Hoje, amanheceu assim: maré vazia, pouco vento e a apetecer uma caminhada à beira mar. A água estava divinal. Meia dúzia de sorrisos para começar o dia. Conhecem a praia de S. Torpes? Entre Sines e Porto Covo.
terça-feira, 11 de julho de 2017
segunda-feira, 10 de julho de 2017
As avestruzes de Porto Covo- os animais mais fotografados de Portugal
Há uns anos, lembro-me bem, eram conhecidas do país umas cegonhas, cujo ninho ainda se encontra por cima da sinalização que indica a localidade de Alcácer do Sal. Não havia autoestrada e o local ligava o país ao Algarve em tempo de veraneio. Eram tão famosas que foram retratadas e faladas num Jornal Diário e na TV. O tempo aqueceu, um grande número de cegonhas adotou o nosso país como local de residência e outras estradas desviaram a maioria de nós do local. De VIPs passaram a comuns; embora indutoras de sorrisos e motivo de algumas paragens na berma da estrada. As cegonhas já não são o que eram.
O Alentejo ganhou fama; o Rui Veloso despertou o desejo da calmaria e colocou Porto Covo no mapa. A ilha, as praias de sonho e gente doce e calma cativaram. Do todo que rumava ao Algarve, metade estende a toalha ao sol no litoral da velha planície.
Sempre junto à rede, as avestruzes despertaram o interesse. Em tempo de selfies, ninguém lhes resiste. O troço tornou-se local de peregrinação e de risadas. Proliferam pelo Facebook memórias do momento. Não sei se há histórias de encantar; sei que todos param, fotografam e seguem. São tão famosas que nem as precisava situar: em frente à praia da Samoqueira, entre Sines e Porto Covo.
Hoje, passei e decidi ser turista: carrinho na lateral, máquina a tiracolo e fui conhecer os animais mais famosos de Portugal. Para VIPs são bem simpáticas e nada envergonhadas. Sem selfies, retratei os animais.
A Samoqueira é uma das mais bonitas praias portuguesas. Fica a ideia para um bom fim de semana. Partilho as fotos.
Não sei se têm paciência para ver tudo mas elas são lindas.
Sorrisos
Guida Brito
O caracol
Sorte ou mestria? Talvez nenhuma das duas: uma hora H e eu estava lá. Há momentos inesperados que nos sorriem. Este é sem dúvida um deles: adoro a foto. Pensar que saí de casa com um copo de água: ia fotografar reflexos e decidi alterar a rota. Duas avestruzes trocaram-me as voltas e decidiram preencher o meu dia.
Sorrisos
Guida Brito
Maré- Cadiz
Na maré, em Cadiz: proliferam barcos e petizes. Entre as bem audíveis risadas, estes pequenos exploradores sonham tesouros. Um corrupio de Ahs e de gente feliz.
Sorrisos
Guida Brito
Mi lugar favorito
Gostar muito é tipo um porto de abrigo. Ali, não ouvimos as tempestades nem sentimos o vento frio. Enroscamo-nos de afetos.
Que vais fazer hoje que te fará feliz?
Sorrisos
Guida Brito
domingo, 9 de julho de 2017
Arte com gotas
Pois, não havia nada que fazer e o calor era intenso. Decidi visitar uma pequena aldeia. Encontrei uma torneira e... claro! Fiquei por ali horas sem fim. Bem sentadinha (estamos no Alentejo) e num pinga aqui, pinga ali: gastei o rolo todo. Consegui o que pretendia: colocar o povoado dentro da gota. Hoje, a escrita é pouca mas sorridente. Façam favor de sorrir.
Sorrisos
Guida Brito
S. Juan del Puerto- El Puerto de Santa Maria – Cadiz- Gibraltar- Jerez de la Fronteira- Sevilha
Um excelente programa para três dias;
mil e quinhentos quilómetros e depósito e meio de gasóleo. Para nós foi o tempo
ideal: não corremos; não há hora de chegada nem de volta; aproveitamos todos os
momentos para sorrir. Até as conversas no habitáculo do carro são inesquecíveis.
Se a ideia
era chegar a Guadix, a programação fez apetecer o destino. Sítios incomuns e
dormidas em bons parques de campismo por menos de 18€/noite (1 tenda, 1 carro,
1 parcela, 2 pessoas) cheiravam a já lá estar. Vai que não vai às 9h fechámos a
portita de casa; 9h10m já sorríamos no café matinal da esplanada mais próxima.
-
Não conheço Gibraltar- atreveu-se, sorridente, o meu herdeiro de ADN.
-
Nem eu- sorri-lhe, antecipando o que se adivinhara.
Não
foi preciso mais; ambos sabíamos que trocaríamos as voltas a tudo. De Guadix,
ficaria um programa futuro em férias sem destino: de este rumaríamos a sul.
