segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Resposta aos comentários de “Destruído todo o Parque Natural do Sudoeste Alentejano”

Data SIO NOAA, U.S. NAVY GEBCO Landsat/coprnicus Google

Após ler alguns dos comentários ao meu escrito “Destruído todo o Parque Natural do Sudoeste Alentejano”, decidi escrever um pouco mais sobre o tema.
Meus senhores, moderem a linguagem que está uma senhora presente (seja lá qual for o seu tamanho). Uma das formas mais usadas para desviar assuntos que queremos esconder: é a ofensa direta e o uso de linguagem inadequada. Assim o tema principal é esquecido e, de forma sossegada, pode dar-se continuidade aos crimes. Desacredita-se o evidente, mesmo com as provas ao alcance de todos.
Relembro, os senhores e os demais leitores, que descobri, através de imagens do Google Earth, que o Parque Natural do Sudoeste Alentejano se encontra completamente destruído, numa área de cerca de 49 kms, entre Vila Nova de Milfontes e Odeceixe  (ultrapassa em muito estes limites mas, neste troço, a destruição é plena) e escrevi sobre isso. Da sua extensão, resta o troço de Sines a Vila Nova de Milfontes. O meu escrito não é mais que apresentar fotos que comprovam a destruição; partilhar o link de uma lei que protegia o  Parque Natural (há outras mas não quis ser maçuda) e fazer perguntas. Perguntei e perguntei: eu gostava de saber. Perguntar não tem nada de bombástico. Bombásticas são as fotos que comprovam o desaparecimento do Parque Natural. Em caso de dúvida, podem aceder ao Google Earth e aproximar a imagem: confirmam, de forma mais dura, a triste realidade.
Claro que fui apelidada de tudo o que sou incapaz de reproduzir. Não me incomodam as ofensas;  antes pelo contrário: indicam que a situação é muito mais grave do que o que referi. A ofensa é o meio utilizado por quem quer calar e diminuir o outro. Acontece que o meu tamanho é tão diminuto (mas mais que 80cm) que é impossível encolher-me mais. Sei a minha posição na sociedade: sem bens, nem propriedades; ou dinheiros- sou pequena, cumpro leis ou vou presa. E cumpro com prazer. Cumpro leis e formas de estar, com respeito para com o outro, porque é isso que me faz sorrir. O meu tamanho é mesmo este e não os outros que os senhores referiram.

Explicada a minha altura, passemos adiante. Até com os círculos extraterrestres tiveram que implicar? Ok. Vamos a eles. Senhores, utilizei a Ironia. Eu sei que a inteligência não é um bem ao alcance de todos: e ela é necessária para  utilizar ou perceber o irónico. Desculpem.  Os alentejanos dormem muito (ou vivem sentados) mas tantos círculos requeriam uma azafama de Extras e de naves que nos acordariam. Duvido que os Extras sejam silenciosos. Logo, só poderiam existir para servir o “diabo do Pivotes”-  que a minha parca cultura não me deixa saber o seu nome. Não os sabia como “sistema de rega com pivot” mas sabia que para o seu uso são necessárias profundas alterações a nível da orologia- e isso constitui um crime punível por lei (na zona em questão). Sabia também que a sua utilização aumenta a erosão dos solos- especialmente os de areia (presentes na zona em causa)- ampliada pelos kms que apresentam. Sabia muito mais mas limito-me a agradecer: a confirmação de mais um crime, na região.
Google Data SIO, NOAA, U-S. Navy, NGA, GEBco

Quando pergunto: não afirmo nada. Pretendia que alguém me provasse que as imagens são mentira. Gostava de ter ouvido: “ eu sou da QUERCOS e a organização já fez isto e aquilo”; “ eu sou o Ministro do Ambiente e ali passa-se isto"; “eu sou o ministro da Agricultura e o Parque não desapareceu porque….”; “ está enganada porque”; "eu sou o presidente da Câmara e..."…. Pretendia informação que a ser verdadeira e provada me fariam alterar o meu escrito. Talvez colocasse as mesmas fotos mas faria setinhas: "isto parece plástico mas é um peixe"; "isto parece cultura intensiva mas é aquela planta, de nome esquisito, que só existia nesta região"; "os círculos foram mesmo feitos por Extraterrestres e não há culpados: nem em Portugal; nem em Espanha; nem no espaço terreno".

