ninguém por lá, só umas pedras e árvores das quais não há memória já."

    Pinho, Eucalipto, vinha, amendoeira, oliveira ou framboesa, mas quando será que acordamos de vez para o verdadeiro problema.

    Os custos destas opções serão pagos durante tantas gerações que nem certeza tenho que seja ainda reversível..

    Recorda-me das contas que fazia, enquanto percorria a Grande Rota do Zêzere após os incêndios deste Verão infindável, imaginando as horas/homem necessárias para uma reconversão ambientalmente sustentável da extensão de eucaliptal ardido.

    Não me resigno a esta impunidade, não me conformo com um sistema que não aplica o que proclama.

    A mudança só pode acontecer com uma alteração radical de pensamento, cultura, padrões de consumo e consciência que são de todo contrários aos estímulos que nos inundam.

    Compra local, reflete sobre o preço e o custo de cada escolha que fazes.

    Obrigado pelo EXCELENTE artigo, e pela oportunidade de partilhar o ALERTA.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Muito obrigada, pelas suas palavras.

      Eliminar
    2. Li o artigo e gostei. Não sou especialista, por isso não sei se de monocultura se trata. E se sim é de como é praticada (assim depreendi), e não por ser praticada, e o pior as destruições históricas que provocou. O artigo recorda com saudade as imensas searas, e o que eram senão monocultura? Mais apontamentos contra o mercado ... a agricultura sempre sobreviveu pelo mercado (devemos não o atacar, mas exigir um inteligente). As criticas exacerbadas só fortalecem estes desmandos - Obrigado Guida

      Eliminar
    3. Este texto devia certamente ser enviado para o parlamento... O Partido ecologista dos verdes está a fazer um excelente trabalho na defesa do ambiente... Ainda bem que consegui finalmente um lugar no parlamento... Um lugar faz toda a diferença... Votem PEV queremos mais do que 1 deputado lá!!!

      Eliminar
  10. A ignorância das pessoas... saiu do alentejo, agora volta revoltada/o...
    Se as pessoas como você não abandonassem o interior para irem para as grandes cidades à procura de melhor vida não é, e agora que as cidades precisam de ser alimentadas ficam indignadas com a agricultura a sério... pois é, quando eram novos tudo fugiu do campo e vem falar de estranjeiros e exploração? Acha que estes olivais super intensivos precisam de escravos como afirma? Saia do carro, e peça para ver antes de vir dizer bacoradas nos blogs.
    Eu acho que talvez 80% da população pensa que os alimentos nascem nas prateleiras ou nas centrais logisticas da Azambuja...
    Ai ai

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Nunca saí do Alentejo. Não sei quem lhe transmitiu essa informação que não é verdadeira. Apenas não ia à cidade de Beja há algum tempo. Vivo cá mas isso não é importante. Um crime é sempre crime: seja eu ou um grupo que o cometa. A lei é para todos: não pode aplicar-se apenas às pessoas singulares. De contrário, a legislação tem que ser alterada.
      Guida Brito

      Eliminar
    2. 'agricultura a sério' não esmifra o solo em que nasce e respeita o ecossistema. pensa no futuro da comunidade local e não visa só o lucro. isso sim é ser sério.

      Eliminar
    3. Muito obrigada, pelas suas palavras, DalheGas.

      Eliminar
    4. Só faltava esta! Acusar a imigração, mesmo a não existente (caso Guida) - portanto é crime antigo, que vem desde que os alentejanos se viram obrigados e imigrar para as bidonvilles francesas desde os finais dos anos 50/início 60 ---- ficando por França: em 68 dizia-se "A Fantasia Ao Poder" - aqui infelizmente só podemos dizer "a idiotez ao poder" - Guida tem que os desculpar, não sabem o que dizem

      Eliminar
    5. E esse(a) Anonymous, é um (a) ignorante que veio de outra parte qualquer e nem alentejano deve ser por isso não tem amor pelo Alentejo, não se importado que o estraguem, pois quando ele estiver estragado volta para onde veio com os bolsos cheios, porque só defende esta cultura intensiva quem tem lucro com ela. Tenho na minha posse um contrato de trabalho (escravatura) que só se acredita vendo, se quiser posso enviar lhe d. Guida Brito.

      Eliminar
    6. Está pessoa deve de ser algum empresário a explorar pessoas ou algum empregado dos espanhóis. Meu caro eu trabalhei para uma empresa subcontratada de uma marca de azeite e sim somos explorados. Não se recebe o ordenado mínimo, não há condições nenhumas. Mas lá está defende os próprios interesses.

      Eliminar
    7. Se fosse sério e honesto não se escondia no anonimato. Se não sabe, fique a saber, no concelho de Moura os índices de tumores cancerígenos aumentaram, exponencialmente, nestas duas últimas décadas. Diz quem sabe e lá vive, que este facto se deve ao plantio exacerbado destes olivais intensivos. Agora junta-se o plantio de amendoeiras. Nos próximos 20/30 anos esses campos vão ficar improdutivos devido ao uso excessivo de químicos. Não tenhamos dúvidas que vão matar o Alentejo.

