terça-feira, 25 de dezembro de 2018

Os 3 americanos - uma história verdadeira para ler no Natal

Nepal

     Três ex-militares americanos serviram os interesses do seu país no Afeganistão. Apaixonaram-se pelo povo e conscientes das suas dificuldades decidiram apoiar o desenvolvimento da agricultura - esta é a bandeira da sua firma e o que ajuda o consumidor a decidir-se entre o seu e outro produto similar.
     A consciência descansada que ajudámos ao bem maior, nem sempre nos encaminha no sentido correto de desenvolver, nos povos, atividades que garantam o seu sustento. Após uma ideia inicial, desenvolvida com sucesso por alguns grupos de coração gigante, de desenvolver competências para subsistir (evitando a exploração e a necessidade de caridade) surgiram milhares de seguidores que, em nome do bem e do dou isto ou aquilo, nada mais fazem do que tornar escravos homens livres.
     Voltemos aos americanos e ao seu sentido humanitário: ao serviço da América, no país Afeganistão, constataram a existência de açafrão – a melhor especiaria do mundo; vendida a preços diamante devido à sua especificidade de obtenção e recolha. Fizeram uma parceria com os agricultores locais e criaram uma empresa: obtêm uma grama de açafrão por 8 dólares e vendem-na por 35 dólares.
     Cada grama de açafrão requer 150 horas de trabalho. Antes de financiar o bem através de mãos alheias, há que fazer uso das nossas capacidades pensantes: dos 8 dólares do custo por grama, um dólar e pouco paga 150 horas de trabalho e os custos de produção. Não creio que o desenvolvimento assente nestes ideais; cheira-me a “destruímos e agora usamos” – cheira-me a regresso ao escravo ocultado em nome do bem.
     Se cada um de nós, se envolver, cada vez mais, na ajuda presente ao seu semelhante, talvez o Mundo seja um sítio melhor. 



     Conscientes da história que se repete, indignamente, pelo Mundo: podemos descartar a situação; podemos enviá-la para o segundo plano das nossas famosas sinapses; ou, podemos usá-la na consciência do mal que provocamos por uma ação não intencional. Quando ajudo sem envolvência: financio criminosos; incito ao enriquecimento indevido; permito a acumulação de capitais; torno-me mais pobre; e, impeço a ajuda humanitária - por parte daqueles que se doam de forma a que um pouco da primavera nasça nos mais áridos locais do Mundo.



Seja e faça feliz

Sorrisos

Guida Brito

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

A Beleza e o nariz do boneco de neve

As palavras não se definem


Uns sorriem perante o sonho da Beleza de um bonito cartão de Natal, repleto de neve e de um querer que povoa os sonhos. Aconchegam-se no cantinho do “saber-me-ia tão bem”:  o crepitar da lareira; o cheiro do derreter do queijo; a cenoura do velho boneco de neve; o homem das barbas que faz  jus ao “portei-me bem”; as risadas das crianças; o saco vermelho que me fará feliz

Outros… bem ,outros agoniam e vivem, por um fio, no lado inimaginável e não visível dos nossos quereres. Na neve, o frio gélido queima as extremidades mais sensíveis e invade a vida destruindo sonhos.  O movimento aparenta excessivo cansaço e a Beleza anseia despertar num cantinho ao sol. Querer, aqui, será, somente, sobreviver ao momento infindável da agonia. 

O que é, de facto, a Beleza? As palavras não se definem; nem nos definem. São os atos perante o imprevisível que espelham o nosso ser. A beleza é um ato – o ato de partilhar o nosso bem-estar e o aconchego do  nosso quentinho;  a temperatura amena que envolve: impedido que o Olhar se sobreponha ao Ver (abraçando os dois lados conclusivos da experiência).

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

1º ciclo - para refletir



O que se exige aos alunos e professores do primeiro ciclo: é  excessivamente violento, desadequado e desnecessário. Um dia, haverá coragem política para privilegiar o saber, o querer, a felicidade e o gosto. No entanto, há que ser conscientes que iremos pagar muito caro os erros do presente.
Um povo infeliz e inculto é um povo morto - será essa intenção subjacente ao evidente errado?

