domingo, 11 de fevereiro de 2018

A mudança de pasto das ovelhas- Castro Verde

Rebanho
Já parou para deixar passar as ovelhas?

É aqui que tudo começa: no monte.
Monte
     No Alentejo, a surpresa espreita os sentidos. A mudança de pasto das ovelhas é um momento único: há sorrisos, despertados pela pureza desta terra doce, integra, proba.
Pessoas na estrada
Param-se os carros; abrem-se cancelas; e, lá vão as ovelhas, umas atrás das outras, copiando gestos e posturas que não lhes são atribuídos.  Colorindo, com o seu nobre tom, e quebrando a inexistente monotonia da paisagem.
Ovelhas a passar a estrada
De olhar certo e seguro, seguem o trote da sua antecessora. 
Ovelhas a passar a estrada
Visualizam quereres; caminham de encontro ao sonho. Acreditam.
Ovelhas atravessam a estrada
Não duvidam, não questionam: confiam no indubitável encontro com alimento fresco. 
Ovelhas atravessam a estrada
Entre passos e galope, tornam audível um “mé” aqui; outro acolá.
Ovelhas atravessam a estrada
Vão em grupo e são muitas: se uma vai; a outra copia o passo. 
Ovelhas atravessam a estrada
Se uma bale; a outra confirma.
Ovelhas atravessam a estrada
Um caminho sem entraves é a sua escolha.
Ovelhas atravessam a estrada
São ovelhas: o rebanho é um lugar seguro.
Ovelhas atravessam a estrada
Embebidos, em êxtase, esperamos, sem buzinadelas (nem refilices);  sorrimos: temos stop porque estão a passar as ovelhas.
Ovelhas atravessam a estrada
Esperamos…
Ovelhas atravessam a estrada
E, esperamos...                                                                            Ovelhas atravessam a estrada
Esperamos que passem todas…
Ovelhas atravessam a estrada
“Cabriolam” os mais jovens, indiferentes ao  fim do que por caminham: a eles basta-lhe, por ora, a sua teta.                      Ovelhas no pasto
Emersos em beleza, seguimos, com o olhar, as ovelhas.
Rebanho
Sorrimos, felizes, na magia do momento. Despimos capas; despimos stresses; despimos o que não nos exprime leveza.
Estamos parados a ver as ovelhas.                                  
Rebanho e chaparro
Perdidos no longe, esquecidos de tudo: lembrados (inconscientes) da ternura que rasga, de forma suave mas plena, um brilhozinho no olhar.                                                                              Rebanho debaixo de um sobreiro
Em sintonia de satisfação, na simplicidade do caminho: fomos tão felizes como as ovelhas.
Rebanho e chaparros
Reservar hotéis:
Guida Brito

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Taberna Fava- Viana do Alentejo

Taberneira
Taberna Fava- Viana do Alentejo


O verde alface contrasta com o colorido das centenas de elementos decorativos- cujo cheiro exala a Alentejo. 


Decoração de taberna
A decoração da Taberna Fava- Viana do Alentejo


O lampião, os cocharros, os calendários, as touradas, os vinhos, os garrafões, os pratos, os copos, os tarros… objetos com sentido. Mantém-se o traçado de outrora: na arquitetura, na decoração e nas formas de ser. 
Ginjinha e taberneira
A taberneira da Taberna Fava- Viana do Alentejo

      A taberneira é uma simpatia e, embora tímida, ajeita-se para a foto. Entre uns copitos (hoje, foi ginjinha): umas graças, uns piropos, umas perguntas. A conversa é fácil e o local encanta.
Cocharros no telhado
Cocharros e tarros  presos no teto de madeira.

Bandarilha
Bandarilhas- Taberna Fava- Viana do Alentejo

Artefactos do toureio- Taberna Fava- Viana do Alentejo

Quadro de tourada
Taberna Fava- Viana do Alentejo


Tarro
O tarro- recipiente onde se transportava os alimentos, para os trabalhos do campo(monda, ceifa, varejo...)
Onde ficar em Viana do Alentejo:
Sorrisos
Guida Brito

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Zoe, o maior porta-contentores do mundo -esteve em Sines.