      Eliminar
  11. E assim se destrói uma região mas alguns chamam-lhe progresso e desenvolvimento... Pois só se for para esses tais grupos e os políticos que lhes deram todas as condições para se instalarem cá... Isto é algo comparável ao desastre ambiental que ocorre na Indonésia e na Malásia em que se destroem ecossistemas de uma riqueza incalculável para produzir óleo de palma, aqui tendemos mais para "azeiteiros" e desse néctar até temos uma "capital"...que orgulho! E como se não bastasse ainda foi criado um produto "turístico" fruto de alguma diarreia mental numa conferência sobre o tema e se baptizou o "petiz" de "Olivoturismo", palavra sonante que remete para considerações mais jocosas acerca da sanidade mental de quem é acometido por tais epifanias e que, por instantes, gerou o gáudio da audiência, foi um momento bonito, confesso, afinal não é todos os dias que se assiste a mais uma adição ao nosso rico e vasto dicionário, de tão eloquente o termo que até teve direito a ser apadrinhado pelo exmo presidente da entidade regional de turismo presente na dita conferência... Imagino a alegria que os turistas terão em visitar campos de olivais cheios de pesticidas e observar a legião de trabalhadores escravizados vindos de países distantes a tentar arranjar melhores condições para as suas famílias, só que o El-dorado que lhes prometeram afinal não era dourado, era verde...experiência talvez só comparável, mais uma uma vez usando o exemplo asiático, à alegria sentida ao ver um bando de orangotangos em pânico ao fugir de uma floresta em chamas no Bornéu que foi propositadamente incendiada para dar lugar a mais campo de plantio de palmeiras oleíferas. Ainda hoje me desloquei à dita capital do azeite e ao passar a povoação de Canhestros fui surpreendido por um nevoeiro de uma densidade tal que apenas vislumbrava alguns metros à frente do carro, curiosamente este "nevoeiro" tinha um cheiro diferente de todos os outros... Depois lembrei-me, afinal era apenas a central de biomassa das fortes a proporcionar-nos efeitos especiais em 4D (aroma incluído, isto nem nos filmes) nas estradas pela manhã, algo que as populações locais já estão mais que habituadas e recomendam, será isto uma versão premium do olivoturismo? Ainda pensei vislumbrar El Rei D. Sebastião a regressar envolto na bruma e saltar para a estrada jogado de alguma oliveira mas depois reparei...afinal era apenas um trabalhador oriundo de um país de leste que tenta honestamente fazer pela vida apesar da escravatura a que está sujeito... Esperam-se nos próximos anos invasões de turistas ávidos por viver tal experiência sensorial, como dizia o outro: charters charters... Afinal o aeroporto de Beja aqui tão perto... Why not?

    ResponderEliminar
  12. Concordo em absoluto com o que escreveu. Estamos perante um novo tipo de terrorismo. Terrorismo Agrícola !!!!

    ResponderEliminar
  13. De facto, a justiça da escravatura voltou e ninguém quer reparar nisso. Talvez alguns responsáveis só reparam nas comissões fraudulentas que guardam nos bolsos...

    ResponderEliminar
  14. QUANTO MAIS SE TIRA, MENOS SE TEM. O FUTURO DIRÁ!

    ResponderEliminar
  15. Agora percebi porque, numa viagem que fiz ao Alentejo em 2017, não consegui encontrar a paisagem que me deslumbrou há 20 anos atrás!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Plantem oliveiras e mais lenha que a minha caldeira não pode parar de queimar

      Eliminar
    2. Muito obrigada, pelas suas palavras.

      Eliminar
    3. Infelizmente nem lenha dão, só rama, são arbustos que se dão até no alcatrão, derivado ás químicas que levam.

      Eliminar
    4. Muito obrigada, pelo seu contributo, Morais.

      Eliminar
  16. Muito obrigado pelo tempo despendido nesta pesquisa e denúncia. É desolador pensar que não há fiscalização do que quer que seja. Dizem os peritos que temos "boas" leis e o mal é precisamente no (in)cumprimento delas. Desconheço o futuro mas acredito que a curva das gravidades pelo mundo fora esteja a inverter o sentido. Sei que a actual geração tem um peso muito grande para contrariar mas acredito que as vindouras estarão mais atentas, informadas e sensíveis a estes problemas. Bem haja pela partilha dos seus pensamentos.

    ResponderEliminar
  17. Tanta gente de esquerda saudosa da planificação agrícola de Salazar... não podem ver um pobre com uma camisa lavada !!!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. O pobre a que o sr. se refere é pobre mas de espírito é o ignorante que de tanta ambição não olha a meios para atingir o cúmulo da ganância e prejudicar seja o que fôr e a quem fôr desses o Mundo está repleto porque para, como o sr. diz, terem uma camisa lavada, acabam com tudo de Bom que tínhamos e mais não digo porque para Bom entendedor meia palavra basta mas para os que são ignorantes ... qualquer esclarecimento é perda de tempo...porque só os euros contam!

      Eliminar
    2. Muito obrigada, pelas suas palavras, Barreiros.

      Eliminar
    3. O que o senhor diz que é um pobre de camisa lavada é mas é um espanhol de Porsche Carrera.

      Eliminar
    4. Muito obrigada, pelo seu contributo, P. Martins.

      Eliminar
  18. Eu sou biólogo e tenho realizado alguns estudos na área de um dos blocos de rega. E o que tenho assistido é a um crime ambiental gravíssimo que nunca é referido em nenhuns dos orgãos de comunicação. Pelo contrário, só se fala nos benefícios que o Alqueva trouxe e do facto de estarmos cada vez menos dependentes de importações destes produtos e de exportarmos cada vez mais. Portanto o que conta apenas aqui é a economia, numa agricultura completamente insustentável, que já deu mau resultados em outros países. É de facto um crime ecológico e social, porque se está quer a empobrecer a biodiversidade, quer a poluir e deteriorar o que são considerados os melhores solos do país. E quando referem que se criam muitos postos e trabalho é mentira, porque é uma agricultura totalmente mecanizada que dá emprego a meia dúzia de pessoas. Pelo que sei, a maior parte dos terrenos, são dos espanhóis ou estão alugados a estes, portanto, a maior parte da riqueza conquistada com esta agricultura intensiva, nem fica em Portugal. A EDIA, que tinha planeado uns milhares de hectares para regadio, mas que com a plantação de culturas que consomem menos água do que o previsto, já tem planeado estender e construir mais blocos de rega, porque o seu negócio é vender água, seja a que custo for!!! A EDIA ao que julgo é das empresas públicas a que mais prejuízos acumula, logo tem que vender a água de um lago megalómano, nem que para isso se destrua todo o património natural e histórico de um país. Não percebo é que com os sucessivos anos de seca, se imagine que vamos ter água para gastar em mais regadio no futuro!!! Este é um tema tabú, para governos que apenas se preocupam com a parte económica. Mas este é um problema, que directa ou indirectamente nos irá afectar a todos. A ganância do ser humano não tem limites, numa utopia, deveríamos ser protegidos por um Estado que se preocuparia com outros problemas para além dos económicos, mas o sistema está subvertido de cima a baixo.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Não é só no Baixo Alentejo, venham ver a zona de Avis, azinhais inteiros arrancados, olivais tradicionais, alteração dos solos, a barragem de Maranhão nesta época praticamente vazia e ainda aumentaram condutas para mais uns milhares de hectares, o pouco que resta está a desaparecer. O dinheiro, a ganância é os maiores inimigos da humanidade. Gostei muito do que escreveu Dona Guida Parabéns, há muito que eu o digo mas ninguém me houve, o triste deste país é que depois eu para tratar um pessegueiro com calda bordalesa tenha que pagar 90 euros e tirar um curso. este país é uma vergonha.

