domingo, 7 de julho de 2019

Marketing alentejano: HOJE, TEMOS BIFES DE ELEFANTE”.





A Ti Maria Inácia Pôncio Sarilho tinha uma casa de pasto “Ó comes o que há, ó passas fome”. Não tinha clientes e apostou num marketing inovador. Uma grande tabuleta ocupava a entrada do seu estabelecimento comercial: 

HOJE; TEMOS BIFES DE ELEFANTE”.



Um caixeiro viajante decide provar tão exótica iguaria. Pede um bife de elefante e a Ti Maria Inácia Pôncio Sarilho responde:
- Hoje, nannnn têmos.
O caixeiro viajante acaba por comer uma salada de tomate com peixe frito. O que havia.

Passado 15 dias, retorna à casa de pasto da Ti Maria Inácia Pôncio Sarilho.
O letreiro mantém-se e ele repete o seu pedido, ansiando tal degustação.
A Ti Maria Inácia Pôncio Sarilho responde:
- Hoje, nannnn têmos.Temos chispe cozido, acompanhado com linguiça e toicinho. O pão tem dois dias qu’o tio Miquelino Pôncio  Sarilho tá doente das ómerródias e não tem feto pão.



Durante um ano, o caixeiro viajante, na ânsia do bife de elefante, vai, quinzenalmente,  ao “Ó comes o que há, ó passas fome”. Bifes nem vê-los e, um dia, reclama:
- Há um ano que ali vejo o letreiro dos bifes de elefante e nunca há.

Ti Maria Inácia Pôncio Sarilho responde:
- “Ó comes o que há, ó passas fome”.

Outras andotas dos Pôncio e Sarilho:

O Ti Jacinto Pôncio Sarilho e as estirpes sociais

O Xico agricultor


Batalha naval, em Sines?


Rebocadores, Porto de Sines; Navegantes de Ideias.

Não sei com que intuito, cinco rebocadores, a 300 metros do Porto de Pesca de Sines, proporcionaram estas imagens. 





Rebocadores, Porto de Sines; Navegantes de Ideias.

Os Navegantes de Ideias estavam presentes e partilham convosco: as fotografias e um pequeno vídeo.

Rebocadores, Porto de Sines; Navegantes de Ideias.

Rebocadores, Porto de Sines; Navegantes de Ideias.

Apesar das fotografias se assemelharem a uma verdadeira batalha naval, deduzi serem treinos de combate a incêndios. Provavelmente, o treino, a que assisti, está relacionado com o recente incêndio a bordo de uma embarcação ao largo de Sines.




Rebocadores, Porto de Sines; Navegantes de Ideias.

Rebocadores, Porto de Sines; Navegantes de Ideias.

Rebocadores, Porto de Sines; Navegantes de Ideias.

As imagens impressionaram os cinco pescadores que ali se encontravam.


Rebocadores, Porto de Sines; Navegantes de Ideias.

Rebocadores, Porto de Sines; Navegantes de Ideias.

Rebocadores, Porto de Sines; Navegantes de Ideias.

Após o susto com a dimensão dos rebocadores que se aproximavam e pareciam não querer parar, deliciaram-se com a dimensão da ocorrência.




Rebocadores, Porto de Sines; Navegantes de Ideias.

Rebocadores, Porto de Sines; Navegantes de Ideias.


Rebocadores, Porto de Sines; Navegantes de Ideias.

Rebocadores, Porto de Sines; Navegantes de Ideias.

Rebocadores, Porto de Sines; Navegantes de Ideias.

Rebocadores, Porto de Sines; Navegantes de Ideias.


Veja o vídeo - terá a perceção da grande dimensão de uma batalha naval inesperada -, siga o nosso canal do Youtube :




Guida Brito

As filosofias Nazis e outras de Extrema Direita avançam por toda a Europa.



Qual a razão? É fácil vê-las.
Nem é preciso ser filósofo, sociólogo, analista político, todos usando grandes e enjoativas justificações.
Basta ser um simples cidadão comum.




Desde que há este tipo de Democracia onde quem ganha até por um voto a mais exerce o Poder sobre todos - ganhadores e perdedores - a coisa começa mal, enganando e entorpecendo, nas campanhas eleitorais cheias de folclore e marketing. 

