sexta-feira, 5 de julho de 2019

O Ti Jacinto Pôncio Sarilho e as estirpes sociais

As aventuras dos Pôncio Sarilho; anedotas; Paulo Brites; Navegantes de Ideias

O Ti Jacinto Pôncio Sarilho foi convidado para ir a um evento num hotel todo finório, aqui pelo Alentejo. Não conhecia ninguém e, como bom alentejano, senta-se numa mesa. Pede um tinto e pergunta ao empregado se tinha um bocadinho de toucinho entremeado para acompanhar o tinto.




O empregado, educadamente, diz:
- Cavalheiro, peço desculpa mas nós não servimos coisas dessas! Poderei trazer uma empada de frango de aviário que é uma maravilha. Ou então, um croquete de paté de salmonela, enrolado em algas verdes e sobre uma cama de salada Parisiense.
O Ti Jacinto, porque pertence a uma “estirpe” diferente dos frequentadores e degastadores de tais iguarias, responde, também,  educadamente:
- Obrigado, eu bebo o tinto a seco.

Entretanto, não havia mais mesas livres e uma loira toda jeitosa e cheirosa, daquelas que têm silicone nas “partes” e aparecem nas televisões e revistas da moda, senta-se ao seu lado.   
O Ti Jacinto Pôncio Sarilho, para ser simpático, mete conversa com tal beldade.
- A senhorita já viu a noticia que está a dar na TV? É um homem que estás prestes a atirar-se do 10º andar!



- Você acha que ele vai saltar? – Responde a loira jeitosa e cheirosa.
- Eu aposto que vai saltar! – Diz o Ti Jacinto Pôncio Sarilho
A loira jeitosa e cheirosa, responde:
- Bem, eu aposto que não vai.
O Ti Jacinto Pôncio Sarilho, pôs uma nota de 20 euros na mesa e exclamou:
- Vamos apostar???
- Sim!!!
Logo que a loira jeitosa e cheirosa colocou o dinheiro na mesa, o homem atirou-se e morreu no momento em que se esborrachou no solo.

A loira jeitosa e cheirosa ficou muito aborrecida mas aceitou a derrota:
- Aposta é aposta. É justo. Fique com meus 20 euros.
O Ti Jacinto Pôncio Sarilho, respondeu:
- Não posso aceitar o seu dinheiro. Eu já tinha visto a noticia no noticiário das 18 horas. Eu sabia que ele iria saltar.
A loira jeitosa e cheirosa, responde:
- Também vi, mas nunca pensei que ele saltasse outra vez.

O Ti Jacinto Pôncio Sarilho, em jeito de humor alentejano, solta uma gargalhada e diz:
- Tem que vir passar mais tempo aqui no Alentejo, é que nós, somos de outra “estirpe”.

Paulo Brites
Outros escritos do autor:
O pinto do Padre Gervásio Pôncio Sarilho
Conselhos de leitura:
Cinha Jardim e as estirpes sociais: respostas do Alentejo.

quinta-feira, 4 de julho de 2019

Cinha Jardim e as estirpes sociais: respostas do Alentejo




Gostaria de me dirigir à Cinha mas não sei se a minha ESTIRPE SOCIAL o permite. Veio de Cascais para uma festinha -  à beirinha do local de onde saem as gotinhas (coisa pouca) que regam a boa economia portuguesa -,  referiu, alegadamente, que o Alentejo está na moda devido ao aparecimento de  várias pessoas de outra estirpe social que têm promovido a beleza que no fundo já aqui existia.

