Conhecida pelas múltiplas viagens
ao volante dos meus bólides, ninguém imagina: que a capital mais próxima se
revela sempre um encalhe - para quem está habituada a não saber para onde vai
mas para onde quer ir.
Sim! Já atravessei muitas vezes a
ponte... mas as tropelias sucedem-se sucessivamente. Não tenho má ideia dos
condutores lisboetas: se no inicio explodem inexplicavelmente, rapidamente
ficam cativos dos sorrisos, beijocas e adeus que, carinhosamente, envio ao
primeiro sinal de água entornada.
Sem ajuda dos amigos e querendo
evitar a todo o custo parques de estacionamento ( eu lá saberei porquê),
decidi:
- Carrinha, vamos a Lisboa e
atravessamos a ponte- ela estremeceu e eu fiquei feliz.
Embora não tivesse publicado, as
minhas intenções, no facebook: todos pareciam saber que a alentejana chegara.
Uns paravam, outros esperavam e eu fiz tudo direitinho. Virei corretamente
entre vias e vielas até me encontrar a 100 metros do destino. Uma manobra
impensada, uma viragem contrária levou-me a conhecer mais uma zona da famosa
capital. E agora? Não sei. Decidi apresentar-me, pessoalmente, aos habitantes
de tão distinto local. Aproveitei uns semáforos, parei entre muitos, abri o
vidro e obriguei (entre aspas) os que me rodeavam a copiar as minhas ações.
- Por favor! Praça de Espanha?
- Ui! Vem de lá!
- Eu sei! Mas gostei tanto que
quero retornar- sorri.
- Pois! Mas agora já não
consegue...
Mau! Reencostei-me (com a
tradicional calma) no assento, enquanto enviava gestos de carinho aos que
passavam pela esquerda, pela direita e com vontade de passar por cima.
- Que fazemos?- Inquiri com
alguma marotice.
- Minha senhora! Quer que eu
atravesse o carro, pare o trânsito e você vira para trás?
- Quero- respondi ignorando o pânico
do meu simpático meio de transporte.
E assim foi-
ahahahhahahahahaahahah- Lisboa parou para me ver passar.
Adoro os lisboetas! Amo esta
gente calma, simpática e desenrascada. Na próxima vez, publico no facebook:
" Amanhã, a alentejana
atravessa a ponte, 10 horas."
É certo que todos irão gostar de
me rever e muitos os que me escoltarão. Obrigada, gente boa.
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