Uns sorriem perante o sonho da Beleza de um bonito cartão de
Natal, repleto de neve e de um querer que povoa os sonhos. Aconchegam-se no
cantinho do “saber-me-ia tão bem”: o
crepitar da lareira; o cheiro do derreter do queijo; a cenoura do velho boneco de
neve; o homem das barbas que faz jus ao “portei-me
bem”; as risadas das crianças; o saco
vermelho que me fará feliz…
Outros… bem ,outros agoniam e vivem, por um fio, no lado
inimaginável e não visível dos nossos quereres. Na neve, o frio gélido queima
as extremidades mais sensíveis e invade a vida destruindo sonhos. O movimento aparenta excessivo cansaço e a
Beleza anseia despertar num cantinho ao sol. Querer, aqui, será, somente,
sobreviver ao momento infindável da agonia.
O que é, de facto, a Beleza? As palavras não se definem; nem
nos definem. São os atos perante o imprevisível que espelham o nosso ser. A
beleza é um ato – o ato de partilhar o nosso bem-estar e o aconchego do nosso quentinho; a temperatura amena que envolve: impedido que
o Olhar se sobreponha ao Ver (abraçando os dois lados conclusivos da
experiência).
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