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sábado, 10 de junho de 2017

Os pêssegos- Nós 2/ 3€ dia/ 30 dias

     
    Tenho que retomar o assunto de ontem. Aqueles pêssegos não são de fácil digestão. Sabemos que um engano qualquer um tem mas a promoção- podem conferir nas fotos- durava apenas um dia; eu fiz as compras às 17h 58m e o sistema não tinha sido alterado. E se observarmos com atenção também o não foi após a minha saída: apenas me foi devolvido o numerário. Esquecendo as nectarinas colocadas estrategicamente junto dos pêssegos (e ambos isolados da restante fruta: sugerindo que tudo estava em promoção) quanto lucrou o supermercado numa promoção fantasma?Não esquecer que são 0.19 € por dois pêssegos. Eu sei que sou toda alentejana; os meus músculos e os meus pensamentos demoram a funcionar mas atrevo-me  a perguntar: que sistema é  que não funcionava? O preço marcado nos pêssegos é 0. 35€ ; como é registado por 0.59€?
    É do conhecimento público, na maioria das vezes, quando há uma boa promoção os outros preços são ajustados alguns cêntimos (ou mais). Nós não vamos só comprar a promoção, aproveitamos compramos o que precisamos e a loja ganha- e muito. Nem era necessário ampliar preços, só o facto de os escolhermos para as nossas compras devia ser motivo de gáudio.  Inventar promoções fantasma e  mesmo que detetadas não proceder à sua alteração. parece-me um exagero. Não quero acreditar nos meus pensamentos mas eles estão a voar para um sítio pouco agradável. 
     Apetece-me escrever ao hiper; pode ser que para se redimirem ofereçam boas promoções no que preciso. A salsa... ai a salsa. E há mais salsas nas lojecas; amanhã acho que vou escrever sobre as salsas.
                                                 Sorrisos
                                              Guida Brito

5º dia- Nós 2/ 3€ dia/ 30 dias

  

    Se já vos falei do pequeno almoço, havia pão o que o enriqueceu em muito, passo para o almoço deixando a informação: esgotaram-se os iogurtes e o doce. O que não constitui um problema uma vez que temos leite, cereais e ainda resta manteiga.
    A minha forma de estar já atraiu alguns curiosos e um grupo observou-me de longe; provavelmente a comentar os meus trezentos cêntimos diários.  Almoçar ao ar livre aproveitando jardins e lagos é um hábito comum nos países nórdicos: são muitos os  fatos e gravatas ou os sapatos de salto alto descalços, na relva, que apresentam recipientes de plástico com comida, nas mãos- almoçam. Entre nós, almoçar nestes locais é chamariz do olhar, dos sorrisos dúbios e da conversa trocista: fazê-lo requer uma enorme independência de ser e um alhear do que nos rodeia. Não faze-lo diminui em muito a nossa qualidade de vida  e a quantidade versus qualidade de sorrisos. Abordarei o tema mais tarde, o que interessa aqui é realizar as contas diárias e contar os episódios divertidos que vivenciei.


   É evidente que almoçamos o restante da noite anterior. Faço sempre o suficiente para duas refeições- a azáfama de quem trabalha não permite outra forma de responder às nossas necessidades alimentares. Na hora H, constatei incrédula que o caricato ocorrera: os talheres haviam ficado retidos na gaveta da cozinha; caramba! A ideia não era um regresso aos tempos pré-históricos! A fome aperta e o que não tem solução solucionado está. Sim. Sim e sim. Exato. Não é muito agradável mas é suficiente para meia dúzia de gargalhadas: recipiente plástico, restos (embora muito bons e saudáveis) e comer à mão sentada na relva de um canto quase selvagem. E sem sapatos. Ai, ai! Santa Barbatana!Tenho que regressar à conversa com os meus caracóis: estão sempre tão desalinhados. Não é propriamente com isto que sonhamos desde pequenos. A aldeia educa-nos de forma errada: a felicidade amplia na simplicidade dos momentos.