Sejam socialistas, social-democratas, liberais ou outros, todos prometem mundos e fundos e até o paraíso.
No exercício do Poder todos aqueles fazem o contrário do que prometeram, uns mais descarados outros em modo soft. Após a legislatura, vem outro acto eleitoral e a cena repete-se. 

Revezam-se. Mas já com outras nuances: cresce o compadrio, os jobs for the boys e pior ainda os políticos governantes insinuam-se habilidosamente nas teias da corrupção. E sem problemas porque nomeiam o seu Poder Judicial. Inventaram até as legais offshores para guardar o fruto da corrupção. Com esta vem o desemprego, a emigração e o aumento do custo de vida.




Isto funciona harmonicamente em toda a Europa, não é "privilégio" de Portugal.
E as pessoas cansam-se, fartam-se da contagem fácil das moedas nos bolsos.
Os Jovens em casa assistem aos queixumes e aos apelos do Consumismo. Ou fogem para fora ou cedem á criminalidade.

Qual a saída do Cidadão Comum no próximo acto eleitoral? Ou não vão mais em tretas, abstendo-se, ou em desespero escutam o falso populismo da Extrema Direita, num curioso desespero.
É assim que esta surge enquadrada por políticos cuja esperteza é igual a saloice.




Portanto a causa do aparecimento dessa ideologia, que não o é, é a falência desses tais pseudo socialistas, social democratas e outros.
Assim sendo a Extrema Direita aumenta de Poder e a Abstenção também aumenta, mas esta sem Poder, nada.

José Jorge Cameira



sábado, 6 de julho de 2019

Cinha Jardim desaparece das fotografias e une o Alentejo


Cinha Jardim não pede desculpa. Atos xenófobos.



Não fossem as fotografias e o som da rádio Campanário: pensaríamos que Cinha Jardim não tinha vindo ao Alentejo, para a tal festa que só não foi gigante porque a Cinha obrigou ao sumiço das fotos. Por muito que se procure não há evidências fotográficas que o comprovem: ninguém (e ainda bem) quer o seu nome associado a atos xenófobos ou descabidos.




Cinha Jardim não pede desculpa. Atos xenófobos.

Confesso que pensei que as suas palavras poderiam ter, na sua base, um copo a mais, um nervosismo que só ela sabia, os calores das idades, um mau momento, uma atrapalhação… sei lá: algo que eclipsasse o que ouvimos. Pensei, ainda, que mais cedo ou mais tarde ouviríamos um pedido de desculpas. 

Cinha Jardim não pede desculpa. Atos xenófobos.

Mas não. Pesquisei pela internet, ouvi o tal programa de TV (em que aborda o tema), pesquisei o mural do seu facebook e fiquei sem chão.
Cinha Jardim não pede desculpa. Atos xenófobos.

No programa de TV, pelas suas palavras não disse o que disse e a humildade do pedir desculpa foi ato que não ocorreu. Ora se há cousa que percebemos, de tudo o que se passa no país, é a Língua Portuguesa. E o “até gosto do Alentejo” pareceu-me um favor que nos faz.




Cinha Jardim não pede desculpa. Atos xenófobos.
O seu Facebook, foi invadido por cibernautas ofendidos que lhe dirigiram duras palavras. Pelo que li, tanto Cinha como os amigos, defendem-se referindo-nos como invejosos e a querer aparecer, fazendo alusão ao berço que nós não temos. O que eu pensei ser um ato menos feliz é na realidade a sua forma de estar. Aparecer, aparecer, aparecer, aparecer... e um pedido de desculpas teria resolvido tudo.

Algo bom retiramos de toda esta situação: os alentejanos não estão mortos. Em alto e bom som deram voz à sua indignação. Quem sabe este não é o começo de “omissar” o desalento calado, perante as praticas pseudoagrícolas  que nos têm matado?

Cinha Jardim não pede desculpa

O assunto já não nos merece, não mudamos quem não aprendeu a ser e “burro velho não aprende a andar”. Usemos o bom despertar na mudança que urge em  terras do Alentejo.




