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quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Baleia-Anã deu à costa, em Sines

cetáceos - Costa alentejana - Sem sorrisos - Navegantes de Ideias

Esta manhã, mais um cetáceo deu à costa no areal da Costa do Norte, em Sines. Desta feita, uma baleia-anã. 


 
A baleia-anã é residente em Portugal, pelo que pode ser observada regularmente nas nossas águas, durante todo o ano. 
 cetáceos - Costa alentejana - Sem sorrisos - Navegantes de Ideias

Esta pequena baleia pode ser encontrada em zonas pelágicas afastadas da costa e em águas costeiras com profundidades inferiores a 200 m. 


cetáceos - Costa alentejana - Sem sorrisos - Navegantes de Ideias

O Instituto de Conservação da Natureza e a Câmara Municipal de Sines vão remover o animal e proceder à sua incineração. 


 cetáceos - Costa alentejana - Sem sorrisos - Navegantes de Ideias
É muito estranho, a quantidade de cetáceos encontrados na costa algarvia e, essencialmente, na costa alentejana.

cetáceos - Costa alentejana - Sem sorrisos - Navegantes de Ideias

 Mais estranho é o facto de não serem autopsiadas para determinar a causa da sua morte, tendo em conta tão elevado número na região.

cetáceos - Costa alentejana - Sem sorrisos - Navegantes de Ideias

Por duas vezes, ouvi, em conversas que não me eram dirigidas (e não sei qual o seu.fundamento) que estas mortes se deviam a experiências com explosivos que ocorriam ao largo da costa portuguesa. Será???? Algum de vós viu ou ouviu algo? Com que fundamento se fariam experiências com explosivos?

cetáceos - Costa alentejana - Sem sorrisos - Navegantes de Ideias

A baleia-anã demonstrava sinais de ter ficado presa numa rede; no entanto, as feridas estavam em estado de cicatrização.

 cetáceos - Costa alentejana - Sem sorrisos - Navegantes de Ideias


 Do seu interior, pela boca e pela zona pélvica saia sangue, dando a entender (a alguém leigo na matéria) que a causa de morte estaria relacionada com feridas interiores.

cetáceos - Costa alentejana - Sem sorrisos - Navegantes de Ideias

Seja qual for a causa de morte destes cetáceos (baleias e golfinhos), seria importante autopsiar para determinar o que tem matado estes animais e se as causas são comuns. Se não cuidarmos do nossos mares... um dia, comeremos dinheiro e areia.

 cetáceos - Costa alentejana - Sem sorrisos - Navegantes de Ideias
Sem Sorrisos
Guida Brito
Ler também:  Baleia-comum morta, em praia de Sines

terça-feira, 22 de outubro de 2019

Barragem de Morgavel: quanta chuva será necessária para repor os níveis ?

Alentejo em seca extrema - Sem sorrisos - Navegantes de Ideias

A seca extrema e severa é uma realidade que se vive Alentejo. A níveis nunca antes vistos, as barragens não são mais que umas pequenas poças de água podre e imprópria.





Alentejo em seca extrema - Sem sorrisos - Navegantes de Ideias


 Fui visitar a barragem de Morgavél: a terra nua é, hoje, estrada dos incrédulos perante tamanha ausência de vida. 
Alentejo em seca extrema - Sem sorrisos - Navegantes de Ideias

Quanta chuva será necessária para repor os níveis de outrora? – É a pergunta que se impõe.

Alentejo em seca extrema - Sem sorrisos - Navegantes de Ideias

Por aqui, dizem, vão avançar as monoculturas (olivais e fins) que têm destruído todo o Alentejo.

Alentejo em seca extrema - Sem sorrisos - Navegantes de Ideias

Quanto tempo tem o Alentejo? – É, outra, pergunta que se impõe.

Alentejo em seca extrema - Sem sorrisos - Navegantes de Ideias


Veja o vídeo (impressiona).


Mais fotografias.