Sem sorrisos
Guida Brito


terça-feira, 27 de novembro de 2018

Os sinais de trânsito do distrito de Coimbra e a lei portuguesa - o som do nada, um ano após os incêncios



Sinal de trânsito português
Decreto-Lei n.º 44/2005 de 23 de Fevereiro: “Sobre os sinais de trânsito ou na sua proximidade não podem ser colocados quadros, painéis, cartazes ou outros objectos que possam confundir-se com os sinais de trânsito ou prejudicar a sua visibilidade ou reconhecimento, ou ainda perturbar a atenção do condutor.”

Visitei, recentemente, as zonas que foram engolidas pelos monstruosos incêndios que ocorreram há um ano. Choquei perante as imagens que captavam o meu olhar. 

Cada um de nós sabe o que o indigna e que desculpas consegue alvitrar para esconder o som do nada; eu não consigo calar, em mim, o som da dor alheia. 

Se me chocaram as múltiplas estradas (únicas para o acesso às povoações) em risco de derrocada (devido a terem sido, um dia, brasa): gritei perante a incógnita do nome das povoações heroínas  -   sobreviveram ao monstro e choram os afetos que cedo partiram; praguejei (confesso) toda a sinalização rodoviária. 

Como posso compreender que mais de um ano após tanto desespero, a ajuda ainda não tenha chegado? 

Os sinais de trânsito do distrito de Coimbra e a lei portuguesa


Sinais de trânsito portugueses
Decreto-Lei n.º 44/2005 de 23 de Fevereiro – “Este é um objectivo mobilizador de toda a sociedade portuguesa e um importante desafio a vencer. Mas, para assegurar a realização deste objectivo, é necessária uma actuação eficaz a vários níveis, como a educação contínua do utente, a criação de um ambiente rodoviário seguro e a consagração de um quadro legal eficaz.”


Sinais de trânsito portugueses

Decreto-Lei n.º 44/2005 de 23 de Fevereiro: “Os sinais de perigo indicam a existência ou a possibilidade de aparecimento de condições particularmente perigosas para o trânsito que imponham especial atenção e prudência ao condutor.”


Foto Guida Brito
Decreto-Lei n.º 44/2005 de 23 de Fevereiro: “Os sinais de trânsito devem obedecer às características definidas no presente Regulamento no que respeita a formas, cores, inscrições, símbolos e dimensões, bem como aos materiais a utilizar e às regras de colocação.”

Sinais de trânsito portugueses
Decreto-Lei n.º 44/2005 de 23 de Fevereiro: “As cores utilizadas nos sinais verticais devem respeitar as coordenadas cromáticas constantes do quadro XIX, em anexo.Artigo 65.º”


Incêndios 2017
Decreto-Lei n.º 44/2005 de 23 de Fevereiro: “Os sinais devem ser colocados de forma a garantir boas condições de legibilidade das mensagens neles contidas e a acautelar a normal circulação e segurança dos utentes das vias.”


Incêndios 2017
 Decreto-Lei n.º 44/2005 de 23 de Fevereiro : “…a segurança rodoviária e a prevenção dos acidentes constitui uma das prioridades do XV e XVI Governo Constitucional.”
Foto Guida Brito
Decreto-Lei n.º 44/2005 de 23 de Fevereiro: “A sinalização turístico-cultural destina-se a transmitir aos utentes indicações sobre locais, imóveis ou conjuntos de imóveis e outros motivos que possuam uma especial relevância de âmbito cultural, histórico-patrimonial ou paisagístico.”

Foto Guida Brito
Decreto-Lei n.º 44/2005 de 23 de Fevereiro: “Os sinais devem ser colocados de forma a garantir boas condições de legibilidade das mensagens neles contidas e a acautelar a normal circulação e segurança dos utentes das vias.”


Foto Guida Brito
Decreto-Lei n.º 44/2005 de 23 de Fevereiro: “… em toda a União Europeia, por dia, morre mais de uma centena de pessoas por força de acidentes rodoviários. Na verdade, nas últimas décadas, a Europa foi um espaço de desenvolvimento económico e social que permitiu uma progressiva melhoria das condições de vida aos seus cidadãos com o acesso a bens que há pouco mais de cinquenta anos eram inacessíveis à esmagadora maioria dos seus habitantes.”