     Um delicioso almoço: descobri que a meu lado uma pata chocava os ovos; salvei-a de um grupo de gansos que decidiu atacá-la; umas fotos e um um regresso sorridente ao trabalho (adoro o meu trabalho).
      E no final da tarde... imaginem o que fiz? Nem mais: umas comprinhas- momento de prazer, vício das mulheres, segundo alguns idio... nem me atrevo a escrever a palavrinha. Hoje, estive completamente errada: acho que a minha preguiça custou-me meia dúzia de grãos e o pão que necessito diariamente. Tenho farinha mas podia poupá-la. Optei por ir a um só supermercado; o que encareceu em muito os cogumelos e os pêssegos. O frango em promoção atraiu-me os passos. Pensei fazer frango recheado e não havendo restos monetários que permitissem um olhar a uma linguiça que teimava em brilhar: optei por seis cogumelos. Demasiado caros mas importantes no sabor. Uma corridinha para a fruta, rezando a existência de um fundo monetário permissivo, e para um encontro cruel com promoções- a exigir um dispêndio superior ao pretendido. Embora com saldo positivo em caixa, o mesmo encontra-se retido no mealheiro e faz parte das regras não o utilizar. Começaram as tropelias. A exigência do cumprimento de gastos levou-me n vezes à pesagem- só possível neste supermercado. Saber as quantidades que compramos é imperativo na diminuição de gastos. Escolhi duas nectarinas  e na balança descobri que não estavam em promoção. As ditas tinham sido colocadas estrategicamente junto ao pêssegos; estando ambos juntos e separados das outras frutas sugerem um preço não real ao distraído consumidor. Virei-me para os pêssegos e iniciei os saltaricos da fruta para a balança: passa um cêntimo; posso gastar mais dez; passam dois... Lá acertei com o peso e conferi que dois cêntimos voariam para o mealheiro. Feliz comecei a registar as compras. Preço final :4. 37 €. Opssss! Conferi tudinho e eu estava certa. Chamei a funcionária que me alertou para a necessidade de premir a tecla pagamento. Fi-lo  e opsssssss: 3.17€. Fiz as minhas contas, de novo, e... 2.98€. Chamei de novo a prestável senhora que me disse que as contas estavam certas e que o desconto estava feito. Referi que não e provei que por gramas e preços havia engano. Muito tempo depois, a senhora conseguiu perceber que os descontos se referiam ao frango e que eu estava a pagar o pêssego a preço da não promoção. Estavam em promoção mas o sistema não tinha sido alterado. Assim, lamento mas todos os que pensaram ter comprado esta frutinha a um preço muito convidativo enganaram-se: a promoção era mais cara que em qualquer outro supermercado e o sistema cobrou-lhos ao preço da não promoção. A partir daqui instalou-se o caos: eu queria pagar menos 0.19 cêntimos. E os outros clientes a ver -loollll. Parece que é mais fácil enganar o cliente do que refazer o sistema; ninguém acha justificável tanto trabalho por causa de uns cêntimos. Foi necessário um tempo sem fim e três profissionais para solucionar a minha pretensão. Sorri, cruzei os braços e esperei com paciência.  Esperei, esperei e finalmente tudo estava solucionado. Vou realizar o pagamento e.... looolll.... os mesmos 3.17€. Voltei a chamar a senhora. Por favor... shiiiiiii... ai, ai. Lá recomeçou o sansonete do sistemazinho. Bem tarde, consegui: paguei 2.98€ e dois cêntimos apaixonaram-se pelo mealheiro- um amor daqueles que gruda e não deslarga. Enfim.... nem comento mais. Apenas refiro que estas grandes superfícies estudam-nos ao mais ínfimo pormenor: conhecem-nos melhor que nós e usam-no para ampliar os ganhos. A nossa desatenção e o cansaço de um trabalho cada vez mais absorvente - que nos ocupa a tempo inteiro; este regresso ao início da era industrial- levam à reformulação das divisões sociais: se antes existiam nobres, burgueses e povo, agora existem Senhores (ordenam, legislam e enriquecem) e os Trabalhadores (nem precisamos defini-los, o nome diz tudo). Detesto política. Saindo.
    Faz-se tarde, vamos ao jantar.
     Jantar: o moço jantou com colegas, eu comi torradas, chá e cereais. Vou fazer frango recheado- amanhã temos duas refeições prontas.
      

