sexta-feira, 30 de março de 2018

Excesso de Eu sem noção de partilha

vespa


Perante tantos atentados grotescos contra a humanidade, pergunto: o verdadeiro terrorismo não começará aqui? Entenda-se por “aqui”: atos pequeninos, ausentes de amor e respeito ao próximo; excesso de Eu sem noção de partilha. Toda a bola de neve nasce de um simples e reluzente floco que endureceu entre o desabraço da Terra e do Céu. Todo o princípio carece de carinho; a sua manutenção é uma reprodução autónoma das aprendizagens vivenciadas.
Sorrisos
Guida Brito

Recadinhos de amor e carinho

escrita com código

código
Sem palavras mas plena de ternura.
Sorrisos
Guida Brito

terça-feira, 27 de março de 2018

Soneto "A Mulher"- Rosita; 9 anos.


desenho de criança
A Mulher, sentimento que faz feliz
A Mulher, mãe que nos protege
A Mulher, luz dentro de mim
A Mulher, recheada com doce


Dentro de mim, sinto a Mulher
A estrela brilha, sinto a Mulher
Eu imagino, sinto a Mulher
A flor encanta, sinto a Mulher

Quando a lua canta, sinto a mulher
Doce me encanta, sinto a mulher
Chove relíquias, sinto a Mulher

Sobe lua, sobe céu
Mulher chega e dá um véu
Mulher corajosa, Mulher aventureira, Mulher forte

Rosita (9 anos)

Sorrisos
Guida Brito

quinta-feira, 22 de março de 2018

Lisboa- quatro motivos para a Visitar

Elétrico
 Cidade a ponto luz bordada
Toalha à beira mar estendida
Lisboa menina e moça, amada
(Carlos do Carmo)
Táxi



Autocarro

Arco
                                   
                                        Sorrisos
                             Guida Brito

terça-feira, 20 de março de 2018

Tema Olival- Leitor Gota a Gota

Olival no Alentejo
Como sempre: as palavras do leitor estão a negro e as minhas a azul.
Sabe Sra. Guida Brito, dentro de tudo isso que refere haverá situações que terão de ser resolvidas judicialmente, como em qualquer outra actividade em que há abuso sobre a natureza, sobre as pessoas, sobre o património arqueológico e cultural, caberá certamente às entidades competentes resolver a situação, deverão resolver e responsabilizar criminalmente quem anda fora da lei.

Nunca referi: que a responsabilização criminal deveria ser exercita por outrem que não as entidades competentes. Claro que não se quer a sua substituição. O que se pretende é que a lei seja aplicada com justiça; em igualdade de direitos e deveres para com todos os cidadãos. Referi, tão somente, que no país parecem existir duas leis: a constitucional (que se aplica ao cidadão comum); e o seu contrário (que se aplica a grupos económicos). O que quis referir é que se eu (Guida Brito) lavrar e plantar olival (ou outro) em dezanove hectares repletos dos mais importantes, a nível mundial, vestígios pré-históricos (e posso dar como exemplo centenas de crimes que comprovadamente ocorreram) sou “morta” em praça pública por todos (antes mesmo de ser julgada). Se for um grande grupo económico: não há caras, não sabemos quem foi e justifica-se com “desenvolvimento”. Cada vez mais, as pessoas sentem este “racismo”: sentem um país que difere no trato; consoante se trate de um consórcio (grupo ou pessoas com um nível económico em muito superior), ou um cidadão comum que trabalha de sol a sol.

A Sra. Guida refere alguns crimes aqui produzidos como se fossem todos os agricultores e a agricultura ligada ao Olival, como o uso abusivo de químicos, abate de árvores sem licença, alteração do relevo da paisagem, desvio de ribeiras, morte da flora e fauna, exploração humana…

Senhor, nunca falei em agricultores nem agricultura- em minha opinião, ambos diferem do que ocorre, maioritariamente, pelo Alentejo. 
Quem está a explorar o Alentejo não são os agricultores; são, como o senhor o diz, “1500 investidores que estão instalados nas terras de Alqueva (em que cerca de 150 são estrangeiros de 18 nacionalidades diferentes, explorando perto de 23 mil hectares”.


