sexta-feira, 14 de abril de 2017

Jurei que havia de encontrar o amor...



   
   Jurei que havia de encontrar o amor: sim, aquele que nos arrebata e não nos deslarga. O fogo que arde sem se ver: o contentamento contente. Aquele que encaixa e que nem que a casa caia se deslapa. 

Não está fácil e, de vez em quando, penso: esta coisa não existe… mas dizem que quando estamos quase a desistir é quando vencemos. Arrebito as ideias mais um pouco e acredito que uma boa lapa estará por aí, algures  no meio de vós. Não é uma lapa qualquer: não me sufoca; deixa-me respirar; não respira nem sussurra antes do meu café da manhã; e, claro, usa camisas com rugas. Não se liga em coisas pequenas e deixa-se sorrir. Usa palavras sentidas e perde-nos nos afetos do aqui e agora. Sabe o que quer e não se limita. Salta, pula e quando o sonho comanda a vida: despe-se do aparenta ser (vestimenta que nunca usou).
   
Como é que se despe o que nunca se usou?- Perguntam vocês.
   Pois, por isso é que não amamos todos os que se interessam por nós: é preciso ser especial. O interesse é um lugar inóspito onde as excelentes condições favoráveis ao acrescimento assoberbado do Eu: impedem a existência do nós- respondo eu.
   Sorrisos
Guida Brito

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