Escrevia tudo, meus senhores.  Acontece que já não temos nada para escrever nem tema para debater: o Parque Natural do Sudoeste Alentejano já não existe.
Leia o escrito que provocou esta explicação: 

Sem sorrisos
Guida Brito

13 comentários:

  1. Com todo o respeito que tenho por si, tal como com por qualquer pessoa que tem o direito de dar a sua opinião, deixe-me dizer-lhe o seguinte: o que aqui chamou de "resposta aos comentários", não é nada mais nem nada menos, um texto em linha com o anterior, em que mostra o seu afinco e esforço em defender o que acha que é correto. Porém, fá-lo de uma forma incorrecta.
    Gasta quase metade da sua "resposta" a como que a justificar-se do seu tamanho, coisa que não me parece ter sido mencionado a lado nenhum e que nenhuma importância tem para o assunto. E a outra metade a dizer que apenas mostrou imagens e fez perguntas. Pois bem, se é perguntas que procura, menciona no seu texto e muito bem, as entidade em que nessas sim, pode encontrar as respostas. Se tem curiosidade de onde a QUERCUS, câmaras e etc... andam e qual a sua posição sobre isto, certamente não é com um post daqueles que vai conseguir resposta. Mas.... a senhora não é bem respostas que quer, pois não? Pois sabe tão bem como eu, isto que lhe acabei de dizer (sobre ir perguntar directamente ás entidades).
    Outra coisa que me espanta foi como é que uma saída numa "A manhã soalheira" em que decidiu fotografar o litoral alentejano e foi surpreendida por o que encontrou, ao ir procurar respostas no google earth, logo depois consegue saber que se faz "utilização de químicos(sabe quais?) nefastos, proibidos(quais?) e em quantidades inaceitáveis(viu o registo de quantidades aplicadas?)", que essas empresas "alugam seres humanos", que estes estão "em condições desumanas" e que trabalham "na mesma posição em ar irrespirável", que têm "controlo de horas para aceder á electricidade", que a "gasolina provém de uma bomba estrangeira", etc..... é no minimo impressionante.
    Deixe-me adivinhar: não foi junto a estas empresas procurar estas respostas pois não? Foram-lhe dadas por alguém..... um alguém que junto de outras tantas pessoas iguais conseguem fazer uma descrição fiel e detalhada sem qualquer sombra de dúvidas do que aqui se passa ...
    Como nota, não pode escrever um texto em que simultâneamente diz "o Parque Natural do Sudoeste Alentejano já não existe" e, "resta o troço de Sines a Vila Nova de Milfontes", sendo que este é quase metade da distância.
    Não quero que me interprete mal. Não digo que discordo do que apresenta no seu post, digo sim que discordo da forma como o apresenta.

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    1. Grata pela sua opinião. Consultei declarações das empresas a Jornais públicos. Fiz uma pesquisa muito grande sobre o assunto e dei a minha opinião, Não leu todos os comentários do primeiro texto sobre o assunto. Se tiver em seu poder provas de documentem qualquer contrário: pode enviarmos? Gostaria de os publicar. Mais uma vez agradeço a sua colaboração.

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  2. De facto que lê o texto e agora esta resposta apenas pode confirmar que a Sra. não faz a mais pequena ideia do que está a falar. As fotografias apresentadas não são, de forma alguma, ingénuas nem acidentais. Foram escolhidas estas explorações com o objectivo de tentar denegrir o seu trabalho e a sua imagem. A referência à orologia do solo e à sua suposta destruição também não é por acaso. Trabalhar o terreno, movimentar terreno não constitui uma destruição de solo, é uma pratica aconselhada pelo ministério da agricultura previamente à instalação de uma exploração agrícola ou de um pomar. Deveria estar mais preocupada em pedir aos Srs. do ICNF e do PNSCV que trabalhem e identifiquem, localizando geograficamente, os valores que devem ser protegidos ao invés de se estabelecerem como um entrave ao desenvolvimento local. Só para referir que a fotografia em que a Sra. indica que os sulcos não são de 40/50cm, eles são de facto de 40/50cm...e pela escolha do local demonstra bem que o texto foi "encomendado". De referir que quem conhecia a propriedade antes do inicio dos trabalhos poderia observar um terreno inóspito, com tojos e que até para o pastoreio era fraco. Relativamente à indicação que para a instalação de um Pivot de rega é necessário realizar uma queimada é algo que vai para além da imaginação de qualquer pessoa.

