Pequeno almoço
Iogurte com doce de cenoura
Torrada com manteiga
Café
Almoço
Hoje e amanhã o Rui ainda tem senhas para a cantina. Eu almocei o resto da massa no lugar do agora costume.
De imediato chegaram alguns convidados (deu para todos).
Até os fantasmas compareceram.
Durante a manhã houve um pequeno acidente: dirigi-me ao café para trocar uma nota e a senhora quando me viu tirou de imediato um carioca. Já me conhece e decidiu ser simpática e não limitar o pouco tempo que tenho. Não quis ser mal educada e lá bebi e paguei (feliz? Não. Muito feliz). Comecei a fazer contas à vida enquanto almoçava: sessenta cêntimos custa uma refeição a quem conta os trocos e colocou limites. Decidi que a brincadeira (ou talvez não o seja) não pode ditar a fome cá em casa. Assim, decidi que este pequeno incidente não era contabilizado e não vou permitir que volte a ocorrer.
No final do dia, fui às compras. Poder gastar 3 euros para várias refeições não é para todos. Adoro este momento: "saltitito" de estrela em estrela- nunca pensei que viver com esta quantia por dia me fizesse tão feliz. Não precisamos de muito para viver: apenas saber sorrir e amar os que por acaso sem acaso cruzaram as nossas vidas.
Decidi-me pelas iscas (acessíveis a qualquer bolso), sabia que havia arroz em casa (amanhã apresento a lista do que ainda resta na minha despensa; não quero que pensem que há tanto que isto vai ser fácil: há muito pouco que pode representar muito). Fui aos legumes e uma alface brilhou ao meu olhar: setenta cêntimos por kg. Ao lado encontrava-se um molho de agriões, embora um pouco mais caro tem mais ferro e permite acrescentar ao arroz. Além disso, germina facilmente se trocarmos a água com frequência: foi a minha escolha. Comprei um pepino: bom para saladas e sumos. Escolhi dois tomates: quero fazer massa de peixe amanhã. Andei por ali a tentar pesar, com a mão, os legumes para poder fazer contas à vida. O primeiro grande problema: se não existir uma balança à qual o cliente tenha acesso torna-se muito difícil fazer contas ao milímetro e não devolver ingredientes ao chegar à caixa. Decidi ir à caixa pagar e retornar se sobejassem cêntimos. Quase gritei de felicidade: 2.59€. Voltei à frutaria e comprei grãos: no fim de semana quero apanhar acelgas selvagens e farei uma excelente refeição. De novo o mesmo problema: só quero 200g. Arrisquei uma pequena quantidade, na caixa não me contive e demonstrei por sons e sorrisos a felicidade dos 0.18€. Sobravam 0.23€- podia ir comprar pão. Dirigi-me a outra loja (onde a compra do dito cujo seria possível). Sobraram 0.05€: mealheiro (as férias vão agradecer).
Jantar e almoço para amanhã
Iscas
Temperei as iscas: um dente de alho, pimentão e louro. Pincelei um pouco de azeite num tacho "friteiassei-as".
Arroz
Num pouco de azeite (pinceladas, meus amigos) alourei um quarto de cebola; acrescentei água, agriões e um quarto de cenoura ralada. Finalmente, o arroz também entrou no tacho.
Salada
Agrião, um quarto de cebola, metade de uma cenoura, duas folhas das bebés alfaces da horta, 8 rodelas de pepino, 2 fatias da metade do tomate que sobrou de ontem, oregãos, um fio de azeite e um pouco de vinagre.
Sumo
O quarto do tomate restante, um pouco de pepino, 5 folhas de hortelã da minúscula horta, água e uma cenoura e meia.
Estes sumos são fantásticos.
Além do problema com as quantidades a comprar, detetei outro grande problema: os sacos de plástico. Além de os pagar ao preço do que adquiro (o que me rouba muitos cêntimos) trago-os em excesso. Cada ingrediente um saco: só hoje trouxe oito. Um exagero para o planeta. Amanhã, vou tentar chegar à caixa sem sacos.
Depois de escrever o texto, fui tirar a foto às contas e... enganei-me: sobraram 0.16 cêntimos. Shiiiiii! Tenho tanto dinheiro que até sobeja! Tanto que eu poderia ter comprado! Dava para um camarão e enriquecia a massa de peixe. Talvez esse dinheiro me vá fazer falta para as férias: mealheiro.
Sorrisos
Guida Brito
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