      Fiz doce com um pêssego. Delicioso. E o cheirinho que evadiu a cozinha? Hummm...
      Havia farinha: saiu um pão. Desta vez aproveitei o calor do forno (o frango estava a assar) e a massa levedou no ponto. Belo pão.
      Frango recheado: refoguei uma cebola; salteei os miúdos nos refogado (a frase não me soa bem); acrescentei os cogumelos; meio caldo de carne seguiu-se;um espigo de alho e cebolinho picado finalizaram o sabor. Aguinha, arroz e tacho ao lume. Com manteiga, alho, louro e especiarias barrei o frango que recheei com o arroz. Uma batatas e o aroma chama o apetite.
     Lembram-se do garfito que faltou ao almoço? O maroto encontrava-se escondido, certamente envergonhado, num cantinho do saco.
     Gostou: partilhe esta publicação. Obrigada.

                                                                Sorrisos
                                                                Guida Brito

sexta-feira, 9 de junho de 2017

5º dia- Nós 2/ 3€ dia/ 30 dias

     
   
    O acordar nunca é nada agradável: uma corrida ao café e os sorrisos abrem o apetite para o dia. Hoje foi muito especial: esperava-me pãozinho caseiro; ontem fiz três. Acreditam que o meu primeiro pensamento vai para os três euros que posso gastar? Que raio irei eu fazer, hoje, com os meu célebres trocados? Os caracóis levantam-se e começam a destrabalhar  baralhando-me as ideias.  Sim. Eu sei. Eu sei que estão ansiosos por saber e seguem divertidos o meu dia - o meu dia e o meu dinherito. Apesar de gostar de vos satisfazer a curiosidade e dever isso à Vossa assiduidade ao meu blogue, hoje, vou pedir imensa desculpa: vou escrever e publicar de manhã. O dia e as compras merecem uma boa escrita (foi completamente hilariante) mas o meu cansaço é tão grande que não lhe conseguiria fazer jus. Nem imaginam as peripécias: se os meus dois pêssegos lutaram por umas gramas na balança, pagar a conta foi um filme. Um filme cómico pois nunca gostei de dramas. Imaginam por que motivo estive quase uma hora no supermercado para pagar a conta? Certo, discuti alguns cêntimos com o supermercado. O supermercado, os ouvidos e os olhos incrédulos de alguns clientes- de todos penso eu. Mas sabem quanto estava em questão? Conto amanhã. Agora vou retirar o pão do forno e descansar os caracóis.
P.S. Claro que consegui superar o dia de hoje e claro que consegui poupar e visitar o mealheiro.
                                                                                     Sorrisos
                                                                                   Guida Brito

quinta-feira, 8 de junho de 2017

Lista do que existia na minha despensa-Nós 2/ 3€ dia/ 30 dias-

    São muitos, muitos mesmo, os que, curiosos de saber quais foram as minhas compras do dia e o que vai ser o jantar, seguem os meus singelos relatos ( a todos: obrigada). Comecei a ser abordada, no sentido de esclarecer o que faço com 3 €. Bem... há 4 dias atrás não fazia nada (provavelmente iam parar ao lixo nos desperdícios) agora faço tudo. Só posso gastar três euros, por dia, para todas as refeições. Não é: nem por pessoa, nem por refeição; três euros para todo o dia. Segundo o meu filho: fazemos refeições muito mais equilibradas e maravilhosas. Devo esclarecer que tinha alguns ingredientes (cousa pouca) na minha despensa. Não faço qualquer batota no que escrevo: há quatro dias que consigo viver com três euros por dia. Antes de iniciar esta experiência (que pretendo levar até ao fim) tinha na minha despensa o seguinte (ingredientes que vou usar: não ao desperdício):
3 pacotes de arroz
1 e 1/2 garrafa de vinagre
1/2 pacote de farinha
especiarias
1/10 de um pacote de sal
1 frasco de sal fino
restos de mel
6 quadrados de chocolate
32 cápsulas de café
Um restinho de café de pacote
1 lata de milho
1 frasco de grãos
1 massa instantânea
1 pacote de massa cotovelinho
2 latas de sardinhas
1 lata de salsichas
1 frasco de salsichas
1 lata de espargos
1 gelatina
2 purés de batata
1 sopa de creme de marisco
10 cubos de caldo de carne
5 pacotes de leite
2 kg de batatas
      Ou seja: durante 30 dias, só posso usar estes ingredientes e três euros por dia para efetuar as compras relativas à nossa alimentação. Excluí, como é evidente, o dia do meu aniversário e dois jantares, de final de ano, do Rui. Estamos no quarto dia da experiência: adorando e sorrindo (tal mãe, tal rebento).
     Vou interromper o meu escrito: tenho que pôr o pão no forno. Descobri que se fizer pão poupo 0.18 € por dia. E um cêntimo faz toda a diferença; lembram-se do cêntimo dos ovos que ontem garantiu o pão?
                                                                        Sorrisos
                                                                     Guida Brito