Cumprir a legislação, também, deveria ser uma obrigação de um estado que se quer de direito.
Sem sorrisos
Guida Brito

Deixa-me dizer-te, cara amiga...

Deixa-me dizer-te, cara amiga...

Deixa-me dizer-te, cara amiga, que as tuas atitudes  não dignificam a nossa amizade (nem a ampliam): muito pelo contrário.




Sempre revelei muitas dificuldades em entender a aparente casualidade do intento; sou crente, incondicional,  que o que não nos serve não se doa: recicla-se.
Sorrisos
Guida Brito





sexta-feira, 23 de novembro de 2018

O "Eu Não Sabia” é verdade.- falamos do abatimento da estrada entre Borba e Vila Viçosa


Imagem do Google Eathe
“Eu Não Sabia” esta é a frase mais recorrente: sempre que Portugal se encontra perante uma tragédia. E, eu acredito em absoluto na veracidade da mesma. Claro que não sabiam, são meros reflexos da pornografia que deixámos que se instalasse no nosso país.

Certificamo-nos, no imediato, após a audição da mera frase, que os nossos responsáveis políticos não cumprem as funções para as quais foram eleitos e não têm a obrigatoriedade de cumprimento da legislação (que legislaram) - em legítima defesa não posso, nunca, invocar o desconhecimento da lei ou das funções que o meu cargo requer (isto é básico). Como posso compreender que um político não conheça o seu concelho, distrito ou país? O que é que lá está a fazer? Em que consiste a sua  atuação? E, quais são as funções de um político que desconhece o seu território e as suas gentes?

Acredito que, mais uma vez,  perante a tragédia: não haverá culpados. E a justiça estará certa: NÂO HÀ CULPADOS”.

Li muito do que se escreveu e, tal como vós, estou com a cabeça a latejar perdida nos nomes e nas passagens do disto e daquilo. Percebi que a ilegalidade e a insegurança estavam presentes há tantos, e tantos, anos que a solução foi passar as responsabilidades de capela em capela e mudar os nomes às coisas – sempre beneficiando as grandes empresas (claro) passando para último plano as vidas humanas. São tantas as entidades envolvidas que ficamos conscientes do dinheiro que esbanjamos, em vencimentos, que apenas nos encaminha para a morte.

Penso que qualquer político que refira o desconhecimento da realidade, desta região, não deveria ter iniciado funções - pelo que li, esta frase abarca a maioria dos existentes em Portugal.

Nunca haverá culpados, perante qualquer tragédia, porque a legislação e as mudanças são efetuadas com o único fim de se perder o fio à meada (isenção de culpas por desconhecimento do prevaricador) e beneficiar o amealho de dinheiros por parte de meia dúzia. A nossa legislação e as mudanças sistemáticas nunca resolveram qualquer problema do nosso país: ampliaram-nos.
Sem sorrisos
Guida Brito


terça-feira, 20 de novembro de 2018

Deslizamento de terras, entre Borba e Vila Viçosa, soterra Portugal e impossibilita o seu resgate

Deslizamento de terras, entre Borba e Vila Viçosa, soterra Portugal e impossibilita o seu resgate

Mármores

Ainda no quente de tão grande tragédia e sendo consciente das não repercussões de mudanças que se requeriam com a urgência do ontem, escrevo. 

Naquela estrada morremos todos, enterrámos a dignidade do ser Português. Infelizmente, deixámos de exigir do estado as suas funções e permitimos que nos enganem como se todos fossemos isentos de sinapses.

 Fiscalidade; garantia e exigência de cumprimento da lei; justiça, proteção, segurança, apoio aos cidadãos, entre outras, são miragens escritas em papéis arrumados nas mais recônditas prateleiras: um vale tudo que não nos retira da miséria e da exploração patronal - em nome de um desenvolvimento que enriquece meia dúzia de cromos que nem portugueses são. Um país que tinha tudo para ser feliz e viver à grande e à francesa. 

Naquela estrada morremos todos; este sequencial de tragédias sucessivas no nosso país, já ditaram que os que morrem e vivem abaixo do limiar da humanidade ali permanecem na solidão do não tenho país. Não haverão culpados de uma tragédia que estava agendada; não haverá aprendizagem; a insegurança continuará.  O meu fim, e o teu, já se iniciou e caminha a passos largos para uma nova tragédia que os restantes não chorarão porque estarão connosco. 


