sábado, 23 de novembro de 2019

Alentejo - Crime sem castigo

Coisas da nossa história; José Jorge Cameira; Navegantes de Ideias



Vale de Vargo, Serpa, 1940 - uma estória trágica mas verídica.





Irei contar sem citar nomes, obviamente, embora quase todos os intervenientes já tenham falecido.

Dois residentes e naturais da Aldeia, também cunhados, andavam sempre discutindo, uma guerreia pegada. Naquela tarde de domingo, na taberna frente à Igreja a discussão azedou e até meteu empurrões e insultos.

Um deles, mais nervoso, decidiu acabar com aquela moenga, já chegava de irritações, estava farto e cansado.

Então, falou com uma outra pessoa da Aldeia que sabia ter falta de dinheiro e ofereceu-lhe 20 contos para dar um tiro com a sua caçadeira no cunhado. E disse-lhe: "o meu cunhado costuma vir no comboio até Pias e vem a pé para Vale de Vargo, "esperazo" ali à entrada e rebentas com ele. Faz isso e ganhas os 20 contos".
Uma fortuna naqueles tempos!

Assim aconteceu, exactamente. O homem foi morto, o assassino recebeu o dinheiro e com ele comprou umas casas e uns terrenos na Aldeia, as pessoas de lá até estranharam.



Veio a GNR e prendeu uma outra pessoa que se sabia também ter conflitos com o morto. O cunhado não era suspeito, então, era família, não podia ser ele!
No dia do julgamento em Serpa o Juiz pergunta ao réu:

- Então foi o senhor que o matou?
- Não fui, mas tenho pena não ter sido eu.

O Juiz condenou-o à prisão, mas ao fim de uns meses foi solto por falta de provas.
Era, portanto, um crime sem castigo.

Passaram-se anos e a estória do crime parecia estar esquecida.
Contudo em 1999, quase 60 anos depois da tragédia, num Lar de Serpa houve uma discussão entre 2 idosos internados que eram de Vale de Vargo. 

No meio de um grande alarido, entre os dois, um diz ao outro:
- Ou te calas ou ainda te dou um tiro nos cornos como dei há uns anos ao...!



O outro ouviu e contou aos familiares de Vale de Vargo. Quando o vieram visitar, veio a GNR mas nada puderam fazer, o crime tinha sido cometido havia já muitos anos e, além disso, o idoso e criminoso faleceu passados uns meses de doença.

Recolhida na Aldeia por
José Jorge Cameira
2018


sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Na Argentina, oito em cada 10 crianças apresentam danos genéticos. Será este o futuro do Alentejo?



Sem sorrisos; Guida Brito; Navegantes de Ideias





Não tenham dúvidas: ocorrerá.

Na Argentina, nas zonas de agricultura superintensiva, oito em cada 10 crianças apresentam danos genéticos. É muito precoce esta triste realidade uma vez que, geralmente, esta ocorrência verifica-se na quarta geração. A agricultura industrial, na Argentina, não tem esse tempo.



Tal como no Alentejo, apesar da existência de Decretos lei que o contrariam, o Governo argentino permitiu a plantação em Parques Naturais (os melhores solos) e o uso excessivo de agroquímicos e pesticidas. 

Sem sorrisos; Guida Brito; Navegantes de Ideias



As multinacionais são mais poderosas que os países; e, um Governo que não legisla em função do bem estar e da saúde dos seus cidadãos: só pode ser um Governo corrupto ou um Governo com medo (em minha opinião). Diria, se não fosse bem educada: meia dúzia de bananas gananciosos estragam a vida de milhões.

Se já temos um aumento exponencial de cancros (não admitidos pelo governo), em breve, tal como na Argentina, esta ocorrência não demorará a atingir os nossos bebés. Choraremos o que não fizemos hoje.



Uma realidade que nos espera se continuarmos a consumir os produtos dali provenientes e não reclamarmos o fim deste tipo de agricultura, defendido pelos que lucram (e muito) com o  nosso mal-estar e a degradação da saúde. 

Para que queremos uma economia saudável se for à custa das nossas vidas?

Nos solos do Alentejo, nascem, naturalmente e em grande quantidade, milhares de ervas selvagens comestíveis. 



Será que a economia não melhorava com este recurso natural e saudável? Será que apostando no regresso às terras, das famílias, a sua economia não melhorava? Claro que sim. Não interessa: as multinacionais querem mais e mais e os Governos cedem à corrupção e às mais valias ilícitas (digo eu).

Temos um país de mar, de sol, de recursos renováveis, de alimentos selvagens… teimamos em destruí-lo e em contaminá-lo, gerando a doença e a morte.