Ler também:

Cinha Jardim e as estirpes sociais: respostas do Alentejo


Guida Brito

sexta-feira, 5 de julho de 2019

O Ti Jacinto Pôncio Sarilho e as estirpes sociais

As aventuras dos Pôncio Sarilho; anedotas; Paulo Brites; Navegantes de Ideias

O Ti Jacinto Pôncio Sarilho foi convidado para ir a um evento num hotel todo finório, aqui pelo Alentejo. Não conhecia ninguém e, como bom alentejano, senta-se numa mesa. Pede um tinto e pergunta ao empregado se tinha um bocadinho de toucinho entremeado para acompanhar o tinto.




O empregado, educadamente, diz:
- Cavalheiro, peço desculpa mas nós não servimos coisas dessas! Poderei trazer uma empada de frango de aviário que é uma maravilha. Ou então, um croquete de paté de salmonela, enrolado em algas verdes e sobre uma cama de salada Parisiense.
O Ti Jacinto, porque pertence a uma “estirpe” diferente dos frequentadores e degastadores de tais iguarias, responde, também,  educadamente:
- Obrigado, eu bebo o tinto a seco.

Entretanto, não havia mais mesas livres e uma loira toda jeitosa e cheirosa, daquelas que têm silicone nas “partes” e aparecem nas televisões e revistas da moda, senta-se ao seu lado.   
O Ti Jacinto Pôncio Sarilho, para ser simpático, mete conversa com tal beldade.
- A senhorita já viu a noticia que está a dar na TV? É um homem que estás prestes a atirar-se do 10º andar!



- Você acha que ele vai saltar? – Responde a loira jeitosa e cheirosa.
- Eu aposto que vai saltar! – Diz o Ti Jacinto Pôncio Sarilho
A loira jeitosa e cheirosa, responde:
- Bem, eu aposto que não vai.
O Ti Jacinto Pôncio Sarilho, pôs uma nota de 20 euros na mesa e exclamou:
- Vamos apostar???
- Sim!!!
Logo que a loira jeitosa e cheirosa colocou o dinheiro na mesa, o homem atirou-se e morreu no momento em que se esborrachou no solo.

A loira jeitosa e cheirosa ficou muito aborrecida mas aceitou a derrota:
- Aposta é aposta. É justo. Fique com meus 20 euros.
O Ti Jacinto Pôncio Sarilho, respondeu:
- Não posso aceitar o seu dinheiro. Eu já tinha visto a noticia no noticiário das 18 horas. Eu sabia que ele iria saltar.
A loira jeitosa e cheirosa, responde:
- Também vi, mas nunca pensei que ele saltasse outra vez.

O Ti Jacinto Pôncio Sarilho, em jeito de humor alentejano, solta uma gargalhada e diz:
- Tem que vir passar mais tempo aqui no Alentejo, é que nós, somos de outra “estirpe”.

Paulo Brites
Outros escritos do autor:
O pinto do Padre Gervásio Pôncio Sarilho
Conselhos de leitura:
Cinha Jardim e as estirpes sociais: respostas do Alentejo.

quinta-feira, 4 de julho de 2019

Cinha Jardim e as estirpes sociais: respostas do Alentejo




Gostaria de me dirigir à Cinha mas não sei se a minha ESTIRPE SOCIAL o permite. Veio de Cascais para uma festinha -  à beirinha do local de onde saem as gotinhas (coisa pouca) que regam a boa economia portuguesa -,  referiu, alegadamente, que o Alentejo está na moda devido ao aparecimento de  várias pessoas de outra estirpe social que têm promovido a beleza que no fundo já aqui existia.

 Estou um bocadinho confusa e gostava de lhe perguntar o que faço com os meus caracóis: já têm estirpe com a sua visita ao Alentejo ou necessitam que alguém,  como a Cinha, os promova e os “pentei”? Lá no fundo, sempre os senti belos mas gostaria de os certificar. Fiquei um pouco triste com outra dúvida que me assolou. Conto-lhe tudo. Cinha, sou professora, sento-me ao lado dos com estirpe e sem estirpe e, lá na escolhinha, os piolhos não escolhem estirpes: é cabeça, invadem o lugar. Ainda tenho por aqui um restinho. A minha dúvida reside no seguinte: se me certificar e promover os caracóis, os piolhos também serão de Cascais?  Lá no fundo, são belos; são animais e já estão habituados à mudança de estirpe: muito quitoso e ficam resistentes e mutantes. Se me permite, penso mesmo que seriam os melhores interpretes para a acompanhar: estão tão habituados ao vai com todas e a todas as classes sociais.
Guida Brito