      Eliminar
    2. A falta de agua no maranhão, não se deve ao olival: alguns dados a considerar das areas e culturas do perimetro de rega
      arroz 5357 ha -12000 a 16000 m3/ha
      milho 3793 ha - 10000 a 12000m3/ha
      tomate 961 ha - 8000 a 9000 m3/ha
      outras culturas 4711 ha
      olival 2000m3/ a 3000m3/ha

      Eliminar
    3. Sinceramente não entendo nada disto. O que sei foi o que ouvi. Um dia estava eu no meu local de trabalho com o meu director-financeiro e meu chefe e entrou um empresário do algarve e posteriormente em Moura e disse o seguinte "Amanhã o Primeiro Ministro Cavaco Silva vai dizer que vai começar a construção da Barragem do Alqueva". E o meu chefe disse porque? Resposta "Vim ontem de Bruxelas e os Espanhóis impuseram a barragem porque existe falta de água no sul de Espanha e vão ser construídas várias até lá". Será porque já foi construída a de Odeleite e outra projectada em Castro Marim. Interesses políticos.

      Eliminar
    4. Se quiser ver paisagem semelhante, não no que respeita ao património cultural de todos nós, visite "de drone", o chamado "Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina".
      Até há poucos anos existiam, com dimensão significativa, inseridas no "Parque", as estufas de um espertalhão, "Thierry Roussel, padre de Athina lleva años luchando por controlar la fortuna de su hija. Él sólo recibió 20 millones de dólares cuando se divorció de Cristina Onassis", herdeiro dos laboratórios "Roussel" que "rapou até ao fundo o tacho dos fundos comunitários destinados ao desenvolvimento da agricultura do Baixo Alentejo, sendo 1º "sinistro" o conhecido político do Bolo-Rei.
      Agora "inventaram" para "rodear a proibição de estufas, uma coisa semelhante a que chamam "túneis de vento"que não tem paredes nos fundos, mas que, quando é necessário "caem" do "céu" umas cortinas "à medida" que os fecham e transformam em estufas, na área protegida daquele parque, sem que, os responsáveis pelos mesmos, "dêm por isso". A quem beneficia??? "Cherchez la femme".
      À Associação de Regantes do Mira!!!

      Eliminar
    5. A falta de agua no maranhão, não se deve ao olival: alguns dados a considerar das areas e culturas do perimetro de rega
      arroz 5357 ha -12000 a 16000 m3/ha
      milho 3793 ha - 10000 a 12000m3/ha
      tomate 961 ha - 8000 a 9000 m3/ha
      outras culturas 4711 ha
      olival 2000m3/ a 3000m3/ha
      Tanto me estou a rir com este comentário.
      Explique lá melhor isso. A barragem do Maranhão foi criada nos anos 50 para rega de tudo menos de olivais. Foi feito algum estudo de sustentabilidade para suportar tantos hectares de olivais? Alugam terrenos, fazem lá o que bem aptece, as terras são encharcadas de herbicidas, pesticidas e adubos, e o povo que lá mora azar. Para além disso quem trabalha nos olivais é explorado por empresas subcontratadas.

      Eliminar
  19. Muito obrigada, pelas suas palavras, Zoroastra. Era importante que por aqui passasse um especialista.

    ResponderEliminar
  20. E no litoral é plástico por todo o lado...agricultura intensiva de frutos vermelhos em estufas a perder de vista até quase ao mar, isto dentro de um Parque que se diz Natural e onde aos habitantes são impostas regras de construção, mas estufas e contentores "nascem" todos os dias (sem saneamento nenhum) e defesos de peixe e marisco para nós mas os químicos a escorrer para o mar a matar algas e os peixes a desaparecer...

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Unknow, outra situação muito preocupante. Outro crime ambiental.

      Eliminar
    2. A estufas são um negócio extremamente próspero que vive à custa de mão de obra por vezes asiática que vive dentro de contentores. Costumava chamar-se a isto, escravatura. Hoje em dia chama-se economia, regras do mercado, competitividade, equilíbrio da balança comercial (pq é tudo para exportar) - e que se lixe o nosso semelhante.

      Eliminar
  21. Parabéns Guida Brito por denunciar porventura o maior crime ambiental de todos os tempos no nosso país. Eles matam a planície, envenenam os rios ( veja-se o que se passa com o Tejo). Eles são poderosos, porque parece que quem governa não tem força para lhes fazer frente. Pobre país, onde ninguém se opõe aos desmandos dessa gente na sua voracidade insaciável.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. hummm..."perdas a favor do estado"

      este é o "maior crime ambiental "...o resto vem por arrasto :


      Artigo 22.o
      Sanções acessórias
      Sempre que a gravidade da infracção ou da culpa do agente o justifique, o Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas pode aplicar ao infractor as seguintes sanções acessórias:
      a) Perda, a favor do Estado, de maquinaria, veículos e quaisquer outros objectos que serviram ou estavam destinados a servir para a prática da contra-ordenação;
      b) Perda, a favor do Estado, dos bens produzidos pela prática da infracção, incluindo a cortiça
      extraída e a lenha obtida;
      c) Privação de acesso a qualquer ajuda pública por um período máximo de dois anos.”

      Eliminar
    2. Obrigada, ana mascarenhas e José N, pelas vossas palavras.

      Eliminar
  22. hummm..."perdas a favor do estado"


    Artigo 22.o
    Sanções acessórias
    Sempre que a gravidade da infracção ou da culpa do agente o justifique, o Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas pode aplicar ao infractor as seguintes sanções acessórias:
    a) Perda, a favor do Estado, de maquinaria, veículos e quaisquer outros objectos que serviram ou estavam destinados a servir para a prática da contra-ordenação;
    b) Perda, a favor do Estado, dos bens produzidos pela prática da infracção, incluindo a cortiça
    extraída e a lenha obtida;
    c) Privação de acesso a qualquer ajuda pública por um período máximo de dois anos.”