Alentejo em seca extrema - Sem sorrisos - Navegantes de Ideias

Alentejo em seca extrema - Sem sorrisos - Navegantes de Ideias

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Alentejo em seca extrema - Sem sorrisos - Navegantes de Ideias


Alentejo em seca extrema - Sem sorrisos - Navegantes de Ideias


Alentejo em seca extrema - Sem sorrisos - Navegantes de Ideias



Alentejo em seca extrema - Sem sorrisos - Navegantes de Ideias


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Alentejo em seca extrema - Sem sorrisos - Navegantes de Ideias

Sem sorrisos
Guida Brito


segunda-feira, 14 de outubro de 2019

A doença da moda


Cancro - Navegantes de Ideias

- De que morreu?
- Da doença da moda.




Não foram necessárias mais palavras para perceber que o cancro, de forma aniquiladora e sem réstia de tempo, fez mais uma vítima. E, um a um, na solidão do ser vítima de um todo tão grande vamos perecendo, incapazes de nos unirmos no Basta. Em sua defesa, limitamo-nos a partilhar meia dúzias de laços pelo Facebook e afins, rezando (sabe-se lá a quem) pela recuperação dos que já perderam a luta. 

É sempre na casa do vizinho que a dita começa; e, isso remete-nos para o egoísmo do temos que aproveitar os momentos antes que o tarde seja presente. Quando chega ao nosso lar, os outros fazem o mesmo: partilham meia dúzia de laços e correntes duvidosas e, durante uns dias, o negro invade os murais, contrastando com o azul que de profundo pouco tem. Um a um, vamos sucumbindo incapazes de adotar ações válidas que inibam o que o causa.

Posso falar do Alentejo (é a zona que conheço) mas sei que a situação se estende a todo o país: a morte da mãe Natureza. 

Por aqui, deu-se descrédito à razia dos campos; à poluição dos aquíferos, à contaminação dos solos, à contaminação do ar, ao desaparecimento da fauna e da flora… Não temos rios saudáveis, não temos água, as florestas estão a ser dizimadas, as abelhas diminuem drasticamente… aos poucos, temos perdido o que é essencial à sobrevivência. 

Dizem eles (os que lucram em demasia com o defunto) “o desenvolvimento é crucial, as consequências são inevitáveis e há que fazer face à necessidade de resposta alimentar da população mundial”. Como se o que produzimos com a carrada de químicos proibidos e em quantidades superiores ao suportável, fosse parar à Etiópia ou a um país de pobreza extrema. 

Não vai, não! É vendido a países chamados desenvolvidos, a preços do despejam-nos os bolsos, numa guerra do parece que é barato e o excedente vai parar ao lixo. Ao lixo! 

Deixamo-nos enganar porque os umbigos cresceram em demasia e a inveja, a superioridade, a chefia, o carro de amostra e a roupa do aparente dominam, num consumismo desenfreado, a sociedade portuguesa.


Adoro “o desenvolvimento é crucial”: quem quer este tipo de desenvolvimento que arrasa com as condições essenciais à vida?



E, depois, acrescentam a modos de inocência “a economia, a economia, a economia, o défice, o défice….”. Desculpem? Será a economia mais importante que a vida na Terra? Será o dinheiro mais importante do que a vida dos nossos filhos? 

Será o dinheiro transformável em ar, em peixe ou em água?

Numa região, onde do cancro nem se ouvia falar: hoje, parte um; amanhã, parte outro; são tantas as famílias que aderiram à doença da moda que já nos devia ter feito pensar e já nos devia ter tirado o rabo do lugar, para tentarmos mudar o rumo do fim que se adivinha.

Na nossa pequenez, permitimos a dor na vida do outro, esquecendo que a solidão nos consumirá amanhã.

Lembram-se de Fortes Novas? Continua oculta debaixo da fumaça que observa na imagem. 

Um povo que o permite é um povo morto. 
Assim, somos nós.

Sem sorrisos
Guida Brito


sábado, 14 de setembro de 2019

Turmas de Elite – o apartheid nas escolas portuguesas

Sem Sorrisos - Navegantes de Ideias


Em postura recorrente, os alunos portugueses foram catalogados “em bons” e “menos bons” e separados por turmas. A legislação é contrária à sua existência mas ao abrigo da autonomia e flexibilidade dos Agrupamentos de Escolas, foram constituídas e têm o aval do Ministério da Educação (provavelmente, esqueceu-se das leis que elaborou e aprovou).