Ainda não se sabe quem faleceu ou quantos ali perderam as vidas e já se iniciou a manipulação da opinião pública de forma a que tudo fique como está: uns morrem e outros esperam apenas mais uns dias – assim o ditam os primeiros comentários dos responsáveis políticos: “a estrada era segura”. Como se fosse preciso um engenheiro e um estudo prolongado no tempo para chegar à conclusão que aquilo já devia ter caído. Qualquer criança, nas suas primeiras palavras, diria perante a imagem: “cai”. 

Os políticos sabem que podem atirar meia dúzia de palavras sem nexo: dividem-se as opiniões; os portugueses calam-se; não haverá responsabilidades; e, o assunto durará até que algo de novo ocorra na vida do Cristiano Ronaldo ou o José regresse a Portugal vestido do gasto dinheiro em futilidades que distraem o povo. 

A tragédia de Borba é muito maior do que a veiculada na comunicação social. Dificilmente encontramos uma investigação que vá além do óbvio e assente nas questões fundamentais. Relembro o grave acidente, com gases, ocorrido em Sines. O assunto foi empolado como se o mérito tivesse resolvido uma situação de nadica de nada. Segundo o veiculado, houve evacuação e as pessoas nunca estiveram em perigo. Mentira: se alguém tivesse ido ao fundo da questão teria percebido que a evacuação foi feita por um elemento da GNR que gritou. Logicamente que, num tão grande bairro, não foi audível e quase todos os habitantes do perímetro ficaram presos no interior, em grande perigo. Nunca tiveram direito a assistência pelas unidades de saúde - apesar dos sintomas de exposição a elevados níveis de gazes mortais. Não há qualquer plano de emergência que seja do conhecimento dos habitantes desta perigosa cidade: qual é o sinal de evacuação? Que medidas devo adotar? Onde nos devemos dirigir? Que caminhos devo escolher em caso de catástrofe? Não sabemos. Este é apenas um mero exemplo do que prolifera pelo país. 

Fico com a sensação que as pessoas são consideradas, pelos nossos governantes, como algo a evitar que exista no nosso país. 

 Voltemos a Borba. A grande maioria das explorações de mármore foram vendidas ou beneficiam de capitais estrangeiros (nós nunca percebemos muito bem o que eles querem dizer). E o que não é nosso, o Governo demite-se da fiscalização e exigência de cumprimento da legislação em vigor. Patrão fora: dia santo no trabalho – foram-se abrindo e abandonando pedreiras; revirando, da forma que apeteceu, em busca do El dourado sem prestar contas ou dar explicações. E, mais grave do que isso, permitiu-se a existência de tão monstruosas e gigantescas “escombreiras” que são, sem sombra de dúvida e como comprovam as imagens que nos chegam, as grandes responsáveis por esta grande tragédia – que se adivinha ser apenas a primeira. Aliás, por pura sorte o espaço onde estão estacionadas as operações de socorro não desabará nas próximas horas. 

 As escombreiras 

Deslizamento de terras entre Borba e Vila Viçosa

Escombreira é o local onde, numa exploração mineira, se acumulam os fragmentos de rocha que não têm interesse económico. As desta região têm milhões e milhões toneladas e são  mais que muitas . A sua existência é tão gravosa que Portugal paga pesadas multas (como se fossemos muito ricos) . Ou seja, não é nosso, não fiscalizamos mas pagamos por um crime ambiental que permitimos que ocorra no nosso pais. O que lucramos com as pedreiras de Estremoz? A morte e dívidas.

Estes depósitos não causam só poluição visual, são responsáveis: pela poluição dos solos, da água e do ar; diminuem, em muito, a esperança de vida dos habitantes; e, aumentam o risco de ocorrência de derrocadas.

