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sábado, 12 de agosto de 2017

Rolão- Castro Verde- Reserva da Biosfera da UNESCO


     Em plena Reserva da Biosfera da UNESCO de Castro Verde encontramos o monte do Rolão. Saia de Castro Verde em direção a Mértola; vire à direita (poucos quilómetros depois) seguindo a indicação Santa Bárbara dos Padrões; a dois quilómetros encontra-o  à sua esquerda.

     Ruas lavadas, casas caiadas despertam-nos ao primeiro olhar. O povoado é pequeno e a maioria das casas estão desabitadas. 

     
     São as práticas dos seus cerca de 55 habitantes (a par de muitos outros no Concelho de Castro Verde) que fazem da região um Ecossistema Humanizado de Alto Valor Natural: a atividade agrícola coexiste em plena comunhão com a conservação da paisagem e da Natureza- práticas ancestrais, de uma agricultura extensiva, têm vindo a permitir um grande crescimento de populações de aves que se encontravam quase extintas. Não falo, apenas, do peneireiro-das-torres e do sisão; refiro-me à maior ave da Europa, aquela que me fascina e procurarei fotografar brevemente: a abetarda. 


     Foi a simbiose perfeita entre o homem e o meio que permitiu que esta ave de grande porte aqui nidifique e crie os pintos (quase frangos se tivermos em conta o seu tamanho).


     A localidade é linda: um branco caiado na planície alentejana. 



     Ao raiar da madrugada já se ouvem os primeiros acordes da Rádio Castrense enquanto se responde às lides do viver no monte e no interior alentejano. 

     Um “Bom dia” e uma paragem no tempo são permissivos dos olhares indagantes sobre a desconhecida fotógrafa (eu). Num monte que é muito mas menos que aldeia (lembram-se dos meus escritos anteriores? Monte- cuja significação ninguém percebe muito bem? Leiam-me com regularidade. Loolll! Shiiii! Ai, ai! Santa Barbatana) a curiosidade ocupa as conversas dos que são vizinhos.




      Mais visível do que na TV, fui fotografando sabendo-me no enquadramento de todas as frestas e janelas.



A água local possuí características muito especiais, benéficas para a saúde.



Fica o registo fotográfico de um monte imperdível.













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Sorrisos
Guida Brito

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Praia do Malhão


Tranquila, meio selvagem, podemos encontrá-la entre Porto Covo e Vila Nova de Mil Fontes- o desvio é à direita e a sinalização facilita o seu encontro. Uma rede de passadiços e parques de estacionamento com capacidade para mais de 600 veículos permitem o acesso a uma praia deslumbrante: a praia do Malhão.

Apresenta zonas com e sem rochas e permite caminhadas até quase à Ilha do Pessegueiro. Dada a sua extensão satisfaz todos os gostos: pode estender a toalha ao lado de outros banhistas ou numa zona mais isolada (na zona mais a norte, o nudismo é uma prática comum). 


A ondulação da água permite a prática de surf. Areias brancas completam este cenário idílico no coração do Litoral Alentejano.



Não há cafés nas proximidades, o dia é passado em plena comunhão com a natureza. Por vezes, é possível ouvir “Olha a bola de Berlim e a bolacha americana”; não sei quem teve a ideia mas estes doces invadiram o espaço alentejano. Nos meus tempos de criança eram as farturas que faziam a felicidade dos miúdos e graúdos. Que saudades do excesso de açúcar com canela!


Deslumbre-se com as fotos enquanto prepara a mochila para um dia bem passado.







    
    Local: Praia do Malhão
    Freguesia: Vila Nova de Mil Fontes
    Concelho: Odemira
    Distrito: Beja

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Sorrisos
Guida Brito

domingo, 16 de julho de 2017

Geraldos- Castro Verde- aqui, nasceu Portugal


     
Geraldos- com toda a certeza: aqui nasceu Portugal. Embora os historiadores de discordem e cada um puxe o rabo à sua sardinha, não existem dúvidas. Contado de boca em boca, o património oral confirma-o. E, numa época em que não existiam aviões, comboios ou meios locomotivos de transporte rápido, pergunto: se o D. Afonso Henriques andava muito a sul (sonhando e combatendo a ampliação do condado) como iria realizar a Batalha de Ourique a norte? Não faria sentido. Seja como for, este local é mítico: deixe-se encantar.







Lá prós lados de Castro Verde, existe um pequeno povoado… Não; lá prós lados de Castro Verde existe um Monte- sendo que Monte é menos que aldeia; pode englobar uma ou muitas casas; isola-se de tudo e ninguém os percebe muito bem- os Montes resistem aos tempos que o tempo é tudo o que têm. 