Em meu entender: um retrocesso, sem precedentes, na garantia dos direitos das crianças e dos direitos humanos.

Portugal, mesmo pertencendo à ONU, demorou muito tempo a adotar (e muito mais a aplicar) leis inclusivas, presentes na Declaração dos  Direitos Universais das Crianças. No entanto, conseguiu acolher, no seu seio, crianças tradicionalmente excluídas, adotando uma educação integrada que respondia às necessidades educativas de todas as crianças. Foi um processo muito longo, conseguiu-se uma escola inclusiva.

Sem Sorrisos - Navegantes de Ideias


Deste modo, a escola inclusiva foi uma realidade (embora, em muitos casos, existisse carência de técnicos que o Ministério não disponibilizou): num todo colorido e diversificado, individualizaram-se e personificaram-se estratégias educativas, promoveram-se competências universais que permitiram a autonomia e o acesso à condução plena da cidadania por parte de todos.

Uma nova escola lecionava, de forma prática, as noções de cidadania, tolerância, respeito pelo outro, partilha, interajuda… Aos poucos, foi sendo claro que não há mais saber ou menos saber: há saberes diferenciados e se o meu bom é o teu mau, ajudo-te; tu farás o mesmo com o teu bom que é o meu calcanhar de Aquiles.

Sem Sorrisos - Navegantes de Ideias


Integrámos as crianças tradicionalmente excluídas; hoje, retiramos os outros. Não é um regresso ao passado?


Para mim, separar as crianças com base em “capacidades cognitivas ou capacidades de trabalho” é uma atitude racista mascarada de pureza. 

Todos aprendemos através da experiência e uns com os outros: se os alunos com mais dificuldades ficam privados da aprendizagem com os seus pares; os outros também o ficam; e, ambos, apresentarão graves lacunas a nível da aceitação, da tolerância, do respeito pelo outro, da partilha...
Relembro um dos Direitos Universais das Crianças

"Princípio X
- A criança deve ser protegida contra as práticas que possam fomentar a discriminação racial, religiosa, ou de qualquer outra índole. Deve ser educada dentro de um espírito de compreensão, tolerância, amizade entre os povos, paz e fraternidade universais e com plena consciência de que deve consagrar as suas energias e aptidões ao serviço de seus semelhantes."

Apartheid é uma palavra africana que significa "separação", ou "o estado de ser separado"; ao separar os alunos com base nas suas características mentais ou de trabalho, estamos a recriar cenários que, no passado, foram permissivos de privação de direitos, de injustiças, de dor, de milhões de mortes. 



Será que o Mundo não consegue viver sem elites?

Temo o dia de amanhã: o dia em que se acentuar a intolerância; o dia em que as universidades escolherão os “bons”; o dia  em que as empresas escolherão os “bons”, o dia em que os “bons” têm que comprar uma redoma para se proteger das incapacidades dos outros (estou a ser irónica); o dia em que os “bons” não aguentam, o dia em que os “bons” falham, temo as atitudes dos “bons” e dos “menos bons”.

Pergunto:
- se “O Programa do XXI Governo Constitucional estabelece como uma das prioridades da ação governativa a aposta numa escola inclusiva onde todos e cada um dos alunos, independentemente da sua situação pessoal e social, encontram respostas que lhes possibilitam a aquisição de um nível de educação e formação facilitadoras da sua plena inclusão social. Esta prioridade política vem concretizar o direito de cada aluno a uma educação inclusiva que responda às suas potencialidades, expectativas e necessidades no âmbito de um projeto educativo comum e plural que proporcione a todos a participação e o sentido de pertença em efetivas condições de equidade, contribuindo assim, decisivamente, para maiores níveis de coesão social.”; qual é o cabimento legal para a existência destas turmas que separam ao invés de incluir, integrar?

- se a lei é bem explicita ao referir “Afasta-se a conceção de que é necessário categorizar para intervir”; o que são estas turmas que separam crianças com base nos “bons” e “menos bons”, com base “nas capacidades intelectuais e de trabalho”?