 Estou um bocadinho confusa e gostava de lhe perguntar o que faço com os meus caracóis: já têm estirpe com a sua visita ao Alentejo ou necessitam que alguém,  como a Cinha, os promova e os “pentei”? Lá no fundo, sempre os senti belos mas gostaria de os certificar. Fiquei um pouco triste com outra dúvida que me assolou. Conto-lhe tudo. Cinha, sou professora, sento-me ao lado dos com estirpe e sem estirpe e, lá na escolhinha, os piolhos não escolhem estirpes: é cabeça, invadem o lugar. Ainda tenho por aqui um restinho. A minha dúvida reside no seguinte: se me certificar e promover os caracóis, os piolhos também serão de Cascais?  Lá no fundo, são belos; são animais e já estão habituados à mudança de estirpe: muito quitoso e ficam resistentes e mutantes. Se me permite, penso mesmo que seriam os melhores interpretes para a acompanhar: estão tão habituados ao vai com todas e a todas as classes sociais.
Guida Brito



Cinha Jardim gosta do Alentejo e das suas belezas naturais. Para Cinha, o Alentejo seria até mais belo se...não fossem os alentejanos. Essa estirpe de gente sem glamour, gente demasiado simples, por vezes mal vestida e que se trata por comadres e compadres. O que vale ao Alentejo são os não alentejanos. É a gente de outra estirpe que dá beleza à região. Por isso mesmo, o Alentejo está na moda. 

Quer dizer, os de outra estirpe gostam de passar férias nos resorts alentejanos e assim propagar o glamour por essas planícies fora. Que bom! Os alentejanos estão felizes por poder oferecer tão belo ambiente aos de outra estirpe. São pessoas generosas  que dividem vinhos, queijos , pão e sol alentejano. Também é muito bom sinal a rádio de Vila Viçosa entrevistar a socialité e publicar tão bela entrevista. Tudo está bem quando acaba bem:  o bom final seria um pedido de desculpas da futura persona non grata, aos alentejanos.



O pinto do Padre Gervásio Pôncio Sarilho



AS aventuras dos Pôncio Sarilho - Paulo Brites - Navegantes de Ideias


O Padre Gervásio Pôncio Sarilho tinha um pinto (um pintaínho...!!!) como mascote! Era o Valente Pôncio Sarilho!

Certo dia, o pinto Valente Pôncio Sarilho desapareceu. O Padre Gervásio Pôncio Sarilho achou que alguém o tinha roubado.

No dia seguinte, na missa, o Padre perguntou à congregação:
- Algum de vocês tem um pinto?




Todos os homens se levantaram.
- Não, não, disse o Padre Gervásio Pôncio Sarilho! Não foi isso que eu quis dizer. O que eu quero saber é se algum de vocês viu um pinto?

Todas as mulheres se levantaram…
- Não, não, repetiu o Padre... o que eu quero dizer é se algum de vocês viu um pinto que não lhes pertence.
Metade das mulheres levantou-se.
- Não, não, disse o vigário, novamente, muito atrapalhado. Talvez eu possa formular melhor a pergunta: O que eu quero saber é se algum de vocês viu o meu pinto?
Todas as freiras se levantaram.
- Esqueçam, esqueçam... Vamos começar a missa!

in As aventuras dos Pôncio Sarilho
Paulo Brites




terça-feira, 2 de julho de 2019

Professores. Os colegas…

Caderno de duas linhas - Helena Canaria; Navegantes de Ideias

Entre nós tratamo-nos pelo nome  e não raras vezes sai o “ó colega”.
Colega,  na Infopédia, quer dizer pessoa que exerce a mesma profissão; o antónimo será adversário, rival, opositor.




Ao ler muitos dos comentários que nós professores  vamos fazendo nos blogues ligados ao ensino, aparecem com demasiada frequência palavras que são normalmente endereçadas a adversários. Deparamo-nos com várias opiniões divergentes, o que é normal, mas que  divergem com alguma conflitualidade o que se me afigura inútil e contraproducente. Vemos insultos, ironias, atestados de burrice entre colegas.