Os ordenados são congelados e a exploração do trabalhador é, hoje, a mais grave da nossa história. Todas as classes se queixam e o governo nem os houve; nem lhes dá razão.

Vamos deixar que continue? Não sei se sabem mas este tipo de agricultura, no Alentejo, vai triplicar.

Sem sorrisos
Guida Brito
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Professores comemoram o dia Mundial dos Sorrisos Com Motivo


Frase do dia; Guida Brito; Navegantes de Ideias

Se sexta feira é o dia da Felicidade Mundial Sem Motivo, sexta-feira 22 de Dezembro, para os professores, é o dia Mundial dos Sorrisos Com Motivo.





A todos uma boa Sexta(bis)

Que seja uma boa sexta
Para todos nós.

Nesta sexta pela manhã
Ouvem-se os sorrisos falar
Há uma grande alegria
No ar


Nesta manhã de sexta
Há por todo o país
Muitos milhões de professores
A ser feliz

Refrão

Vão aos saltos pela rua
Procurar o multibanco
Pagam até a lua
Fica zero no banco


Com Sorrisos

Guida Brito


quinta-feira, 21 de novembro de 2019

HISTÓRIA - A Deusa Inanna-Ishtar


José Jorge Cameira; Coisas da nossa história; Navegantes de Ideias


Hoje vou escrever sobre uma Deusa Suméria.
Por volta dos anos 2300 antes de Cristo nascer (AC), portanto há cerca de 4500 anos de hoje, aqui em Portugal era o Neolítico, houve um Povo, os Sumérios que habitaram na região fértil entre os Rios Tigre e Eufrates, hoje Iraque, Bagdade.





Sempre em paz, sem fomes nem guerras, graças à Deusa Inanna-Ishtar, a população crescia e viviam felizes.

Inanna-Ishtar era a Deusa do Amor, do Sexo, da Prostituição, da Fertilidade. Tal e qual. Corporizava no corpo de uma mulher do povo, para a veneração ser física e receber oferendas.

A sua influência na região foi enorme. Os Reis declaravam-se "Obedientes a Inanna", tal era a sua força espiritual. Por ser uma deusa feminina, portanto ligada à Criação,  também tornava as colheitas sempre abundantes, obviamente fácil pois na região havia (e há!) calor e muita água.

Por vezes os Reis queriam conquistar mais territórios e para isso era preciso derrotar as tropas respectivas. Um reparo: nesse tempo não havia metais nem armas de fogo - eram arcos e flechas, paus aguçados, pedras. No momento da batalha os combatentes Sumérios gritavam por Inanna pedindo o seu auxílio e proteção na batalha. Que não acontecia porque as outras tropas assim que ouviam o coro da gritaria por Inanna fugiam espavoridos e cheios de medo.





No Fim do Ano aconteciam grandes festividades em honra de Inanna-Ishtar.

Todo o Festival era dedicado à actividade sexual, pois o prazer (orgasmo) era uma forma de aproximação ao Sagrado e ao Divino. Portanto eram dias de orgias sexuais permanentes e a Deusa Inanna, corporizada, dava o exemplo aceitando todas as cópulas. Havia uma condição - não podia haver imposição ou violência sexual. Quem assim procedesse tinha uma grande punição.

Esta informação provém de exaustiva investigação arqueológica e deixada por aquele povo em pequenas tábuas, algumas delas ainda não decifradas. Eis a foto de uma delas de onde foram extraídas estas informações. Clicar sobre:


José Jorge Cameira
Beja, 20 Novembro 2019


segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Petição Pública pela Eletrificação e Modernização da Linha do Alentejo, como uma prioridade de interesse nacional

Jose Jorge Cameira; Defendamos a nossa terra!; Navegantes de Ideias

Por considerar importante, partilho a petição. Eu já assinei.



"Reafirmando a validade da “Estratégia de Acessibilidade Sustentável do Alentejo nas ligações Nacional e Internacional”, avançada pela Plataforma Alentejo, a Comissão Dinamizadora de AMAlentejo apresenta e apela às subscrição da presente Petição Pública, a qual sublinha, como prioridade, em termos de investimento de interesse para todo o Alentejo e para o País, a urgente eletrificação e modernização da Linha do Alentejo, para permitir velocidades elevadas de 250 Km/hora, possíveis com o recurso aos comboios Alfa Pendular.

Os trabalhos do Professor e Investigador da Universidade do Algarve, Manuel Tão, que o Estudo Técnico da REFER, de Maio de 2015, comprova plenamente, (disponíveis em www.amalentejo.pt Estudos) demonstram a importância estratégica da Linha Ferroviária do Alentejo para o País e para todo o Alentejo, pelo que consideramos tratar-se de um investimento a que se impõe dar início imediato, devendo as candidaturas aos fundos de coesão ser apresentadas ainda no quadro do PT2020.

