domingo, 9 de julho de 2017

S. Juan del Puerto- El Puerto de Santa Maria – Cadiz- Gibraltar- Jerez de la Fronteira- Sevilha


Um excelente programa para três dias; mil e quinhentos quilómetros e depósito e meio de gasóleo. Para nós foi o tempo ideal: não corremos; não há hora de chegada nem de volta; aproveitamos todos os momentos para sorrir. Até as conversas no habitáculo do carro são inesquecíveis.
Se a ideia era chegar a Guadix, a programação fez apetecer o destino. Sítios incomuns e dormidas em bons parques de campismo por menos de 18€/noite (1 tenda, 1 carro, 1 parcela, 2 pessoas) cheiravam a já lá estar. Vai que não vai às 9h fechámos a portita de casa; 9h10m já sorríamos no café matinal da  esplanada mais próxima.
          - Não conheço Gibraltar- atreveu-se, sorridente, o meu herdeiro de ADN.
          - Nem eu- sorri-lhe, antecipando o que se adivinhara.
          Não foi preciso mais; ambos sabíamos que trocaríamos as voltas a tudo. De Guadix, ficaria um programa futuro em férias sem destino: de este rumaríamos a sul. Shiiiiii… Santa Barbatana! Adoro esta equipa.

          Um café aqui; outro acolá e seguimos em plena cavaqueira por estradas não programadas. A fome ditou a paragem: S. Juan del Puerto. Sob um calor intenso, abrimos a geleira e alapámos o “sim senhor” no passeio mais próximo. Um passeio a pé e confirmámos que a cidade justificou a escolha: um povoado muito interessante para meia dúzia de passadas.
          Aptos para mais uns kms, seguimos rumo a Cadiz. O GPS indicou-nos um bom Parque de Campismo em El Puerto de Santa Maria: duas piscinas, uma excelente praia, limpo, boas parcelas e de baixo custo. Claro que fiquei conhecida no local: nunca conseguia abrir o portão e atravancava o trânsito. Sempre salva pelo simpático guarda noturno: vislumbrava o meu voiture e corria, sorridente, para abrir a cancela. Amigos do coração.
        Meia hora ou pouco mais, foi quanto bastou para dar entrada no parque, montar a tenda e um bom mergulho. Rumámos à linda cidade de Cadiz: um entardecer e uma noite magnífica. 

          Deambulámos pelas ruas e beira-mar e deixámo-nos seduzir por uma boa tapa, numa esplanada. A cidade é linda e acolhedora. As noites são ricas de gentes que ocupam as mil e uma esplanadas. Adoro Cádiz: um museu aberto ao visitante.

          No segundo dia: Gibraltar. Não havia feito qualquer pesquisa sobre o destino e estava um pouco preocupada: no Reino Unido a condução faz-se pela esquerda. Parámos numa estação de serviço antes da chegada e fizemos perguntas. Uma simpática senhora disse ser conhecedora do local e que a condução se fazia pelo contrário ao que nos era habitual. Errado, erradíssimo; esta má informação custou-nos uma fortuna num parque e impediu o conhecimento de metade de Gibraltar. 

      Antes de entregar o carro no parque que antecede a fronteira, fizemos uma paragem na maginal: lindo, lindo. Dali, é possível observar dois continentes (Europa e África) e três países (Espanha, Reino Unido e Marrocos).
Gibraltar é um destino de luxo: quer pela paisagem; quer pelos macacos- meia dúzia de ladrões que nos esperam à chegada do teleférico. Os jovens, os casais parecem bem mais pacatos e com uma vivência mais digna. 

Muito bem organizados sabem o que querem: sem qualquer vergonha ou inibição atacam os recém-chegados abrindo-lhes as mochilas e retirando tudo o que é comestível. 

Se num primeiro assalto conseguiram chiclets; nos restantes, as batata fritas foram a sua preferência. 


O pobre Rui ficou sem a água: as batatas fritas chamam a sede e com mestria roubaram-lhe e abriram uma garrafita. Eu própria gritei mais do que devia numa vã tentativa de se apoderarem dos meus pertences. Ah! Malvados! Não se assustem, são eles que tornam o dia memorável. Aconselho a subida no teleférico e o passeio a pé lá nas alturas: lá onde o céu toca a terra. Não visitei as grutas nem os afins aconselhados: não foram suficientemente sedutores. Embora existam táxis que a preços mais em conta nos levam ao cume, pessoalmente considero imperdível a subida no teleférico. Sem dúvida, Gibraltar é um destino obrigatório.
          Na chegada, muito tardia ao parque de campismo, lá me esperava o meu amigo do coração que correu para a cancela- antes que eu virasse a tecnologia do avesso e tornasse intransitável a beira-mar. Shiiiiiii…. Santa Bar… vocês já sabem. Repitam comigo: Ai! Shiiiiii! Santa Barbatana. E agora sorriam: loooooooolllll.
          Ufa! Só falta contar o regresso. Tarde e más horas (o moço dormia) lá recebi prendinhas e muitos beijinhos de aniversário. Não contei: dormimos de tenda aberta e fui acordada pelos passarinhos. Shiiiiii… Isso mesmo: Ai! Shiiiiii! Santa Barbatana.
          Levantamento da tenda, um pouco mais complicado que a montagem, entrega dos cartões para abertura da cancela(não precisámos; tínhamos o nosso guarda atento) e fizemo-nos ao caminho. 

       Almoço nas ruas de Jerez de La Frontera- amei a cidade. Mais uns quilómetros e paragem em Sevilha. 

        A cidade exige alguma atenção na condução mas é linda. Queríamos um jantar com sevilhanas mas por ser segunda-feira estava quase tudo fechado. Bem… o único aberto estava fechado para nós: os preços eram proibitivos mesmo em dia de “compleprimaveras”. 

         Não nos “infelecitaram”: descobrimos um espaço divinal e o jantar foi memorável. Devido ao incêndio na área de Huelva, contactámos a polícia para saber se estavam livres os acessos a Portugal. Tudo certo, fizemos rumo ao final da etapa. Alegremente (eu), passámos em Pilas e fomos direitinhos a Camas. 


         Abrimos a porta de casa às 2h30m. Fomos felizes- muito mesmo.
Iremos publicar vídeos de fotos das cidades. Esteja atento ao nosso blogue.
Sorrisos

Guida Brito

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