Jurei que havia de encontrar o
amor: sim, aquele que nos arrebata e não nos deslarga. O fogo que arde sem se
ver: o contentamento contente. Aquele que encaixa e que nem que a casa caia se
deslapa.
Não está fácil e, de vez em quando, penso: esta coisa não existe… mas
dizem que quando estamos quase a desistir é quando vencemos. Arrebito as ideias
mais um pouco e acredito que uma boa lapa estará por aí, algures no meio de vós. Não é uma lapa qualquer: não
me sufoca; deixa-me respirar; não respira nem sussurra antes do meu café da
manhã; e, claro, usa camisas com rugas. Não se liga em coisas pequenas e
deixa-se sorrir. Usa palavras sentidas e perde-nos nos afetos do aqui e agora.
Sabe o que quer e não se limita. Salta, pula e quando o sonho comanda a vida:
despe-se do aparenta ser (vestimenta que nunca usou).
Como é que se despe o que nunca
se usou?- Perguntam vocês.
Pois, por isso é que não amamos todos
os que se interessam por nós: é preciso ser especial. O interesse é um lugar
inóspito onde as excelentes condições favoráveis ao acrescimento assoberbado do
Eu: impedem a existência do nós- respondo eu.