Cinha Jardim gosta do Alentejo e das suas belezas naturais. Para Cinha, o Alentejo seria até mais belo se...não fossem os alentejanos. Essa estirpe de gente sem glamour, gente demasiado simples, por vezes mal vestida e que se trata por comadres e compadres. O que vale ao Alentejo são os não alentejanos. É a gente de outra estirpe que dá beleza à região. Por isso mesmo, o Alentejo está na moda. 

Quer dizer, os de outra estirpe gostam de passar férias nos resorts alentejanos e assim propagar o glamour por essas planícies fora. Que bom! Os alentejanos estão felizes por poder oferecer tão belo ambiente aos de outra estirpe. São pessoas generosas  que dividem vinhos, queijos , pão e sol alentejano. Também é muito bom sinal a rádio de Vila Viçosa entrevistar a socialité e publicar tão bela entrevista. Tudo está bem quando acaba bem:  o bom final seria um pedido de desculpas da futura persona non grata, aos alentejanos.



O pinto do Padre Gervásio Pôncio Sarilho



AS aventuras dos Pôncio Sarilho - Paulo Brites - Navegantes de Ideias


O Padre Gervásio Pôncio Sarilho tinha um pinto (um pintaínho...!!!) como mascote! Era o Valente Pôncio Sarilho!

Certo dia, o pinto Valente Pôncio Sarilho desapareceu. O Padre Gervásio Pôncio Sarilho achou que alguém o tinha roubado.

No dia seguinte, na missa, o Padre perguntou à congregação:
- Algum de vocês tem um pinto?




Todos os homens se levantaram.
- Não, não, disse o Padre Gervásio Pôncio Sarilho! Não foi isso que eu quis dizer. O que eu quero saber é se algum de vocês viu um pinto?

Todas as mulheres se levantaram…
- Não, não, repetiu o Padre... o que eu quero dizer é se algum de vocês viu um pinto que não lhes pertence.
Metade das mulheres levantou-se.
- Não, não, disse o vigário, novamente, muito atrapalhado. Talvez eu possa formular melhor a pergunta: O que eu quero saber é se algum de vocês viu o meu pinto?
Todas as freiras se levantaram.
- Esqueçam, esqueçam... Vamos começar a missa!

in As aventuras dos Pôncio Sarilho
Paulo Brites




terça-feira, 2 de julho de 2019

Professores. Os colegas…

Caderno de duas linhas - Helena Canaria; Navegantes de Ideias

Entre nós tratamo-nos pelo nome  e não raras vezes sai o “ó colega”.
Colega,  na Infopédia, quer dizer pessoa que exerce a mesma profissão; o antónimo será adversário, rival, opositor.




Ao ler muitos dos comentários que nós professores  vamos fazendo nos blogues ligados ao ensino, aparecem com demasiada frequência palavras que são normalmente endereçadas a adversários. Deparamo-nos com várias opiniões divergentes, o que é normal, mas que  divergem com alguma conflitualidade o que se me afigura inútil e contraproducente. Vemos insultos, ironias, atestados de burrice entre colegas.

Sim, é um grupo profissional heterogéneo no que diz respeito aos seus destinatários. Vai do pré- escolar ao superior, mas a função é idêntica, igualmente importante embora com as suas especificidades.
Sejamos então bons colegas! Podemos conviver em sã camaradagem.
E já agora: não nos deixemos dividir pelas circunstâncias da avaliação de desempenho. Os muito bons e os excelentes são avaliações e não mais que isso. Terão influência na duração da carreira? Provavelmente! Mas, neste momento, o mais importante é defender a carreira e para isso temos que estar unidos. Continuemos a lutar colegas!
Helena Canaria


Bruno Ferreira (Levanta-te e ri) sentado à conversa com António Jorge, na Lagoa de Santo André



Há alguns bons anos e, mais ou menos por acaso tive a sorte e o privilégio (com alguns dos meus melhores amigos) de tropeçar num dos mais belos lugares do país. A Lagoa de Sto. André. Contrariando o ditado “não voltes onde foste feliz” foi precisamente aqui, onde uma das maiores lagoas nacionais se junta uma vez por ano (aquando da abertura da Lagoa ao mar) ao infinito manto atlântico, que me sentei à conversa com Bruno Ferreira – um alentejano com muita pinta.

