Ao contrário do que se possa pensar é
fácil e recomenda-se. Uma aventura ímpar. Há muito que o faço e é o melhor anti-stress
que conheço. Existem, no entanto, algumas regras básicas importantes que
colocam a nossa segurança num patamar mais alto. Não há pressa de chegar; não
há pressa de voltar. A aventura inicia-se
com uma noite bem dormida. Contrariamente à maioria: não utilizo despertadores-
acordo quando o descanso o ditar. Nada de acordar muito cedo e conduzir pela
fresquinha. Conduzo sem o cansaço de uma noite mal dormida. Acordo, tomo café,
um bom pequeno almoço, coloco o meu melhor sorriso e a viagem tem o seu inicio
no preciso momento em que fecho a porta de casa. Na estrada, além de saber
fazer é importante prever o comportamento do outro: apenas um corpo descansado
e uma mente atenta ditam a solução na hora precisa.
Não faço mais que 150 a 200 Km seguidos: uma
paragem, um café e dois dedos de conversa. Não há correrias, nem pressas, há um
vivenciar de todos os momentos. Se a viagem for longa escolho, aleatoriamente,
uma ou duas povoações para visitar durante o percurso. Andar faz apetecer o
conforto do carro e descansa o tão atento que coloco em todos os momentos da
condução.
Em oposição ao pensamento dominante,
ser mulher e só constitui um factor positivo. Uma matrícula portuguesa deixa
claro o quanto dista de casa e isso angaria, de imediato, olhares de respeito.
Outra regra básica; paro e descanso antes do
primeiro sinal de cansaço- na estrada não se brinca. Chego a que horas chegar:
estou de férias e não tenho qualquer tipo de compromisso.
Ultimamente, viajo com a outra metade
da Equipa dos Navegantes de Ideias- o que herdou o ADN de mim; aquele que
também colecciona brilhozinhos no olhar. É o copiloto ideal: cumpridor a
100% da sua tarefa. Não se discute com o
condutor e existe um pronto auxílio em todos os pedidos: água, um quadradinho
de chocolate e uma reposta imediata ao solicitado. Não há censura, nem sorrisos
dúbios: se o condutor pede é porque necessita de auxílio. É também precioso na
ajuda com o GPS: vira aqui ou mais à
frente é sempre bem vindo. Uma mais valia imprescindível no centro das grandes
cidades; onde impera grande confusão de sinalética, luzes e publicidades.
O país vizinho é um bom princípio para
iniciantes do vou com ou sem rota
acordada; rumo à satisfação dos “eus” excessivamente repletos de rotinas. As
estradas são boas (maioritariamente não pagáveis) e existem muitos destinos de
top à distância de dois ou três dias. Como contra: a letra das placas de
sinalização é pequena (dimensão inferior ao desejável); e o formato não é dos
melhores. No entanto, a máxima de 30Km/h, no interior das povoações, ajuda a
efectuar as manobras em segurança e diminui em muito os era por ali.
Por
último, se vai viajar ao volante saiba que vai enganar-se inúmeras vezes e vai
seguir por estradas que o não levam ao destino pretendido. E depois? Aproveite
veja as vistas; confira se o destino que não era destino não o encontra com um
acaso (não os há) requerido. Não havendo
encontros com fadas(os), duendes(endas), príncipes(esas), magnatas(os) ou
outros presentes nos sonhos mais recônditos: respire fundo e com calma retome a
estrada perdida. Nunca se esqueça: está de férias e é feliz. Sorria.
Sorrisos
Guida Brito
lindamente dito
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