E muito mais existe na lei, no bom-senso e nas convenções internacionais que Portugal assinou e se comprometeu a cumprir que são contrariadas com a existência de turmas que separam as crianças, com base nas suas caraterísticas físicas e psíquicas.

Pergunto, ainda:

Não são os anos letivos que separam as crianças com base nas aprendizagens apreendidas e nas que já lhes foram lecionadas; então, para que necessitamos de mais categorias?

Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994). “O princípio fundamental das escolas inclusivas consiste em todos os alunos aprenderem juntos, sempre que possível, independentemente das dificuldades e das diferenças que apresentem”

Sem sorrisos
Guida Brito


sexta-feira, 23 de agosto de 2019

A Amazónia está a arder


Sem sorrisos -  Guida Brito - Navegantes de Ideias

A Amazónia está a arder e vai arder até colapsar no não há nada. A Amazónia está a arder assim como todos os recursos vitais à vida na Terra; hoje um, amanhã outro, e no fico sentado, na impassividade das gentes de bem, procura-se vida no espaço e destrói-se o único lugar do Universo com condições à existência de vida. 





Já não sei quem são os culpados: eles (os gananciosos de um pedaço de papel a que chamam dinheiro) ou nós (os chocados sentados, cuja ação se resume ao não quero isto, partilhado, em aparente voz grossa, no virtualismo do Facebook)?

Não seremos nós os verdadeiros culpados? A nossa inatividade é tão grande que em atos não pensantes, com ar de felicidade: nos sentamos à mesa para degustar uma boa picanha provinda do Brasil; retiramos do supermercado um parece bom azeite que tem destruído o Alentejo; comprámos roupa de algodão até ao desaparecimento do Mar Aral e à contaminação dos solos; permitimos as centrais nucleares (algumas velhas e rotas na iminência de mais um grande desastre, como aquela que existe na fronteira de Portugal com Espanha); compramos os legumes xpto plastificados que não sabem a nada, que provém de áreas protegidas, destroem recursos vitais e contaminam de forma irreversível o ambiente; permitimos que seres humanos morram da forma mais degradante no Mediterrâneo; compramos plásticos mesmo sabendo que eles já nos atulharam e mataram… 





Permitimos o fim da Terra a troco de uma promessa que não se concretizará: desenvolvimento – há muito que a palavra é usada e comummente aceite no sentido contrário ao ampliar as condições essenciais à existência de vida na Terra; no sentido contrário à proteção da vida dos nossos filhos.

A destruição que se verifica na atualidade já não tem retrocesso:  existem locais na Terra onde a vida só será possível daqui a trinta milhões de anos; e mais virão, a uma velocidade que já é impossível de parar. 

A Amazónia está a arder, o planeta Terra está a morrer e nós estamos todos a ver: chocados, indignados, sentados, partilhando no Facebook um moralismo correto mas não praticado. Somos nós que ateamos os fogos no consumismo desenfreado e na postura do não penso – permitindo um desenvolvimento aniquilador da vida na Terra e permissivo do enchimento dos bolsos de meia dúzia de corruptos que nos atiram areia aos olhos.

A Amazónia está a arder; a Terra está a morrer.
Guida Brito

terça-feira, 6 de agosto de 2019

Memorial da Paz de Hiroshima - 74 anos da bomba atómica sobre Hiroshima


Memorial da Paz de Hiroshima; Cúpula Genbaku; cúpula da bomba atómica; Hiroshima; Navegantes de Ideias

Há 74 anos, em 6 de agosto de 1945, às 8h 45m, Enola Gay lançou uma bomba atômica sobre Hiroshima, no Japão.



Memorial da Paz de Hiroshima; Cúpula Genbaku; cúpula da bomba atómica; Hiroshima; Navegantes de Ideias


Enola Gay foi o nome dado ao bombardeiro B-29 em homenagem a Enola Gay Tibbets, a mãe do piloto da aeronave, o coronel Paul Tibbets. A bomba, cujo nome de código era Little Boy, causou uma destruição sem precedentes. 