O Bruno http://brunoferreiraonline.com/ imitador de vozes, actor, locutor e executante de pelo menos mais quatro instrumentos chegou à hora marcada, avançando desde logo “olha que eu sou mais Baixo Alentejo”. Sem luzes, sem camaras e sem vozes de acção, a conversa começou. Lá mais em baixo a incessante partida e chegada das ondas foi compondo a banda sonora- excelente, diga-se!   


   
- Já te aconteceu ires ao médico e a primeira coisa que dizes é: doutor oiço vozes?

O problema seria deixar de as ouvir! (risos) Na realidade já fui várias vezes ao médico por causa das vozes, mas nunca por me queixar de as ouvir. Por norma tem a ver com não as conseguir reproduzir (a essas vozes, e à minha, inclusive), esse é o meu drama. Rouquidão, afonia, tosse, e coisas do género. Por isso mesmo estou muito bem escudado. Tenho o meu exército de otorrinos composto pelo Prof. Mário Andreia, e pela Dr.ª Clara Capucho. São os dois melhores do País e, por isso, tenho passado bem. Eu e as minhas vozes.



Sentado à conversa com António Jorge - Navegantes de Ideias


- O humor em Portugal está de boa saúde e recomenda-se? E o Alentejo – nomeadamente o Baixo?


Relativamente ao humor, parece-me que sim. Basta ver a proliferação de humoristas que têm despontado nos últimos anos em Portugal. O estranho seria, aliás, que num País com uma tão elevada taxa de políticos a que chamaria de “humoristas acidentais”, não se produzisse humor com base, justamente nesse facto. Os canais generalistas dão, quase todos, atenção ao humor; os canais não generalistas igualmente, e na internet, então nem se fala, já para não referir as salas de espectáculo onde cada vez mais existem shows de comédia com lotação esgotada.

Juntar o Baixo Alentejo à pergunta sobre o humor só pode tratar-se de uma questão de humor negro. Aquilo a que se chama actualmente um “roast”, que é um evento de comédia muito específico, onde um indivíduo, neste caso uma região, é alvo de piadasinsultos, produzindo, através disso, humor. Em bom rigor aquilo que se passa no Baixo Alentejo, em termos de políticas nacionais, no limite, far-nos-á rir. Para não termos de chorar. Uma região, que corresponde grosso modo ao Distrito de Beja, e que exporta 1.4 mil milhões de euros todos os anos, contribuindo para a alavancagem económica Nacional de que o Governo tanto se gaba tem vindo a ser, propositadamente, colocada à margem do desenvolvimento do restante País.

É uma terra de gente maioritariamente idosa, sofrida, isolada, com carências de assistência médica e de segurança e, a isto, o Estado, e os governos, têm respondido com silêncio. Um silêncio ensurdecedor a todos os níveis, como se esta gente não pagasse impostos como os restantes portugueses; como se não produzissem a bem da economia Nacional; como se, em resumo, não fossem cidadãos portugueses de pleno direito. É um crime de lesa-pátria o que tem sido feito com o Baixo Alentejo por parte dos últimos Governos da Nação; é uma segregação a que se assiste mês após mês, de há décadas a esta parte.

- Queres dizer-me o que é o movimento #bejamerece+?

O Movimento de Cidadãos Beja Merece Mais é, como o nome indica, uma forma de manifestação democrática, apartidária, mas que conta com o apoio de todos os partidos, e que tem na sua essência uma emanação da sociedade; das suas forças vivas, dos habitantes de uma região que se cansaram de uma classe política que lhes voltou costas e que, assim, resolveram lutar pelo que deveriam ter por direito próprio, mas que lhes é privado por parte de quem tem a responsabilidade de lhes garantir essa condição: de cidadãos.