 
O maios porta-contentores do mundo
Fotografia de Guida Brito
O maior porta-contentores do Mundo esteve em Sines. Por mera sorte, encontrei-o na Praia de São Torpes. 

Fotografia de Guida Brito
    Tem 395,4 metros de comprimento, 59 metros de largura e carrega o equivalente a 19.220 contentores de 20 pés de comprimento.


O maior porta-contentores do Mundo
Fotografia de Guida Brito

 Delicie-se com as fotos.


Surfista e MSC-Zoe
Fotografia de Guida Brito

Surfista e porta-contentores
Fotografia de Guida Brito

Surfista em S. Torpes
Fotografia de Guida Brito

Zoe e surfista
Fotografia de Guida Brito

Praia de São Torpes
Fotografia de Guida Brito

Zoe em Sines
Fotografia de Guida Brito

Surfista na praia e porta-contentores
Fotografia de Guida Brito

Sorrisos
Guida Brito

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Resposta aos comentários de “Destruído todo o Parque Natural do Sudoeste Alentejano”

Data SIO NOAA, U.S. NAVY GEBCO Landsat/coprnicus Google

Após ler alguns dos comentários ao meu escrito “Destruído todo o Parque Natural do Sudoeste Alentejano”, decidi escrever um pouco mais sobre o tema.
Meus senhores, moderem a linguagem que está uma senhora presente (seja lá qual for o seu tamanho). Uma das formas mais usadas para desviar assuntos que queremos esconder: é a ofensa direta e o uso de linguagem inadequada. Assim o tema principal é esquecido e, de forma sossegada, pode dar-se continuidade aos crimes. Desacredita-se o evidente, mesmo com as provas ao alcance de todos.
Relembro, os senhores e os demais leitores, que descobri, através de imagens do Google Earth, que o Parque Natural do Sudoeste Alentejano se encontra completamente destruído, numa área de cerca de 49 kms, entre Vila Nova de Milfontes e Odeceixe  (ultrapassa em muito estes limites mas, neste troço, a destruição é plena) e escrevi sobre isso. Da sua extensão, resta o troço de Sines a Vila Nova de Milfontes. O meu escrito não é mais que apresentar fotos que comprovam a destruição; partilhar o link de uma lei que protegia o  Parque Natural (há outras mas não quis ser maçuda) e fazer perguntas. Perguntei e perguntei: eu gostava de saber. Perguntar não tem nada de bombástico. Bombásticas são as fotos que comprovam o desaparecimento do Parque Natural. Em caso de dúvida, podem aceder ao Google Earth e aproximar a imagem: confirmam, de forma mais dura, a triste realidade.
Claro que fui apelidada de tudo o que sou incapaz de reproduzir. Não me incomodam as ofensas;  antes pelo contrário: indicam que a situação é muito mais grave do que o que referi. A ofensa é o meio utilizado por quem quer calar e diminuir o outro. Acontece que o meu tamanho é tão diminuto (mas mais que 80cm) que é impossível encolher-me mais. Sei a minha posição na sociedade: sem bens, nem propriedades; ou dinheiros- sou pequena, cumpro leis ou vou presa. E cumpro com prazer. Cumpro leis e formas de estar, com respeito para com o outro, porque é isso que me faz sorrir. O meu tamanho é mesmo este e não os outros que os senhores referiram.

Explicada a minha altura, passemos adiante. Até com os círculos extraterrestres tiveram que implicar? Ok. Vamos a eles. Senhores, utilizei a Ironia. Eu sei que a inteligência não é um bem ao alcance de todos: e ela é necessária para  utilizar ou perceber o irónico. Desculpem.  Os alentejanos dormem muito (ou vivem sentados) mas tantos círculos requeriam uma azafama de Extras e de naves que nos acordariam. Duvido que os Extras sejam silenciosos. Logo, só poderiam existir para servir o “diabo do Pivotes”-  que a minha parca cultura não me deixa saber o seu nome. Não os sabia como “sistema de rega com pivot” mas sabia que para o seu uso são necessárias profundas alterações a nível da orologia- e isso constitui um crime punível por lei (na zona em questão). Sabia também que a sua utilização aumenta a erosão dos solos- especialmente os de areia (presentes na zona em causa)- ampliada pelos kms que apresentam. Sabia muito mais mas limito-me a agradecer: a confirmação de mais um crime, na região.
Google Data SIO, NOAA, U-S. Navy, NGA, GEBco

