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Data SIO NOAA, U.S. NAVY GEBCO Landsat/coprnicus Google |
Após ler alguns dos comentários ao meu escrito “Destruído
todo o Parque Natural do Sudoeste Alentejano”, decidi escrever um pouco mais
sobre o tema.
Meus senhores, moderem a linguagem que está uma senhora
presente (seja lá qual for o seu tamanho). Uma das formas mais usadas para desviar
assuntos que queremos esconder: é a ofensa direta e o uso de linguagem
inadequada. Assim o tema principal é esquecido e, de forma sossegada, pode dar-se
continuidade aos crimes. Desacredita-se o evidente, mesmo com as provas ao alcance
de todos.
Relembro, os senhores e os demais leitores, que descobri,
através de imagens do Google Earth, que o Parque Natural do Sudoeste Alentejano
se encontra completamente destruído, numa área de cerca de 49 kms, entre Vila
Nova de Milfontes e Odeceixe (ultrapassa
em muito estes limites mas, neste troço, a destruição é plena) e escrevi sobre
isso. Da sua extensão, resta o troço de Sines a Vila Nova de Milfontes. O meu
escrito não é mais que apresentar fotos que comprovam a destruição; partilhar o link de uma lei que protegia o
Parque Natural (há outras mas não quis ser maçuda) e fazer perguntas.
Perguntei e perguntei: eu gostava de saber. Perguntar não tem nada de bombástico.
Bombásticas são as fotos que comprovam o desaparecimento do Parque Natural. Em
caso de dúvida, podem aceder ao Google Earth e aproximar a imagem: confirmam,
de forma mais dura, a triste realidade.
Claro que fui apelidada de tudo o que sou incapaz de
reproduzir. Não me incomodam as ofensas; antes pelo contrário: indicam que a situação é
muito mais grave do que o que referi. A ofensa é o meio utilizado por quem quer
calar e diminuir o outro. Acontece que o meu tamanho é tão diminuto (mas mais
que 80cm) que é impossível encolher-me mais. Sei a minha posição na sociedade:
sem bens, nem propriedades; ou dinheiros- sou pequena, cumpro leis ou vou presa.
E cumpro com prazer. Cumpro leis e formas de estar, com respeito para com o
outro, porque é isso que me faz sorrir. O meu tamanho é mesmo este e não os
outros que os senhores referiram.

Explicada a minha altura, passemos adiante. Até com os
círculos extraterrestres tiveram que implicar? Ok. Vamos a eles. Senhores,
utilizei a Ironia. Eu sei que a inteligência não é um bem ao alcance de todos:
e ela é necessária para utilizar ou
perceber o irónico. Desculpem. Os
alentejanos dormem muito (ou vivem sentados) mas tantos círculos requeriam uma azafama de Extras e de naves que nos acordariam. Duvido que os Extras sejam silenciosos.
Logo, só poderiam existir para servir o “diabo do Pivotes”- que a minha parca cultura não me deixa saber o
seu nome. Não os sabia como “sistema de rega com pivot” mas sabia que para o
seu uso são necessárias profundas alterações a nível da orologia- e isso
constitui um crime punível por lei (na zona em questão). Sabia também que a sua
utilização aumenta a erosão dos solos- especialmente os de areia (presentes na
zona em causa)- ampliada pelos kms que apresentam. Sabia muito mais mas limito-me
a agradecer: a confirmação de mais um crime, na região.
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Google Data SIO, NOAA, U-S. Navy, NGA, GEBco |
Quando pergunto: não afirmo nada. Pretendia que alguém me
provasse que as imagens são mentira. Gostava de ter ouvido: “ eu sou da QUERCOS
e a organização já fez isto e aquilo”; “ eu sou o Ministro do Ambiente e ali
passa-se isto"; “eu sou o ministro da Agricultura e o Parque não desapareceu
porque….”; “ está enganada porque”; "eu sou o presidente da Câmara e..."…. Pretendia informação que a ser verdadeira
e provada me fariam alterar o meu escrito. Talvez colocasse as mesmas fotos mas
faria setinhas: "isto parece plástico mas é um peixe"; "isto parece cultura
intensiva mas é aquela planta, de nome esquisito, que só existia nesta região"; "os círculos foram mesmo feitos por Extraterrestres e não há culpados: nem em Portugal;
nem em Espanha; nem no espaço terreno".
Escrevia tudo, meus senhores. Acontece que já não temos nada para escrever
nem tema para debater: o Parque Natural do Sudoeste Alentejano já não existe.
Leia o escrito que provocou esta explicação:
Sem sorrisos
Guida Brito