O Movimento original, Beja Merece, surgiu em 2011 e tinha como objectivo a luta pela manutenção e melhoria da ligação de caminho-de-ferro Beja-Lisboa-Beja-Funcheira. Em resumo, não só que essas ligações se mantivessem, bem como a linha fosse electrificada e o material circulante fosse renovado. Já nesses anos houve uma petição que chegou à Assembleia da República. Infelizmente nada aconteceu e a linha continua decrépita com uma automotora a gasóleo dos anos 50 do século passado que, quando não se avaria, se atrasa.


Sentado à conversa com António Jorge - Navegantes de Ideias

Anos depois o Movimento Beja Merece voltou com um Mais e dedicou-se a mais causas: continuou a questão da electrificação da linha de caminho-de-ferro; acrescentaram-se os acessos rodoviários – Beja está ligada a Lisboa por um velho e perigoso caminho disfarçado absurda e pomposamente de IP (8), quando não reúne nenhuma das características para que seja considerado um Itinerário Principal. Acresce a isto que existem cerca de 15 quilómetros de auto-estrada (A26, que deveria ligar Sines a Beja, cruzando com a A2 em Grândola) terminados há 2 anos, mas que teimam em não abrir ao público, estando a degradar-se ao lado do tal caminho venho e esburacado onde têm de circular ambulâncias por entre tráfego normal, que tenta debelar filas de pesados, carroças, motos, máquinas agrícolas o que acaba por provocar inúmeros acidentes com a sempre trágica perda de vidas.

Mas o BMM também exige que o Aeroporto de Beja seja utilizado. Justificadamente. Não falamos apenas de passageiros, (quando Lisboa e Faro – logo o País – perdem, diariamente e em conjunto, dezenas de voos por falta de capacidade, sendo que Beja, a meia distância de ambos, poderia ser um aeroporto de retaguarda), mas de matérias-primas: não só o escoamento para a Europa dos produtos provenientes da fortíssima agro-indústria do Baixo Alentejo, mas como plataforma de ligação ao Porto de Sines, o maior de águas profundas da Europa. E também por isso são precisos os acessos rodo e ferroviários de que o Baixo Alentejo não dispõe e tanto precisa, e que nenhum governo - seja de direita ou de esquerda – ousou, sequer, autorizar.



Junta-se a saúde e o Hospital e Beja cada vez mais depauperado. O Ministério da Saúde está, agora, a querer cortar o cordão umbilical; a identidade das futuras gerações de Baixo Alentejanos, proibindo os nascimentos em Beja e obrigando as grávidas a viagens de 80, 100, 150 quilómetros, pelos seus próprios meios, até ao hospital de Évora, para aí darem à luz. Isto serve para esvaziar Beja (e Portalegre) e assim justificar um investimento de 300 milhões num chamado hospital central do Alentejo em Évora – redundante - porque a pouca distância dos hospitais centrais de Lisboa. É a estocada final no Baixo Alentejo. E é contra tudo isto que luta o BMM. Em maio do 2018 foi entregue uma segunda Petição na AR, desta vez com 26.101 assinaturas. Já fomos ouvidos por uma Comissão Parlamentar de Economia e Obras Públicas; reunimo-nos com todos os grupos parlamentares, e no dia 5 de julho teremos a discussão e votação dos pedidos da Petição do Movimento BMM. A ver vamos.

- O número de rolas e cegonhas no aeroporto de Beja continua a ser superior ao de aviões?

Talvez esteja equiparado ao número de aviões, uma vez que o Aeroporto de Beja é a “casa” da Hyfly, uma empresa de renting aeronáutico, e que decidiu (apenas por ser privado…) investir no Aeroporto de Beja. É lá, aliás, que está estacionado o maior avião do mundo, o Airbus A380, apenas e só porque não consegue aterrar em mais nenhum aeroporto de Portugal Continental. Também foi o Aeroporto de Beja que, em 2018, permitiu que o avião da companhia aérea cazaque Air Astana aterrasse em segurança, quer para a tripulação, quer para a população no solo, depois de horas de expectativa e incerteza.

É pena que o Aeroporto de Beja seja tratado como uma anedota pelo País. Porque está lá o dinheiro do País que, esse sim, foi tratado como uma anedota. Não porque não devesse ter sido investido no aeroporto de Beja; mas porque tendo aí sido investido, o mesmo precisa, agora, dos tão desejados acessos rodo e ferroviários.