4º dia- P. almoço-Nós 2/ 3€ dia/ 30 dias

    
      O pequeno almoço decorreu sem novidade. Na hora do levantar, o sol ainda não tinha transposto a linha do horizonte mas os passaritos já se faziam ouvir no seu alegre chilreado- momento que só apreciei após o meu cafezito matinal. Comemos mais do mesmo. A saber: só resta um iogurte no frigorífico; ainda temos bastante leite; o doce dá para mais uma refeição se não existirem assaltos ao frigo. Há pão mais que suficiente para o lanche do Rui. A massinha não é uma refeição que possa transportar numa marmita e comer à beira do lago: virei a casa e almoço com o moço. Claro que estou ansiosa pela hora das compras, meus ricos três euros. Já pensaram quais serão as minhas escolhas?


Sorrisos
Guida Brito

quarta-feira, 7 de junho de 2017

3º dia- compras/jantar - Nós 2/ 3€ dia/ 30 dias

     
     Ando meio preocupada: tanto publico os meus almoços e falo da minha riqueza diária (3 euros) que qualquer dia ainda me aparecem vocês e se sentam a meu lado. Ok, troco uma colherada por um ramo de salsa; só de pensar que o que já gastei em salsa (mais cara que marisco) e que muitas vezes deixei secar indo  diretamente para o lixo, fico completamente encaracolada. Até os meus mais que tudo (caracóis) ficam com vontade de se entrançar (como se isso fosse possível).
     E, muito no final da tarde, chegou a mais ansiada hora. A mais sorridente: tenho 3 grandes euros e vou gastá-los. Yuuuupiiiiiii
     Para a massinha de peixe já tinha tomates e massa cotovelinhos (havia um na dispensa) comprei peixe: cavala foi o peixe de eleição. Se havia carapaus? Haver havia mas então: pelo preço, cheirou-me a salsa. Comprei os cereais: eram tão caros que foi difícil descobrir a última caixa escondidinha a preço do desbarato. Fui aos ovos e aconselho: não comprem as promoções. Os artigos em promoção são sempre muito mais caros que os que ficam meio escondidos na prateleira ao lado. Relativamente aos ovos: poupei um cêntimo. E esse cêntimo, por incrível que pareça permitiu-me comprar um grande pão. Depois das compras feitas restavam 0.10€: lá fui desolada à outra loja- o pão que necessito custa 0.18€. Descobri que havia um que custavam 0.10 e... deviam ter visto o meu ar de felicidade: havia um defeituoso por serem 3 pães colados.
Claro que escolhi esse e feitas as contas acertei na "mouche" - não havia sobras de dinheiro  (pobre mealheiro; provavelmente vai afetar as minhas férias).

    Jantar
     Massinha de peixe- refoguei tomate e meio, cebola, louro e dente de alho. Usei o resto da salsa da minha horta, um espigo de cebola e um pouco de cebolinho. Não havia vinho branco; adivinhem o que usei? Água com vinagre, claro. Acrescentei hortelã seco. Uma delícia.
    E, imaginem... fiz um pudimmm

   Pudim- bati no liquificador duas colheres de açúcar, 3 gemas, 2  copos de leite (não tinha leite condensado e ainda tenho 6 litros de leite na dispensa), 3 cenouras. Bati as claras em castelo e juntei 3 colheres de farinha (tenho meio pacote). Foi ao forno.

    Sumo- igual ao de ontem; utilizei a metade de tomate que sobrou (eu fiz sobrar) da massinha.
    O Rui não quis salada e ainda temos muitos agriões,  metade de um pepino e algumas cenouras.
    Para amanhã o desafio é: comprar fruta. Não temos comido fruta? Geralmente passamos e provamos as uvas e as cerejas mas têm sido de tão má qualidade e mesmo provando, várias vezes, não chegamos a acordo sobre o que comprar. Paciência.

