segunda-feira, 16 de abril de 2018

Frase do dia

Campo cor de rosa
      Às vezes, sento-me a ouvir as estrelas e, no conforto do meu olhar, descubro novos horizontes. O Mundo depende das cores da paleta que está na Nossa mão.
Sorrisos
Guida Brito

olhos fotografando

Olhos fotografando
olhos fotografando

hoje,
correndo por vilas, campos e aldeias,
com fotógrafa por guiada companhia,
descobri-me com os olhos
sempre em busca do visto e vivido,
olhos
sem fotografar
antes mirando com miolos e cabelos
senti que me ia escrevendo por dentro
sem registos
antes absorvendo palcos e actores
que me ficavam
em fotografias a cores e ao vivo
guardadas na razão do coração

cicerone de mim mesmo
travando saudações e ligações
enchendo-me de amigas lengalengas,
talvez desfocadas e dessincronizadas,
dei-me a descobrir e inventar
imagens, sons, odores e amores
encaminhando-me pelas chapas da fotógrafa,
fotógrafa
mirada, sentida e pressentida,
as ruas e casario ficaram
pedras dentro de mim
flores a enfeitarem-me os intensos olhares
brisas esfriando e vibrando a alma
tempos em escrevendo

escrevendo as lembranças,
guardadas nos olhos e nas mãos
deixo-vos
de corpo cheio de alegrias
dando odes à vida
quando
vida vivida,
fotografada
na poesia inventada !

zé carlos albino,
> com Fotógrafa Guida Brito <
Messejana, 5 de Abril de 2018.

E nessa minha teimosia de escrever o Alentejo, tive por tão grata companhia: um grande poeta alentejano.
Muito obrigada, Zé, do fundo do coração.
É uma honra ser tua amiga.
Sorrisos
Guida Brito

domingo, 8 de abril de 2018

O pão de Poia - Maria Vitoria Guerreiro Simões Nobre

Placa do pão
Havia dois,  na minha aldeia de Grandaços:   o da tia Hortense e o da tia Augusta Ferreira.  O forno de poia era o forno onde todas as pessoas da aldeia iam cozer o pão.
Eu lembro-me,  ás 5 da manhã,  a tia Hortense  ia bater às portas:  “podem começar  amassar”.  A minha mãe,  quando acabava de amassar, punha  um bocadinho de massa -  um sinal -  e, quando a massa crescesse e chegasse lá, estava pronta:  leveda.
Tendia-se,   fazia-se  o pão e a tia Hortense  ou  marido, o tio Manel Fernandes, vinham de porta em porta buscar os tabuleiros. Na porta do forno,  já havia mais pessoas com o seu pão em cima do pial, à espera.    Começava- se  a fazer um sinal,  2,  3 … um beliscão  nos pães (para saberem de quem são quando cozidos)…   o pão vai ser deitado no forno.
Mas espera lá: agora  é a  altura das costas,  dos bolinhos  e dos tabuleiros com  o peixe. 
E assim, a tia Hortense e a tia Augusta tinham pão para a semana inteira. Pois, todas as pessoas que ali coziam o seu pão: davam-lhe um e algumas costas.

Forno antigo

Era assim a vida da forneira:    lembrar faz parte de mim. 

Maria Vitoria  Guerreiro Simões  Nobre

O nosso “Muito Obrigada”, à Maria Vitória: pela partilha e pelo carinho.

Tem a Palavra o Leitor. Nesta etiqueta, os Navegantes de Ideias publicam os escritos enviados (magadinhas1@gmail.com).

Sorrisos 
Guida Brito

sábado, 7 de abril de 2018

A simplicidade do Alentejo

Portão azul

Aqui, o mundo abranda até quase parar. A brisa diurna faz esquecer preocupações, correrias e más disposições. Aqui, tudo é relativo. Só importa a comunhão dos sentidos. 



A beleza esmagadora e a paz inebriante vão "obrigá-lo" a uma introspeção, a um abandono do supérfluo, a uma demanda fácil da felicidade. Esqueça o tempo. Faça tudo ao ritmo do voo planado de uma ave, do ar ameno, do andar mole e relaxado dos habitantes.
Sorrisos
Guida Brito