    ResponderEliminar
  23. Fiz parte da equipa técnica da construção inacabada da pseudo-autoestrada que ligaria Grândola a Beja hà sensivelmente 6 anos atrás.
    Com muita frequência no meu dia a dia entrava dentro das áreas de olival intensivo para ter acesso às frentes de obra. Todos os dias,pela manhã, entram carrinhas de caixa aberta carregadas de químicos para inserir nos recipientes que controlam a rega conta-a-gota que alimenta todo o sistema intensivo de olival.
    Frequentemente olhava para os pneus do meu carro e estavam completamente azuis. Na minha Santa ignorância pensava:" quem foi o engraçado que se andou a divertir a pintaram os pneus do carro?". Infelizmente, da possivel brincadeira de algum colega de trabalho até à realização do que de facto se passava, foi um click. Os solos estão de tal forma saturados de químicos, dos tais injectados religiosamente todas as manhãs, que não têm mais capacidade de absorção.
    O sistema de abastecimento de água, não só de Beja, como também das cidades circundantes, sofre horrores para se livrar da excessiva contaminação da água de modo a fornecer água potável à população.
    Não esqueçamos porém que não só a plantação de olival intensivo constitui uma catástrofe aos mais diversos níveis na região. E a plantação-aberração intensiva de uva de mesa às portas do Alfundão que sobrevive graças a mão de obra estrangeira em regime de escravatura?
    Quando parte considerável de pessoas ligadas ao governo do país possui cotas ou pertence a quadros de direção destas empresas é fácil de perceber porque ninguém faz nada, ninguém vê, ninguém ouve, ninguém contesta.
    Enquanto der para molhar o pãozinho no azeite carregado de pesticidas subsidiado pelos nossos impostos, come tudo do mesmo tacho!!
    Parabéns pela excelente exposição.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigada, pelas suas palavras. É muito importante o seu testemunho.

      Eliminar
    2. Caro,
      O seu testemunho é extremamente importante. Tem que o repetir tantas vezes quanto tiver oportunidade. A sumamente ignorante burguesia urbana, da qual me rodeio, acha o máximo termos um olival tão grande, acham que fica bem na paisagem, etc. Desconhecem, absolutamente, o impacto destas monoculturas nas comunidades circundantes, para nem sequer falar na ecologia do país ou na saúde dos consumidores. A mesma questão de sempre, afinal, a quem é que estes projectos megalómanos servem? À mesma elite de sempre, claro. Estas economias de escala podem realmente baixar o preço final do azeite para o consumidor - mas o seu custo, ambiental , comunitário e para a saúde, o mais e o menos tangível, é absolutamente superior. Conte esta sua experiência tantas vezes quanto puder. Agradecemos todos.

      Eliminar
    3. Está cheio de razão, tenho visto tractores a trabalharem de noite a espalharem pesticidas. Pertence tudo aos espanhois, os trabalhadores escravos são do Mali. E depois se pensarmos que são necessários 9 kilos de azeitonas para fazer 700 gramas de azeite, temos 8,3 kilos de desperdicio que não tem qualquer utilidade, são queimados.É uma desgraça completa e esta situação tem de ser travada imediatamente.

      Eliminar
    4. A propósito dos pneus pintados de azul...eu também sou de Beja e todos os dias faço a viagem Beja-Figueira de Cavaleiros. Um dia deparei-me com uma nova espécie de garça no baixo Alentejo. Já alguém viu as garças azuis? Elas existem, tenho provas. Não há palavras para o tamanho desta calamidade (não me refiro só às garças). Acho impressionante como estes crimes são mascarados pela comunicação social, pela política, e acho impressionante a forma como o nosso território está a ser despedaçado e destruído e o pior é que tem o "nosso" consentimento. Infelizmente isto é recorrente em Portugal...quando é que vamos aprender com os nossos erros? Quando já nada nos restar?
      Obrigada Guida Brito e todos os que se interessam por esta questão.

      Eliminar
  24. Respostas
    1. E, nesta seca, até bambu está a ser plantado, no Alentejo, Unknow. Obrigada por denunciar o outro grande atentado ao ambiente.

      Eliminar
    2. O primeiro comentário sobre o que se passa no litoral foi feito por mim (Vanda), mas saiu com "unknown", este da seca não fui eu... Cumprimentos, Vanda

      Eliminar
    3. O comentário do litoral foi feito por mim, (Vanda) apareceu como unknown (não percebo nada disto)mas este comentário da seca, não fui eu...
      Cumprimentos, Vanda

      Eliminar
    4. Já respondi mas não apareceu o meu comentário. O do atentado ao ambiente fui eu quem comentou, mas este da "Grande seca", não fui eu. Chamo-me Vanda e não sei fazer comentários sem ser em anónimo :(

      Eliminar
  25. Os efeitos da captura do poder político pelos grupos económicos é bem evidente no "assassínio" da Planície Alentejana, do seu encanto e espólio arqueológico, bem como do Tejo e seus afluentes. Parabéns ao PS, PSD e CDS por terem reduzido este povo a cidadãos menores e acríticos, meros jogadores de batalha naval. Um cruz no quadradinho de 4 em 4 anos para os manter no poder. Convenientemente afastados da gestão da rês pública, da Cultura, Participação e Cidadania.

    ResponderEliminar
  26. É uma pena que o Alentejo esteja a ser completamente ocupado por monoculturas que nem respeitam uns poucos metros quadrados ocupados por estações arqueológicos. É como os bares com esplanada num passeio onde há canteiros: arrancam as árvores e ocupam o canteiro para colocar mais uma mesa, porque os metros quadrados de solo têm que ser postos a render, e da mesma forma ! Para além de denunciar a ignorância dos responsáveis das terras e a incompetência das entidades de estarem atentas a estes fenómenos !
    Já se foi a monocultura do eucalipto, o que se seguirá !?

    ResponderEliminar
  27. É fundamental saber para que empresas se destinam essas azeitonas e essas uvas para se poder fazer uma campanha de boicote.