                                                                    Sorrisos
                                                                 Guida Brito
    

   

3º dia - Almoço- Nós 2/ 3€ dia/ 30 dias


      O almoço foi um pouco decepcionante. De manhã fiz a marmita, arrumei a tralha e embrulhei dois sorrisos rápidos ( o tempo limita tudo) só de pensar no almoço à beira do lago com os meus já amigos cágados e outros atrevidos. Cheguei, montei a banca e mal chegaram os patos (os mais desenvergonhados) retirei a máquina entre duas colheradas de arroz e uma dentada na isca. Comecei a fotografar os pobres bicharocos e... o cartão tinha ficado em casa. Ralhei com os caracóis e tentei mete-los na ordem (em vão- andam sempre desajeitados). Não há fotos. Como se não bastasse, havia obras por ali, sons em demasia, pessoas em excesso. Shiiii
     Claro que já perceberam: almocei os restos do jantar; o Rui tinha a já conhecida senha que se esgotou hoje.
     Belas iscas: o Rui conseguiu fazer uma sandes para comer a meio da tarde.
     Sorrisos
     Guida Brito

3º dia- P. Almoço -Nós 2/ 3€ dia/ 30 dias

     Hoje, vou optar por colocar vários textos em vez de um. É menor a trabalheira- como se diz cá para as bandas do Além Tejo. 
         Temos novidades (e muitas): o pequeno almoço foi diferente; acrescentámos cereais (hummmm). E temos tristezas: acabámos o resto de cereal que havia em casa. É dia de os comprar; o que diminui o orçamento (não sei se já fizeram as contas) das quatro refeições diárias: " acabaram as senhas do jovem rapaz- a doçura dos meus olhos." Vocês não sabem mas eu já sei que deu certo: fui eu que fiz as compras. Temos surpresas, contarei mais tarde.
      Avancemos...
      Pequeno Almoço
      Iogurte com doce de cenoura e cereais.
      O Rui acrescentou torradas,
   Café para dois- restam duas embalagens na dispensa. O que significa que posso sorrir por mais uns bons dias. 
      Obrigada, às cerca de quinhentas pessoas que se interessaram pelo tema e já seguem os meus três euros diários. Para vós: um sorriso gigante.
                     Sorrisos
                  Guida Brito

terça-feira, 6 de junho de 2017

2º dia-Nós 2/ 3€ dia/ 30 dias

     


     O dia começou com sorrisos- após o café da manhã, claro.
     Pequeno almoço

     Iogurte com doce de cenoura
     Torrada com manteiga
     Café
     Almoço
     Hoje e amanhã o Rui ainda tem senhas para a cantina. Eu almocei o resto da massa no lugar do agora costume.
         

De imediato chegaram alguns convidados (deu para todos).


       Até os fantasmas compareceram.


      Durante a manhã houve um pequeno acidente: dirigi-me ao café para trocar uma nota e a senhora quando me viu tirou de imediato um carioca. Já me conhece e decidiu ser simpática e não limitar o pouco tempo que tenho. Não quis ser mal educada e lá bebi e paguei (feliz? Não. Muito feliz). Comecei a fazer contas à vida enquanto almoçava: sessenta cêntimos custa uma refeição a quem conta os trocos e colocou limites. Decidi que a brincadeira (ou talvez não o seja) não pode ditar a fome cá em casa. Assim, decidi que este pequeno incidente não era contabilizado e não vou permitir que volte a ocorrer.
     No final do dia, fui às compras. Poder gastar 3 euros para várias refeições não é para todos. Adoro este momento: "saltitito" de estrela em estrela- nunca pensei que viver com esta quantia por dia me fizesse tão feliz. Não precisamos de muito para viver: apenas saber sorrir e amar os que por acaso sem acaso cruzaram as nossas vidas.
     Decidi-me pelas iscas (acessíveis a qualquer bolso), sabia que havia arroz em casa (amanhã apresento a lista do que ainda resta na minha despensa; não quero que pensem que há tanto que isto vai ser fácil: há muito pouco que pode representar muito). Fui aos legumes e uma alface brilhou ao meu olhar: setenta cêntimos por kg. Ao lado encontrava-se um molho de agriões, embora um pouco mais caro tem mais ferro e permite acrescentar ao arroz. Além disso, germina facilmente se trocarmos a água com frequência: foi a minha escolha. Comprei um pepino: bom para saladas e sumos. Escolhi dois tomates: quero fazer massa de peixe amanhã. Andei por ali a tentar pesar, com a mão, os legumes para poder fazer contas à vida. O primeiro grande problema: se não existir uma balança à qual o cliente tenha acesso torna-se muito difícil fazer contas ao milímetro e não devolver ingredientes ao chegar à caixa. Decidi ir à caixa pagar e retornar se sobejassem cêntimos. Quase gritei de felicidade: 2.59€. Voltei à frutaria e comprei grãos: no fim de semana quero apanhar acelgas selvagens e farei uma excelente refeição. De novo o mesmo problema: só quero 200g. Arrisquei uma pequena quantidade, na caixa não me contive e demonstrei por sons e sorrisos a felicidade dos 0.18€. Sobravam 0.23€- podia ir comprar pão. Dirigi-me a outra loja (onde a compra do dito cujo seria possível). Sobraram 0.05€: mealheiro (as férias vão agradecer).
     Jantar e almoço para amanhã

