quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

A Beleza e o nariz do boneco de neve

As palavras não se definem


Uns sorriem perante o sonho da Beleza de um bonito cartão de Natal, repleto de neve e de um querer que povoa os sonhos. Aconchegam-se no cantinho do “saber-me-ia tão bem”:  o crepitar da lareira; o cheiro do derreter do queijo; a cenoura do velho boneco de neve; o homem das barbas que faz  jus ao “portei-me bem”; as risadas das crianças; o saco vermelho que me fará feliz

Outros… bem ,outros agoniam e vivem, por um fio, no lado inimaginável e não visível dos nossos quereres. Na neve, o frio gélido queima as extremidades mais sensíveis e invade a vida destruindo sonhos.  O movimento aparenta excessivo cansaço e a Beleza anseia despertar num cantinho ao sol. Querer, aqui, será, somente, sobreviver ao momento infindável da agonia. 

O que é, de facto, a Beleza? As palavras não se definem; nem nos definem. São os atos perante o imprevisível que espelham o nosso ser. A beleza é um ato – o ato de partilhar o nosso bem-estar e o aconchego do  nosso quentinho;  a temperatura amena que envolve: impedido que o Olhar se sobreponha ao Ver (abraçando os dois lados conclusivos da experiência).

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