O Alentejo corre o risco de deixar de ser território de objetivo 1, e Portugal não pode perder a oportunidade, única, de fazer estes investimentos com comparticipações de 85% a fundo perdido, garantidos pelos fundos de coesão europeus."

Para ler mais e assinar a petição, clique: AQUI



José Jorge Cameira


quarta-feira, 13 de novembro de 2019

O bebé do contentor do lixo: Natal em 2019


Guida Brito - Navegantes de Ideias

Em meados de outubro, mais cedo do que nunca, ofuscaram por entre as prateleiras dos supermercados, as luzes de que todos se queixam mas que interiorizam como o verdadeiro espírito natalício. 





A  consoada que ditará os excessos na mesa (mais do que se consegue consumir), os objetos que um dia serão lixo, os plásticos que serão oceano, o brilho dos gastos energéticos e os afins, que são tão pouco, atraem-nos o olhar e impedem a visão de realizar a sua função: ver; ver o outro, ver o essencial.

Entre os desabafos do “Que horror! É tão cedo!” sonhamos o consumismo desenfreado e caminhamos de forma robótica entre as queixas do excesso de tudo e a falta do preciso de mais. Não nos definimos enquanto seres humanos.





Há dois mil e dezanove anos, Maria engravidou. Todos a viram e, mesmo sendo o bebé filho do Espírito Santo, José assumiu a paternidade. Maria pariu num estábulo e o bebé foi colocado na manjedoura. O bafo dos animais aqueceram-no e a Luz avisou o Mundo. 

Chegaram as gentes, chegaram os pastores, chegou a aldeia, chegaram os Reis… e, segundo reza a história, a entre-ajuda, sem juízos de valor, permitiu a vida de um bebé condenado a um fim demasiado precoce.

Hoje, Sara engravidou. Durante nove meses, grávida, dormiu na rua e pariu na LUX (local afamado  e local de passagem de muitos e muitos).

 Não havia manjedoura, colocou o bebé no contentor do lixo (o local mais quente da zona). 

Sara não teve a sorte de Maria: ninguém provou que acredita no Espirito Santo; ninguém assumiu a paternidade; ninguém a viu grávida dormindo no meio da rua; a LUX (lugar de culto de milhares de adeptos), apesar do brilho, desviou o olhar do milagre da vida que ali acontecia. Não houve Reis, não houve Presidentes, não houve Ministros, mas houve milhares de animais que a ignoraram – bufando, provavelmente, de costas para o milagre de uma vida que cresceu, durante nove meses, no chão das ruas de Lisboa.

Maria é Santa; Sara é Put#.

Sem sorrisos
Guida Brito


domingo, 10 de novembro de 2019

Frei Bartolomeu dos Mártires



O que sei lendo a História de Portugal e na Wikipédia, acho um bocado esquisito.
Vamos lá a ver.




Participou activamente no Concílio de Trento.
O que se falou e o que se decidiu neste Concílio?

Devido às influências do Humanismo a Sociedade desmistificava cada vez mais o papel da Igreja como travão á evolução cultural da Sociedade. E isso era contra a doutrina da Igreja que via o controle da Sociedade fugir-lhe debaixo dos pés. Podia perder muito dinheiro!

Então nesse Concílio - onde este Frei esteve presente com quase 300 propostas - decidiram fazer a Contra Reforma criando o Tribunal do Santo Ofício para travar as ideias modernas difundidas por exemplo por Erasmo e em parte por Lutero e Calvino. E fundar também a Inquisição para castigar os "revolucionários" de então. Muitos foram queimados vivos, milhares. Houve um deles que teve de fugir para o Alentejo, para Évora, o André de Resende.





E agora este Frei é canonizado?
A mesma treta aconteceu com o "São" Francisco Xavier!
Também não é nada comigo, não uso nenhuma religião.

José Jorge Cameira


sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Aniversário de Filho/ Aniversário de Mãe



Conquistámos o arco-íris
(do nada fizemos cor)
Sabemos, exatamente
quantas letras tem a palavra amor
Aprendemos, o quanto precisamos
da força da nossa mão
Somos pertença, somos reféns
Da mais maravilhosa união
Soubemos conquistar
o aprender a olhar
Que a nossa força nos transporte
onde queremos chegar






Somos dois: navegantes de ideias, viajantes incontroláveis, caçadores de sorrisos velejando por onde a brisa nos levar.

Partilhamos: ideias, afagos, o calor dos abraços, ternura, bravura, admiração, pirralhices e ADN – que apresenta falhas de normalidade mas fortes laços de coração.

