Um excelente programa para três dias;
mil e quinhentos quilómetros e depósito e meio de gasóleo. Para nós foi o tempo
ideal: não corremos; não há hora de chegada nem de volta; aproveitamos todos os
momentos para sorrir. Até as conversas no habitáculo do carro são inesquecíveis.
Se a ideia
era chegar a Guadix, a programação fez apetecer o destino. Sítios incomuns e
dormidas em bons parques de campismo por menos de 18€/noite (1 tenda, 1 carro,
1 parcela, 2 pessoas) cheiravam a já lá estar. Vai que não vai às 9h fechámos a
portita de casa; 9h10m já sorríamos no café matinal da esplanada mais próxima.
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Não conheço Gibraltar- atreveu-se, sorridente, o meu herdeiro de ADN.
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Nem eu- sorri-lhe, antecipando o que se adivinhara.
Não
foi preciso mais; ambos sabíamos que trocaríamos as voltas a tudo. De Guadix,
ficaria um programa futuro em férias sem destino: de este rumaríamos a sul.
Shiiiiii… Santa Barbatana! Adoro esta equipa.
Um
café aqui; outro acolá e seguimos em plena cavaqueira por estradas não
programadas. A fome ditou a paragem: S. Juan del Puerto. Sob um calor intenso,
abrimos a geleira e alapámos o “sim senhor” no passeio mais próximo. Um passeio
a pé e confirmámos que a cidade justificou a escolha: um povoado muito
interessante para meia dúzia de passadas.
Aptos
para mais uns kms, seguimos rumo a Cadiz. O GPS indicou-nos um bom Parque de
Campismo em El Puerto de Santa Maria: duas piscinas, uma excelente praia, limpo, boas
parcelas e de baixo custo. Claro que fiquei conhecida no local: nunca conseguia
abrir o portão e atravancava o trânsito. Sempre salva pelo simpático guarda
noturno: vislumbrava o meu voiture e
corria, sorridente, para abrir a cancela. Amigos do coração.
Meia
hora ou pouco mais, foi quanto bastou para dar entrada no parque, montar a
tenda e um bom mergulho. Rumámos à linda cidade de Cadiz: um entardecer e uma
noite magnífica.
Deambulámos pelas ruas e beira-mar e deixámo-nos seduzir por
uma boa tapa, numa esplanada. A cidade é linda e acolhedora. As noites são
ricas de gentes que ocupam as mil e uma esplanadas. Adoro Cádiz: um museu
aberto ao visitante.
No
segundo dia: Gibraltar. Não havia feito qualquer pesquisa sobre o destino e
estava um pouco preocupada: no Reino Unido a condução faz-se pela esquerda.
Parámos numa estação de serviço antes da chegada e fizemos perguntas. Uma
simpática senhora disse ser conhecedora do local e que a condução se fazia pelo
contrário ao que nos era habitual. Errado, erradíssimo; esta má informação
custou-nos uma fortuna num parque e impediu o conhecimento de metade de
Gibraltar.
Antes de entregar o carro no parque que antecede a fronteira, fizemos
uma paragem na maginal: lindo, lindo. Dali, é possível observar dois continentes
(Europa e África) e três países (Espanha, Reino Unido e Marrocos).
Gibraltar é
um destino de luxo: quer pela paisagem; quer pelos macacos- meia dúzia de ladrões
que nos esperam à chegada do teleférico. Os jovens, os casais parecem bem mais
pacatos e com uma vivência mais digna.
Muito bem organizados sabem o que
querem: sem qualquer vergonha ou inibição atacam os recém-chegados abrindo-lhes
as mochilas e retirando tudo o que é comestível.
Se num primeiro assalto
conseguiram chiclets; nos restantes, as batata fritas foram a sua preferência.
O pobre Rui ficou sem a água: as batatas fritas chamam a sede e com mestria roubaram-lhe
e abriram uma garrafita. Eu própria gritei mais do que devia numa vã tentativa
de se apoderarem dos meus pertences. Ah! Malvados! Não se assustem, são eles
que tornam o dia memorável. Aconselho a subida no teleférico e o passeio a pé
lá nas alturas: lá onde o céu toca a terra. Não visitei as grutas nem os afins
aconselhados: não foram suficientemente sedutores. Embora existam táxis que a
preços mais em conta nos levam ao cume, pessoalmente considero imperdível a
subida no teleférico. Sem dúvida, Gibraltar é um destino obrigatório.
Na
chegada, muito tardia ao parque de campismo, lá me esperava o meu amigo do
coração que correu para a cancela- antes que eu virasse a tecnologia do avesso
e tornasse intransitável a beira-mar. Shiiiiiii…. Santa Bar… vocês já sabem.
Repitam comigo: Ai! Shiiiiii! Santa Barbatana. E agora sorriam: loooooooolllll.
Ufa!
Só falta contar o regresso. Tarde e más horas (o moço dormia) lá recebi
prendinhas e muitos beijinhos de aniversário. Não contei: dormimos de tenda
aberta e fui acordada pelos passarinhos. Shiiiiii… Isso mesmo: Ai! Shiiiiii!
Santa Barbatana.
Levantamento
da tenda, um pouco mais complicado que a montagem, entrega dos cartões para
abertura da cancela(não precisámos; tínhamos o nosso guarda atento) e fizemo-nos
ao caminho.
Almoço nas ruas de Jerez de La Frontera- amei a cidade. Mais uns
quilómetros e paragem em Sevilha.
A cidade exige alguma atenção na condução mas
é linda. Queríamos um jantar com sevilhanas mas por ser segunda-feira estava
quase tudo fechado. Bem… o único aberto estava fechado para nós: os preços eram
proibitivos mesmo em dia de “compleprimaveras”.
Não nos “infelecitaram”: descobrimos
um espaço divinal e o jantar foi memorável. Devido ao incêndio na área de
Huelva, contactámos a polícia para saber se estavam livres os acessos a
Portugal. Tudo certo, fizemos rumo ao final da etapa. Alegremente (eu), passámos
em Pilas e fomos direitinhos a Camas.
Abrimos a porta de casa às 2h30m. Fomos felizes- muito mesmo.
Abrimos a porta de casa às 2h30m. Fomos felizes- muito mesmo.
Iremos
publicar vídeos de fotos das cidades. Esteja atento ao nosso blogue.
Sorrisos
Guida Brito
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