Sim, é um grupo profissional heterogéneo no que diz respeito aos seus destinatários. Vai do pré- escolar ao superior, mas a função é idêntica, igualmente importante embora com as suas especificidades.
Sejamos então bons colegas! Podemos conviver em sã camaradagem.
E já agora: não nos deixemos dividir pelas circunstâncias da avaliação de desempenho. Os muito bons e os excelentes são avaliações e não mais que isso. Terão influência na duração da carreira? Provavelmente! Mas, neste momento, o mais importante é defender a carreira e para isso temos que estar unidos. Continuemos a lutar colegas!
Helena Canaria


Bruno Ferreira (Levanta-te e ri) sentado à conversa com António Jorge, na Lagoa de Santo André



Há alguns bons anos e, mais ou menos por acaso tive a sorte e o privilégio (com alguns dos meus melhores amigos) de tropeçar num dos mais belos lugares do país. A Lagoa de Sto. André. Contrariando o ditado “não voltes onde foste feliz” foi precisamente aqui, onde uma das maiores lagoas nacionais se junta uma vez por ano (aquando da abertura da Lagoa ao mar) ao infinito manto atlântico, que me sentei à conversa com Bruno Ferreira – um alentejano com muita pinta.

O Bruno http://brunoferreiraonline.com/ imitador de vozes, actor, locutor e executante de pelo menos mais quatro instrumentos chegou à hora marcada, avançando desde logo “olha que eu sou mais Baixo Alentejo”. Sem luzes, sem camaras e sem vozes de acção, a conversa começou. Lá mais em baixo a incessante partida e chegada das ondas foi compondo a banda sonora- excelente, diga-se!   


   
- Já te aconteceu ires ao médico e a primeira coisa que dizes é: doutor oiço vozes?

O problema seria deixar de as ouvir! (risos) Na realidade já fui várias vezes ao médico por causa das vozes, mas nunca por me queixar de as ouvir. Por norma tem a ver com não as conseguir reproduzir (a essas vozes, e à minha, inclusive), esse é o meu drama. Rouquidão, afonia, tosse, e coisas do género. Por isso mesmo estou muito bem escudado. Tenho o meu exército de otorrinos composto pelo Prof. Mário Andreia, e pela Dr.ª Clara Capucho. São os dois melhores do País e, por isso, tenho passado bem. Eu e as minhas vozes.



Sentado à conversa com António Jorge - Navegantes de Ideias


- O humor em Portugal está de boa saúde e recomenda-se? E o Alentejo – nomeadamente o Baixo?


Relativamente ao humor, parece-me que sim. Basta ver a proliferação de humoristas que têm despontado nos últimos anos em Portugal. O estranho seria, aliás, que num País com uma tão elevada taxa de políticos a que chamaria de “humoristas acidentais”, não se produzisse humor com base, justamente nesse facto. Os canais generalistas dão, quase todos, atenção ao humor; os canais não generalistas igualmente, e na internet, então nem se fala, já para não referir as salas de espectáculo onde cada vez mais existem shows de comédia com lotação esgotada.

Juntar o Baixo Alentejo à pergunta sobre o humor só pode tratar-se de uma questão de humor negro. Aquilo a que se chama actualmente um “roast”, que é um evento de comédia muito específico, onde um indivíduo, neste caso uma região, é alvo de piadasinsultos, produzindo, através disso, humor. Em bom rigor aquilo que se passa no Baixo Alentejo, em termos de políticas nacionais, no limite, far-nos-á rir. Para não termos de chorar. Uma região, que corresponde grosso modo ao Distrito de Beja, e que exporta 1.4 mil milhões de euros todos os anos, contribuindo para a alavancagem económica Nacional de que o Governo tanto se gaba tem vindo a ser, propositadamente, colocada à margem do desenvolvimento do restante País.

É uma terra de gente maioritariamente idosa, sofrida, isolada, com carências de assistência médica e de segurança e, a isto, o Estado, e os governos, têm respondido com silêncio. Um silêncio ensurdecedor a todos os níveis, como se esta gente não pagasse impostos como os restantes portugueses; como se não produzissem a bem da economia Nacional; como se, em resumo, não fossem cidadãos portugueses de pleno direito. É um crime de lesa-pátria o que tem sido feito com o Baixo Alentejo por parte dos últimos Governos da Nação; é uma segregação a que se assiste mês após mês, de há décadas a esta parte.

- Queres dizer-me o que é o movimento #bejamerece+?