As causas da derrocada entre Borba e Vila Viçosa

 Pelas imagens que nos chegam, temos uma pilha de legos, numa zona de explosões, em contacto com água de ph ácido, constituídos por um material (mármore) que se desgasta facilmente porque tem “dureza Mohs” baixa, a segurar uma estrada. E, mesmo ao lado, temos uma (várias) escombreira de milhões e milhões de toneladas que, além da grande depressão no solo e da consequente pressão sobre os adjacentes, altera o seu ph  tornando-o ácido. Com o mármore corroído, é só soprar. Ninguém sabia e aquilo era seguro; e. lá vai o Zé povinho, na pressa do chegar a horas ao serviço, ribanceira abaixo. 

Uns não sabiam; outros consideravam que as estradas não lhe pertenciam; outros, ainda, garantem a segurança:  Portugal soterrou de uma forma que jamais será resgatado. 

Um cenário que vem a repetir-se e, como uma sequência de dominós, vai destruindo o que encontra pelo caminho.

 Lembram-se? 

 1 - Após um incêndio gigantesco que consome dezenas de pessoas e milhares de quilómetros, Portugal retira aos meios de combate aos fogos do local; considera a zona segura e ocorre um novo incêndio que consome, além da área ardida, um número superior de vidas. Os portugueses juntam-se e direcionam as suas poupanças na ajuda às populações. Sabem o que aconteceu? 

O dinheiro não chegou aos que delas necessitavam ; financiou, supostamente, casas de políticos e anda por sítios desaparecidos. Não houve ajudas; não houve ordenamento do território; não houve fiscalização; não houve culpados. O local está a ser, discretamente, ocupado por eucaliptos; daqui a dois anos morrem os que sobraram em incêndios que todos choraremos. 


 2 - O distrito de Beja foi devastado pelos pseudo olivais e outras culturas que vingam sem fiscalização; conseguiu-se a destruição do património histórico e ambiental; isolaram-se populações e entraram dentro da casa das pessoas; os químicos e a poluição que dali advém mata, aos poucos, as vidas humanas da região (supostamente – palavra a que a lei obriga). Supostamente e em minha opinião; a grande tragédia ainda aqui não aconteceu: lentamente vai minando e há boas desculpas que apagam o tão evidente. Sabem quais foram as consequências? Não há culpados nem acusados; as velhas oliveiras resistentes às doenças são certificadas em Espanha e vendidas para Itália; os organismos manipulados geneticamente duplicaram; o espaço ocupado corre engolindo tudo pelo caminho. O Alentejo caminha para a desertificação total. 

Deslizamento de terras, entre Borba e Vila Viçosa, soterra Portugal e impossibilita o seu resgate.


 3 - Fortes vive há 10 anos no seio de tão grande e visível poluição que impede a população de sair à rua, de respirar… mata-os aos pouquinhos. Era vapor de água, dizia a fábrica. Sabem o que aconteceu? 
Não há culpados; foi substituída uma chaminé das três existentes. É muito caro substituir as três - o pessoal que morra devagarinho. Claro que não há estudos nem fiscalização credível e quem fala sobre os assuntos tem que referir: supostamente não saio à rua porque supostamente não consigo respirar. Estamos envoltos num suposto visível e sentido que não serve como prova e depois choramos a morte de mais uns quantos. 


Deslizamento de terras, entre Borba e Vila Viçosa, soterra Portugal e impossibilita o seu resgate.


4 -  Desaparece o Parque Nacional do Sudoeste Alentejano e da Costa Vicentina. Sabem o que aconteceu?  A degradação  continua a expandir-se pelas zonas adjacentes; supostamente, a contaminar os solos e a usar a escravidão no trabalho. 

Deslizamento de terras, entre Borba e Vila Viçosa, soterra Portugal e impossibilita o seu resgate.


5 - O Tejo…. deste tema nem supostamente posso falar. Era suposto não ter acontecido. 

6 - O Sado… nem os lismos ali existem. Era suposto ser um rio.

7 - Entre-os-Rios.... quais as pontes que foram alvo de intervenções? Passei por uma, há poucos dias, atravessa o Tejo e pareceu-me tão insegura.

Contabilizando o dito e o não dito: mais de metade de Portugal desapareceu (não apresenta condições de habitat para qualquer forma de vida). E o que resta, caminha a passos largos para a destruição: Portugal transformou-se num país onde reina a corrupção. E, onde reina a corrupção: não há fiscalização; não há proteção e apoio aos seus habitantes; descura-se a segurança. Em Portugal, morrem pessoas pela incapacidade do estado cumprir a sua função. 