     Iscas
     Temperei as iscas: um dente de alho, pimentão e louro. Pincelei um pouco de azeite num tacho "friteiassei-as".
     Arroz
     Num pouco de azeite (pinceladas, meus amigos) alourei um quarto de cebola; acrescentei água, agriões e um quarto de cenoura ralada. Finalmente, o arroz também entrou no tacho.
     Salada
     Agrião, um quarto de cebola, metade de uma cenoura, duas folhas das bebés alfaces da horta, 8 rodelas de pepino, 2 fatias da metade do tomate que sobrou de ontem, oregãos, um fio de azeite e um pouco de vinagre.
     Sumo
     O quarto do tomate restante, um pouco de pepino, 5 folhas de hortelã da minúscula horta, água e uma cenoura e meia.
      Estes sumos são fantásticos.
      Além do problema com as quantidades a comprar, detetei outro grande problema: os sacos de plástico. Além de os pagar ao preço do que adquiro (o que me rouba muitos cêntimos) trago-os em excesso. Cada ingrediente um saco: só hoje trouxe oito. Um exagero para o planeta. Amanhã, vou tentar chegar à caixa sem sacos. 


    Depois de escrever o texto, fui tirar a foto às contas e... enganei-me: sobraram 0.16 cêntimos. Shiiiiii! Tenho tanto dinheiro que até sobeja! Tanto que eu poderia ter comprado! Dava para um camarão e enriquecia a massa de peixe. Talvez esse dinheiro me vá fazer falta para as férias: mealheiro.

               Sorrisos
             Guida Brito
     
      

segunda-feira, 5 de junho de 2017

1º dia-Nós 2/ 3€ dia/ 30 dias


    Hoje, foi bastante fácil. De manhã não podia ir às compras e os pequenos restos que há em casa podem e devem ser usados: não ao desperdício.
Pequeno almoço

Ontem ainda havia 2 tomates na fruteira, fiz um doce (quatro colheres de açúcar, um pouco de água e um tomate). O Rui fez uma torrada e comemos iogurte natural (restaram quatro no pequeno frigorífico emprestado) com doce. Também ainda temos café- néctar sem o qual não há Guida sorridente. Felizes e contentes, caminhámos para o dia ainda com os três euros a tintilar no bolso Yiupiiiii

Almoço
    Fácil, muito fácil. Se o rapaz já comprou a senha da cantina resto eu. Antes de sair de casa, joguei a mão ao fundo do armário e encontrei uma lata de sardinha e outra de milho. Pulei de satisfação: tenho 3 euros para a noite e para o almoço de amanhã. Dirigi.me ao Parque Central para o tão afamado piquenique. Meio envergonhada  ao ver os transeuntes fiquei na dúvida quanto ao repasto. Respirei fundo, engoli em seco e pensei: nada de desistências. Escolhi um banco viradinho para o lago e abanquei.


    Mal inicio o meu delicioso manjar, começam a chegar os curiosos e os pedintes que por ali vagueiam. 

    Eram às dezenas, provavelmente pensaram que chegava para todos. Como se não bastasse aparece este pequeno atrevido.