O Movimento de Cidadãos Beja Merece Mais é, como o nome indica, uma forma de manifestação democrática, apartidária, mas que conta com o apoio de todos os partidos, e que tem na sua essência uma emanação da sociedade; das suas forças vivas, dos habitantes de uma região que se cansaram de uma classe política que lhes voltou costas e que, assim, resolveram lutar pelo que deveriam ter por direito próprio, mas que lhes é privado por parte de quem tem a responsabilidade de lhes garantir essa condição: de cidadãos.

O Movimento original, Beja Merece, surgiu em 2011 e tinha como objectivo a luta pela manutenção e melhoria da ligação de caminho-de-ferro Beja-Lisboa-Beja-Funcheira. Em resumo, não só que essas ligações se mantivessem, bem como a linha fosse electrificada e o material circulante fosse renovado. Já nesses anos houve uma petição que chegou à Assembleia da República. Infelizmente nada aconteceu e a linha continua decrépita com uma automotora a gasóleo dos anos 50 do século passado que, quando não se avaria, se atrasa.


Sentado à conversa com António Jorge - Navegantes de Ideias

Anos depois o Movimento Beja Merece voltou com um Mais e dedicou-se a mais causas: continuou a questão da electrificação da linha de caminho-de-ferro; acrescentaram-se os acessos rodoviários – Beja está ligada a Lisboa por um velho e perigoso caminho disfarçado absurda e pomposamente de IP (8), quando não reúne nenhuma das características para que seja considerado um Itinerário Principal. Acresce a isto que existem cerca de 15 quilómetros de auto-estrada (A26, que deveria ligar Sines a Beja, cruzando com a A2 em Grândola) terminados há 2 anos, mas que teimam em não abrir ao público, estando a degradar-se ao lado do tal caminho venho e esburacado onde têm de circular ambulâncias por entre tráfego normal, que tenta debelar filas de pesados, carroças, motos, máquinas agrícolas o que acaba por provocar inúmeros acidentes com a sempre trágica perda de vidas.

Mas o BMM também exige que o Aeroporto de Beja seja utilizado. Justificadamente. Não falamos apenas de passageiros, (quando Lisboa e Faro – logo o País – perdem, diariamente e em conjunto, dezenas de voos por falta de capacidade, sendo que Beja, a meia distância de ambos, poderia ser um aeroporto de retaguarda), mas de matérias-primas: não só o escoamento para a Europa dos produtos provenientes da fortíssima agro-indústria do Baixo Alentejo, mas como plataforma de ligação ao Porto de Sines, o maior de águas profundas da Europa. E também por isso são precisos os acessos rodo e ferroviários de que o Baixo Alentejo não dispõe e tanto precisa, e que nenhum governo - seja de direita ou de esquerda – ousou, sequer, autorizar.



Junta-se a saúde e o Hospital e Beja cada vez mais depauperado. O Ministério da Saúde está, agora, a querer cortar o cordão umbilical; a identidade das futuras gerações de Baixo Alentejanos, proibindo os nascimentos em Beja e obrigando as grávidas a viagens de 80, 100, 150 quilómetros, pelos seus próprios meios, até ao hospital de Évora, para aí darem à luz. Isto serve para esvaziar Beja (e Portalegre) e assim justificar um investimento de 300 milhões num chamado hospital central do Alentejo em Évora – redundante - porque a pouca distância dos hospitais centrais de Lisboa. É a estocada final no Baixo Alentejo. E é contra tudo isto que luta o BMM. Em maio do 2018 foi entregue uma segunda Petição na AR, desta vez com 26.101 assinaturas. Já fomos ouvidos por uma Comissão Parlamentar de Economia e Obras Públicas; reunimo-nos com todos os grupos parlamentares, e no dia 5 de julho teremos a discussão e votação dos pedidos da Petição do Movimento BMM. A ver vamos.

- O número de rolas e cegonhas no aeroporto de Beja continua a ser superior ao de aviões?