Memorial da Paz de Hiroshima; Cúpula Genbaku; cúpula da bomba atómica; Hiroshima; Navegantes de Ideias

Morreram 140 000 pessoas e num raio de 10 km tudo se transformou em pó. Apesar de se situar a cerca de duas centenas de metros do epicentro, o Domo de Hiroshima, Cúpula Genbaku, manteve-se de pé: hoje, Patrimônio Mundial da UNESCO, integra o Parque Memorial da Paz de Hiroshima.

Memorial da Paz de Hiroshima; Cúpula Genbaku; cúpula da bomba atómica; Hiroshima; Navegantes de Ideias

Memorial da Paz de Hiroshima; Cúpula Genbaku; cúpula da bomba atómica; Hiroshima; Navegantes de Ideias

Memorial da Paz de Hiroshima; Cúpula Genbaku; cúpula da bomba atómica; Hiroshima; Navegantes de Ideias

Memorial da Paz de Hiroshima; Cúpula Genbaku; cúpula da bomba atómica; Hiroshima; Navegantes de Ideias

Memorial da Paz de Hiroshima; Cúpula Genbaku; cúpula da bomba atómica; Hiroshima; Navegantes de Ideias

Memorial da Paz de Hiroshima; Cúpula Genbaku; cúpula da bomba atómica; Hiroshima; Navegantes de Ideias

Memorial da Paz de Hiroshima; Cúpula Genbaku; cúpula da bomba atómica; Hiroshima; Navegantes de Ideias

Memorial da Paz de Hiroshima; Cúpula Genbaku; cúpula da bomba atómica; Hiroshima; Navegantes de Ideias


Memorial da Paz de Hiroshima; Cúpula Genbaku; cúpula da bomba atómica; Hiroshima; Navegantes de Ideias

Memorial da Paz de Hiroshima; Cúpula Genbaku; cúpula da bomba atómica; Hiroshima; Navegantes de Ideias



Que o nosso "sem palavras" perante a atrocidade que aqui ocorreu, seja a voz da paz e do fim dos testes nucleares.
Sem sorrisos
Guida Brito


quinta-feira, 11 de julho de 2019

Alunos na grelha (salvo seja)



Existem os programas, as metas, as competências essenciais e as orientações para exame disponibilizadas pelo Ministério da Educação. Há quem diga que é tudo o mesmo. Então, se é tudo o mesmo qual a finalidade da sua existência?
Ok. Não interessa: existe, existe. Passemos à frente.




Vou lecionar ao 4º ano, o que preciso fazer antes dos meus pirralhitos entrarem em modos saltitantes e sorridentes pela porta da sala? Adivinhem?

As planificações (planificar é colocar o programa nas grelhas – digam lá o que disserem) de português, de matemática, de estudo do meio, de oferta complementar, de apoio ao estudo, de expressões, da educação física,  de dança, de patinagem, de música… e do ai caramba que a minha memória já tem muitas mais que as cinquenta primaveras. Então, se já existem porque tenho que as fazer?
Ok. Não interessa. Tenho que fazer faço. Passemos à frente.

Lembram-se das competências essenciais? Eu também já me tinha esquecido, reli o texto.
Pronto: lá vêm mais umas grelhas e o escreve escreve. Arrumadinhas e escritas em tons do já não posso com esta #$%&&&&, saem as  de português, as de matemática, as de estudo do meio, as de oferta complementar, as de apoio ao estudo, as de expressões, as da educação física,  as da dança, as de patinagem, as de música… e do ai caramba que me doem as costas. Então, se já existem porque tenho que as fazer? Certo.  Faço.




Trabalho prontinho? Não.
Pego nas planificações e nas competências essenciais (de português, de matemática, de estudo do meio, de oferta complementar, de apoio ao estudo, de expressões, de educação física,  de dança, de patinagem, de música… do reticências, ponto e vírgula) e coloco em cada um dos itens (são centenas e centenas) o ai caramba que me dói o olhar.