… se tem provas só tem uma coisa a fazer em vez de perder tempo a escrever barbaridades no seu Blog, reúna as provas e participe às autoridades competentes.

Senhor, se fossem barbaridades o senhor  não me teria enviado tantos comentários e tantos escritos. Ter-me-ia ignorado e o mesmo teria feito a classe política. No meu blogue, escrevo a minha opinião baseando-a em factos e na lei. Vivemos num país democrático que me confere esse direito.  As autoridades possuem centenas de queixas e centenas de provas do que de facto ocorre; temos que aguardar as suas decisões. Quero crer que se fará justiça e o justo não pagará pelo pecador. Infelizmente, essas decisões serão muito tardias.

 Serão tardias para a destruição de um património que não se recupera (a nossa história que a todos pertence).

Serão tardias para uma devastação que de facto ocorreu. Repare: 23 mil hectares são 230 quilómetros quadrados; onde ocorreu, quase em simultâneo, a remoção de toda a camada superficial dos solos. Não restou caracol, lesma, lebre, planta, pedra, hipótese de lince… mesmo as explorações com postura verde participaram neste desbaste. O nosso país devia ter controlado e devia garantir o fim da sua continuidade. Antes da sua ocorrência, deveria ter sido elaborado um estudo de impacte ambiental e a sua consequência na vida das pessoas e na biodiversidade. Em Portugal: arderam 442 mil hectares e decapou-se a camada superficial do solo em 23 000 hectares: 4650 quilómetros quadrados. Nas zonas de incêndio, a Natureza vai recompor-se.

Serão muito tardias, infelizmente, para Fortes. Serão muito tardias para uma das habitantes que há dias escreveu:

É com enorme tristeza que faço este comentário para mim acabaram se as palavras estou a viver o pior tormento que nenhum ser humano nunca deveria sentir pois sou a primeira pessoa a descobrir que tenho os meus pulmões entupidos em fumo e pó a descoberta é um sentimento de revolta muito grande com tudo o que nos rodeia a todos os meus vizinhos que se previnam porque a morte é lenta mas dolorosa”.

Estamos a falar da morte de seres humanos. Que raio de país deixa que isto ocorra? Tenho a certeza que nenhum dos investidores quer que o seu dinheiro mate a gente simples que ficou no Alentejo. Tenho a certeza que ninguém quer este rótulo no azeite. Ninguém quer a D. Rosalinda ou os outros habitantes, que ainda não sabem o que têm, recordado no azeite da sua mesa. Já viu as imagens diárias daquele lugar? Dói, dói muito. Não vi reações ao assunto; vi fugidas de responsabilidades por todos os lados. 

Não se devia parar e resolver no imediato? 
Não se devia acabar com a causa do fumos e poeiras que não deixam ver o outro lado da rua (nem respirar)? 
Não se devia permitir que estas pessoas vivessem? 

O primeiro investidor que se levantar, em defesa destas pessoas, fará a diferença e fará acreditar que o Alentejo, finalmente, caminha para o desenvolvimento de mãos dadas com a sustentabilidade e o respeito.


Se quiser um dia sair do alcatrão e sujar os sapatinhos de pó ou lama haverá certamente na região quem lhe mostre o que aqui se vai fazendo bem feito, modernizando a agricultura e tornando-a competitiva, mas ao mesmo tempo salvaguardando oliveiras milenares, azinheiras que continuam a ser salvaguardadas desde o tempo da “outra senhora”, preservando a nossa cultura e a nossa história.
Até lá e uma vez que pouco tem contribuído para o desenvolvimento de interior e da região que a educou e viu nascer, nós os que por aqui ficámos a resistir, a trabalhar e lutar com todas as nossas forças …

O senhor não sabe, não sabe se investi  ou no que contribuí. Engana-se tanto. Atrás de mim vem:quem não sabe  o quanto do seu sol a mim o deve. Sei quem sou, senhor.

