Não fossem as fotografias e o som da rádio Campanário: pensaríamos
que Cinha Jardim não tinha vindo ao Alentejo, para a tal festa que só não foi
gigante porque a Cinha obrigou ao sumiço das fotos. Por muito que se procure
não há evidências fotográficas que o comprovem: ninguém (e ainda bem) quer
o seu nome associado a atos xenófobos ou descabidos.
Confesso que pensei que as suas palavras poderiam ter, na
sua base, um copo a mais, um nervosismo que só ela sabia, os calores das idades,
um mau momento, uma atrapalhação… sei lá: algo que eclipsasse o que ouvimos.
Pensei, ainda, que mais cedo ou mais tarde ouviríamos um pedido de desculpas.
Mas não. Pesquisei pela internet, ouvi o tal programa de TV (em que aborda o tema),
pesquisei o mural do seu facebook e fiquei sem chão.
No programa de TV, pelas suas palavras não disse o que disse
e a humildade do pedir desculpa foi ato que não ocorreu. Ora se há cousa que percebemos,
de tudo o que se passa no país, é a Língua Portuguesa. E o “até gosto do
Alentejo” pareceu-me um favor que nos faz.
O seu Facebook, foi invadido por cibernautas ofendidos que
lhe dirigiram duras palavras. Pelo que li, tanto Cinha como os amigos,
defendem-se referindo-nos como invejosos e a querer aparecer, fazendo alusão ao
berço que nós não temos. O que eu pensei ser um ato menos feliz é na realidade
a sua forma de estar. Aparecer, aparecer, aparecer, aparecer... e um pedido de desculpas teria resolvido tudo.
Algo bom retiramos de toda esta situação: os alentejanos não
estão mortos. Em alto e bom som deram voz à sua indignação. Quem sabe este não
é o começo de “omissar” o desalento calado, perante as praticas pseudoagrícolas que nos têm matado?
O assunto já não nos merece, não mudamos quem não aprendeu a
ser e “burro velho não aprende a andar”. Usemos o bom despertar na mudança que
urge em terras do Alentejo.
Ler também:
Cinha Jardim e as estirpes sociais: respostas do Alentejo
Guida Brito
Não fossem as fotografias e o som da rádio Campanário: pensaríamos que Cinha Jardim não tinha vindo ao Alentejo, para a tal festa que só não foi gigante porque a Cinha obrigou ao sumiço das fotos. Por muito que se procure não há evidências fotográficas que o comprovem: ninguém (e ainda bem) não quer o seu nome associado a atos xenófobos ou descabidos.
ResponderEliminarAdorei, Guida. Gosto da sua forma se ser. Ponderada, justa e bem humorada. Leio tudo o que escreve.
ResponderEliminarTop 💅💅💅
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