 Deslizamento de terras, entre Borba e Vila Viçosa, soterra Portugal e impossibilita o seu resgate. 
 Sem sorrisos 


segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Está triste?


Pois é! Deixámos chegar aqui: que pedissem mais do que podemos dar; que nos atafulhassem de contas; enleámo-nos do que não tem solução e tornámo-nos doentes de expressão (sem sorrisos – quero eu dizer).  Ausentaram-se os risos, os cantos da boca já não sabem aproximar-se das orelhas; ausentou-se a plena cavaqueira que rodeava a mesa. Trabalho, escola, deveres, mesa, cozinha, trabalho, escola, deveres, mesa, cozinha… e ausência de afetos: total ausência de afetos e abraços que não somos capazes de iniciar. Tornámo-nos seres insatisfeitos e descarregamos no outro: exigimos o que não damos e fazemo-lo com tanta certeza de razão. Não prestas, não fazes, não sabes… somos bichos quando devíamos ser gente. Apregoamos uma “missa” que não doamos e estamos certos: tão certos que escondemos o quanto erramos e não somos. Não somos errantes: estamos todos carentes. Carentes até de nós.
Nessa tua tão pouco verdadeira aparência: estás triste? Muda-te; sorri; abraça; elogia; ama e não aceites o que não podes dar.
Sorrisos
Guida Brito


quinta-feira, 12 de julho de 2018

A matrícula



Ontem, passei horas na oficina: muitas questões, muita papelada, muitos dados, muitas vezes a pergunta ”Qual é a matrícula? Qual é a matrícula? Qual é a matrícula”...  
Respirei de alívio quando o funcionário dos seguros  disse: “pode ir, se precisar de algo mando-lhe uma mensagem”.
Corri, satisfeita, feliz e airosa – o martírio havia terminado. Mal entro em casa, oiço o típico som de “Vocezinha” recebeu uma mensagem. Enfureci ao lê-la: “Posso ligar-lhe? Não tenho a certeza da matrícula.”
Passei-me dos carretos. Confesso: praguejei, praguejei... Oh! Minha Santa Barbatana!
Confesso que ainda praguejava: quando, muito furiosa, decido ligar-lhe. Disse tudo o que me ia na alma em alto e bom som. Não há paciência que aguente! Esgotara todos os meus infindáveis sorrisos.
Silêncio; um silêncio ensurdecedor ouvia-se do lado de lá. Atirei: sim?
Uma voz tímida e envergonhada fez-se ouvir:
- Professora, desculpe… eu…  eu preciso de ajuda com a matrícula (escolar) da minha filha.
Definitivamente: perdi todos os sorrisos, perdi o chão e fiquei sem pinga de sangue.

Vai de férias? https://www.booking.com/index.html?aid=1335611
Sorrisos
Guida Brito

domingo, 10 de junho de 2018

Os animais das nossas ribeiras

Reprodução

Reprodução
                                                                 Sorrisos
                                                              Guida Brito