…agradecemos-lhe muito mais que divulgue aquilo que aqui se produz com qualidade, entre esses produtos está o azeite e a azeitona de mesa.
 A forma como é feita a colheita, o seu transporte e a brevidade com que chega a azeitona aos diferentes lagares da região leva a que haja uma melhor transformação do produto acrescentando-lhe qualidade.
Os prémios ganhos, são a prova de que o investimento e o esforço feito pelos mais de 1500 investidores que estão instalados nas terras de Alqueva (em que cerca de 150 são estrangeiros de 18 nacionalidades diferentes, explorando perto de 23 mil hectares, o que representa um forte contributo em termos de investimento estrangeiro na região), tem sido digna e merecedora da confiança daqueles que decidiram um dia construir Alqueva.
Se achar que é pouco, pode ainda lutar daí de Sines, do LITORAL, e fazer força para que terminem aquela estrada a que chamou cemitério, arranjem aquela por onde circulou mas que como vinha a olhar para o lado nem deu pelos buracos, ponham os comboios a circular como no resto do país, olhem para o nosso aeroporto, para o nosso hospital e sobretudo por aqueles que aqui vivem, no INTERIOR, abandonados pelos que um dia decidiram partir, deixando velhos, casas, montes e herdades onde se já tinha deixado de ver o verde dos trigais, e tinha lugar o amarelo dos pimpilhos; o branco da magarça; o roxo da sevagem; os cinzas que antecedem a chuva e o vermelho das papoilas... 

E, hoje, temos isto, por 230 Quilómetros quadrados:

Olival no Alentejo
 
Peço desculpa, consigo viver com buracos na estrada. Não consigo é viver: se me sentar  perante a morte de seres humanos (o que ocorre em Fortes).
No fundo, temos opiniões quase idênticas. A diferença é que o senhor decidiu atacar-me em vez de defender o Alentejo; em vez de mostrar, por atos, "a minha exploração é verde" e "Eu não quero um Alentejo onde não se possa respirar e viver com qualidade de vida".
Releia, um dos escritos que me enviou:

Tal como a Guida sou também a favor de um Alentejo onde se possa respirar e viver com qualidade de vida.
Tal como a Guida defendo a Biodiversidade, nem poderia ser de outra forma, o campo é o local onde gosto mais de estar. Mais ainda a informo que sou a favor dos olivais intensivos, mas são os superintensivos que estão na moda, por terem apenas como maior vantagem a mecanização, vejamos que aturar pessoas nem sempre é fácil. Também sou a favor que deveria haver espaços entre as plantações que permitissem maior diversidade no entanto não tem sido essa a visão técnica. Aliás pedem-nos muitos papéis mas o acompanhamento no terreno é quase nulo, o que permite certos abusos por parte de quem está para abusar. vejamos por exemplo, não se salvaguarda uma oliveira milenar, só é salvaguardada se a pessoa dona do terreno tiver essa sensibilidade.
Não me parece que esteja em lei o nº de oliveiras/ha, se é que se pode chamar oliveiras aquilo”

Agradeço a sua participação, referindo que os meus sapatinhos terão todo o prazer em sair do alcatrão e sujar-se de pó; ou seja, aceito o convite.

Estes comentários, estão relacionados com este texto: 

Muito obrigada, Gota a Gota
Sorrisos
Guida Brito



sábado, 17 de março de 2018

6 Fotografias insólitas- fotografando o Alentejo

Cavalo com duas cabeças e muitas patas
Pelos campos de Viana do Alentejo
Quando saio, em busca do melhor do Alentejo, transporto na minha máquina milhares de olhares. Geralmente, só quando as organizo, visualizo o que fotografei. Por vezes, deparo-me com autênticas surpresas. Estas, não posso deixar de as partilhar. 
Rosto de água
Bebedouro- Vidigueira