    ResponderEliminar
  28. Não é só em Beja e arredores, venham a Avis e ficarão abismados, azinhais inteiros arrancados, olivais tradicionais, alteração de solos turbinas noite e dia a espalhar veneno, a barragem do Maranhão a 10% e ninguém se incomoda. O triste de tudo isto, é que eu para curar um pessegueiro com calda bordalesa, tenho que tirar um curso e pagar 90 euros. O dinheiro é que comanda tudo isto. Obrigado pelo Seu testemunho Dona Guida, há muito que eu digo tudo isso, só que ninguém me ouve. Li por aqui alguns comentários sobre o Alqueva e há pessoas que pensam que o mesmo foi feito para bem das populações, fico triste com essa pensamento. Foi feito para negociar água, se fosse para bem das populações, por qual o motivo que o Alto Alentejo, está a ser abastecido por a barragem de Póvoa e Meadas, a dezenas de kms de Avis? Avis tem aqui a barragem e antes era abastecida por vários furos existentes na zona, com água de qualidade e as pessoas pagavam de 1 a 5 euros da água e agora pagam entre de 10 a um sem fim 30, 40, 50 e mais, tudo isto para quê? para sustentar uma cambada de papistas que passam os dias por aqui a passear em viaturas de luxo, com os dizeres "ÁGUAS DO NORTE ALENTEJANO". Mais este país em tudo o que mexe com dinheiros públicos há corrupção.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Correcção a barragem do maranhºão está com 21%

      Eliminar
    2. Muito obrigada, pelo seu contributo, Morais. Obrigada, ao outro interveniente.

      Eliminar
    3. Pois é sr Morais. Eu sou dessa zona de avis. É Lamentável o que se está a passar aqui. Vivemos no meio de produtos químicos. O pior está para vir

      Eliminar
  29. Estou chocada com o que acabei de ler, ignorância minha que não sabia que o meu Alentejo assim estava, apesar de ter saído do Alentejo com 12 anos de idade, e hoje ter setenta, visito com alguma frequência minha Terra Campo Maior, ao olhar os campos, dói-me não ver aqueles as belas Searas verdes ou loiras, mas o Povo que ali não vive vai-se habituando ás mudanças, e que até pensamos ser resultados da evolução, coitados de nós, mal pensamos que estamos a assistir à morte lenta desta bela Província chamada Alentejo.
    Quem tem poder, por favor faça alguma coisa não deixem destruir esta riqueza, que afinal de contas pertence a todos nós.
    Sou uma Poetisa popular, e aqui vos deixo um postal ilustrado do meu do nosso Alentejo amado...

    Gretada p’lo Sol

    Alentejo és pequenino, mas no teu berço sonhei
    Percorri montes e vales, muita Poesia encontrei
    Alentejo despertaste ao Poeta deste vida
    Já não somos massa em bruto no Alentejo perdida

    Da Terra seca, gretada, p'lo sol que nos consome
    Saíam Searas de trigo, que ao Português matava a fome
    Há quem chame ao alentejano, Homem bruto e sem cultura
    Mas nem todos têm mãos para trabalhar terra dura

    Ouve lá inteligente, tu tens muito que aprender
    Dá valor, não faças pouco de quem é bruto sem querer
    Chamas bruto a quem trabalha, inculto a quem não estudou
    Mas vás comendo o produto, que este bruto semeou

    Se um dia o bruto se nega, aos teus filhos dar o Pão
    Serás tu inteligente, que ao bruto lambes o chão
    Se esse dia então chegar, com tristeza logo vez
    Que o Homem não nasceu bruto, foi a vida quem o fez...

    Rosa Guerreiro Dias
    20-5-1982
    14-1-2018


    ResponderEliminar
  30. è uma pena que não percebamos que já hoje mais de metade da distribuição é feita pelos hiper e que o passado não volta mais,o nosso problema é que em muito poucas coisas fazemos parte do futuro pelo que me parece a critica muito má,desvalorizando esta grande transformação que deveria ser feita em todas as areas e que mais não é do que estar na ponta mundial da produção

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. José Minas, a continuar a devastação: não temos futuro. E a lei? Não se aplica a todos?
      Obrigada

      Eliminar
  31. Outra coisa que se passa é o desaparecimento de olivicultura tradicional para os superintensivos de arbequina. Onde está a nossa galega? O norte será sempre a zona dos melhores azeites, porque não existem mil hectares para arrancar e colocar arbequina em superintensivos!!! Senão até aí acontecia....

    ResponderEliminar
  32. sem palavras para descrever o que sinto depois de ler todo o conteudo,ate dos comentarios..... nao imaginava da gravidade da cituacao,sou Alentejano, adoro o Alentejo mas sem escolha minha,nao cresci nem moro na minha Terra, sempre que tenho oportunidade vou ai,ja vi esses olivais muito estranhos e as vinhas ,sendo assim ruim tanto como li aqui e pelo que me apercebi ate ilegal,porque continuam a platar mais e mais dessas fabricas de producoes acelaradas..... e de onde chegam os tais quimicos que usam para acelarar o crescimento? quem autoriza?sera que fecham os olhos porque da nome ao pais? e os tais trabalhadores (escravos) , ninguem sabe do que se passa? a quem poderemos dar a conhecer estes crimes? o FB e um bom meio de alerta mas ignorado pelas autoridades e claro,sera preciso mais do que isto, o que e como nao sei mas gostaria de colaborar em tal missao.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Muito obrigada, pelo seu contributo, Fernando Beja.

      Eliminar
    2. Fernando Beja, partilhar e partilhar é um ótimo meio de divulgação.

      Eliminar
  33. Chama-se capitalismo. O que importa é a rentabilização dos capitais aplicados. Ambiente, qualidade de vida, património, ecossistema, futuro... tudo danos colaterais. E a chantagem permanente: ou é como nós queremos, ou resta-vos o desemprego. Já estivemos perto de nos libertar desta praga, Libertemo-nos,

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Então como se resolve? Com o comunismo?
      Claro que não, mas sim com menos ganância e mais justiça QUE TARDA!

      Eliminar
  34. que Estado, que governo, que função pública temos? Pagam-se salários a quem não vê, não ouve, não fala? Para quando essa análise profunda ao país? Que profissões e profissionais ainda não existem ao serviço do país? Porque não existem? Fala em Seca, em Inundações, em Ambiente, em Saúde, em Ambiente, em Sustentabilidade, mas, aceita-se que disciplinas de campo e da Prevenção como a Geologia de Ambiente não existam, e ninguém sabe, quer saber o que se perde, se incomoda, reclama, mesmo depois das Catástrofes - Porque não podem existir? Percebe aqui o porquê. Porque não falam tantas e tantas vítimas? Difícil de perceber, aceitar, mas é uma marca nacional, uma profunda injustiça, traição e um desastre colectivo de que todos os que calam serão responsáveis.