sexta-feira, 18 de maio de 2018

Uma alentejana em Lisboa

Capital de Portugal


Conhecida pelas múltiplas viagens ao volante dos meus bólides, ninguém imagina: que a capital mais próxima se revela sempre um encalhe - para quem está habituada a não saber para onde vai mas para onde quer ir.
Sim! Já atravessei muitas vezes a ponte... mas as tropelias sucedem-se sucessivamente. Não tenho má ideia dos condutores lisboetas: se no inicio explodem inexplicavelmente, rapidamente ficam cativos dos sorrisos, beijocas e adeus que, carinhosamente, envio ao primeiro sinal de água entornada.
Sem ajuda dos amigos e querendo evitar a todo o custo parques de estacionamento ( eu lá saberei porquê), decidi:
- Carrinha, vamos a Lisboa e atravessamos a ponte- ela estremeceu e eu fiquei feliz.
Embora não tivesse publicado, as minhas intenções, no facebook: todos pareciam saber que a alentejana chegara. Uns paravam, outros esperavam e eu fiz tudo direitinho. Virei corretamente entre vias e vielas até me encontrar a 100 metros do destino. Uma manobra impensada, uma viragem contrária levou-me a conhecer mais uma zona da famosa capital. E agora? Não sei. Decidi apresentar-me, pessoalmente, aos habitantes de tão distinto local. Aproveitei uns semáforos, parei entre muitos, abri o vidro e obriguei (entre aspas) os que me rodeavam a copiar as minhas ações.
- Por favor! Praça de Espanha?
- Ui! Vem de lá!
- Eu sei! Mas gostei tanto que quero retornar- sorri.
- Pois! Mas agora já não consegue...
Mau! Reencostei-me (com a tradicional calma) no assento, enquanto enviava gestos de carinho aos que passavam pela esquerda, pela direita e com vontade de passar por cima.
- Que fazemos?- Inquiri com alguma marotice.
- Minha senhora! Quer que eu atravesse o carro, pare o trânsito e você vira para trás?
- Quero- respondi ignorando o pânico do meu simpático meio de transporte.
E assim foi- ahahahhahahahahaahahah- Lisboa parou para me ver passar.
Adoro os lisboetas! Amo esta gente calma, simpática e desenrascada. Na próxima vez, publico no facebook:
" Amanhã, a alentejana atravessa a ponte, 10 horas."
É certo que todos irão gostar de me rever e muitos os que me escoltarão. Obrigada, gente boa.

segunda-feira, 14 de maio de 2018

Elvas: simples, arrojada, pacata, serena, sentida

Aqueduto
         É a maior cidade fortificada da Europa e encanta na simplicidade de ser. Simples e arrojada, Elvas  seduz na perfeita simbiose entre o sentir e o surrealismo patente ao olhar. Pacata e serena, Elvas cativa na imensidão de um colorido único e aprazível. Sentida, Elvas borda com ternura sorrisos abertos, francos, justos e sinceros. Elvas: uma cidade imperdível.

Aqueduto
Sorrisos
Guida Brito

sábado, 12 de maio de 2018

I Love You Porto Covo

Nuvem coração

"Acende-se no mar como um desejo
Por trás de mim o bafo do destino
Devolve-me à lembrança do Alentejo"
(Carlos Tê/Rui Veloso)
Sorrisos
Guida Brito

terça-feira, 8 de maio de 2018

A sorte e o azar

Primavera
A sorte e o azar ocorrem em simultâneo. Um amealha, o outro rouba; um encontra comida, o outro perde a vida... 
Sorrisos
Guida Brito

domingo, 6 de maio de 2018

Praia da Foz do Burrinho - fotografando os amigos

Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina
A praia é única. Selvagem, silenciosa: um paraíso. Na areia observamos o excesso de afluência: inúmeras pegadas prendem o olhar. Lontras, aves, raposas e muitos outros animais repartem o extenso areal, as dunas e a areia. A ausência de som impera e o mar abraça, com suavidade, os grandes ilhéus. A ribeira, cansada, encontra o mar.
Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina
Encontrei um amigo; e quando encontramos um amigo: nem ouvimos o vento passar.
Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina

E sempre que encontro um amigo: salta, pula, agora vai para ali: mais ali; de novo... Hoje, não resisti e pedi para partilhar.  Obrigada, Lezita.
Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina

Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina

Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina


Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina

Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina
Sorrisos
Guida Brito

sexta-feira, 4 de maio de 2018

Praia da Oliveirinha - Sines

Concelho de Sines

Depois da chuva e do frio, o sol brilhou e muitos já foram a banhos. A praia da Oliveirinha, na baixa-mar, forma muitas piscinas naturais de águas quentes: ideal para os mais friorentos.

Concelho de Sines

Cheia de reentrâncias, encanta.