Rosto de velho de água
Bebedouro- Vidigueira

repuxo
Bebedouro- Vidigueira

Cara de mulher de água
Bebedouro- Vidigueira

Repuxo
Bebedouro- Vidigueira
 Sorrisos
Guida Brito

sexta-feira, 16 de março de 2018

Gota a Gota- Olivais do Alentejo


Beja
Caro Gota a Gota, só tenho uma palavra: disse que ia publicá-lo e fi-lo. No entanto, o senhor mandou-me toneladas de escrita e quando autorizei a publicação dos comentários: todo o blogue bloqueou e é impossível visualizá-los. Não querendo perdê-los, decidi dar lugar a uma vontade de algum tempo e criar: Tem a Palavra o Leitor. Nesta etiqueta, publicarei todos os escritos que me sejam enviados (magadinhas1@gmail.com), desde que as pessoas se identifiquem. Abro uma exceção no seu caso. Hoje, publico a sua primeira mensagem. De forma a que isto não se torne monótono para o leitor, intercalo a sua mensagem com comentários meus. O senhor (deduzo que o seja- a escrita evidencia alguém do sexo masculino) está a negro  e os meus comentários a azul. Agradeço-lhe todas as mensagens que me enviou.

“A reposta era para ser lá no outro mas aproveitando este mais recente, aqui fica. Este novo Alentejo contínua a ter tudo isto e mais o outro..."
"Cara Sra. Guida Brito, li com atenção os seu post acerca dos olivais da região de Beja e é uma pena, porque embora aqui apresente algumas situações preocupantes de abuso sobre o património arqueológico, florestal, humano e natural, essa não é uma prática comum a todos os que aqui laboram.”

 Fico feliz por o saber. Penso que essas pessoas devem abrir as suas portas, com orgulho, e mostrar que é possível manter e respeitar o Alentejo. Infelizmente, não são poucas as situações de abuso: são muitas e muitas.

 “Como tal generalizar por toda a comunidade que se dedica à plantação, produção e transformação de um produto de qualidade, inclusivamente “apelidando-o” de ruim qualidade não me parece próprio de alguém que se apresenta como uma defensora do Alentejo, dos seus produtos, da sua gastronomia e da sua cultura.

1.   Não generalizei; nunca disse que todos os que se dedicam à plantação são responsáveis pela destruição que tem ocorrido.

2.    Nunca disse que o azeite era ruim. O que referi é que o site do Ministério da Agricultura veicula que: 
   
      “Para azeite devem ser plantadas entre 200 e 300 árvores/ha, devendo as linhas distarem 7 m entre si, para facilitar a colheita mecânica.”
“Para conserva podemos plantar mais de 300 árvores/ha”.

 É o próprio Ministério que diz que as 2000 árvores por hectare e plantadas com menos de metade dos 7m entre linhas não se adequam ao azeite.

E depois pergunto. Pergunto se as hortas morrem como pode o azeite ser bom? E perguntar devia ser um hábito comum a todos os cidadãos. É o interesse, a preocupação e as perguntas da população que moderam a atuação dos governos e demais entidades. Ajudam a limitar os excessos. Vivemos, supostamente, num estado democrático, logo: devemos usar o nosso direito de participar ativamente.

3.     Nunca me apresentei como defensora do Alentejo. Mas se deduz que o sou quando me lê: é uma honra. Muito obrigada.

“Para início de conversa poderemos começar logo pela parte em que tal como muitos outros que não entenderam que deveriam insistir na terra que os viu nascer e educou, deveria sair daqui e decidiu fazer uma “imigração” do interior para o litoral.”

O senhor não sabe; não sabe nada de mim; não sabe se isso corresponde à verdade. A única coisa que sabe é que há algum tempo que eu não ia a Beja. E se só quem ficou pode opinar ou intervir, por que motivo há, na região, tantos investimentos estrangeiros?

“E depois um dia quando se lembra resolve dar uma voltinha pela estrada de alcatrão e “desancar” quem aqui ficou ou quem resolveu regressar ou que não sendo daqui decidiu que seria aqui e investiu parte das suas economias, algumas acumuladas de uma vida e que todos os dias se levanta para trabalhar, para andar no campo faça sol ou faça chuva, com os pés no pó e na lama e não dentro de um automóvel por uma estrada de alcatrão.”

