É um tema
importante, mas de decisão pessoal. Nenhum de nós, seres pensantes e plenos de
todas as faculdades, está perante o sofrimento atroz, que fala mais alto do que
o estar junto dos tão amados, que ditaria pensar sobre o assunto. Controvérsia
pura, sem a experiência não saberemos responder, nem questionar as nossas
convenções pessoais ou o perigo do mascarar assassinatos com interesse vital em
alguns bolsos (legalizar o impensável).
O tema, surgido como
que do nada e de modo a chocar, não quer mais do que ocultar os meandros
obscuros da sociedade portuguesa. Ocuparmo-nos, impedindo a visualização do que
de facto diminui a nossa qualidade e dignidade de vida.
Cá para mim, eu que
sou pequenina e sem peso que pese na mudança da corrupção nunca antes vista na
sociedade portuguesa, há assuntos que o estado não quer que sejam vistos ou
falados, assim: tomem lá a eutanásia e desentendam-se com ela; enquanto isso ninguém
vê:
- o genocídio do
povo alentejano:
- a Dona Rosalina
Dimas que doente da poluição foi obrigada a sair de casa sem nada, com a roupa
do corpo (nem casa ou subsídio mereceu):
- o povo de fortes
que está a ser dizimado pela poluição de um azeite que até dizem que é o melhor
do mundo;
- o envenenamento
dos alentejanos com os químicos dos olivais, estufas, amendoais e afins;
- os milhões da
“princesa” que ninguém os percebe;
- a destruição plena do património histórico e ambiental;
- o adeus aos sobreiros;
- os bancos que vão
precisar de novas injeções de quantias astronómicas dos dinheiros do estado;
-que a resolução dos
Senhores primeiros ministros permite casarios junto ao mar, no Parque Natural do
Sudoeste Alentejano e Costa vicentina, e legaliza a escravidão;
- que as culturas
intensivas vão atingir limites tão superiores ao já impensado que todo o
Alentejo será desértico;
- que os bebés
nascem nas ambulâncias e que os médicos, em Portugal, são tão raros como os hospitais;
- o lítio ou sabe o
seu futuro:
- o aeroporto do
Montijo, cujas aves se preparam para fazer cair quem lá tentar pousar;
- ….
Posso continuar mas
vocês deixam de ler, não é fácil aliar os problemas do dia a dia, pela falta de
educação, justiça e serviços de saúde, com a preocupação de uma sociedade que
quer isso mesmo (não dar conta da nossa vida inibe intervenções nos setores que
as resolveriam).
Eu, euzinha que sou
pequenina, e sem peso que pese na mudança do fundamental, lamento que a
democracia discretamente se tenha transformado em Oligarquia (A oligarquia é
caracterizada por pequeno grupo de interesse ou lobby que controla as políticas
sociais e económicas em benefício de interesses próprios.[2] O termo é também
aplicado a grupos sociais que monopolizam o mercado económico, político e
cultural de um país, mesmo sendo a democracia o sistema político vigente- Wikipédia).
O que sei é que
nunca houve um governo tão pouco preocupado com as pessoas, com a sua qualidade
de vida, num desrespeito profundo pela Constituição Portuguesa.
Sem Sorrisos
Guida Brito