Abraçamos: ideias, estrelas, nuvens, amigos… a vida.

Colecionamos: momentos, bons ventos, sorrisos e brilhozinhos no olhar.


Parabéns, filho.

Cheinha de sorrisos
Guida Brito


domingo, 3 de novembro de 2019

CIGANOS e outras MINORIAS - A minha Opinião sobre este assunto


ciganos - José Jorge Cameira - Navegantes de Ideais


Eis um problema grave da Cidade de Beja (e não só). Porque não é encarado de vez.
É verdade que temos de aceitar as Culturas diferentes da nossa, da maioria das pessoas.





É verdade que temos de aceitar a Cultura das Minorias Étnicas, sejam quais forem e temos várias no nosso País.

A nível da UE há regulamentos específicos de proteção e apoio de todas as Minorias, inclusive nos aspectos financeiros.

A recíproca e a interação das Culturas é qualquer coisa de fantástico numa Sociedade moderna e virada para um Futuro de Paz e Harmonia.

Algumas minorias nomeadamente a Cigana ou Romani sofreram grande repressão no passado. No Regime Nazi centenas de milhares deles pereceram nas câmaras de gás. Em Portugal no Regime Fascista foram enormemente brutalizados. Recentemente em França o ex Pr Sarkozy expulsou-os para a Romênia a troco de 100€ por pessoa.

Ainda em Portugal no Governo de António Guterres foi lhes concedido - como também às restantes minorias - o Rendimento Mínimo Nacional, havendo contudo de contribuírem algo para a Sociedade, o que nunca foi cumprido.
Assim sendo e abordando ainda que superficialmente, o que falha?



Quanto a mim é tão simplesmente isto - a Justiça e o seu exercício não funcionam e não só para as Minorias. Ou seja - o usufruto dos Direitos corresponderem ao cumprimento dos Deveres.

Quantos casos conhecemos nós de certos crimes cometidos em que os prevaricadores vão para casa ou são simplesmente soltos? Ou porque não cometeram o crime em flagrante delito ou porque o Código Penal assim o permitiu.

Não citarei os abusos à Liberdade cometidos após o 25 de Abril de 1974 que "tiveram uma certa lógica" extensivo a todos os Cidadãos.
O problema é e continuará a ser a Justiça ou a falta dela. Só isto.

Vejam só este exemplo actual.
Um indivíduo de uma qualquer Minoria agride um Professor, agride um Bombeiro. Rouba. Trafica dinheiro. Escraviza Pessoas. Que lhes acontece? Termo de Identidade ou nem isso.

Quando  houver um princípio de Justiça seria de imediato "Prisão Preventiva" e a inerente condenação seria com trabalho e nunca em regime de "pensionato tudo incluído".

Até lá continuará a ser tudo mais do mesmo, fomentando sempre em sectores menos esclarecidos a Xenofobia e o Racismo.
José Jorge Cameira.
Beja, 03 Novembro 2019
(foto do Diário do Alentejo)


domingo, 27 de outubro de 2019

Encontros em Miyajima, a ilha sagrada


Miyajima, a ilha sagrada, Japão, Viagens, Navegantes de Ideias
Cansada, quase de rastos, no fim das forças, sob um calor intenso, após vários quilómetros a percorrer a deslumbrante Ilha de Miyajima (Japão), vislumbro duas senhoras de traje insólito.





Miyajima, a ilha sagrada, Japão, Viagens, Navegantes de Ideias

Apesar das reclamações, intensas, do mais jovem dos Navegantes, fi-lo esperar, esqueci que já não conseguia caminhar e alterei a rota, na esperança de as fotografar. 

Miyajima, a ilha sagrada, Japão, Viagens, Navegantes de Ideias


Não me fiz de rogada e arrisquei a fotografia. Viram-me, sorriram, obedeceram aos meus gestos e colocaram-se aqui, ali e acolá. 


Miyajima, a ilha sagrada, Japão, Viagens, Navegantes de Ideias


Não falávamos a mesma língua, o inglês não era nossa pertença, mas isso não impediu a amizade dos gestos sentidos: trocámos nomes, trocámos emails.





Miyajima, a ilha sagrada, Japão, Viagens, Navegantes de Ideias

Percebi, espero não estar enganada, que o seu traje era típico da zona de Tóquio. Inclinámo-nos, muitas vezes, numa troca de afetos, de respeito e agradecimentos à boa moda Japonesa. 

Miyajima, a ilha sagrada, Japão, Viagens, Navegantes de Ideias

Um momento que não esquecerei e que, hoje, partilho convosco.

Sorrisos
Guida Brito