Jamais seria capaz de desancar em alguém. Li muito, consultei leis, artigos… e dei a minha modesta opinião. Nunca esperei que tivesse esta repercussão: milhares de leitores, mensagens… Conheço, por experiência, a azáfama que refere. Sei o quanto é duro e conheço, também, o que é mais duro que isso. No entanto, tenho tanto respeito pelos que ficaram, como pelos que partiram e, sem viver a vidas, choraram a saudade e os seus, de sol a sol. Por vezes, não há escolhas nem caminhos. Nenhuma das situações diminui o carácter de uma pessoa: engrandece-as. 

“Aquilo que a senhora recorda como técnicas ancestrais e que nos acompanharam ao longo dos séculos, não tem mais de 80 ou 90 anos e começaram precisamente pelas mãos de um ditador, pois esta paisagem bucólica das planícies a perder de vista despidas de árvores foi a origem da campanha do cereal iniciada por Salazar que indiscriminadamente fez com que os Olivais e os Montados desta região fossem arrancados, um património perdido que nunca mais será recuperado.”

Não tenho informações sobre o assunto para me pronunciar. Se ocorreu devíamos ter aprendido algo com a destruição.

“Incrível como alguém que apenas circulando de automóvel pela estrada (lembro-lhe que é o IP8, pior que muitas privadas que dão acesso a alguns lagares da região) consegue perceber a forma como foram preparados os terrenos, a sua orologia, a sua drenagem, a quantidade de químicos e os químicos utilizados e a ausência de espécies silvestres e da fauna.”

O senhor não sabe isso; não sabe se apenas passei. E garanto-lhe que levei muitas noites a consultar leis, fotografias antigas e outros documentos.

 “É realmente algo inimaginável ou então terá ido ao Google Earth como fez com o Litoral Alentejano.”

Google Earth é um programa de computador desenvolvido e distribuído pela empresa estadunidense do Google cuja função é apresentar um modelo tridimensional do globo terrestre, construído a partir de mosaico de imagens de satélite obtidas de fontes diversas, imagens aéreas (fotografadas de aeronaves) e GIS 3D. Além de fidedigno é a Fonte mais credível e real. No caso que refere, as fotografias mostram a plena ocupação por estufas do Parque Natural do Sudoeste Alentejano. Relativamente a Beja, as mudanças a nível da paisagem foram demasiado rápidas e o Google Earth ainda não atualizou essa zona.

“Seria até importante referir que a foto do cemitério de rochas que refere, não é um cemitério de rochas provenientes dos terrenos onde são visíveis os olivais, mas sim dessa tal estrada onde devia circular hoje, o celebre IP8 que foi suspenso e que ali está inacabado, tal e qual como no dia em que as máquinas dali saíram.”

Tem razão, a fotografia foi mal colocada. E as rochas amontoadas no lado oposto?

“A orografia dos terrenos onde são instalados os olivais mantem-se e grande parte das rochas de lá retiradas são usadas nas valas de drenagem, valas essas que são feitas onde sempre foram, algumas reavivadas que pelo assoreamento e o entulhamento de material (pasto, lenha e lixo proveniente da casa de muitos), tinham deixado de correr no antigo leito.”

Senhor, se as rochas foram retiradas houve alteração da orologia. Eu não sei a quem pertencem as terras que fotografei. E que com elas não se perceba: aqui há criminoso. As fotografias, tiradas aleatoriamente, apenas demonstram que aquele cenário se repete por milhares e milhares de hectares. Aliás, se existisse apenas esta exploração ou explorações intervaladas, com respeito pelo ambiente, pessoas e património, estávamos num cenário de desenvolvimento do Alentejo. O seu conjunto é que retira, da terra e das nossas vidas, mais do que podemos dar. E se não perguntarmos e não nos interessarmos: retira-nos tudo. Nunca disse que a Vossa exploração cometeu crimes; disse que há muitos e graves crimes no Alentejo. E há, na minha opinião. Opinei- direito em democracia. A crer na sua explicação e em tudo o que me escreveu; a Vossa exploração tem uma postura Verde. Deve mostrá-lo e distinguir-se dos demais. Quando olhamos, vemos tudo revirado: não sabemos quem, como ou onde.