    ResponderEliminar
  35. Se vier para o litoral, concelho de Odemira... encontrará um mar de plástico...:(

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Muito obrigada, pelo seu contributo, maria augusta Monteiro.

      Eliminar
  36. Nuno da Câmara Pereira15 de janeiro de 2018 às 13:13

    Obrigado Guida Brito.Bem haja por tamanha lucidez,lealdade e coragem.Obrigado!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Nuno da Câmara Pereira, muito obrigada pelas suas palavras e pela sua coragem em partilhá-las.

      Eliminar
  37. estão a destruir o Alentejo........a começar pelos espanhóis que tudo compram para produzir aquilo que lhes convém........e os nossos governos ainda apoiam com subsídios..........compete a nós alentejanos parar esta corja de criminosos......

    ResponderEliminar
  38. Os culpados do que se passa no nosso País é a população que vive num passividade incrível . Deixando os nossos políticos fazerem tudo à vontade deles, pois têm vendido o nosso País aos bocados. E nada é feito para acabar com estes interesses não portugueses mas sim estrangeiros.
    Bem haja a todos.

    ResponderEliminar
  39. Uma calamidade consentida por todos e alguns muito poucos denunciam ( já tarde ...)O que fazer para mobilizar e conscencializar as populações para serem os guardiões dos "seus" Territórios, já que, os poderes autárquicos por vezes so pensem no imediato, sem visão do Futuro.

    ResponderEliminar
  40. O artigo da Guida é muito importante e interessante, creio que não merece a maior parte dos comentários, de todo descabidos. Até se culpa o capitalismo ! Sic ! Como se a realidade da "Gloriosa Muralha de Aço", que felizmente ruiu estrondosamente vai para 30 anos fosse melhor ... fiz ressalvas a alguns comentários, mas desisti, pois acho que ninguém lê - Cinjamos-nos ao que Guida escreve - Obrigado Guida

    ResponderEliminar
  41. Já havia notícias há uns anos a alertar para o problema: https://www.publico.pt/2015/08/21/local/noticia/custo-da-agua-em-alqueva-faz-do-olival-a-cultura-mais-acessivel-1705566

    ResponderEliminar
  42. Tudo vale por dinheiro,infelizmente isto é só uma gota no oceano, no que se passa por este mundo fora..
    Já dizia Cobain, mais vale ser Dumb... Uma pessoa não consegue ser feliz a saber e pensar sobre estas coisas...
    Obrigado pela boa informação
    Cumprimentos
    Germano Santos

    ResponderEliminar
  43. Já respondi mas não apareceu o meu comentário. O do atentado ao ambiente no litoral fui eu quem comentou, mas este da "Grande seca", não fui eu. Chamo-me Vanda e não sei fazer comentários sem ser em anónimo :(

    ResponderEliminar
  44. Sou de novo a Vanda, não consigo apagar os comentários que fiz... em triplicado! Se puder, apague por favor... Obrigada

    ResponderEliminar
  45. Vamos criar uma petição manifestando esta atentado ambiental e contra 0 património para que esta seja levada e descutida na assembleia da republica

    ResponderEliminar
  46. Muito interessante este artigo.Vivo numa zona de olival antigo,onde pouco se criava antigamente,olival centenário,resistente,normalmente de enxerto de zambujo. Tem as suas reservas de água,naturais claro,pois não temos cursos de água e temos um azeite de excelência,logo no final de Setembro como este ano.Há uns anos atrás falavas se ,no arranque desse olival.Ainda bem que não,era um erro crasso.A nossa terra é mto empedrada permite o uso de máquinas,mas nem todas,mas cá nos arranjamos.Tudo isto para dizer que esses olivais novos,não serão na minha opinião,viáveis, ao longo do tempo, pela exigência de água,e pela escassês dela.Duram dez anos, depois arranque, e nova plantação.Tudo o que é intensivo,não é nem pode ser natural. Sou pelo olival antigo,pela sua produção,pela sua qualidade em azeite.Debaixo dessas arvores pastam mtas vacas,que se alimentam da limpeza dessas oliveiras, e produção de lenhas para aquecimento caseiro.
    Sou de Serra de Santo António- Alcanena.PNSAC ,Parque natural Serra de Aire e Candeeiros.
    É a minha opinião.

    ResponderEliminar
  47. bom dia, li com atenção a sua publicação, no entanto não vi referido em nenhum local, qual o impacto desses "crimes ambientais" na economia dessa região, quantas famílias estariam no rsi se não fosse o olival, quantas casas de produtos agroquimicos fechadas, quantas pessoas la trabalham, quantas gasolineiras, quantos vendedores de tractores e alfaias, quantos? e quantos seriam, se no lugar de olival estivesse "o verde trigais; o amarelo dos pimpilhos; o branco da magarça; o roxo da sevagem; os cinzas que antecedem a chuva; o vermelho das papoilas…" que economia teria a região.Há uns anos estive numa conferencia com um ex ministro da agricultura, onde ele usou uma expressão que se pode usar neste caso, " 1/3 da população mundial toma produtos light para emagrecer quando 2/3 nem sequer tem o que comer".
    No que diz respeito aos agroquimicos e à suposta intoxicação dos solos, duvido que caso isso estivesse a acontecer as próprias oliveiras conseguiriam sobreviver.Sendo que comparativamente se aplicam mais químicos em culturas como o melão, tomate, hortícolas em geral e nunca vi ninguém referir o efeito destes na zona da lezíria de Santarém junto ao rios e ribeiros.Fica aqui a minha opinião....

