domingo, 22 de setembro de 2019

HISTÓRIA - AÇORES : Acontecimento Verídico em 1581 na Ilha Terceira


Navegantes de Ideias
Depois da Batalha de Alcácer Quibir e desaparecido o Rei D. Sebastião, colocou-se a questão da sucessão ao Trono de Portugal. O Rei interino era Cardeal e idoso.




O Candidato lógico por via do seu casamento era o Rei de Espanha, um tal Filipe II, o que acarretaria por inerência a perda da Independência de Portugal.
Apareceu, contudo, um Candidato ao Trono, D. António Prior do Crato, que em desespero de causa conseguiu reunir muitos apoiantes.


As contendas militares que se seguiram fracassaram todas em todo o Território Nacional, ressalvando a Ilha Terceira nos Açores, que insistiam em ter D. António como futuro Rei de Portugal. E assim foi: D. António foi proclamado Rei de Portugal nos Açores, enquanto que no Continente o Rei era espanhol, Filipe I de Portugal, mas Filipe II em Espanha

Em Espanha, os rumores da insubordinação dos Terceirenses era tema nacional daí que o Rei Filipe resolveu enviar uma Nau bem armada e artilhada com 1000 soldados comandada por Pêro Valdez para dominar a situação e acabar com toda aquela "palhaçada" naquela ilha perdida no Atlântico.

No dia 25 de Julho de 1581, a Nau "pranta-se" na Baía de Salga, perto de Porto Judeu na Ilha Terceira.




Quando os soldados começam a trepar a íngreme costa, apareceu no cume da colina uma mulher de nome BRIANDA PEREIRA que não cessava de gritar repetida e histericamente "Estamos por Dom António", provocando uma risada geral nos mais de 1000 soldados espanhóis!

Estava a soldadesca invasora já a meia encosta e a Brianda continuava com a tal gritaria, eis que a população escondida para lá do cume solta na direção deles e pela ravina abaixo todos os bois e vacas recrutados na Ilha com belos e pontiagudos chifres, provocando o caos total: fácil imaginar-se a aflição e o desespero daqueles espanhóis correndo de volta para os botes da praia, contudo muitos deles sofrendo nos quartos traseiros valentes marradas perpetradas por aguçados cornos.

 Muitas mortes aconteceram entre esses soldados vestidos com pesadas armaduras, porque além de ser pisados pelos "patriotas bovinos" com valentes cornadas, também se atropelaram entre eles, num "salve-se quem puder"! 

Para agravar o caos instalado, um grupo de 32 terceirenses, pastores e agricultores, armados com paus, facas, pedras e outras semelhantes terríveis armas, atacaram as tropas filipinas, tingindo as rochas e as águas do mar com a cor vermelha de sangue hispânico...

Nos dias seguintes, houve grandes festanças na Ilha Terceira: o Governador português da Ilha, Ciprião, marchou por Angra do Heroísmo com as bandeiras espanholas abandonadas, perante o gáudio e troça das populações.

Gozou-se aqueles momentos, mas foi sol de pouco dura porque ganhou-se essa batalha, mas afinal a guerra foi perdida...

 
História verídica recolhida por

José Jorge Cameira

Beja, 16 Março 2013


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