Talvez esteja equiparado ao número de aviões, uma vez que o Aeroporto de Beja é a “casa” da Hyfly, uma empresa de renting aeronáutico, e que decidiu (apenas por ser privado…) investir no Aeroporto de Beja. É lá, aliás, que está estacionado o maior avião do mundo, o Airbus A380, apenas e só porque não consegue aterrar em mais nenhum aeroporto de Portugal Continental. Também foi o Aeroporto de Beja que, em 2018, permitiu que o avião da companhia aérea cazaque Air Astana aterrasse em segurança, quer para a tripulação, quer para a população no solo, depois de horas de expectativa e incerteza.

É pena que o Aeroporto de Beja seja tratado como uma anedota pelo País. Porque está lá o dinheiro do País que, esse sim, foi tratado como uma anedota. Não porque não devesse ter sido investido no aeroporto de Beja; mas porque tendo aí sido investido, o mesmo precisa, agora, dos tão desejados acessos rodo e ferroviários.



Para terminar, e respondendo directamente à questão: muitos mais pássaros e passarões, terá o Aeroporto do Montijo, do que todos os aviões que obriguem a voar para lá. Trata-se de uma região lacustre, um estuário, uma reserva natural que serve de ponto de passagem a centenas de milhares de aves migratórias – muitas delas de grande porte, outras ainda espécies protegidas - em trânsito do norte de África para a Europa, e vice-versa, sendo que muitas são espécies que nidificam no local e que representarão enorme perigo para as turbinas dos aviões que o Governo, à força e por teimosia, quererá a voar para lá.

- A tua passagem no Diário do Alentejo deu-te tarimba para as tuas escritas?

Sempre escrevi. Já quase não me recordo de mim não escrevendo. Comecei ainda em miúdo, em concursos como os do Clube Amigos Disney e outros, onde ganhava bastantes prémios, depois nos concursos do DN Jovem, do Diário de Notícias, até que há uns 20 anos lancei o meu primeiro livro, de contos, “Bocas de Mentol”, pela Editorial Minerva. Depois escrevi para várias publicações, como a Revista Vidas, a Mais Alentejo, o Diário do Alentejo, entre várias colaborações esporádicas a convite de outras publicações. O DA foi onde escrevi durante mais tempo. Foram quase 9 anos. O meu primeiro livro de crónicas, “A Vida é um Cogumelo Verde”, da Editores do Rio, foi quase todo ele composto por esses textos. Estou a preparar outro para o fim deste ano que, em breve, darei a conhecer.


Sentado à conversa com António Jorge - Navegantes de Ideias


- Para além de escreveres – e muito bem -, fazes imitações e dobragens. O que é que para ti é mais difícil; dobrar ou imitar?

Quer um trabalho, quer outro, faço-os com o maior dos gostos. Ainda ontem estive a dobrar o próximo filme Angry Birds 2, onde continuo a interpretar o Chuck, o pássaro amarelo. Foram 5 horas de estúdio muito bem passadas, com muitas gargalhadas à mistura (e mais de 3 litros de água bebida!), porque felizmente tenho essa enorme sorte de adorar aquilo que faço. Por outro lado, as imitações são outra área de que gosto muito. O último trabalho que fiz foi o vídeo promocional para a Netflix, onde imitei a voz do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa. Da mesma forma que as locuções de publicidade me dão muito gozo. O meu último trabalho foi para a campanha dos 50 anos do Jumbo, onde interpreto uma voz de locutor antigo, a “puxar” ao Fernando Pessa. Resumindo, sou um felizardo. Nunca me queixo da segunda-feira.

 - À nossa! Tchim tcim e obrigado por teres vindo – e por me teres contado tanto. Já estou a fazer like na tua página do Facebook.
Boa (sorrisos): obrigado!

AJ




segunda-feira, 1 de julho de 2019

Navegantes de Ideias soma e segue: inovação e qualidade (contamos-lhe os segredos)

Milhares de leitores, verdade, humor, opinião, viagens… Alentejo


A equipa dos Navegantes de Ideias, com esforço e dedicação, ao longo da sua existência, tem conseguido ampliar (em muito) a cota de mercado. Muitos milhares de leitores são frequentadores e comentadores diários dos Navegantes de Ideias.