Para terminar, e respondendo directamente à questão: muitos mais pássaros e passarões, terá o Aeroporto do Montijo, do que todos os aviões que obriguem a voar para lá. Trata-se de uma região lacustre, um estuário, uma reserva natural que serve de ponto de passagem a centenas de milhares de aves migratórias – muitas delas de grande porte, outras ainda espécies protegidas - em trânsito do norte de África para a Europa, e vice-versa, sendo que muitas são espécies que nidificam no local e que representarão enorme perigo para as turbinas dos aviões que o Governo, à força e por teimosia, quererá a voar para lá.

- A tua passagem no Diário do Alentejo deu-te tarimba para as tuas escritas?

Sempre escrevi. Já quase não me recordo de mim não escrevendo. Comecei ainda em miúdo, em concursos como os do Clube Amigos Disney e outros, onde ganhava bastantes prémios, depois nos concursos do DN Jovem, do Diário de Notícias, até que há uns 20 anos lancei o meu primeiro livro, de contos, “Bocas de Mentol”, pela Editorial Minerva. Depois escrevi para várias publicações, como a Revista Vidas, a Mais Alentejo, o Diário do Alentejo, entre várias colaborações esporádicas a convite de outras publicações. O DA foi onde escrevi durante mais tempo. Foram quase 9 anos. O meu primeiro livro de crónicas, “A Vida é um Cogumelo Verde”, da Editores do Rio, foi quase todo ele composto por esses textos. Estou a preparar outro para o fim deste ano que, em breve, darei a conhecer.


Sentado à conversa com António Jorge - Navegantes de Ideias


- Para além de escreveres – e muito bem -, fazes imitações e dobragens. O que é que para ti é mais difícil; dobrar ou imitar?

Quer um trabalho, quer outro, faço-os com o maior dos gostos. Ainda ontem estive a dobrar o próximo filme Angry Birds 2, onde continuo a interpretar o Chuck, o pássaro amarelo. Foram 5 horas de estúdio muito bem passadas, com muitas gargalhadas à mistura (e mais de 3 litros de água bebida!), porque felizmente tenho essa enorme sorte de adorar aquilo que faço. Por outro lado, as imitações são outra área de que gosto muito. O último trabalho que fiz foi o vídeo promocional para a Netflix, onde imitei a voz do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa. Da mesma forma que as locuções de publicidade me dão muito gozo. O meu último trabalho foi para a campanha dos 50 anos do Jumbo, onde interpreto uma voz de locutor antigo, a “puxar” ao Fernando Pessa. Resumindo, sou um felizardo. Nunca me queixo da segunda-feira.

 - À nossa! Tchim tcim e obrigado por teres vindo – e por me teres contado tanto. Já estou a fazer like na tua página do Facebook.
Boa (sorrisos): obrigado!

AJ




segunda-feira, 1 de julho de 2019

Navegantes de Ideias soma e segue: inovação e qualidade (contamos-lhe os segredos)

Milhares de leitores, verdade, humor, opinião, viagens… Alentejo


A equipa dos Navegantes de Ideias, com esforço e dedicação, ao longo da sua existência, tem conseguido ampliar (em muito) a cota de mercado. Muitos milhares de leitores são frequentadores e comentadores diários dos Navegantes de Ideias.

 É, hoje, um blogue respeitado e alvo de muitas leituras e seguidores. Um percurso de sucesso que agradece a todos os que os procuram. Pesquisa, verdade, humor, opinião, viagens… Alentejo: são os segredos que guardam com o coração. Mais e melhor é o seu próximo passo; nesse sentido, convidaram vários escreventes a integrar a equipa.

Aos poucos, vão revelando nomes, conteúdos, inovação, qualidade, segredos.




José Jorge Cameira (brevemente poderá consultar o seu perfil),  já conhece, foi o primeiro a iniciar o desafio. Escreve ao domingo, os seus artigos são publicados às 8h. “Recuperemos a nossa terra!”  é a etiqueta da sua responsabilidade que pode consultar aqui:


O senhor que se segue, António Jorge, trará novidades que o vão seduzir. Pela diferença, demarca-se do usual e vai cativar – a sua primeira publicação está para muito breve: esteja atento.

Sorrisos
Guida Brito