O que é o ai caramba que dói o olhar? – Perguntam vocês.
Em cada um destes itens (centenas) coloco várias destas palavras:  Conhecedor / Sabedor / Culto / Informado; Criativo; Crítico / Analítico; Leitor; Indagador / Investigador Respeitador da diferença/do outro; Sistematizador / organizador; Questionador; Comunicador; Auto avaliador; Participativo / colaborador; Responsável/autónomo; Cuidador de si e do outro.  
E depois aquilo não bate nada certo: quando a gente pensa que deviam saber, têm que cuidar de si e do colega do lado; se é para investigar, avaliam-se de pernas para o ar… vi lá de tudo menos o fazedor e o já sou capaz. 
Para o que é que servem? Sei lá, já nem tenho pensar.

Achais vós que está prontinho… mentira.  As letrinhas? Não. Não são essas, as que vós pensais são as que os meninos deviam saber e não interessam nada. 
A cada um dos itens das competências essenciais, das planificações e das palavras correspondem várias   letrinhas: A - Linguagens e textos; B - Informação e comunicação; C - Raciocínio e resolução de problemas; D - Pensamento crítico e pensamento criativo; E - Relacionamento interpessoal; F - Desenvolvimento pessoal e autonomia; G - Bem-estar, saúde e ambiente; H - Sensibilidade estética e artística… Saber científico… técnico … tecnológico…

Chega? Não. "Atão" e o significado do não satisfaz, satisfaz, bom, muito bom e ai que não que não posso de português, de matemática, de estudo do meio, de oferta complementar, de apoio ao estudo, de expressões, da educação física,  da dança, da patinagem, da música… e do ai caramba?




Mais umas grelhas, mais umas viagens e a Guida amarela.

Estás tudo feito? Não. Desculpem, eu já não sei se participo, se questiono, se comunico, se informo, se raciocino… uma coisa eu sei: já não tenho bem-estar, saúde ou ambiente, sou verde com vontade de ser cor-de-rosa. 

Não consigo cuidar de mim nem da outra desgraçada que, a meu lado, vai gritanto, enchendo-me os ouvidos e os pensamentos com palavras menos sãs: escreve A; escreve B, escreve criativo, escreve H, escreve conhecerdor; escreve… ai, ai, Santa Barbatana. 
Educação - Sem Sorrisos - Navegantes de Ideias

Verdes, amarelas, carecas e por vezes desbotadas vamos pensando na #”%&$ em que transformaram o professor e na #$%& mor virá quando tiver que aplicar cada A, cada raciocínio, cada B, cada criativo… cada raio que os parta a cada um dos nossos meninos. 

Nós, professores, assistimos de forma preocupante à substituição das tarefas que deviam ser inerentes ao ser professor: o conhecer a criança; o responsabilizá-lo,  o atuar nas suas lacunas, o desenvolver a sua  autonomia, o esclarecer dúvidas, o incentivá-lo, ensiná-lo, o ver as suas produções… Avalia, avalia, avalia, avaliapapéis, papéis, papéis, papéisexames, exames, exames, ex…  Um ensino sem Futuro. É para fazer? Eu faço. 

Ai que vontade de ir para a Austrália, como no ano passado. O ano passado também não fui e ando nisto há tantos anos.
Sem sorrisos
Guida Brito



quarta-feira, 10 de julho de 2019

Violações nas praias alentejanas, num Alentejo inseguro para a mulher?





Para a mulher, o Alentejo deixou de ser um lugar seguro: uma das graves consequências das monoculturas que proliferam na região. Ir à praia, ir às compras ou ao ginásio já não é o aconselhado para a mulher o fazer só. No Alentejo Litoral, além de outras ocorrências gravosas sem queixa registada, segundo informações a que tive acesso, inúmeras denúncias de assédio e de tentativas de violação, ocorridas nas praias, são formalizadas  junto das autoridades competentes. As queixas referem pessoas aparentemente ligadas ao fluxo migratório.




Em minha opinião, as ilegalidades (destruição de património, uso de produtos químicos proibidos, gastar pouco e ganhar muito, exigência de trabalho que não respeita a nossa lei laboral…) que se verificam por todo o Alentejo levam à contratação de mão-de-obra estrangeira; uma vez que os empresários sabem que os trabalhadores portugueses podem denunciar práticas que violam a lei, o ambiente e a vida. 