    
 O que Vos vou falar, conheço muito bem: foi a terra que me viu nascer, no tempo em que pertencia à parteira a tarefa de nos fazer vir ao mundo. 



    
 Contrariamente à maioria, não se situa num sítio alto, nem próximo da corrente de água (ribeira). Afastou-se da normalidade e é numa quase cova, ou cerro muito baixo, que o podemos encontrar; embora apresente algumas ladeiras. Dista 3,5 km de Castro Verde; tem 169 habitantes e perdeu-se no tempo; num tempo que o mantém. Não encontrei estudos que revelassem onde obtêm o sustento os seus habitantes. A maioria, penso eu, é reformada e cuida das lides de casa e da rua: dois dedos de conversa para perguntar à vizinha se está bem. É lindo. Nunca, por lá, vi turistas ou curiosos. Quem lá vai, vai com algum intento. É, no entanto, um lugar surreal que faz parte do Alentejo que não é litoral. 



     
Comecemos pelo nome: Geraldos. Não, leu mal. Escreve-se com e e lê-se com i. Já não me lembro a lenda que o meu avô me contava e que justificava a exceção à Língua Portuguesa. Lembro-me de outras, contadas à lareira enquanto comia as duras coidinhas- religiosamente, para mim ,guardadas na gaveta da mesa da cozinha; por vezes, eram as bolotas assadas as companheiras de estórias.



Contava o meu avô que aqui começou Portugal, em 25 de julho de 1143. Uma História contada de boca em boca e que aprendeu por via oral.
Quando D. Afonso Henriques aqui chegou, numa tentativa de conquistar território aos Mouros, assentou praças no Cerro do Covão. Na calada da noite, um seu mensageiro descobriu serem cinco os reis Mouros e muitos os que lhe eram fiéis- eram tantos que seria impensável um ataque dos diminutos homens daquele que um dia seria rei. Grande Homem, o Nosso D. Afonso Henriques mandou que cada guerreiro, seu, acendesse sete fogueiras. Os Mouros tiveram medo da imensidão de gentes, que pensaram, e não atacaram. Em modo surpresa, numa noite bem escura: dormiam os mouros quando Afonso Henriques se decidiu pela conquista imediata. Rolaram tantas cabeças e tanto sangue escorreu que, durante três dias, vermelha era a cor da ribeira. Foi na descida do Cerro de S. Pedro das Cabeças que apareceu, ao Nosso futuro rei, Jesus Cristo feliz com a conquista; contou-lhe que ali começaria Portugal. D. Afonso Henriques, cansado e extenuado, desceu do seu cavalo branco, ajoelhou-se e jurou mandar construir uma capela; num reconhecimento ao que, de facto,  aconteceu. E os montes de Ourique (a povoação mais próxima da época) foram palco do começo do Mui Nobre Portugal.





Este mui belo povoado continua perdido no tempo: reina a paz. Alentejo não é Litoral (embora também o seja); Alentejo é uma imensidão de ser na sua profundeza. A sua beleza; as mãos que inventam; as mentes que sabem; as folgas; os jantares que se consomem ao almoço; as histórias; as gentes; a calma; os enchidos; as acelgas; as beldroegas; as tangarinhas, as açordas; as vinagradas; as atubras… justificam um desvio ou o ir com desígnio: ao chegar a Castro Verde, vire em direção a Mértola; e, logo ali à frente, desvia-se para São Pedro das Cabeças.


Aconselho um passeio a pé pelo Monte e pelas terras que o rodeiam. 



    Se for atento, pode por ali encontrar muitos vestígios do passado: ocupação romana e muçulmana. Peça orientação a um dos seus habitantes para visitar a Fonte Santa. Suba ao alto de S. Pedro das cabeças: a capela é linda e a vista o coração alcança. Observe o rochedo (infelizmente, agora privado e sem acesso ao público) que guarda em si as provas da estadia de D. Afonso Henriques por estas paragens: nele encontra-se gravado a pata do cavalo do rei, o prato, o guardanapo e os talheres. Respire fundo e sinta a magia; está num lugar mítico: aqui nasceu Portugal- assim o conta o património oral.  Procure na encosta fósseis de plantas (abundam). Desça o Monte e passeie a pé pela ribeira de Cobres- lugar de antigas pescarias e de romaria quando a velha ponte fica submersa. 




 Garanto: a viagem vale muito a pena. Fique com as fotos de um lugar mágico- foi aqui que começou Portugal, assim o conta o património oral.


















Local: Geraldos
Freguesia: Castro Verde
Concelho: Castro Verde
Distrito: Beja

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Sorrisos
Guida Brito
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