Ementa
Pequeno almoço- leite com cereais e uma torrada.
Almoço- sopa, febras (sobras do jantar) e salada.
Lanche- bolachinhas, pão com manteiga e metade de um pêssego.
Fiz quatro porções iguais a esta.
Jantar- salada russa com delícias do mar e ovo; sumo de tomate, pepino e cenoura; fiz uma bela sobremesa: sconnes com doce de tomate e abacate.
Havia um frasco de grãos, um pouco de massa, tomate, pepino, cenoura, alface, temperado com azeite e já está. De um pacote, sobraram três delicias do mar- servirão para enriquecer outra salada.
Na deliciosa hora de ir às compras, deparei-me com uma promoção de delícias do mar: escolha certa. Comprei iogurtes mas esqueci-me de os fotografar: são seis e sem açúcar. Ainda há bastante pão (o pão alentejano tem a vantagem de se poder guardar quatro ou cinco dias). Comprei farinha porque o dinheiro é suficiente e não quero que se esgote em casa- posso fazer pão, bolo, bolachas ou sconnes. Seguiram-se ovos: só há dois nos fundos da gaveta. E já se adivinha: um vai que não vai e volta até à balança para adquirir dois tomates. Fiz as contas e sobravam dezanove cêntimos: não me apeteceu retomar o andamento para fruta- preguicite derivada de uma oferta.
Sente-se e descanse, intervale, comente com a família: eu conto tudo.
Enquanto andava nas compras, procurei fermento padeiro. Não o encontrei mas lembrei-me que ando completamente tonta. O fermento é o mais fácil de fazer em casa. Faz-se um pouco de massa de pão e deixa-se, durante vários dias, na prateleira do armário. Usa-se na massa do pão e reserva-se, sempre, uma parte para o próximo pão. E pronto: não preciso voltar a fazer- receita da minha avó. A minha doce avozinha fazia pão para um mês que guardava numa arca. Lembro-me da tigela do fermento na bancada da cozinha.
O fermento foi a minha primeira actividade noturna.
Seguiram-se os sconnes. São fáceis, rápidos e muito baratos.
Receita: fiz metade.
500 gramas de farinha
1 colher, de chá, de sal
5 colheres de sops de açucar
40g de mateiga
1 ovo
Numa tigela misture a farinha, o fermento e o açúcar. Abra uma cavidade
e junte manteiga, leite e o ovo.
Mexa rapidamente.
Unte o tabuleiro com manteiga e polvilhe com farinha.
Faça montinhos.
Vai ao forno a 200º C
Ficaram muito bons mas pegaram ao tabuleiro. Hoje (estou um dia atrasada nas publicações) repeti mas antes de polvilhar a farinha untei o tabuleiro com manteiga. Ficaram excelentes.
No verão passado, a equipa dos Navegantes de Ideias perambulou, de mochila às costas, pela Irlanda e fizemos esta descoberta magnífica: sconnes com doce e natas. Nós por casa, tínhamos doce de tomate. E as natas? Lembrei-me do abacate cor de laranja. Opssss! Não sabem a história. Vou contar. Mão no queixo e ouvidos atentos. Chame a família: eles vão querer ouvir. Um senta-se no colo e os outros puxam uma cadeira. Calma que eu espero: ainda estou a escolher as letras.
Bora, todos atentos; adiante.
Uma amiga perguntou.me:
- Agora, muito a sério: queres alguma coisa cá da hortinha?
Até os cêntimos cintilaram escondidos na carteira. Os meus olhos transpareceram riqueza e zás. Os dedos escreveram... adivinhem? Qual é o material mais dispendioso do planeta? Ah? SALSA.
- Quero SALSA.
- Pedes logo a única coisa que não temos.
Caramba! Claro! Que tola! Quem é que tem SALSA? Ninguém. Têm medo de ser roubados e todos são pobres para a possuir. Sim. Guida, ter SALSA é sinónimo de ser multimilionário. Se ela tivesse salsa estava perdida numa qualquer ilha particular no seu iatezinho.
Em modo de redimição. atirou-me?
- Mas temos tanto: pepinos, tomates, alface, abacates...
- Abacate, quero um abacate.
Combinada a quantidade e a oferta prometi a escrita- um escolher atento das letrinhas que lhe fizesse merecimento.
De manhã, lá estava o saquinho à minha espera. Meio apressada, atirei-lhe o olhar e vi cor de laranja. Coloquei na bagageira do carro e pensei: ficou traumatizada com o verde da salsa e pintou-me os frutos de cor de laranja. Só mais tarde descobri quatro belos abacates e duas grandes laranjas. Uiiii! Tanta fruta: vou baixar o orçamento cá da casa.
Conclusão: fiz os sconnes e não tinha natas. Não faz mal: os ditos com doce de tomate e o fruto cor de laranja que fica da cor da salsa, no prato, é tão cremoso que recorda o branco das natas. E cá está ele.
Fechámos os olhos e o paladar fez-nos reviajar pela Irlanda: sentimo-nos na sua famosa costa ,Giant's Causeway- onde degustámos os melhores.
Conta feita:
Mealheiro: 0.19€.
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Sorrisos
Guida Brito