“Poderia ainda dizer que esses olivais mais recentes das fotos que apresenta, estão hoje num terreno devidamente cuidado, que era mato e pedras, pedras essas que alimentaram uma britadeira durante mais de 20 anos entretanto desactivada a pouco mais de 1km do local.”

O que o senhor chama de mato e pedras, eu chamo Natureza. Mas quero acreditar que a Vossa empresa possa ter beneficiado o local. As minhas fotos não foram para vos atingir, particularizar ou menosprezar, eu não vos conheço e não sei como funcionam. Sei que toda a paisagem está daquela forma e deixou no rasto uma destruição irrecuperável. E continua. Os nossos governantes não limitaram a ação humana e deviam tê-lo feito. Deviam garantir um desenvolvimento sustentável que não está a ocorrer. Se quer a minha modesta opinião: urgia que quem respeita o que é de todos, desse um passo à frente na transparência. Se mostrasse com orgulho- sendo que “mostrar-se com orgulho” não é, de todo, colocar palavras bonitas no site que as representa. Importa mostrar atos e reflexos dos mesmos.

“Cara Guida Brito não pode valer tudo para se atingir o objectivo pretendido, muito menos usar a mentira como forma de mudar opiniões e sentimentos.

Caro Gota a Gota, transparência não é denegrir a minha imagem. Um ataque, a mim, em nada vos beneficiará (antes pelo contrário). Li tudo o que me enviou e com muita atenção. Sei filtrar;  há partes que escreve que me fazem sentido. Mostra que se sente injustiçado e pensou-se particularizado: não o foi. Relevo o que diz sobre mim, é fruto de estar zangado. No entanto, seria muito importante abrir as portas, nomear-se e mostrar que, pelo menos, pela Vossa exploração podemos estar descansados. Não sou só eu que questiono: eu apenas escrevi uma preocupação generalizada. Escrevi o que se Vê por toda a paisagem.

Muito obrigada pela sua participação.
Sorrisos
Guida Brito

quarta-feira, 14 de março de 2018

A descoberta do Alentejo


Papoila
Sou contra o desenvolvimento? Jamais. Não podemos impedir a atividade humana mas há que controlá-la de forma a garantir a sustentabilidade. E é aqui que Portugal falha. Uma falha de tal forma gravosa que, no meu entender de gente simples, levará a uma crise muito mais grave do que aquela que conhecemos na atualidade. Temo o deserto poluído que se adivinha, em poucos anos.
Insecto com polen

Vi, há pouco tempo, um programa sobre um Atol na Lagoa Azul (Oceano Pacífico). E, fiquei fascinada, se pudesse escolher era num como ali que gostaria de viver. Aprenderam com a destruição dos atóis vizinhos (o que é raro num povo). No espaço, existem todas as atividades humanas (turismo, pesca, viveiros de mariscos e outros, indústria…) mas controladas de forma a que a Natureza se reproduza e renove, no normal caminho da manutenção da biodiversidade. Os habitantes vivem num paraíso com o que chega para sorrir; não há excessos: há um total respeito para com todas as formas de vida. Nada lhes falta.
Olival

Pensei no Alentejo e na sua história. Um povo que, na sua pobreza, sempre soube que as ervas das margens da ribeira engradeciam o sabor do peixe que pescava; um povo que soube que o sistema de poisio garantia sustentabilidade; um povo que respeitou dunas e falésias… respeitou, de forma nobre, o que garantia a sua subsistência e das formas de vida que com ele repartiam a região. E foi esta forma simples de vivência, e o paraíso de uma paisagem que lhe fazia jus, que levou à Descoberta do Alentejo. 
Mosca

E quando digo “Descoberta do Alentejo” refiro-me aos que desocupam zonas já destruídas e ocupadas pela poluição (antigos paraísos) e caminham na ânsia de mais.
Inseto

Numa ganância desmedida, alimentada por sonhos de emprego e água do Alqueva, surgem olivais superintensivos; surgem árvores de fruto XPTO; surge Fortes e os que não sabem; surgem estufas; desaparece um Parque Natural… poluem-se  ribeiras; desaparecem cursos de água; destrói-se a nossa história… altera-se a paisagem; destrói-se um povo que é humilhado na sua simplicidade. Um caminho, a passos largos, para a incapacidade de vida na região.
Montado