Shiiiiii… Santa Barbatana! Adoro esta equipa.
Um
café aqui; outro acolá e seguimos em plena cavaqueira por estradas não
programadas. A fome ditou a paragem: S. Juan del Puerto. Sob um calor intenso,
abrimos a geleira e alapámos o “sim senhor” no passeio mais próximo. Um passeio
a pé e confirmámos que a cidade justificou a escolha: um povoado muito
interessante para meia dúzia de passadas.
Aptos
para mais uns kms, seguimos rumo a Cadiz. O GPS indicou-nos um bom Parque de
Campismo em El Puerto de Santa Maria: duas piscinas, uma excelente praia, limpo, boas
parcelas e de baixo custo. Claro que fiquei conhecida no local: nunca conseguia
abrir o portão e atravancava o trânsito. Sempre salva pelo simpático guarda
noturno: vislumbrava o meu voiture e
corria, sorridente, para abrir a cancela. Amigos do coração.
Meia
hora ou pouco mais, foi quanto bastou para dar entrada no parque, montar a
tenda e um bom mergulho. Rumámos à linda cidade de Cadiz: um entardecer e uma
noite magnífica.
Deambulámos pelas ruas e beira-mar e deixámo-nos seduzir por
uma boa tapa, numa esplanada. A cidade é linda e acolhedora. As noites são
ricas de gentes que ocupam as mil e uma esplanadas. Adoro Cádiz: um museu
aberto ao visitante.
No
segundo dia: Gibraltar. Não havia feito qualquer pesquisa sobre o destino e
estava um pouco preocupada: no Reino Unido a condução faz-se pela esquerda.
Parámos numa estação de serviço antes da chegada e fizemos perguntas. Uma
simpática senhora disse ser conhecedora do local e que a condução se fazia pelo
contrário ao que nos era habitual. Errado, erradíssimo; esta má informação
custou-nos uma fortuna num parque e impediu o conhecimento de metade de
Gibraltar.
Antes de entregar o carro no parque que antecede a fronteira, fizemos
uma paragem na maginal: lindo, lindo. Dali, é possível observar dois continentes
(Europa e África) e três países (Espanha, Reino Unido e Marrocos).
Gibraltar é
um destino de luxo: quer pela paisagem; quer pelos macacos- meia dúzia de ladrões
que nos esperam à chegada do teleférico. Os jovens, os casais parecem bem mais
pacatos e com uma vivência mais digna.
Muito bem organizados sabem o que
querem: sem qualquer vergonha ou inibição atacam os recém-chegados abrindo-lhes
as mochilas e retirando tudo o que é comestível.
Se num primeiro assalto
conseguiram chiclets; nos restantes, as batata fritas foram a sua preferência.
O pobre Rui ficou sem a água: as batatas fritas chamam a sede e com mestria roubaram-lhe
e abriram uma garrafita. Eu própria gritei mais do que devia numa vã tentativa
de se apoderarem dos meus pertences. Ah! Malvados! Não se assustem, são eles
que tornam o dia memorável. Aconselho a subida no teleférico e o passeio a pé
lá nas alturas: lá onde o céu toca a terra. Não visitei as grutas nem os afins
aconselhados: não foram suficientemente sedutores. Embora existam táxis que a
preços mais em conta nos levam ao cume, pessoalmente considero imperdível a
subida no teleférico. Sem dúvida, Gibraltar é um destino obrigatório.
Na
chegada, muito tardia ao parque de campismo, lá me esperava o meu amigo do
coração que correu para a cancela- antes que eu virasse a tecnologia do avesso
e tornasse intransitável a beira-mar. Shiiiiiii…. Santa Bar… vocês já sabem.
Repitam comigo: Ai! Shiiiiii! Santa Barbatana. E agora sorriam: loooooooolllll.
Ufa!
Só falta contar o regresso. Tarde e más horas (o moço dormia) lá recebi
prendinhas e muitos beijinhos de aniversário. Não contei: dormimos de tenda
aberta e fui acordada pelos passarinhos. Shiiiiii… Isso mesmo: Ai! Shiiiiii!
Santa Barbatana.
Levantamento
da tenda, um pouco mais complicado que a montagem, entrega dos cartões para
abertura da cancela(não precisámos; tínhamos o nosso guarda atento) e fizemo-nos
ao caminho.
Almoço nas ruas de Jerez de La Frontera- amei a cidade. Mais uns
quilómetros e paragem em Sevilha.
A cidade exige alguma atenção na condução mas
é linda. Queríamos um jantar com sevilhanas mas por ser segunda-feira estava
quase tudo fechado. Bem… o único aberto estava fechado para nós: os preços eram
proibitivos mesmo em dia de “compleprimaveras”.