Concelho de Sines

Sorrisos
Guida Brito

segunda-feira, 16 de abril de 2018

Frase do dia

Campo cor de rosa
      Às vezes, sento-me a ouvir as estrelas e, no conforto do meu olhar, descubro novos horizontes. O Mundo depende das cores da paleta que está na Nossa mão.
Sorrisos
Guida Brito

olhos fotografando

Olhos fotografando
olhos fotografando

hoje,
correndo por vilas, campos e aldeias,
com fotógrafa por guiada companhia,
descobri-me com os olhos
sempre em busca do visto e vivido,
olhos
sem fotografar
antes mirando com miolos e cabelos
senti que me ia escrevendo por dentro
sem registos
antes absorvendo palcos e actores
que me ficavam
em fotografias a cores e ao vivo
guardadas na razão do coração

cicerone de mim mesmo
travando saudações e ligações
enchendo-me de amigas lengalengas,
talvez desfocadas e dessincronizadas,
dei-me a descobrir e inventar
imagens, sons, odores e amores
encaminhando-me pelas chapas da fotógrafa,
fotógrafa
mirada, sentida e pressentida,
as ruas e casario ficaram
pedras dentro de mim
flores a enfeitarem-me os intensos olhares
brisas esfriando e vibrando a alma
tempos em escrevendo

escrevendo as lembranças,
guardadas nos olhos e nas mãos
deixo-vos
de corpo cheio de alegrias
dando odes à vida
quando
vida vivida,
fotografada
na poesia inventada !

zé carlos albino,
> com Fotógrafa Guida Brito <
Messejana, 5 de Abril de 2018.

E nessa minha teimosia de escrever o Alentejo, tive por tão grata companhia: um grande poeta alentejano.
Muito obrigada, Zé, do fundo do coração.
É uma honra ser tua amiga.
Sorrisos
Guida Brito

domingo, 8 de abril de 2018

O pão de Poia - Maria Vitoria Guerreiro Simões Nobre

Placa do pão
Havia dois,  na minha aldeia de Grandaços:   o da tia Hortense e o da tia Augusta Ferreira.  O forno de poia era o forno onde todas as pessoas da aldeia iam cozer o pão.
Eu lembro-me,  ás 5 da manhã,  a tia Hortense  ia bater às portas:  “podem começar  amassar”.  A minha mãe,  quando acabava de amassar, punha  um bocadinho de massa -  um sinal -  e, quando a massa crescesse e chegasse lá, estava pronta:  leveda.
Tendia-se,   fazia-se  o pão e a tia Hortense  ou  marido, o tio Manel Fernandes, vinham de porta em porta buscar os tabuleiros. Na porta do forno,  já havia mais pessoas com o seu pão em cima do pial, à espera.    Começava- se  a fazer um sinal,  2,  3 … um beliscão  nos pães (para saberem de quem são quando cozidos)…   o pão vai ser deitado no forno.
Mas espera lá: agora  é a  altura das costas,  dos bolinhos  e dos tabuleiros com  o peixe. 
E assim, a tia Hortense e a tia Augusta tinham pão para a semana inteira. Pois, todas as pessoas que ali coziam o seu pão: davam-lhe um e algumas costas.

Forno antigo

Era assim a vida da forneira:    lembrar faz parte de mim. 

Maria Vitoria  Guerreiro Simões  Nobre

O nosso “Muito Obrigada”, à Maria Vitória: pela partilha e pelo carinho.

Tem a Palavra o Leitor. Nesta etiqueta, os Navegantes de Ideias publicam os escritos enviados (magadinhas1@gmail.com).

Sorrisos 
Guida Brito

sábado, 7 de abril de 2018

A simplicidade do Alentejo

Portão azul

Aqui, o mundo abranda até quase parar. A brisa diurna faz esquecer preocupações, correrias e más disposições. Aqui, tudo é relativo. Só importa a comunhão dos sentidos. 



A beleza esmagadora e a paz inebriante vão "obrigá-lo" a uma introspeção, a um abandono do supérfluo, a uma demanda fácil da felicidade. Esqueça o tempo. Faça tudo ao ritmo do voo planado de uma ave, do ar ameno, do andar mole e relaxado dos habitantes.
Sorrisos
Guida Brito


sexta-feira, 30 de março de 2018

Excesso de Eu sem noção de partilha

vespa


Perante tantos atentados grotescos contra a humanidade, pergunto: o verdadeiro terrorismo não começará aqui? Entenda-se por “aqui”: atos pequeninos, ausentes de amor e respeito ao próximo; excesso de Eu sem noção de partilha. Toda a bola de neve nasce de um simples e reluzente floco que endureceu entre o desabraço da Terra e do Céu. Todo o princípio carece de carinho; a sua manutenção é uma reprodução autónoma das aprendizagens vivenciadas.
Sorrisos
Guida Brito