Parece ficção.
Parece de doidos.
É inconcebível o
engenho da inteligência humana direcionada para que uns inventem maldades
contra outros para ganhar uns cobres a mais.
Vem isto a propósito
de algo novo embora complementar ao negócio envolvente da Azeitona. É um facto
agora descoberto que mais parece ficção, e neste modo irei narrar.
Por parecer técnico
há um tipo de azeitona que é mais rentável torná-la "de mesa" (todos
conhecemos no restaurante e em casa) do que enviá-la para o lagar. É um fruto
proveniente do olival intensivo, impregnado de químicos na sua carne. Para a
fazer chegar às nossas mesas, há que retirar um certo amargor e adocicá-la qb.
Como fazer?
Fazem-se grandes
tanques em metal apropriado com capacidade para 5000 ou mais quilos de
azeitona. Esses tanques são cheios de água (proveniente de transvases do
Alqueva, para não variar) e nessa água é injetado um adocicante que elimina o
ácido de cada fruto. Falamos em vários tanques cada um comportando vários
milhares de quilos de azeitona.
Ao fim de
determinado tempo, bem calculado em função do mínimo de acidez desejável, as
azeitonas são retiradas, enfrascadas e enlatadas e entregues para venda ao
público.
Falta descrever o
mais incrível deste processo. Sei que haverá dificuldade em acreditar. É que
esses tanques estão enterrados! Sim, debaixo de terra! Qual a razão? Não sei ao
certo. Será pela temperatura estável debaixo da terra? Será para poupar espaço
num armazém? Ou para esconder este sistema?
Não sei. Soube-se
deste esquema porque quem o pratica desconhecia que teria de pagar uma taxa por
aquele tipo de uso de terra.
Conclusão: se cada
fruto entra naquele tanque já com duas doses de químico, lá dentro leva um
outro para ficar adocicado.
Faz-se no Alentejo,
faz parte da destruição dinâmica deste Alentejo, pela grande ganância de uns
quantos empresários, sempre com o desdém dos Poderes que decidem, autorizando
em nome de elevadas estatísticas a enviar à UE. A saúde das Pessoas, essa
...."logo se vê" !
José Jorge Cameira
Outros artigos do autor: Trágico Alentejo
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A ganância de alguns homens destrói o que é de todos. Excelente artigo. Obrigada, pela partilha.
ResponderEliminarQuando se tem pouco para fazer dizem-se asneiras destas. Um bocadinho de investigação nos manuais de olivicultura fazia falta aos arautos da desgraça que se vão multiplicando atrás do teclado ...
ResponderEliminarMuita contenção nos produtos químicos, na poluição do ar, dos solos, da água... do ambiente que é de todos... e não reclamaríamos. Assim, sem ar, sem solo... sem qualidade de vida, falaremos mesmo que a vós nos doa. Devia viver onde vivo e papar com tudo o que nos jogam para cima, sem respeito.
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