 É, hoje, um blogue respeitado e alvo de muitas leituras e seguidores. Um percurso de sucesso que agradece a todos os que os procuram. Pesquisa, verdade, humor, opinião, viagens… Alentejo: são os segredos que guardam com o coração. Mais e melhor é o seu próximo passo; nesse sentido, convidaram vários escreventes a integrar a equipa.

Aos poucos, vão revelando nomes, conteúdos, inovação, qualidade, segredos.




José Jorge Cameira (brevemente poderá consultar o seu perfil),  já conhece, foi o primeiro a iniciar o desafio. Escreve ao domingo, os seus artigos são publicados às 8h. “Recuperemos a nossa terra!”  é a etiqueta da sua responsabilidade que pode consultar aqui:


O senhor que se segue, António Jorge, trará novidades que o vão seduzir. Pela diferença, demarca-se do usual e vai cativar – a sua primeira publicação está para muito breve: esteja atento.

Sorrisos
Guida Brito

domingo, 30 de junho de 2019

As novas funções da GNR: esquecer as infrações do trânsito e dedicar-se ao controlo de faturas



vaca - Navegantes de Ideias

Uma história caricata, verídica e assustadora: somos perseguidos.

A história passou-se há dias e envolve as minhas flores. Flores??? 
Sim, fiz anos e um prezado cavalheiro decidiu (e muito bem), ao invés de me enviar as plastificadas floritas facebokianas, presentear-me com a mais bela rosa natural – um gesto precioso e digno de registo, podeis copiá-lo.  Ok. Certo. Deixemo-nos disto. Sigo viagem e conto-vos tudo.



Na pressa do não sei onde estou e preciso de uma florista, descobriu-a na azáfama do muito trânsito e longe do estacionamento. Sem pensar, na certeza do é rapidinho, priorizou o meu sorriso e o afago que só lhe fica bem: estaciona em segunda fila, atrofia o trânsito e sai do carro “desvairido” pelo levo-lhe uma flor. Entra na florista e é avisado, no imediato do momento, que a multa é uma certeza. Atira um “leve-me ao carro a mais bela rosa para a mais bela flor”; sai, contrariado, visualizado o meu sorriso a leste do paraíso. 



Senta-se no seu "automobille" e, em tons do pode ser que me safe, enceta conversa com o GNR que lhe acena com o papel multante. Pede aqui, pede acoli e a coisa está preta. Chega a florista, de rosita na mão e o são X euros na voz. O trânsito aumenta, o caus irrompe pela cidade e o GNR grita:
- Minha senhora, onde está a fatura?


Rosa - Navegantes de Ideias


Atrapalhada, a florista sai da rua e entra na loja. O GNR persegue-a: “A fatura, minha senhora”; “A senhora está a fugir ao fisco”. Fez-se silêncio, na rua, e o trânsito congelou mais rápido que os salários dos professores: um GNR abandona o caus do trânsito e dedica-se à grandiosa fuga ao fisco e ao rombo no orçamento que uma rosa (para o mais belo sorriso) pode causar.

E, nesta tragédia grega com dezenas de expetantes, com o GNR no interior da loja, a senhora volta à rua e entrega, ao cavalheiro, o papelito que impede esta monstruosa fuga ao fisco.
O representante da segurança rodoviária não retornou ao local do caus do trânsito, continuou no interior da loja não sabemos a fazer o quê. E o trânsito? Resolveu-se por si: o cavalheiro, feliz e airoso, de rosa no meu sorriso, seguiu a sua viagem e os outros condutores (tontos pela incapacidade de umas boas apitadelas) seguem balbuciando um “O que é esta #”$%?”.

Digo eu, apesar do grandioso sorriso: se calhar, assim no se calhar, vós estais em Marte e não sabeis. Eu fiquei na lua: recebi o que era para mim, coloquei o mais belo sorriso e o valente cavalheiro mudou-se do caus do “O que é esta #”$%?” para o paraíso do “Fi-la feliz”.