Não nos “infelecitaram”: descobrimos
um espaço divinal e o jantar foi memorável. Devido ao incêndio na área de
Huelva, contactámos a polícia para saber se estavam livres os acessos a
Portugal. Tudo certo, fizemos rumo ao final da etapa. Alegremente (eu), passámos
em Pilas e fomos direitinhos a Camas.
Abrimos a porta de casa às 2h30m. Fomos felizes- muito mesmo.
Abrimos a porta de casa às 2h30m. Fomos felizes- muito mesmo.
Iremos
publicar vídeos de fotos das cidades. Esteja atento ao nosso blogue.
Sorrisos
Guida Brito
sexta-feira, 7 de julho de 2017
O lixo - quero desaprender-me
O lixo é um amontoado de tretas que
nos enfiaram no cérebro e nos afasta dos afetos. O lixo só existe porque
nascemos vazios: deixámos que os outros arrumassem ali a tralha que não
precisavam.
Não percebo
muito bem a vida; nem o seu fundamento. Sei
que nascemos ao contrário e completamente virados do avesso. Ao invés de nascer
de cabeça e vazios de saber: devíamos ter nascido de pé no chão e plenos de
saber. Um Eu caminhante com identidade própria. Trazíamos um arsenal de saber nosso
e que podíamos selecionar- apagar os ficheiros indesejados.
Isso impossibilitaria qualquer um de nos enfiar meia dúzia de antitudos pela cachimónia adentro. É que chegamos a determinada época da vida em que estamos de cabeça tão cheia que questionamos: para que quero eu saber isto? E isso? E aquilo? E desaprender é um bico de obra! Depois de isto estar cheio os gestos ficam teimosos- fazem o que lhes apetece sem comando nem ordem. Tão excessivamente teimosos que apetece parar e não fazer rigorosamente nada: a ver se isto passa e sentimos uma lufada de ar fresco.
Isso impossibilitaria qualquer um de nos enfiar meia dúzia de antitudos pela cachimónia adentro. É que chegamos a determinada época da vida em que estamos de cabeça tão cheia que questionamos: para que quero eu saber isto? E isso? E aquilo? E desaprender é um bico de obra! Depois de isto estar cheio os gestos ficam teimosos- fazem o que lhes apetece sem comando nem ordem. Tão excessivamente teimosos que apetece parar e não fazer rigorosamente nada: a ver se isto passa e sentimos uma lufada de ar fresco.
Ao longo da
vida, enchem-nos a cabeça com minhocas, minhoquinhas - uma entulhada de lixo sem
tamanho. De saber dos outros. Enchem-nos de inibidores de sorrisos, entre rotinas
carregadas do não devo. Quero lá saber destas tretas! Quero cuspir caroços; saltitar
de nuvem em nuvem sob a luz das estrelas; quero sorrir ao vento; quero voar:
sonho com uma boleia nas asas de uma gaivota que me transporá para lá do horizonte.
Quero sentir-me livre - sem o peso da consciência entupida com o que os outros
acharam que eu devia pensar ou fazer. Quero emagrecer dos excessos que
depositaram em mim e sentir-me leve de saber. Sinto-me tão cheia que quase não
caibo dentro de mim. Pensem comigo: para que quero eu saber passar a ferro
(desculpem a asneira)? E lavar a loiça? E limpar a casa? E ir às finanças? E à
câmara? E pagar o IRS, o IVA ou outros? E pagar a água, a casa, a luz, o
telefone e o passe do moço? E? E...?
Que fundamento têm as horas,
os meses, os anos, as estações? Não basta sorrir com a surpresa de um campo
florido ou com o crepitar do lume aceso? Não deviam ser os passarinhos a
acordar-me?
Para que quero eu saber o
que devo ou não devo? Para que quero eu saber que os Vossos narizes se torcem e
as Vossas línguas começam no corte quando eu cuspo caroços ou sento o rabo no
chão para matar a fome? Às vezes, parece que estão a tomar conta de mim e não vivem vida própria.
E os
afetos? Já pensaram? Funcionam de forma contrária: nascemos plenos e morremos
sós. A maioria parte: uns em busca do não sei o quê; outros porque fizemos isto
ou aquilo; outros porque não temos o xpto do carro, da casa e do sei lá que
mais.. por milhentos motivos tornamo-nos escassos do que deveríamos encher-nos. Às vezes,
queremos um abraço e não há. Verdade?
Quero
tanto desaprender-me e virar-me do avesso. Um dia libertar-me-ei do lixo que
depositaram em mim. De cabeça vazia, correrei ao vento empeçonhando uns caracóis
que são só meus.
Hoje (cá está o tempo que não deveria ter
aprendido), não deixo só sorrisos: seguem meia dúzia de abraços- afagos
sentidos.
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Sorrisos, abraços e beijinhos.
Guida Brito
quinta-feira, 6 de julho de 2017
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