    ResponderEliminar
  48. Vivo num monte em pleno alentejo, estou na eminência de ter o olival da polémica à porta. Estou assustada. Já consultei vários organismos, e nenhum deles parece preocupado com o que se passa. Nem a EDIA, nem a D.R da Agricultura, cada um planta onde quer, não há limites, não há leis...
    O progresso é que importa, as pessoas não. Tenho 2 filhos,
    com os quais o seu país não se preocupa. Apenas a Câmara Municipal de Beja impôe alguns limites (poucos), e nenhum dos organismos fiscaliza o que quer que seja.
    Vamos ver se consigo travar isto.É urgente legislação. Estou disposta a lutar, mas por onde devo começar? Obrigada Guida Brito

    ResponderEliminar
  49. Ha 7 mil milhoes de bocas para alimentar no mundo e no numero nao para de crescer. Se acham que se alimentam todas essas bocas recorrendo a agricultura tradicional estao bem enganados. Infelizmente o futuro sera assim ou pior, caso contrario voltaremos a famina generalizada no mundo. Ja agora onde andaram os defensores do patrimonio historico e cultural de Beja nos

    ResponderEliminar
  50. O pior está mesmo para vir: a variedade mais plantada é a arbequina, que ao fim de 30 anos entra em decadencia rapida e deixa tambem o solo totalmente esgotado. Subsistituimos variedades algumas ainda com longevidade milenar, de qualidades organolepticas que fazem a diferença e o nosso prazer, por uma variedade que tem que ser loteada com outras para ter um sabor aceitavel, que exige grande adubaçãao e tratamento químico e que nos vai deixar um deserto gigantesco.A ambição é fruto do trabalho e da inteligência, a ganància da estupidez e desrespeito !

    ResponderEliminar
  51. Estou impressionado. Os Olivais gastam a água toda. E as pessoas querem trabalhar e foram substituídas por romenos? E põe-se muita química? E o azeite não sabe a nada.....e ninguém denúncia?

    ResponderEliminar
  52. Fiquei muito sensibilizada com o que escreveu.
    Se vier para o litoral alentejano , no Parque Natural do Sudoeste Alentejano é um mar de plástico e pesticidas, e gente sendo escravizada dentro de estufas!

    ResponderEliminar
  53. Sou do Minho, o meu filho de 14 anos está a viver em Ferreira do Alentejo. Este fim de semana fui visitá-lo e comentei com ele esta calamidade... O que mais me entristece é que os Alentejanos não se importam, inacreditável.
    Parabéns pela exposição.

    ResponderEliminar
  54. Diz o velho ditado colhemos aquilo que semeamos, se criamos destruição vamos colher mais destruição ainda. De nada serviu o exemplo da reforma agraria. Uma nação que destrói o seu solo e os seus aquíferos auto destroí-se! Lamento que aqueles que tem poder de decisão para impedir esta destruição nada façam e sejam ignorantes. Pois a ignorância é a coisa mais perigosa do mundo. Guida Brito obrigado por este texto.

    ResponderEliminar
  55. https://www.facebook.com/story.php?story_fbid=1707874439304695&id=106388969453258

    ResponderEliminar
  56. Obrigada por alertar para este crime. Infelizmente e apesar de estar completamente coberta de razão, não acredito que alguma entidade estatal com responsabilidade na area de ambiente venha a fazer alguma coisa. É o país que temos e são os politicos que temos.

    ResponderEliminar
  57. O nosso azeite já não tem a mesma qualidade, parece mais óleo.
    Onde está o nosso celeiro de Portugal senhores governantes?

    ResponderEliminar
  58. Por tudo isto que foi comentado e outras tantas coisas mais deixei de acreditar nos políticos na democracia.Temos outra longa noite de 44 anos de enganos, camuflagem,de usurpação do que existia,de enchimento de alguns bolsos.Em primeiro lugar de todos os que estao na assembleia a encher_se á nossa custa.Em todos estes anos o que fizeram?Gastaram o que havia e endividaram o país.Falam, falam,falam e nada de novo.As reformas aos velhos e abonos aos filhos, foi Marcelo Caetano que iniciou.Estes tiraram abonos como se ter filhos não custe a todos.As reformas São miseráveis enquanto os políticos as recebem com poucos anos de trabalho e reformas melhores que qualquer outro funcionario português.Isto seria o menos senão destruíssem o nosso querido Portugal.É que são tão burros que nem para o turismo o deixam intacto.Deixei de votar,de ser mais uma peça deste jogo de xadrez.Espero como os Gauleses diziam que o céu lhes caia em cima, já que nós não o podemos fazer.Gostei do texto que escreveu,Guida Brito.

    ResponderEliminar
  59. Parabéns pelo excelente artigo. Parabéns pela pesquisa e tempo investido. Parabéns pela sua cidadania. Parabéns pelo seu empenho em mostrar a todo país os crimes ambientais no nosso Alentejo, pelos crimes arqueológicos e pelos crimes agro-industriais-toxicos.
    A sra. Guida Brito fez este trabalho provavlemente sozinha e fez o trabalho que competia ao dito Ministério do Ambiente e outras instituições como o Ministério da Agricultura deviam ter feito mas não fizeram. Estas instituições estatais que vivem com o nosso dinheiro, são pagos por nós para fazerem os seu trabalho que revela-se agora que não fizeram o que lhes competia.
    Foi graças à sra. Guida Brito que tomamos conhecimentos destes crimes praticados em Portugal, Alentejo. Nem sequer a Comunicação Social se deu ao trabalho de denunciar estes crimes.
    Bem haja a todas as Guidas Brito que ainda não se extinguiram no nosso Alentejo.

    Um alentejano por um mundo melhor

    ResponderEliminar
  60. O Sr. Miguel Nunes escreveu “Portugal é de todos mas só pertence a alguns”
    Na minha opinião, o país é de todos, mas só quando “toca” a pagar os impostos.
    No resto é só de alguns que tudo nos roubam, até as paisagens!

    ResponderEliminar
  61. Estudos de impacto ambiental zero. Nos concelhos de Avis e Sousel é a mesma coisa até invasão de propriedades particulares. Gerador com necessidade de autorização da DGE retirou milhares de m cúbicos de água do Maranhão. Em Janeiro foram a tribunal e foram obrigados a pagar cinquenta mil euros de indemnização ao proprietário. Iam pedir autorização o facto e que ainda não tem as mesmas e não passa nada. Tem mais de vinte metros de cimento em zona REN local em que partiram arribas que ali estavam desde o início do mundo. Um fartar.... até um dia.

    ResponderEliminar
  62. Li o artigo e os comentários. Fico assustada com as asneiras que se praticam. Divulguei, mas só consigo isto: Divulgar.

