domingo, 26 de novembro de 2017

"A Minha Escola", Núcleo de Almeirim do Museu da Ruralidade- Castro Verde. Do óleo de fígado de bacalhau à “menina dos cinco olhos”


Está tudo lá; as batas, os mapas, as balanças, os livros, os cadernos, as borrachas, os tinteiros, as provas, o fio de prumo, a mochila do Chico e um frasco (cheinho) de óleo de fígado do bacalhau - segundo a publicidade da época: “contribue de modo milagroso para o desenvolvimento das carnes e dos ossos”. 





É uma escola mas confunde-se com uma gaveta de memórias- onde, religiosamente, arrecadámos o que  tanto nos fez feliz.





Até a odiada “menina dos cinco olhos”  (palmatória) por ali nos pisca o olho e relembra travessuras do arco da velha. Eu própria fui corrigida 26 vezes - dita o meu caderninho dos apontamentos da época.



Pedimos a chave à vizinha e vivi a antítese dos tempos: da carteira para a mesa da frente - lugar que raramente ocupo na sala (a aprendizagem requer proximidade e afetos). Experimentei-me e senti o sorriso de orgulho da D. Raquel e da D. Filomena: fiz tudo direitinho e cheguei ao fim dos estudos. 


Hoje, sou eu que apago o quadro e transmito o que sei com o mesmo enlevo com que as aprendi. Aconcheguei-me ao tempo em que brincava com a Rosa e os demais amigos. Ai! A Rosa! A Rosa era a melhor amiga: companheira de sorrisos e de despique em tons do saber.

Regressei à escola num tempo em que a escola ainda faz parte de mim. Amei.








Sorrisos
Guida Brito

1 comentário:

  1. Eram as escolas de Portugal quando saímos de 4ª clesse com mais conhecimentos que agora no 9º ano

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