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  3. Obrigada, pela sua opinião, Valentina. Deixo o link de uma das muitas fotos tiradas, por satélite, das queimadas, na região. https://earth.google.com/web/@37.45486164,-8.78613121,66.70523519a,54.21738229d,35y,39.48829511h,2.86943557t,-0r/data=ClIaUBJKCiMweGQxYjBjNDBiYjc4MTY4ZjoweDUwMGViYmRlNDkwNjkxMBmWenE9ZcdCQCHFwN_UrIQhwCoRWmFtYnVqZWlyYSBkbyBNYXIYASAB

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    1. Vou tentar explicar o que se vê na foto. Isto é uma foto de uma queima(queimada é outra coisa), que são geralmente utilizadas para queimar restos de plantas, árvores, cepas, e de culturas não gastas. São feitas com um pedido na junta de freguesia que nos dá as datas em que se pode fazer e tem que se avisar os bombeiros no dia em que se faz. Repare que na foto, o fogo foi na zona adjacente aos separadores de lixo que também são visíveis. Separadores esses que servem para separar o lixo consoante a sua natureza, para serem recolhidos por empresas que tratam disso.

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  4. A realização de queimadas é legal e está estipulado na lei os períodos para a sua realização. Em todo o caso não conheço nenhuma situação em que tenha ocorrido a realização de queimadas para instalar um pivot. Em todo o caso não faz sentido falar de queimadas quando estas, quando autorizadas são legais e uma prática comum. Não vejo que contribuam para a destruição do parque.

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    1. Isso é tudo bonito e "legal" quando não se sofre as conseguencias dessas queimadas directamente e todos os dias.... isso a acontecer.
      Se todos se lembrarem de fazer queimadas ao mesmo tempo numa pequena região, quem esta ao redor: morre? obrigado a sair de casa? Inem?
      Quando se está longe das situações é facil falar....

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  5. Tem graça que Guida Brito escreve, dia 3 de fevereiro, um texto como o “Destruído todo o Parque Natural do Sudoeste Alentejano”, passados apenas três dias escreve, no mesmo blogue (e com orgulho) em “Zoe, o maior porta-contentores do mundo – esteve em Sines”, o seguinte: “O maior porta-contentores do Mundo esteve em Sines. Por mera sorte, encontrei-o na Praia de São Torpes” (…) “Delicie-se com as fotos” e publica uma série de fotografias do dito porta-contentores mas não se questiona acerca da sua existência, da sua pegada ecológica, da existência do Porto de Sines… não questiona nada.
    Claro que uma coisa não tem a ver com a outra mas, para quem se preocupa tanto com o ambiente, parece haver algum incoerência no seu discurso.

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  6. Sugiro que apresente uma queixa na União Europeia

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  7. Seria clarificador, para evitar discussões, comparar o perímetro exacto do Parque Natural com a área coberta de estufas e ocupada com plantações. De qualquer forma é intolerável o que se está a passar.

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  8. Não nos calemos! Estão a destruir o nosso País e as autoridades são coniventes!!! Abaixo quem odeia a VIDA!!! Bjão

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  9. "Tropecei" hoje no seu blog,e ainda estou a "digerir" o que li sobre a destruição do Alentejo,também li alguns dos comentários e ainda não consegui perceber bem o que se passa...apenas referir que o meu primeiro impulso foi enviar o link do artigo para a "quercus", e perguntar-me se a autora do artigo é mesmo portuguesa,porque reparei que havia brasileirismos na escrita ,decerto que este reparo não tem qualquer interesse ,mas foi por causa do "sútil" que não resisti à tentação...

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  10. José Farinha, acha que a nacionalidade de uma escrevente retira veracidade às fotografias (que provam factos), aos factos comprovados e à opinião? Tem interesse em lançar dúvidas sobre mim para lançar descrédito sobre a minha pessoa? Acha que isso resolve os graves problemas que se vivem no Alentejo? Não necessita enviar os meus artigos à QUERCUS. A Quercus, assim como outras organizações que defendem o património, já os partilhou.

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