sábado, 27 de abril de 2019

Denúncia de escravatura moderna nas culturas superintensivas do Alentejo


Fotografia dos solos do Alentejo.

Partilho convosco (após a autorização do leitor em causa) uma carta que recebi. O seu escrito teve por base um dos meus artigos:




O fim da planície e a morte do azeite: um dos maiores crimes ambientais de Portugal


Exma. Sra.:

Tive a sorte e privilégio de ler o seu artigo sobre o tema acima citado. MUITO OBRIGADO!

Há pouco tempo fui a Beja...e com que tristeza regressei de lá. Só não vê quem não quer ver. Até mete dó...





Mas o mesmo se passa no Parque Natural do SW alentejano que, de parque natural, praticamente já só tem o nome...são dezenas (senão centenas)  de hectares cobertos de plástico.

155 hectares de estufas: uma ínfima parte das estufas do Ex Parque Natural do Alentejo Litoral e Costa Vicentina
Há uns anos (ainda não havia Parque Natural - agora também já não  há... nem Rota Vicentina), fiz o percurso de Milfontes a  Sagres.




Já dei 2 voltas ao mundo; já vi muitos locais muito belos. A Costa Vicentina não fica atrás de nenhum deles. Sinceramente, dói muito cá dentro ver todo o tipo de selvajaria e crimes ambientais que se  cometem em nome do "progresso" e da economia (a talho de foice,  digo-lhe que já traduzi 1 ou 2 contratos de trabalho que os  trabalhadores estrangeiros tem de assinar. Não tenhamos ilusões - trata-se de escravatura moderna). Por falar em economia, será que alguém já se deu ao trabalho de quantificar o valor do (pouco) território que nos resta, ainda intocado? Sei que a Rota Vicentina já atrai 150.000 trekkers/ano, com tendência para aumentar. Nem calcula o que isso mexeu com a economia local.

Por favor, não deixe de escrever mais e mais sobre este assunto. Quem sabe, um dia (sou otimista - espero que não seja tarde demais) alguém  com os poderes necessários para travar isto, acorde...

Mais uma vez, MUITO OBRIGADO!


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Sem sorrisos

Guida Brito


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