        Após inspecionarem o meu manjar, facilitaram-me a vida: muito expressivos retornaram aos seus afazeres. Ora espreitem.




    Curiosa, depressa descobri o porquê de tamanha desilusão. Do seu almoço constavam: ervilhas, pepinos e a mais variada fruta. Quase roubei os pobres patos. Um almoço melhor que o meu e a preços de saldo.


     Não fiquei muito satisfeita com o almoço e cheguei à conclusão que não podia comer assim. O meu almoço era pouco saudável e demasiado caro; fiz as contas: aquela pequena insatisfação custaria 1.20 € se a repetisse. Impensável para quem apenas pode gastar 3 euros para duas pessoas. Há que repensar as estratégias.
      No final do dia, lá fui gastar o dinheirito. Estava ansiosa que o momento chegasse - confesso. Primeiro comprei cenouras (muito baratas); seguiu-se a  massa (acessível); finalmente, 340g de carne. Restava pouco e visitei os vegetais. Credo! Que horror! Sabiam que a salsa é mais cara que bom marisco? E que qualquer vegetal se compra a preço do ouro? Coentros a quase 20€ o kg? Onde é que eu andei este tempo todo? Nunca reparei que trabalhava várias horas, por mês, para adquirir estes pequenos condimentos.  Tentei ignorar o que era tão evidente (alguém me engana quando vou às compras e retira, sem autorização, o produto do suor do meu trabalho) e fiquei indecisa entre dois pêssegos e um pepino: optei por dois cogumelos para a massa. Fiquei arrependida por ter comprado tanta carne: se tivesse adquirido metade podia ter comprado mozarella fresco e enriquecia a massa. Compras feitas: sobraram 0.20 €. Fui a outro supermercado e comprei pão. Sobraram 0.02 cêntimos que não poderei gastar amanhã: mealheiro.



     Fiz doce com três cenouras, vai enriquecer o pequeno almoço durante 3 dias. Fiz o jantar e o almoço para amanhã.
Receita
Metade do pacote massa cozida
Pique a carne e tempere com: um alho, caril, sal, pimentão,  louro, picante(usei muito pouco de cada, os restos que existem em casa têm que durar para um mês).
Pincele um pouco de azeite num tacho; refogue a carne e acrescente os cogumelos . Quando a carne estiver cozida acrescente um copo de água com vinagre (não havia vinho branco e lembrei-me deste truque da minha avó), 
Junte à massa. Acrescente cebolinho e um pé de salsa bem picado (recorri à minha pobre horta).


    Fiz um sumo: uma cenoura, água, meio tomate e cinco folhas de hortelã (utilizei o liquidificador).
     Manjar dos deuses.


      Enquanto houver restos cá em casa não é tão complicado. espero que quando esgotarem já tenha adquirido experiência. Hoje, aprendi: menos quantidade mais variedade; gasta-se até ao último centavo: não comemos o pão, dá jeito amanhã. Pergunto: alguém sabe onde encontrar salsa selvagem? Alguém me vende salsa ou coentros por 0.01 €?
Até amanhã
Sorrisos
Guida Brito

domingo, 4 de junho de 2017

Nós 2/ 3€ dia/ 30 dias

     
    Amanhã, não se mudam os tempos nem as vontades: mudam-se os APETITES. Nós por cá, decidimos cortar nos excessos, nos desperdícios e arrumar a cozinha. Já tínhamos ouvido falar sobre experiências idênticas e, ambos, demonstrado que o assunto, um dia, seria realidade na nossa mesa. Conhecidos por viajar a preços ridículos ansiávamos adotar essa postura no nosso dia-a-dia. A avaria do frigorífico e a necessidade de deslocação, diária, ao supermercado ditou o regresso do tema e, entre sorrisos, decidimos ousar.
      Em reunião de família decidimos as regras:
   - só podemos gastar, no máximo, 3 euros, por dia, para nos alimentarmos.
      - a experiência dura 30 dias.
     - no dia do meu aniversário: não há experiências nem invenções; há uma anormalidade de hábitos ditados pelo meu querer.
   Adivinham-se alguns sorrisos e momentos impagáveis. Contamos partilhar, aqui, no nosso blog, contas, comidas, receitas e tropelias.
                                                                      Estejam atentos.
                                                                              Sorrisos

                                                                           Guida Brito