Guida Brito

sábado, 29 de junho de 2019

As Novas Azeitonas


Recuperemos a nossa terra! - José Jorge Cameira - olivais superintensivos de Beja - Navegantes de Ideias

Parece ficção.
Parece de doidos.
É inconcebível o engenho da inteligência humana direcionada para que uns inventem maldades contra outros para ganhar uns cobres a mais.

Vem isto a propósito de algo novo embora complementar ao negócio envolvente da Azeitona. É um facto agora descoberto que mais parece ficção, e neste modo irei narrar.



Por parecer técnico há um tipo de azeitona que é mais rentável torná-la "de mesa" (todos conhecemos no restaurante e em casa) do que enviá-la para o lagar. É um fruto proveniente do olival intensivo, impregnado de químicos na sua carne. Para a fazer chegar às nossas mesas, há que retirar um certo amargor e adocicá-la qb. Como fazer?

Fazem-se grandes tanques em metal apropriado com capacidade para 5000 ou mais quilos de azeitona. Esses tanques são cheios de água (proveniente de transvases do Alqueva, para não variar) e nessa água é injetado um adocicante que elimina o ácido de cada fruto. Falamos em vários tanques cada um comportando vários milhares de quilos de azeitona.

Ao fim de determinado tempo, bem calculado em função do mínimo de acidez desejável, as azeitonas são retiradas, enfrascadas e enlatadas e entregues para venda ao público.

Falta descrever o mais incrível deste processo. Sei que haverá dificuldade em acreditar. É que esses tanques estão enterrados! Sim, debaixo de terra! Qual a razão? Não sei ao certo. Será pela temperatura estável debaixo da terra? Será para poupar espaço num armazém? Ou para esconder este sistema?
Não sei. Soube-se deste esquema porque quem o pratica desconhecia que teria de pagar uma taxa por aquele tipo de uso de terra.

Recuperemos a nossa terra! - José Jorge Cameira - olivais superintensivos de Beja - Navegantes de Ideias

Conclusão: se cada fruto entra naquele tanque já com duas doses de químico, lá dentro leva um outro para ficar adocicado.
Faz-se no Alentejo, faz parte da destruição dinâmica deste Alentejo, pela grande ganância de uns quantos empresários, sempre com o desdém dos Poderes que decidem, autorizando em nome de elevadas estatísticas a enviar à UE. A saúde das Pessoas, essa ...."logo se vê" !

José Jorge Cameira

Outros artigos do autor: Trágico Alentejo
Outros artigos sobre o tema: 

O fim da planície e a morte do azeite: um dos maiores crimes ambientais de Portugal



Olivais do Alentejo: o crime é cometido sem medos nem receios


Fortes Novas, Alentejo: desenvolvimento ou exterminação?



Químicos e morte povoam milhões de hectares do Alentejo






quinta-feira, 27 de junho de 2019

A descabida conversa entre um aluno e um professor


Apagar os livros e congelamento dos professores


- Professora, se eu soubesse que era para apagar não tinha trabalhado.
- Meu querido aluno, se eu soubesse que era para congelar não tinha trabalhado.
- Professora, para o ano não nos enganam.


Sorrisos
Guida Brito

domingo, 23 de junho de 2019

Trágico Alentejo



Bem. Se não choveu para esses tempos de falta de chuva foi feita a barragem do Alqueva. Ora a água deste lago está a ser desviada para fins impróprios, ou seja com químico misturado irriga cada árvore, seja olival, vinha e amendoeira de carácter intensivo. 



Estamos a falar de gotejo permanente seguramente em mais de Um Milhão de árvores. Portanto, essa água falta para culturas de produtos agrícolas que são importantes. Quem autorizou, quem defende a continuação desta desgraça?? O Sr Ministro Capoulas Santos - declarou isso publicamente - que fala pelo Governo PS, mandatado pelos seus votantes. Tem de se dizer - estes são cúmplices desta situação. Ou seja, o Alentejo está numa desgraça a todos os níveis, a saúde de cada um irá deteriorar-se.
José Jorge Cameira