O que trocámos? O que conseguimos nesta troca manhosa de dar terras pela nossa vida? Um prato cheio? Quantos de Vós sentem mudança na facilidade de viver sem preocupações?
Joaninha

A água do Alqueva não chegou às torneiras dos alentejanos mas chegou às produções intensivas que nos devastam. Agora, diz o país: vamos aumentar o Alqueva para que corra nas torneiras. Será? Ou será que a seca assustou os que plantam de forma desmedida?
Insecto a retirar pólen

E os empregos? Não chegaram para nós (não se refletiram no nosso prato); são os trabalhadores precários em regime de escravatura que ocupam (em número muito maioritário) as nossas aldeias, numa comunhão de costumes que inferioriza e excluí o idoso povo alentejano.
Flor

Ouvi há dias que, na região de Beja, foi firmado um contrato de exploração intensiva de árvores de fruto; numa enormidade de kms quadrados que se juntarão aos milhares existentes; milhões e milhões de euros; a troco de 80 empregos de forma faseada. 
80??????? 
De forma faseada????? 
Provavelmente daqui a 10 anos ( o Alentejo não dura tanto) começam a empregar os primeiros: ordenado minímo e o dobro das horas previstas na lei. Para mim, desculpem, serão utilizados mais muitos milhões para destruir o que resta de um região que outrora foi descoberta por ser um paraíso ( a falta de vírgulas é propositada).
Sementes na cápsula

Só posso concluir que deixamos destruir, o nosso paraíso, para que os que nos destroem possam, um dia, visitar o Atol da Lagoa Azul.
Malmequer

Não queremos oliveiras? Queríamos, sim. Queríamos oliveiras e demais atividades humanas num país que controlasse os excessos e garantisse a não destruição de tudo o que nos rodeia. 
Joaninha
Queríamos oliveiras num país que acabasse, de forma imediata, com o cancro que já se instalou nos pulmões de Fortes. Queríamos oliveiras num país sem estufas nas falésias. Queríamos oliveiras num país com parques naturais. Queríamos oliveiras num país que tivesse aprendido: com o mar Aral; com Pripyat – Ucrânia; com Centralia - Pennsylvania (EUA); com Pennsylvania (EUA); com Wittenoom – Austrália; com Pizzeria - Oklahoma (EUA); com a represa das Três Gargantas – China; com  Gilman - Colorado – EUA; com Fukushima – Japão.
Campo florido

Queríamos um paraíso onde a atividade humana pudesse ser desenvolvida de forma a garantir a sustentabilidade. 
Inseto a retirar pólen da flor
Queríamos um país com coragem. Queríamos o Alentejo.
Sugestão de leitura:
Sem sorrisos
Guida Brito


terça-feira, 13 de março de 2018

Igreja Nossa Senhora das Salvas- Sines

Igreja
A igreja é linda. O lugar merece uma vista mais atenta: magnífica a paisagem sobre a baía e o Porto de Pesca.

rua

igreja e ruínas

Sorrisos
Guida Brito

sábado, 10 de março de 2018

Aljustrel

Campos alentejanos
     Conhecida pela mina, a vila de Aljustrel foi, durante muito tempo, para a maioria, sítio de passagem em andar apresado. 

Oliveira
         Nunca eu, por ali, havia passado; com exceção para a última carreira que fazia a ligação estudantil, entre Beja e os povoados do distrito. 
Igreja
    Decidi-me, aventurei-me e fiquei deslumbrada. 
paisagem
       Jamais, jamais sonhei a beleza de tão recôndido lugar. 
Vila
       Deixo-vos um cheirinho que, certamente, vos despertará quereres e vos guiará entre ruas e ruelas.
Nossa Senhora do Castelo



Marco geodésico

 Nossa Senhora do Castelo

 Nossa Senhora do Castelo

 Nossa Senhora do Castelo


Estátua
Sorrisos
Guida Brito