Quando pergunto: não afirmo nada. Pretendia que alguém me provasse que as imagens são mentira. Gostava de ter ouvido: “ eu sou da QUERCOS e a organização já fez isto e aquilo”; “ eu sou o Ministro do Ambiente e ali passa-se isto"; “eu sou o ministro da Agricultura e o Parque não desapareceu porque….”; “ está enganada porque”; "eu sou o presidente da Câmara e..."…. Pretendia informação que a ser verdadeira e provada me fariam alterar o meu escrito. Talvez colocasse as mesmas fotos mas faria setinhas: "isto parece plástico mas é um peixe"; "isto parece cultura intensiva mas é aquela planta, de nome esquisito, que só existia nesta região"; "os círculos foram mesmo feitos por Extraterrestres e não há culpados: nem em Portugal; nem em Espanha; nem no espaço terreno".

Escrevia tudo, meus senhores.  Acontece que já não temos nada para escrever nem tema para debater: o Parque Natural do Sudoeste Alentejano já não existe.
Leia o escrito que provocou esta explicação: 

Sem sorrisos
Guida Brito

sábado, 3 de fevereiro de 2018

Destruído todo o Parque Natural do Sudoeste Alentejano


Imagens do Google Earth confirmam o desaparecimento de todo o Parque Nacional do Sudoeste alentejano.

A manhã era soalheira e decidi fotografar o litoral alentejano. Não tinha na minha memória, a existência de tantas sebes que impediam o vislumbre da paisagem. 





Parei aqui e acolá e visualizei algumas estufas. 


A planície e a altura das mesmas impedem a constatação do maior desastre ecológico ocorrido em Portugal. Intrigada com a existência de sebes por todo o litoral alentejano, decidi aceder às imagens do Google Earth e… fiquei chocada. 

Visível do espaço mas invisível da terra: todo o Parque Natural do Sudoeste Alentejano, de Vila Nova de Milfontes a Odeceixe, desapareceu. 

Integralmente, o Parque Natural está ocupado por estufas ou culturas intensivas. Uma destruição maciça e plena de toda a fauna e flora. Consultei a internet (claro) e, de imediato, na página Rumo ao Sul, li:
"Estendendo-se ao longo de mais de 100kms de costa, desde Porto Covo no Alentejo, até ao Burgau no Algarve, o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina é o troço de litoral europeu melhor conservado, com várias espécies de fauna e flora únicas, sendo por isso visitado por muitos zoólogos e botânicos, oriundos de todas as partes do mundo."


Era. Já não há: conforme podemos observar pelas imagens.

Fui surpreendida, ainda, pela existência de inúmeros  gigantescos círculos. Não há relatos de "avistamentos" de ovnis: fiquei curiosa.

Descobri que se os terrenos forem trabalhados em círculo facilitam a rega.  Quando aproximamos a imagem, alguns círculos evidenciam sinais de fogueiras de grandes dimensões.



A remoção total dos solos é evidente; assim como alterações a nível da orologia. E não! Os sulcos não são de 30 ou 40cm, como querem fazer crer as empresas envolvidas: são da altura de mais de metade de mim. E eu não meço 80cm; sou pequena mas nem tanto.
,


O Parque Natural do Sudoeste Alentejano, integrado na rede Natura 2000, desapareceu. Era uma área de especial proteção e protegida por rígidas leis:
"Esta Área Protegida, com uma grande diversidade de habitats costeiros, foi classificada a fim de preservar a sua diversidade traduzida na presença de uma flora enriquecida pela presença de vários endemismos e de uma fauna em que a avifauna e ictiofauna detêm um papel destacado. O Decreto-Lei n.º 241/88, de 7 de junho, procura preservar os valores naturais existentes e disciplinar a ocupação do espaço.
 ...elevado número de espécies da flora e da fauna, incluindo algumas espécies de peixes prioritárias e endémicas" 