    ResponderEliminar
  63. Finalmente vejo alguém com um exelente discurso sobre a triste realidade que estamos a viver e que vai sem dúvida trazer consequências devastadoras num futuro muito próximo.
    Pois faz me confusão como é que tudo isto se está a passar debaixo dos nossos olhos e já parece tão normal.
    Vamos passear para os lados de Albergaria dos Fusos, a caminho de Serpa, Viana do Alentejo e a paisagem é contrastada por olivais super intensivos que são tratados com frequência com químicos que ficam entranhados em tudo o que nos rodeia.
    Não se tem respeito pela mãe natureza, que é o nosso maior tesouro, não se tem respeito pelo próximo.
    Onde é que isto vai parar se não se mete um travão...
    Obrigada pela partilha!

    ResponderEliminar
  64. Quanto a mim, existe uma grande promiscuidade das grandes empresas e interesses económicos, entre estas e os partidos que vão estando no Poder. Há corrupção pessoal, camarária e partidária, o que envolve toda a casta de governantes. Assim está Portugal. Quando munícipes da região garantem nada saber dos desmandos das agro-indústrias estão a Mentir.

    ResponderEliminar
  65. A grande ideia dos alemães no pós-guerra foi reconverter a indústria química de "guerra" para a indústria agrícola. Passadas duas ou três décadas concluíram que deram cabo das terras e aquíferos com veneno.
    O homem não é um ser intensivo. A Natureza pode ser intensa, nunca intensiva, logo... o lucro efémero é pago com juros insuportáveis. Acho que o Alqueva é uma bênção, que deve ser preservada para utilização humana e racionalmente haver regadios de forma controlada.

    ResponderEliminar
  66. Não sou alentejano nem vivo permanentemente em Portugal, mas sigo o melhor que posso as notícias na RTPI ou no jornal Público. Contudo, segundo o que ouvi dizer a um alentejano aqui meu vizinho, afinal aqueles extensos olivias pertencem na sua maioria a espanhóis financiados pela Caixa Agrícola e regados com a nossa água do Alqueva...
    Alguém pode confirmar-me se isto é verdade ???
    O que a Sra. Guida Brito escreve é simplesmemte aterrador.
    Obrigado por um esclarecimento

    ResponderEliminar
  67. Continuo a nõ perceber como não se coloca um basta neste crime que eixará o Alentejo cada vez mais arido. Sou de Serpa e a cada vizita à terra onde nasci em vez de felicidade torna-se numa angustiante antevisão do que os meus netos e trinetpos vão herdar ecologicamente.
    Concordo com tudo o que diz e com a agravante da colheita ser feita à noite quando passaros tanto os naturais como os que no alentejo fazem paragem na sua viagem para outras terras. É que são apanhados desprevenidos e morrem às centenas a cada golpe das máquinas. Já vi e publiquei
    https://www.facebook.com/photo.php?fbid=2316709868654604&set=pcb.2316715231987401&type=3&theater

    ResponderEliminar
  68. Acho que deveria ter ficado (ou voltado) a esta região pobre e despovoada, tentando torná-la apetecível. Assim, estes "criminosos" já não teriam conseguido fazer negócio.

    ResponderEliminar
  69. Quando começou a cultura superintensiva de olival, um amigo, engenheiro agrónomo, disse-me: vai acontecer o mesmo desastre ambiental que ocorreu nos EUA há umas décadas; terrenos férteis tornaram-se desertos absolutos, nos quais não sobrevive hoje, nem fauna, nem flora de qualquer espécie. O aumento exponecial de doenças cangerígenas foi dizimando populações e aqueles que sobreviveram, tiveram de abandonar as suas terras, votadas depois à total desertificação. Agora, ainda me fazem mais sentido as palavras que há anos ouvi.
    De Espanha, nem bons ventos, nem bons casamentos... Entretanto, também desapareceram as "padeiras de Aljubarrota". Guida, faça chegar a sua voz a quem de direito!

    ResponderEliminar
  70. Aterrador... Vivemos num pais onde politicos escrotos corruptos sem escrupululos legislam de acordo com o interesse dos grandes grupos economicos que lhes enchem os bolsos em paraisos fiscais. Hipotecam sob o signo da ganancia desenfreada o futuro dos seus proprios descendentes tao imbecis sao que nao conseguem ver isso mesmo... e nos vamos condescendendo a tudo isso reclamando mas sem ter a coragem de mexer uma palha para evitar colocar imbecis a gerir o nosso proprio destino passando a ser mais imbecis que eles mesmos...

    ResponderEliminar
  71. RTudo fruto de um 25 de abril que criou a liberdade para roubar, usurpar …

    ResponderEliminar
  72. Querem azeite barato, é no que dá. Não tenho pena nenhuma. Quem está a matar o mundo é o proprio consumidor. Nunca comprei Oliveira da Serra, muito antes de saber desta realidade: simplesmente parece-me impossível um azeite extra virgem ser tão barato quando gastam o mesmo que os outros em embalagens com excelente qualidade e apresentação, publicidade, etc. Se não estão a poupar nisto, poupam onde? se o consumidor perdesse mais tempo a pensar nisso em vez de onde guardou os cupões de desconto ou quem vai sair da casa dos segredos, o País não estava como está. Parem de por a culpa no Governo! O governo é o produto natural do povo que governa.

    ResponderEliminar
  73. Assim como o autor do texto até certo momento desconhecia o que se passava, o consumidor regra geral também desconhece o que se passa, muitas vezes pouco pode fazer.
    Enquanto não forem punidos os Joe Berardos que consomem tudo em proveito próprio e ainda se gabam da sua esperteza, que afinal é somente estupidez (basta ver as expressões do personagem), tudo andará torto, neste caso não é na cultura mas na agricultura.

    ResponderEliminar
  74. Qual foi a reacção da cambada que nos tem governado em anos sucessivos? Que medidas correctoras eficazes foram tomadas?

    ResponderEliminar
  75. Viva Guida Brito, pessoal do interior Alentejano juntou-se para criar um movimento: https://www.facebook.com/MovimentoAlentejoVivo/

    Podemos entrar em contacto consigo?

    Abraço

    ResponderEliminar
  76. A Guida Brito disse tudo… e os outros, todos nós que a lemos, pouco mais poderão acrescentar a este retrato dramático do nosso Alentejo, perante a indiferença dos excelsos imbecis que nos governam e ditam as regras condutoras da vida do país há várias décadas.

    ResponderEliminar