Num negócio que gera milhões (aos empresários que os integram nas suas produções agrícolas e aos grupos organizados que praticam o tráfico humano) perderam-se os números reais de imigrantes presentes no país. 

Na atualidade, o conhecimento é algo a evitar: quem não sabe, não reclama - os interesses financeiros não são amigos do bem-estar. No Alentejo, em muitas povoações, o número de escravos (vulgarmente, assim designados) é superior ao número dos locais.

Milhares de pessoas oriundas (sobretudo) de outros continentes, são abandonadas em território português,  alguns meses depois da sua entrada no país, sem dinheiro para regressar às origens - é mais económico trazer nova remessa. Explorados e abandonados constituem um problema social de grande dimensão.




Provenientes de culturas fortemente enraizadas onde a mulher é pouco valorizada e alvo de violações (mesmo dentro da própria família), é natural que pratiquem (alegadamente), em solo Alentejano, as vivências e modos de estar da cultura do seu país de origem.


Junto das autoridades portuguesas, muitas mulheres têm apresentado queixa por graves assédios e tentativas de violação.
Segundo as informações que obtive,  embora sem queixa registada, muitas outras mulheres referem ser frequente o desrespeito que está na origem de conflitos nas lojas, nos supermercados, nos ginásios, nas ruas… Normalmente, as mulheres são empurradas para sair das filas ou ultrapassadas e ignoradas; no ginásio, vozes fortes comandam a sua saída dos aparelhos; nos parques infantis, no final da tarde, aquando da hora de brincadeira das crianças, são, por prática comum, assediadas, olhadas e incomodadas…  quase sempre que há um grupo de homens, a mulher vê limitados os seus direitos. São muitas as vozes que se fazem ouvir.

Um problema social, de tão grande dimensão, que está a ser ignorado pelo governo português. No início da revolução agrícola (depravação – digo eu) as questões que se colocavam remetiam para questões de higiene; com o aumento do número de pessoas oriundas de civilizações onde, como prática comum, os cidadãos diferem em ser e em regalias, as questões remetem-nos para a negação dos direitos à mulher e para a perigosidade da sua  circulação sem a companhia de um elemento do sexo masculino.




O sistema de estratificação de alguns países, de onde são oriundos, é muito complicado, com milhares de castas e subcastas, diferenças regionais, etc. Nem a lei, consegue evitar a grande descriminação para com a mulher e para com as castas consideradas mais baixas.  

À margem dessa estrutura social, ainda, há os “Intocáveis” – qualquer elemento de outra casta pode fazer o que quiser com eles. É de relembrar que muitas noivas são assassinadas devido ao dote e a violação da mulher é um ato público (nos autocarros, nas ruas…), privado (no seio da família) e recorrente. Uma realidade que dista do que era, até há pouco, a do povo português e do ser alentejano mas que está a ocorrer de forma assustadora.
Ao não interferir neste fluxo migratório, Portugal permitiu que estas pessoas fossem escravizadas, usadas e abandonadas. Sem qualquer apoio, sós, refugiam-se nos amigos, amparam-se uns aos outros e de forma inconsciente (não propositada) vivem como sempre viveram, praticam a sua cultura. O problema é que esse não é o nosso modo de estar na vida e o alto número de imigrantes está a alterar-nos. Um choque cultural e de diferentes formas de estar na vida que carecia de uma resposta imediata de forma a proteger e a inibir quaisquer atos racistas ou xenobos (que nunca caracterizaram o Alentejo). 



É este o novo Alentejo? É este o custo do desenvolvimento?  Estamos dispostos a trocar a nossa liberdade e a qualidade de vida a troco dos cheios bolsos de não sabemos quem? Haverá lugar para todos e não para nós? 
Se houvesse controlo do estado  nos sectores associados a este fluxo migratório: certamente, cabíamos todos; certamente, teríamos recursos, desenvolvimento e vida para as gerações vindouras. É o descontrole, a ganância, os interesses, a falta de planeamento e a carência de ações consertadas que visem o bem-estar e a qualidade de vida  que têm matado o Alentejo.
Sem sorrisos
Guida Brito