Não; não vos dar a conhecer, a conhecer
a Clarinha, mas posso contá-la. De pulseiras, anéis, laços, bonecos, colares, estojos,
muitos estojos, lápis bonitos, sorrisos abertos, a Clarinha veste de azul e é
minha amiga. Chega, sempre, sorridente, afável, doce, carinhosa, envolta numa
espécie de avental azul, traçado, esquisito, encantador. Ainda não lho percebi;
é de ganga, vistoso, lembra o afeto e a criança. Ainda não lho percebi mas
fica-lhe tão bem! Condiz com a ternura presente em cada gesto e em cada palavra:
condiz com o doce do bem querer a quem sabe ser.
Veste azul, a minha Clarinha:
azul clarinho, azul quase branco, azul da cor do céu, azul celeste, azul bebé, azul
suave, azul da cor do gosto de ti.
“Oi! Amor!” – sorri ao primeiro
olhar e a gente sente, sentimos a leveza e a profundidade do sentido que nos
irradia.
Chega doce mas atarefada: “Oi! Amor!”;
“Esqueci-me!”; “Será que estou atrasada?”; “Falta-me isto!”; “Fizeste aquilo?”.
Sabem a Clarinha? Vai na frente; faz isto e aquilo; já fez tudo mas ainda acha…
um turbilhão de boa gente. Eu, cá, gosto da Clarinha. E gosto da Clarinha
assim: azul clarinho, azul quase branco, azul da cor do céu, azul celeste, azul
bebé, azul suave, azul da cor do gosto de ti.
A Clarinha tem uma gata e uma
gata. Não; a gata e a gata da Clarinha não são azuis mas os seus olhos refletem
o azul, o clarinho, o bebé, o celeste… o azul da Clarinha.
Sorrisos
Guida Brito
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