...interface mar-terra com características muito específicas que lhe conferem uma elevada diversidade paisagística, incluindo alguns habitats que suportam uma elevada biodiversidade, tanto florística como faunística."
(ICNF)
 Por muito que pesquise nos sites institucionais e das empresas relacionadas com estes crimes: a postura veiculada e sustentada por todos, relativamente ao Ambiente, é, no mínimo, comovente. E a palavra dita é tão forte que: os que se atrevem a mostrar as realidades são envergonhados e julgados em praça pública.
Várias questões "se me achegam à alembradura"... Estas explorações que destruíram, na integra, o Parque Natural do Sudoeste Alentejano estão licenciadas? Foram autorizadas? Por quem? As Câmaras têm conhecimento do ocorrido? O que fizeram para travar a calamidade? Há análises aos terrenos e às águas relativamente ao uso dos produtos químicos? Não há produtos químicos, então: de que se alimentam aquelas plantas ? Por que motivo não apresentam bicharocos?
QUEM AUTORIZOU A DESTRUIÇÃO DE UMA DAS MAIS BELAS PAISAGENS DO MUNDO?
Eu sei que alguns me vão atirar com as palavras "desenvolvimento do Alentejo" e "economia".
Economia? O que é que a região ou o país lucram com este crime?
As empresas não empregam pessoas da região. Recorrem a empresas de trabalhos temporários; cuja função é alugar seres humanos oriundos de zonas muito pobres. Assim, estas empresas, associadas à devastação que ocorre no Alentejo, desvinculam-se dos trabalhadores e não são responsabilizadas relativamente à precariedade e à exploração dos mesmos. São tão beneméritas que ainda lhes alugam (de forma obrigatória) uns contentores sobrelotados em condições desumanas. Sem qualquer privacidade ou higiéne, ali se encontram nas parcas horas que sobejam de um violento dia de trabalho: na mesma posição em ar irrespirável. Como contra, queixam-se as empresas, gastam muita luz. Um gasto a evitar: muitos já beneficiam de controlo de horas a que podem aceder à electricidade. Empresas que  veiculam (li no jornal O Público): "os trabalhadores portugueses fazem muitas exigências e não querem trabalhar". Encobrindo, assim: a utilização de químicos nefastos, proibidos e em quantidades inaceitáveis; a devastação de património e o envolvimento direto no aluguer e exploração de seres humanos.
Até a gasolina utilizada, provém de uma bomba estrangeira implantada na região para o efeito. Afinal, exportamos ou importamos? Não estão a confundir Economia com Enriquecimento ilícito e com base no crime, por parte de quem até já tinha mais que suficiente?
Desenvolvimento do Alentejo?
 Como é que se pode confundir desenvolvimento com destruição?- Pergunto eu.
Pergunto muito mais: Onde está o nosso governo? Onde está a oposição?
O País e os nossos governantes estão ocupados em decidir: se um pai, de uma criança doente oncológica, pode ou não fumar na rua do Hospital.
Mas...
Onde está a QUERCUS? Onde estão as ligas de proteção do ambiente?
Será que todos estão no quentinho da posição do cargo que  ocupam e reluz na sociedade?

Sou eu que vejo em excesso ou são Vocês que estão cegos?
De qualquer das formas: O Parque Natural do Sudoeste Alentejano já não existe.



Se continua com a história da Economia e Desenvolvimento: sente-se e chame-me inculta. Se pretende demonstrar a sua indignação: partilhe o link da publicação nas redes sociais, Exija responsabilidades e o fim destes crimes. 
Escrevi este artigo há mais de um ano; o não terem sido tomadas quaisquer medidas, permitiu uma dimensão brutal que vai além do que qualquer um de nós imagina: Genocídio é a palavra que se adequa. Após muitos meses de pesquisa, escrevi o artigo que se segue. É muito extenso para ser lido via internet, as pessoas ocorrem ao que é imediato, no entanto, fica o desafio: ser capaz de o ler. Longo, duro, doído, comovente mas verdadeiro, mostra a Agonia, a Doença e o Desalento que se vive no Alentejo; espera pela sua leitura, clique no link para ler:



Genocídio no Alentejo: Quem extermina o Povo Alentejano? Portugal ou Espanha?




        Sem Sorrisos
Guida Brito