Dançam, desde
8 de dezembro de 1958, e dão baile, há alguns anos, na feira de Castro. Dão
baile e fazem-nos bailar. Divertidos e profissionais, apresentam um reportório
composto por corridinhos, bailes de roda, florestrias e marcha.
Dos mais jovens
aos mais velhos, a mestria é a vestimenta que trajam. Atrevidos, cativam o
público que se junta à roda e se diverte nos tradicionais arquinhos dos bailes
de rua.
Lembram os “mastros” (no centro
da aldeia coloca-se um tronco alto, enfeitado de flores e bandeirinhas de papel,
à sua volta decorre o baile).
Nos tempos antigos, ali se iniciavam namoricos. E se desmanchavam outros: ciúmes de ver o par nos braços de alguém que passava, a partir desse momento, a ter má fama nas ruas da aldeia. As meninas eram acompanhadas pelas mães; estas, com cara de poucos amigos, vistoriavam minuciosamente os pretendentes da sua jovem caçoila. “Aquele não é flor que se cheire” ou um olhar de reprovação, faziam as jovens, as mais pacatas, tremer de aflição e recusar os jovens que lhe piscavam o olho de forma atrevida. Por vezes, a situação complicava-se: os insonsos, por regra, não dominavam a arte da dança e a jovem regressava aos aposentos sem sorrir ao som das cantorias. Ir ao baile e não dançar, ou ver o que pensava ser seu nos braços de alguém, significava olhos inchados e almofada molhada pela manhã. Já os que escondiam o seu amor, ao povo e à família, aproveitavam para se sorrir, ao longe, de forma camuflada; usando amigos, em comum, para enviar miminhos de amor- no seio dos maiores secretismos. Aqueles pequenos segredos que, quando as amigas se zangavam, circulavam correndo as ruas da aldeia. Geralmente, ditavam o enclausuramento da jovem princesa. Eram tantas as histórias; são tantas as memórias.
Nos tempos antigos, ali se iniciavam namoricos. E se desmanchavam outros: ciúmes de ver o par nos braços de alguém que passava, a partir desse momento, a ter má fama nas ruas da aldeia. As meninas eram acompanhadas pelas mães; estas, com cara de poucos amigos, vistoriavam minuciosamente os pretendentes da sua jovem caçoila. “Aquele não é flor que se cheire” ou um olhar de reprovação, faziam as jovens, as mais pacatas, tremer de aflição e recusar os jovens que lhe piscavam o olho de forma atrevida. Por vezes, a situação complicava-se: os insonsos, por regra, não dominavam a arte da dança e a jovem regressava aos aposentos sem sorrir ao som das cantorias. Ir ao baile e não dançar, ou ver o que pensava ser seu nos braços de alguém, significava olhos inchados e almofada molhada pela manhã. Já os que escondiam o seu amor, ao povo e à família, aproveitavam para se sorrir, ao longe, de forma camuflada; usando amigos, em comum, para enviar miminhos de amor- no seio dos maiores secretismos. Aqueles pequenos segredos que, quando as amigas se zangavam, circulavam correndo as ruas da aldeia. Geralmente, ditavam o enclausuramento da jovem princesa. Eram tantas as histórias; são tantas as memórias.
Este
fantástico grupo lembrou-me o que a memória não esquece e o que, no coração, faz sentido.
Fiquei
fascinada pela alegria desta jovem senhora que integra o grupo há 45 anos.
Pura, veste a linguagem de um algarve antigo e faz gostar; faz gostar e muito.
Deslumbre-se com as fotografias:
Sorrisos
Guida Brito
Guida Brito